quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A CORRUPÇÃO NÃO PODE PARAR! OS LADRÕES ESTÃO INDIGNADOS COM A FAXINA DE DILMA.

          Dirceu Ayres
A corrupção no Brasil é tratada como um desvio da norma, um pecado contra a lei de Deus. Não é. A corrupção no Brasil é hoje um importante instrumento político, quase um partido. Nos últimos anos adquiriu novas feições, virando um "quarto poder". Antigamente, a corrupção era uma exceção; hoje é uma regra. E não se trata mais de um "que horror" ou "que falta de vergonha" - ficou claro que o país está inibido para se modernizar, porque a corrupção desmedida cria "regras de gestão". O atraso no Brasil é um desejo colonial que persiste e dá lucro. Só agora estamos vendo o tamanho dessa mutação, quando o Executivo tenta a "faxina" e depara com a resistência indignada do Congresso. Deputados resmungam pelos cantos: "Onde tudo isso vai parar?" Um bloco de 201 deputados comunicou que "enquanto não se resolverem os problemas de cargos e emendas, não se vota mais nada..." Tradução: "Enquanto não deixarem a gente roubar em paz, como nos bons tempos do Lula, não se vota nada." Congressistas reclamam que Dilma "não respeita as regras do jogo". Ladrões de galinha reclamam contra algemas, contra as belas fotos de presos de peito nu (que adorei...), detalhes ridículos comparados aos crimes de bilhões no turismo, na agricultura e nos transportes e outros que virão. Dizem: "Se ela continuar assim, não chega ao fim do mandato..." O próprio Lula telefonou para a presidente: "Dilma... pega leve com o PMDB..." Ou seja, há um país paralelo de políticos, ONGs fajutas, empresários malandros com leis próprias - o legado de Lula, que transformou uma prática criminosa dissimulada em descarada "normalidade". Essa foi a grande realização de seu governo e se divide em duas fases. Quando Lula chega ao poder em 2002, havia um "comitê central" que o orientava (ou desorientava). Este grupo de soviéticos desempregados viu, na sua vitória, a chance de mudar o Estado, usando a democracia para torná-la "popular", uma tosca versão remendada de "socialismo". Para isso, era necessário, como eles dizem, "desapropriar" dinheiro de um sistema "burguês" para fins "bons". Essa racionalização adoçava a água na boca dos ladrões na hora do ato, pois o véu ideológico de um remoto "Bem futuro" os absolvia a priori. Nessa fase, Lula foi um coadjuvante - sabia de tudo e nada fazia para deixar os cumpanheiro cumprir sua tarefa. Roberto Jefferson, com sua legítima carteirinha, destruiu a quadrilha que angariava grana para eleger o Dirceu presidente em 2010. Com sorte, Lula livrou-se da tutela de soviéticos e pôde, no segundo mandato, realizar seus sonhos de grandeza, que acalentava desde que descobriu que ser líder carismático dos metalúrgicos era bem melhor do que trabalhar. Aí surgiu o novo Lula: uma miniatura, um bibelô perfeito para triunfar na mídia aqui e no exterior. Ele é portátil, com um nome tão legível e íntimo como "Pelé". Lu-la, como "Lo-li-ta", como Nabokov enrolava a língua para descrevê-la... Lula conta com a absolvição a priori por ser um operário, um "excluído que se incluiu". Lula é um mascote perfeito: baixinho, barbinha "revolucionária", covinhas lindas quando ri, voz grave para impressionar em seriedade, talento para forjar indignação como se fosse vítima de alguma injustiça ou como o próprio povo se defendendo. Esquemático e simplista, mas legível para o povão sem cultura e para os estrangeiros desinformados, Lula resume em meia dúzia de frases a situação geral do país, que teve a sorte de ser um dos emergentes cobiçados pela especulação internacional. Com a estabilidade herdada do governo anterior e com dinheiro entrando, ele pôde surfar em seus truísmos sem profundidade, como se a verdade morasse na ignorância. Lula não governou para o PT nem para o país; governou para sua imagem narcisista, governou em "fremente lua de mel consigo mesmo", num teatro em que éramos a platéia. Seu repertório de frases feitas é composto dos detritos de chavões dos seus ex-soviéticos sindicalistas: fome X indigestão, elite e povo, imperialismo americano e Terceiro Mundo que incluía ate o Kadafi e outros assassinos. Claro, sempre houve corrupção (com FHC, com todos), mas era uma prática lateral, ainda dissimulada. A grande "inovação" (essa palavra da moda) de Lula foi apropriar-se (com obsceno oportunismo) de 400 anos de corrupção endêmica e transformá-la em alavanca para governar, mantendo sua fama de "tolerante e democrático". No seu ideário, feito das migalhas que caíram da mesa leninista, "corrupção" é coisa "menor", é problema de pequeno burguês udenista. Pensou: "No Brasil , sempre foi assim; logo, o importante é me deixarem curtir o mandato, hoje que eu sento ao lado de rainhas, com o aval de uma "santidade" de esquerda que peguei dos comunas que me guiaram." Ele se confundia com o Estado. Se ele ia bem, o Brasil também. Essa foi a "palavra de ordem" para o ataque geral a todos os aparelhos do Estado pelos ladrões. Sua irresponsabilidade narcisista deixou Dilma nesta sinuca histórica: se não fizer nada contra as denúncias insofismáveis, perde poder e prestígio; se fizer, perde também. Quem ganha com isso? Só ele e a coligação dos escrotos interpartidários. Se nossa abobalhada oposição conseguir uma CPI contra o governo Dilma, isso só beneficia o PMDB e aliados da caverna de Ali Babá. Ainda bem que alguns senadores decentes se unem para dar apoio à faxina das donas de casa do Executivo. A opinião pública também dá sinais de reação. Vamos ver. Pelas mãos de Lula, instituíram a chantagem como método político. Lula inventou a "ingovernabilidade" a que assistimos. Os assaltantes estão com saudade e querem que ele volte para normalizar tudo, como um "Luiz Inácio Bonaparte da Silva", como um "caudilho da vaselina". Tudo o beneficia para 2014. Temíamos um "peronismo" sindicalista no país, mas isso não existe. Só existe o PMDB. Arnaldo Jabor. BLOG LILI CARABINA. Postado por Blog do Beto

Diante das denúncias de que pagou mesada, Mário Negromonte, ministro das Cidades, afirma que PP sofrerá conseqüências do racha

    Dirceu Ayres          

BRASÍLIA - Um dia depois de ser advertido de que, se insistisse em se meter na disputa interna do PP , seu partido, poderia perder o cargo, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, partiu para o ataque e alertou a legenda das consequências do racha na bancada: - Em briga de família, irmão mata irmão, e morre todo mundo. Por isso que eu disse que isso vai virar sangue. Acusado de oferecer mesada de R$ 30 mil para os deputados do PP , ele diz que está disposto a ir até a CPI e desafia qualquer deputado do partido a formalizar a acusação contra ele. " Em briga de família, irmão mata irmão, e morre todo mundo. Por isso que eu disse que isso vai virar sangue "Numa conversa de duas horas, Negromonte disse ao GLOBO que foi procurado por um grupo de deputados porque o ex-ministro das Cidades Márcio Fortes começou a colher assinaturas para derrubar o deputado Nelson Meurer (PP-PR), o ex-líder substituído pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Fragilizado no cargo por falta de sustentação política, ele reconhece que a sua situação é ruim e diz que não tem apego ao cargo. Mas manda um recado ao PP: se ele cair, o ministério não vai nem para um grupo nem para o outro. Mas, sim, para um terceiro nome, numa referência ao que aconteceu com o Ministério dos Transportes: Dilma não aceitou indicação do partido e efetivou o ministro Paulo Sérgio Passos. Negromonte recordou que, no partido, foi do grupo que defendeu a candidatura de Dilma quando ela tinha 2%. E avisa: se for chamado para uma conversa, vai contar tudo o que aconteceu. O senhor foi acusado de oferecer mesada para deputados do PP que tinham se rebelado. MÁRIO NEGROMONTE: O que aconteceu é que o outro grupo (do ex-líder Nelson Meurer) veio me pedir apoio. Os deputados falaram que o ex-ministro Márcio Fortes (Cidades) estava coletando assinaturas para derrubar Meurer e que pediu assinatura até para o deputado Roberto Balestra (PP-GO). Mas não participei disso e nem ofereci nada a ninguém. Um grupo de deputados é que saiu falando essas coisas. Ninguém nunca tratou de coisa errada comigo. Essa briga na bancada acaba respingando em mim. Só quero saber uma coisa: quem foi a pessoa que disse isso? Não tem. Se a presidente Dilma me perguntar, vou falar que o Márcio Fortes estava entrando na disputa da bancada. O que motivou essa denúncia contra o senhor? NEGROMONTE: Quero que tenha CPI. Aí, quero ver se alguém vai dizer que ouviu de mim alguma proposta. O que acontece é que a bancada do PP começou a se digladiar. Um começou a atacar o outro. Então vai o meu alerta: em briga de família, irmão mata irmão, e morre todo mundo. Por isso que eu disse que isso vai virar sangue. Esse pessoal não sabe avaliar os riscos. Não devemos expor as vísceras. Quais são os riscos? NEGROMONTE: Imagine se começar a vazar o currículo de alguns deputados. Ou melhor, folha corrida. Mas não vou citar nomes. Quero pacificar. Só quem perde com isso é o partido. Se a gente continuar dividido, o que vai acontecer é que ninguém vai ficar aqui: a presidente Dilma vai dar um ministério para um terceiro nome. O senhor está sendo vítima de fogo amigo? NEGROMONTE: Lógico que sou vítima do fogo amigo. Para acabar com esse fogo amigo, um revólver só não resolveria. Teria que ser uma metralhadora para sair atirando. Esse pessoal não sabe medir as consequências. Tem muita insatisfação comigo no PP, no PT e do ex-ministro Márcio Fortes com sua equipe. Pelo que o senhor fala, todo mundo pode sair ferido nessa briga? NEGROMONTE: Por isso, vou tentar pacificar. Quem sofre mais com essa briga intestina sou eu. Eu trabalhei para que o PP saísse das páginas policiais, quando houve o escândalo do mensalão. Na ocasião, assumi a liderança da bancada. Ajudei o partido a crescer. Agora, vem um grupo que não pensa no partido. Aliás, essa turma que se rebelou é a turma que ficou contra a Dilma: os deputados Paulo Maluf (PP-SP), Esperidião Amin (PP-ES), Dudu da Fonte (PP-PE) e Ricardo Barros (ex-deputado do PP-PR). E ainda há disputas regionais, como em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná e Pernambuco. A presidente Dilma Rousseff já pediu explicações ao senhor depois das denúncias? NEGROMONTE: Até agora, a presidente Dilma não me chamou para conversar. Se isso acontecer, vou responder a tudo o que ela perguntar. Quero sair daqui como entrei. Não quero sair do governo com mancha. Se um dia eu cometer um erro, vou pessoalmente falar com a presidente Dilma e entregar o cargo. Na semana passada, durante o voo para São José do Rio Preto, a presidente Dilma falou comigo e pediu para conseguir de volta a unidade da bancada. Estou tentando fazer isso. Como é sua relação com a presidente Dilma? NEGROMONTE: Ela sabe que fui companheiro de primeira hora, num momento em que muitos apoiaram o (tucano José) Serra. O PP não deu apoio oficial a Dilma porque muitos impediram. Mas Dilma sabe que, aqui no Cidades, não tem negócio errado. Já falei para o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência): "Se tem ministro sério no governo, não tem mais do que eu." Antes de ser confirmado ministro, passei 20 dias "na chuva". Investigaram tudo contra mim e não encontraram nada. Tenho seis mandatos e nenhum processo. O Planalto avalia que o senhor perdeu a sustentação política com a bancada rachada. É possível reverter isso?NEGROMONTE: Nem eu quero ser ministro de meia bancada. Mas o que há é dificuldade para atender os deputados. Isso é verdade. Aqui, não está acontecendo nada. No governo Dilma, é preciso suar para liberar dinheiro. Tem que ser um maratonista. Isso porque a presidente Dilma é muito detalhista. E isso cria insatisfação na bancada. Tenho R$ 3,8 bilhões de emendas em restos a pagar. Desse total, R$ 300 milhões estão encaminhados. Mas só consegui liberar R$ 25 milhões. Quando tem dinheiro para as emendas de restos a pagar, já vem a lista do Planalto. Isso gera muita insatisfação. Como o senhor avalia sua permanência no governo? NEGROMONTE: Minha situação é ruim com a bancada rachada. Mas eu não tenho apego ao cargo. Estou cumprindo uma missão. Eu só tenho apego ao meu mandato, com 170 mil votos. O que acontece é que eu estou contrariando muitos interesses. Recebo várias indicações. Mas aqui não tem indicação política. Essa é a recomendação da presidente Dilma. Por isso, os deputados ficam com raiva, como se eu tivesse vetado as indicações. Quanto maior o cargo, maiores a responsabilidade e a humildade. Quero dizer que vim aqui para fazer amigos. E se a presidente Dilma pedir o cargo ao senhor? NEGROMONTE: Antes de ela (Dilma) falar comigo, eu mesmo coloco o cargo à disposição. E volto para a Câmara para defender o governo Dilma. O que eu não quero é sair com a marca de que fiz coisa errada. Postado por O Globo.

MINIISTÉRIO DAS CIDADES OFERECE MESADA EM TROCA DE APOIO.

                 Dirceu Ayres
Em guerra para retomar o controle do PP, o ministro Mário Negromonte ofereceu pagamentos de 30.000 reais a parlamentares da legenda.Depois dos escândalos que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto está apontado desde a semana passada para o gabinete do ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades. A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado traz informações levadas à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por um grupo de parlamentares do PP. Em guerra aberta com uma parte da legenda pelo controle do partido, Negromonte estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio.Segundo relatos dos deputados que foram convocados para reuniões na pasta, a ofertas em troca de apoio incluem uma mesada de 30.000 reais para quem aderir. O PP é o terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores. Controla há anos o Ministério da Cidade, que dispõe de um orçamento de 22 bilhões de reais e programas de forte apelo eleitoral em todos os cantos do país. Na formação do governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas. Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de cinco anos no governo Lula. Há duas semanas, o grupo ligado ao ex-ministro conseguiu destituir da liderança do partido o deputado Nelson Meurer, aliado de Negromonte. Colocou no lugar dele Aguinaldo Ribeiro, aliado de Márcio Fortes. Ao perceber o poder se esvaindo, Negromonte contra-atacou montando um bunker numa sala anexa ao seu gabinete, onde quatro aliados de sua inteira confiança – os deputados João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria – tentam persuadir os deputados a se alinhar novamente com o ministro. Apenas na última terça-feira, doze parlamentares estiveram no ministério. Sob a condição do anonimato, três deles revelaram que ouviram a proposta da mesada de 30.000 reais. Confrontado, o ministro atribui tudo a um jogo de intrigas e aponta o rival Márcio Fortes como responsável: “Sei que há boatos de que pessoas vieram aqui para fazer isso e aquilo, da mesma forma que o pessoal estava dizendo que o Márcio Fortes foi lá na liderança fazer promessa, comprometer-se na tentativa de arranjar assinatura. Não me cabe ficar comentando boato”. Fortes, por sua vez, rebate de maneira lacônica: “No dia 31 de dezembro, deixei o cargo de ministro e me afastei das atividades partidárias”. A compra de votos não de parlamentares não é algo novo na história do PP, um dos protagonistas do escândalo do mensalão – que, aliás, envolvia pagamento de mesada. Na ocasião, líderes da legenda receberam 4,1 milhões de reais em propina e quatro integrantes do partido estão denunciados no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal. O Ministério das Relações Institucionais confirma ter recebido as denúncias e está acompanhando a guerrilha do PP com muita atenção. A presidente Dilma Rousseff também já foi informada do problema. Blog da Resistência Democrática no Resistência Democrática. Postado por BLOG DO MARIO FORTE