sábado, 13 de agosto de 2011

DESASTRADO AMORIM

         Dirceu Ayres
Como escrevi em algum lugar, Celso Amorim, o antigo Celsinho da Embrafilme, é o diplomata de “carrière” que o Brasil teria obrigação de desterrar, mas que nenhum país democrático do mundo desejaria receber. Amorim, como se sabe, é um desastre diplomático – por onde passa deixa a marca letal da incompetência, má-fé e arrogância. O seu (dele, lá) mentor intelectual – com o qual se envolveu como assistente de direção nos tempos do Cinema Novo - foi o cineasta comunista Leon Hirszchman, introdutor do leninesco “centralismo democrático” nas relações político-institucionais do cinema brasileiro. Nomeado ministro das Relações Exteriores pelo aéreo Itamar Franco, Celsinho, digo, Amorim, viu-se às voltas em 1993 com a ação terrorista da FARC, que fez explodir 200 quilos de dinamite (pura) na embaixada do Brasil em Bogotá, num atentado no qual morreram 43 colombianos e saíram feridas cerca de 350 pessoas, entre oito funcionários e diplomatas lotados na nossa representação. Mesmo assim, instado a responder em data recente se considerava a guerrilha colombiana uma organização terrorista, o vosso chanceler tergiversou do seguinte modo: “O Brasil não faz classificação de quais organizações são terroristas e, por isso, não iria discutir se as FARC entram ou não nesta categoria”. A posteriori, durante o primeiro mandato do sindicalista Lula, sempre dando a entender aos Estados Unidos que laborava em favor da criação da Alca, a Área de Livre Comércio das Américas, segundo ele num “formato à la carte”, o ministro do Itamaraty Vermelho passou a sabotar as negociações que nos abriria mercado de mais de 800 milhões de pessoas. E para sepultar de vez a perspectiva de uma zona de livre comércio, depois de procrastinar o quanto possível acordo que nos levaria a participar de um PIB (Produto Interno Bruto) continental na ordem de US$ 12 trilhões, o chanceler de Lula, no seu antiamericanismo doentio, deixou que um funcionário do MRE associasse a Alca ao fulgor de uma “odalisca de cabaré barato”. Agora, em Genebra, mais insolente do que nunca, o desastrado diplomata, no afã de sair-se como líder voluntarioso do emergente G-20, procurou detonar no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio) a chamada Rodada Doha, que se arrasta há sete longos anos e que tem por objetivo estabelecer negociações multilaterais entre países ricos e pobres (cujos governos estão ficando mais ricos do que os dos países ricos), a partir da eliminação de subsídios e barreiras que dificultam o livre trânsito das commodities agrícolas, serviços e produtos industrializados. Ligado o dispositivo totalitário, Amorim de saída acusou os países ricos de adotarem na Rodada uma estratégia nazista na condução das negociações, que incorporaria a máxima de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, segundo a qual “uma mentira muitas vezes repetida torna-se verdade”. A coisa pegou mal, na mesa em que a presença de vítimas do nazismo é bem nítida. Na ordem prática das coisas, no entanto, o chanceler de Lula diz que os países desenvolvidos protelam a redução dos seus subsídios agropecuários – o que impediria as nações emergentes de comercializarem seus produtos agrícolas. Os países desenvolvidos, por sua vez, ao anunciarem cortes de subsídios na área da agricultura, acusam os países membros do G-20, dos quais Amorim é uma das lideranças, de não promoverem, em reciprocidade, a respectiva abertura nas áreas industriais e de serviços. Mesmo levando em consideração que a Rodada não é apenas sobre agricultura, Amorim atravanca as negociações “fincando o pé” na velha posição de que só cortando mais subsídio na área agrícola poderia aventar alguma coisa no terreno industrial – numa manobra onde o saldo de confiança é zero. Agora me digam: quem diabo topa, numa Rodada de hienas, fazer negócio assim? Ao citar a máxima de Goebbels sobre a mentira, o ministro do Itamaraty Vermelho esqueceu-se de mencionar a recomendação do estrategista Lênin, segundo a qual, instalado o quadro de conflito, o comunista deve “acusar o outro do crime que ele mesmo comete ou pensa”. Com efeito, para aplicar o golpe sobre o Governo Provisório de Kerensky e dos ex-aliados mencheviques, na Rússia de 1917, o mentor da sangrenta revolução aconselhava aos súditos a adoção sem limites da mentira como arma, imputando aos adversários as tramas criminosas que praticava. De fato, para chegar à vitória dos seus objetivos, Lênin era capaz de empreender qualquer tipo de trapaça, tais como calúnias, fraudes, delações, atentados, chantagens, aliciamentos e falsificação de documentos. Marxista de carteirinha, ele acreditava, como de resto todo comunista, que em nome do porvir revolucionário o militante pode cometer todos os crimes possíveis, tendo como álibi a mentirosa verdade (utópica) revolucionária. Para estudiosos isentos da história moderna, não há mais dúvida: a única diferença entre os objetivos do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazi) e dos diversos partidos comunistas é que o primeiro prega a implantação do socialismo nos limites nacionais e o segundo o quer estabelecido internacionalmente. Para dominar a propriedade privada e o controle dos meios de produção, os nazistas fizeram do judeu (na Alemanha) o bode expiatório, enquanto os comunistas apontam os “burgueses capitalistas” como alvo de suas inculpações. O próprio Hitler, quando entre pares, costumava revelar que aprendera muito, para atingir o poder, lendo Marx e observando Lênin e Mussolini. Quanto à Rodada Doha, decerto que ela, em essência, foi inútil. Pois para o Itamaraty Vermelho a pendenga não é de caráter comercial, mas, sim, ideológica. E aí vale tudo, inclusive o uso da mentira revolucionária. Notas: A Farc, desde outubro de 1986 mantinha negócios com o Cartel de Medellin, de Pablo Escobar, intensificando a guarda do narcotráfico no primeiros anos da década de 1990. Os dados são do National Security Archive, do Pentágono. Texto por Ipojuca Pontes - http://adireitabrasileira.blogspot.com/ Postado por BLOG DO MARIO FORTE

É VERDADE, O LEGÍTIMO MAÇOM MATA!

       Dirceu Ayres
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 04 de agosto d e 2011. “Oh! Quão bom e suave é que os Irmãos vivam em união”. (Bíblia Sagrada) A leitura do Livro Sagrado é um ritual que marca o início dos trabalhos e simboliza a presença do G:.A:.D:.U:. Em um Templo Maçônico. Os registros indicam que o uso do Livro Sagrado foi realizado, pela primeira vez, em 1717, na Grande Loja da Inglaterra, embora alguns pesquisadores apontem o ano de 1670, como marco inicial para o uso do Livro. Para o Ir:. José Castellani, a leitura do Salmo 133 foi usada pela primeira vez nos meados do século XVIII, por algumas lojas de Yorkshire, na Inglaterra. O Terrorista Norueguês Anders Behring Breivik O extremista Breivik, autor do atentado em Oslo, na Noruega, que matou dezenas de pessoas, publicou na internet um Manifesto revelando detalhes de sua ação criminosa. O Documento, “Uma declaração de Independência Européia – 2083”, de 1.500 páginas, revela o pensamento, a personalidade, os hábitos e ligações do terrorista. O fanático dizia pertencer à Maçonaria, e postou no Face book seu depoimento e uma foto em que ostentava paramentos Maçônicos. Imediatamente alarmistas ignorantes de todos os credos e seitas ajustaram suas miras para alvejar a Maçonaria. Seria possível considerá-lo como um verdadeiro Maçom? Breivik não pode pertencer a uma Instituição Universal defensora intransigente da paz e da tolerância religiosa. Poderíamos abrigar nos nossos quadros um assassino e extremista religioso? A maçonaria é composta por homens livres e de bons costumes e não criminosos confessos como é o caso de Breivik. O fato de freqüentar uma Loja e de usar os paramentos adequados não transforma um louco em Maçon. Maçom Mata! Fonte: Sérgio Quirino Guimarães da ARLS Presidente Roosevelt 025. Saudações estimadas Irmão, realmente o MAÇOM MATA. Esta semana fui procurado por um funcionário (não posso dizer repórter, pois o mesmo não era imparcial) de uma entidade religiosa que gostaria de me fazer algumas perguntas para o jornal institucional. Sabendo que não somos bem vistos pelos membros desse segmento cristão, aceitei de pronto o encontro, afinal era uma oportunidade de desmistificar. Clima amistoso, perguntas básicas, até que começou o jogo de palavras visando descobrir “os segredos” e se realmente o demônio faz parte da Maçonaria. Tudo simples de responder, até que influenciados pela noticia do assassino norueguês, veio a pergunta final: - É verdade que o Maçom mata? Na hora o sangue subiu, pois estou incomodado pelas manifestações e difusão da notícia por verdadeiros Irmãos Maçons. Respirei fundo e respondi: - SIM, É VERDADE, O LEGÍTIMO MAÇOM MATA! Vocês precisavam ver o brilho nos olhos e o movimento de acomodação nas cadeiras dos interlocutores. Continuei: - O Maçom Alexander Fleming ao descobrir a penicilina matou e ainda mata milhões de bactérias, mas permite que a vida continue para muitos seres humanos. O Maçom Charles Chaplin com a poderosa arma da interpretação e sem ser ouvido, matou tanta tristeza, fez e ainda faz nascer o sorriso da criança ao idoso. O Maçom Henri Dunant ao fundar a Cruz Vermelha matou muita dor e abandono nos campos de guerra. O Maçom Wolfgang Amadeus Mozart em suas mais de 600 obras louvou a vida. O Maçom Antonio Bento foi um grande abolicionista que junto com outros maçons, além da liberdade, permitiram a continuidade da vida a muitos escravos. O Padre Feijó, o Frade Carmelita Arruda Câmara e o Bispo Azeredo Coutinho embasado nas Sagradas Escrituras e como legítimos maçons desenvolveram o trabalho sério de evangelização e quem sabe assim mataram muitos demônios. O Maçom Baden Powell ao fundar o Escotismo pregava a morte da deslealdade, da irresponsabilidade e do desrespeito. O Maçom Billy Graham foi o maior pregador batista norte-americano e com seu trabalho matou muita aflição e desespero. Inclusive há no Brasil um movimento chamado MEB – Maçons Evangélicos do Brasil. Mas o Maçom não só mata, ele também é morto. Por conta dos valores de liberdade, igualdade e principalmente fraternidade, mais de 400 mil maçons, juntamente com judeus foram mortos nos campos de concentração. Também sofremos muita perseguição aqui no Brasil, quando imigrantes europeus que professavam religiões diferentes ao Catolicismo, não podiam construir seus templos e os maçons ajudaram. Querem um segredo? Muitos cultos protestantes ocorreram dentro de Lojas Maçônicas, afinal o Maçom combate a falta de liberdade religiosa. Este senhor Anders certamente torce por um time de futebol, tem preferência por uma marca de cerveja, tem a cor que mais gosta, ou tipo de música ou até mesmo um credo religioso, não há de se fazer vinculações. Esta situação foi causada por um indivíduo, clinicamente perverso que tem personalidade psicopática. A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. O legítimo Maçom não é o homem que entrou para a Maçonaria, mas aquele que a Maçonaria entrou dentro dele. Houve e há Maçons em todos os seguimentos da sociedade e todos com o mesmo propósito; fazer nascer uma nova sociedade, mais justa e perfeita, lógico sem esquecer que o MAÇOM MATA, principalmente o preconceito. E vamos vivendo sempre recordando o ensinamento de Mateus 7:1-2 “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós”. Depois do cafezinho, convidei estes Irmãos (afinal somos todos filhos de Deus) para que acompanhassem a Campanha de Fraternidade que a Loja Maçônica Presidente Roosevelt iria fazer no domingo seguinte. OBS: Não sei o porquê da reportagem não ter sido publicada no jornal e senti a falta deles na entrega dos artigos doados pelos Maçons da Presidente Roosevelt. Teria sido muito bom contarmos com o apoio na distribuição dos 100 litros de leite, mais de 100 quilos de material de limpeza, dos materiais escolares, da grande quantidade de brinquedos, do afeto e da atenção que somados pesaram 33 medidas maçônicas de Força, Beleza e Sabedoria. Grato pela atenção, TFABlog e Livro Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com. O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Para visualizar, parcialmente, http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false. Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul; Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional. Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br - E–mail: hiramrs@terra.com.br Postado por Pedro da Veiga (Surrupiado por) Dirceu Ayres.

A QUE PONTO CHEGOU O BRASIL

           Dirceu Ayres
"Que país é que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?" Se alguém encontrar alguma coisa certa, verdadeira, dignificante, escrita sobre o Brasil, provavelmente é erro de imprensa. Executivo, legislativo e judiciário, em todos os níveis nacionais, são pastos de ratos, ladrões, mentirosos, cafajestes. A legislação, desde que bandidos a está elaborando, é proteção à bandidagem. As escolas já realizaram uma lavagem cerebral tão minuciosa sobre as cabecinhas não pensantes de nossa juventude que já conquistou mais de 90% das pobre almas incautas. A saúde é uma ofensa à dignidade do cidadão. Também tenho minha história. Como não tenho mais plano de saúde, telefonei para marcar oftalmologista pelo SUS. Preciso trocar os óculos e operar cataratas nos dois olhos. A mocinha que me atendeu perguntou: tenho duas vagas tal dia, às sete horas ou às onze. Preferi as onze e lá cheguei na hora. Encontrei um corredor cheio de outras pessoas marcadas para 11. O atendimento é por ordem de chegada. Como saber? Quem chega sabe se chegou depois de quem, antes de quem. Não tem ninguém organizando. O médico não havia chegado. Uma auxiliar de enfermagem, mal humorada, fazia o exame em um único aparelho lá existente. Muita gente, pouco tempo. Um minuto para cada paciente. Depois de terminados es "exames", o médico ainda não havia chegado. Bem. Quem precisa de meus olhos sou eu. Não confiei naquilo lá. Fui embora sem ser atendida. Mas a conversa com o pessoal é: Temos de nos conformar, quem não pode pagar, tem de graça, mas tem de aceitar. De graça??? Já pagamos antecipadamente por tudo aquilo e bem mais caro do que o plano de saúde. Nós somos umas amebas desqualificadas. Umas porqueirinhas insignificantes. Por isso não protestamos. Nem eu disse nada. Apenas disse que não estou acostumada a este tratamento. E saí. Brasileiro é bonzinho? Não. Brasileiro é demente. Se fosse sobre futebol, a grita seria grande. Chegue no guichet do campo de futebol e não encontre mais entradas para ver o barulho que fazem. As torcidas se mordem e se matam por um gol a mais ou a menos. Mas os direitos do cidadão são desprezados. O Hino Nacional é só uma musiquinha, a Bandeira só um pedaço de pano que ganha significado nas copas do mundo. Como perderam, as bandeiras foram queimadas por revolta. Ester Azoubel, por e-mail, via resistência democrática. Postado por BLOG DO MARIO FORTE

TPF APONTA PETISTA COMO MENTOR DOS DESVIOS MILIONÁRIOS DO MINISTÉRIO DO TURISMO

          Dirceu Ayres
A prisão de 36 pessoas pela Polícia Federal na semana passada – das quais oito eram funcionários do Ministério do Turismo – começou a desmontar uma quadrilha que, de acordo com a PF, atuava desde o governo Lula e desviou, pelo que se sabe até agora, 5 milhões de reais. As 12 horas de gravação e as 245 páginas do inquérito da PF indicam que o rombo pode ser muito maior: o bando pode ter desviado mais de 30 milhões de reais. Reportagem publicada em VEJA desta semana mostra que o mentor dos desvios, de acordo com as investigações, era o petista Mário Moyses. Militante do PT desde os anos 80, Moyses foi nomeado chefe de gabinete de Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo em 2000. Em 2004, coordenou a campanha derrotada da pestista à reeleição. Três depois, acompanhou Marta a Brasília Como seu secretário-executivo no Ministério do Turismo. Foi a partir desse cargo, o segundo Na hierarquia da pasta, que Moyses coordenou o esquema de desvios descoberto Na semana passada, aponta a PF.
Segundo a investigação, ele ignorou as exigências legais para selecionar ONGs que fariam convênios com o ministério. A Ibrasi, por exemplo, não precisou sequer apresentar documentos básicos para embolsar os 4,4 milhões de reais de uma emenda da deputada Fátima Pelaes. Bastou "caprichar na fachada do prédio para inspirar confiança”, seguindo conselho dado pelo atual número 2 do ministério, Frederico Costa, gravado pela Polícia Federal. O Ministério Público afirma que “toda a fraude teve início com o direcionamento do convênio por Mário Moyses”. A prisão do petista pela PF foi um tremendo choque para o PT paulista. Provas disso são as lágrimas vertidas por Marta Suplicy no plenário do Senado – assim com sua estratégia de se esconder num banheiro para fugir das perguntas dos jornalistas sobre seu ex-subordinado. E representa também um golpe nas pretensões políticas da senadora que, apesar da oposição do "dono" da legenda, o ex-presidente Lula, ambiciona disputar a prefeitura de São Paulo no ano que vem. Do site da revista Veja

A FICHA SUJA DO EXECUTIVO DO TURÍSMO

       Dirceu Ayres
ANDREI MEIRELES E MARCELO ROCHA. COM MURILO RAMOS. O homem nomeado para ser o segundo do Ministério do Turismo liberou dinheiro para obra que favoreceu empresa da família e está com os bens bloqueados pela Justiça por suspeita de desvio de dinheiro público EM CAUSA PRÓPRIA? Frederico Costa enviou verbas para a construção de rodovia que facilitou acesso a resort no interior de Goiás (acima) de propriedade de sua família O Ministério do Turismo foi criado em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acomodar o aliado PTB em seu governo. Nasceu com um orçamento de R$ 377,7 milhões, acanhado para os padrões da Esplanada. A pasta cresceu em tamanho e prestígio durante os dois mandatos de Lula. Chegou a 2010 com uma verba de cerca de R$ 7 bilhões para administrar. Ficou rico e passou a ser cobiçado pelos partidos que compõem a base de sustentação de Lula e, agora, da presidenta Dilma Rousseff. Com a perspectiva de realização no Brasil da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016, o ministério ganhou ainda mais destaque no mapa do poder. Parte significativa dos recursos para organizar as duas competições vai passar por ali. O novo protagonismo do Ministério do Turismo ficou manchado com a revelação de que verbas de convênios firmados pela pasta para patrocinar festas e eventos eram desviadas. O escândalo envolveu dezenas de parlamentares no momento em que o Congresso discutia o Orçamento da União para 2011. O senador Gim Argello (PTB-DF) renunciou à relatoria do Orçamento depois da descoberta de que destinou verbas para empresas de fachada. Com esse histórico de problemas recentes, esperava-se que a presidenta Dilma Rousseff tomasse providências para moralizar a gestão do Ministério do Turismo. Não foi bem o que ocorreu. Antes mesmo de assumir o comando da pasta, o deputado Pedro Novais (PMDB-MA), de 80 anos, protagonizou outro escândalo. Novais apresentou uma conta à Câmara em que pediu ressarcimento de despesas com uma suíte de motel em São Luís, no Maranhão, onde teria ocorrido uma festa com 15 casais. Apesar do constrangimento, Novais conseguiu ser confirmado como ministro por causa dos apoios do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), o líder do PMDB na Câmara. Estimulado por essa demonstração de força, Henrique Alves patrocinou na semana passada mais uma nomeação no ministério: a de Frederico Silva da Costa para secretário executivo, o segundo cargo mais importante da pasta. Antes de ser promovido, Frederico da Costa era o responsável pelos investimentos do ministério em obras de infraestrutura. Tinha como principal atribuição a coordenação do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que é financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foi lançado em março de 2008, durante a gestão da petista Marta Suplicy. Na primeira leva de empréstimos do Prodetur foram destinados R$ 13 milhões para a construção de uma rodovia em Goiás, a GO-507, que reduz em cerca de 30 quilômetros o percurso para os turistas das regiões Sul e Sudeste que visitam a região de Rio Quente, onde está localizado o Rio Quente Resorts, um dos principais pólos turísticos do país, por causa de suas águas termais. A nova rodovia facilitou o acesso para 70% do cerca de 1 milhão de turistas que anualmente visitam o resort, mas, ao mesmo tempo, suscita uma questão de possível conflito de interesses. Metade do capital da empresa Rio Quente Resorts – maior beneficiária da construção da estrada – pertence à família de Frederico da Costa. Além disso, o empreendimento é dirigido por seu irmão, Francisco Costa Neto. Em resposta por escrito enviada pela assessoria do Ministério do Turismo, Frederico da Costa não tratou da questão do conflito de interesses e justificou o financiamento da construção da estrada como um atendimento a um pedido do governo de Goiás em favor de uma das maiores áreas turísticas do país. Outro programa do Ministério do Turismo, o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), também beneficiou o resort da família do novo secretário executivo com um financiamento. A Caixa Econômica Federal, que administra o Fundo, se nega a revelar o valor dos repasses com o argumento de que seria uma quebra de sigilo bancário. Além disso, no ano passado, pela primeira vez em 18 anos, o tradicional Rally dos Sertões teve uma de suas etapas no Rio Quente Resorts. Foi também a primeira vez que o evento recebeu verbas do Ministério do Turismo: R$ 806 mil. Nesse caso, o ministério afirma que o patrocínio ao evento decorreu de um convênio com o governo de Goiás. Na secretaria executiva, Frederico da Costa terá influência em todo o ministério, com poderes sobre os bilionários projetos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Será um salto em relação às funções públicas assumidas por ele a partir de 2003, ocasião em que trocou o emprego em uma das empresas da família, a Graham Bell Engenharia de Telecomunicações, por um cargo no então recém-criado Ministério do Turismo. Frederico entrou no governo Lula pelas mãos do então ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, do PTB, e foi escalado como responsável pela gestão de recursos e investimentos em infraestrutura turística. Na época de sua entrada no governo, ele tinha valores modestos sob seu comando – R$ 52,8 milhões. Num crescimento espetacular, as verbas do ministério para obras de infraestrutura somaram no ano passado cerca de R$ 2,7 bilhões (leia o quadro). No governo federal, Frederico da Costa mostrou aptidão para administrar um orçamento com volume de recursos crescentes e desenvoltura para conquistar aliados políticos. Ele sobreviveu à saída do PTB do ministério e foi promovido nos quatro anos em que o PT administrou a pasta. Em todo esse período, Frederico cuidou da distribuição de verbas para a construção de rodovias e outras obras de infraestrutura em todo o país. Com esse cacife, Frederico da Costa caiu nas graças de vários políticos. Um deles foi o deputado Henrique Eduardo Alves, que se tornou seu principal padrinho. Se tem a seu favor a gratidão e o apoio de políticos como Henrique Eduardo Alves, o novo secretário executivo tem contra ele alguns problemas na Justiça. Desde fevereiro de 2010, Frederico da Costa, seu pai, Francisco Hyczy da Costa, e seu irmão, Francisco Costa Neto, estão com os bens bloqueados pela Justiça Federal no Tocantins. Eles são acusados de praticar fraudes para desviar recursos públicos. De acordo com o Ministério Público Federal, no final da década de 90 a família de Frederico abriu a empresa Forasa Indústria Alimentícia S.A. e solicitou um financiamento à Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). O empréstimo de R$ 4,7 milhões seria aplicado na construção de uma fábrica de processamento de tomate no município de Formoso do Araguaia, no Tocantins. Durante o ano de 2000, a Forasa recebeu o total do empréstimo em quatro parcelas e, de acordo com o contrato, deveria investir igual valor no empreendimento. A Polícia Federal apurou que nenhum centavo foi aplicado na construção da fábrica e que o valor total do empréstimo foi desviado. Segundo a denúncia do MPF, diretores da Forasa teriam falsificado notas fiscais, contratos de prestação de serviço, cheques e recibos. As atas de assembleia-geral simulavam o aumento do capital social da Forasa, com um depósito de mais de R$ 1,5 milhão na conta da empresa. Os extratos foram incluídos nas prestações de contas à Sudam. Mas os valores eram sacados e desviados para o pagamento de serviços não executados pelas empresas Aliança Projetos e Construções Ltda., Gebepar S.A. e Campina Verde Ltda. Os investigadores não conseguiram localizar nem o endereço da Aliança, apontada na denúncia como uma empresa-fantasma. O CHEFE E O PADRINHO Pedro Novais (foto anterior.) será o superior hierárquico de Frederico da Costa no Ministério do Turismo. Henrique Eduardo Alves (acima) patrocinou a nomeação de ambos Frederico era diretor presidente da Forasa e presidente de seu conselho de administração quando a empresa obteve o financiamento da Sudam. De acordo com sua versão, ele deixou os dois cargos em outubro de 2000, quando apenas uma das quatro parcelas havia sido liberada. Mas se manteve como acionista até dezembro de 2002, quando se desligou dos negócios da família para ingressar no governo Lula. Em seu currículo no site do Ministério do Turismo, Frederico omite sua participação na Forasa. Ele registra apenas que no mesmo período foi diretor financeiro da Graham Bell, outra empresa da família. A Gebepar e a Campina Verde, que emitiram notas frias, também são empresas da família. A Gebepar é dona de 50% do Rio Quente Resorts – o balneário beneficiado pela rodovia pavimentada com recursos do Ministério do Turismo. Na nota enviada a ÉPOCA, a assessoria do ministério afirma que “no período em que o secretário participou da direção da empresa foi liberada uma parcela do financiamento, no valor de R$ 850 mil, cuja aplicação foi fiscalizada e aprovada pelo órgão competente”. Os dois técnicos da Sudam encarregados da fiscalização, porém, foram denunciados à Justiça pelo Ministério Público Federal como envolvidos na fraude. Segundo a acusação, eles apresentaram relatórios que informavam que o projeto tinha andamento normal e atestaram a realização de várias obras de construção civil. Ao vistoriar o local do empreendimento, a Polícia Federal comprovou a fraude. Os agentes constataram que nada foi construído no imóvel onde deveria ter sido erguido o parque industrial da empresa. Nos 5 hectares do terreno, foi encontrada apenas uma plantação de melancias. Quando entrou para o governo, em 2003, Frederico da Costa não estava com os bens bloqueados. Ainda não havia motivos para impedir sua nomeação. Agora é diferente. Ao chegar ao segundo posto mais importante do Ministério do Turismo – na prática, o principal responsável por sua máquina –, Costa ostenta graves pendências na Justiça. Desta vez, o governo teria sólidas razões para avaliar, com mais cuidado, a promoção de um homem com suspeitas de envolvimento em dinheiro público para um posto tão importante da Esplanada dos Ministérios.