quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PROTESTO CONTRA A BANDALHEIRA DO PT

                                                                      Dirceu Ayres
Protestos em Brasília e outras 34 cidades contra a roubalheira e a impunidade: UNE CUT e outras organizações pró-governo silenciam  Protestos populares têm apoio de OAB, ABI e CNBB — e o silêncio cúmplice e vergonhoso de entidades como a CUT, a UNE e o MST Ricardo SettiA Polícia Militar do Distrito Federal calculou, imprecisamente, em “milhares” as pessoas que se manifestam em Brasília contra a corrupção neste Dia da Pátria, em longa marcha que atravessou a Esplanada dos Ministérios e terminou diante do Congresso Nacional. Mais tarde, os cálculos mencionavam 25 mil pessoas.Os protestos ocorreram paralelamente à parada militar que comemora o 7 de setembro. A principal manifestação contra a corrupção começou por volta das 10 horas próximo ao local da parada. Os manifestantes levaram carros de som, cornetas, tambores e apitos para chamar a atenção da presidente Dilma e dos políticos.  A Presidência, no entanto, tomou o cuidado de isolar a região do desfile de forma que Dilma não veja nem ouça o protesto. Vocês não estão notando nada de novo — além da excelente notícia de que a até então amorfa, anestesiada sociedade brasileira começa a se mexer?Dou-lhes uma, dou-lhes duas… Cadê a CUT?  Onde estão os raivosos barbudos que dirigiam a entidade e, de tão oposicionistas, costumavam se recusar a atender a convites de presidentes eleitos pelo povo para dialogar no Palácio do Planalto (aconteceu com Collor e com FHC)? Onde estão seus atuais dirigentes para protestar contra a roubalheira em vários Ministérios, contra a impunidade e a safadeza?Cadê o Paulinho da Força Sindical, que, de próximo às oposições, agora que está no PDT e é deputado também gosta cada vez mais de ser correia de transmissão do governo? Cadê a UNE? (Eu sei a resposta: está amortecida pelo dinheirão que vem do governo direto para os cofres dos picaretas que a dirigem). Cadê o MST, que protesta contra tudo e todos? Nem sequer nos sites da UNE e da CUT, até agora há pouco, havia qualquer referência a protestos, e praticamente nada ao evento 7 de setembro em si. Os protestos foram convocados via redes sociais como iniciativa da cidadania e não querem ter cor partidária — tanto é que já houve, em Brasília, enfrentamentos entre manifestantes e um grupo de militantes do PSOL. Se os protestos aumentarem de vulto nos próximos dias, semanas e meses — nunca se sabe, mas é uma possibilidade — e essas entidades continuarem de boca fechada vai ficar claro o quão pouco eles representam quem dizem representar. Seu silêncio, hoje, é cúmplice — e vergonhoso.

HAVIA ALGO DE DIFERENTE NOS FESTEJOS DE 7 DE SETEMBRO

    Dirceu Ayres
Suponha que uma autoridade, achegando-se a Dilma na parada de 7 de Setembro, quisesse puxar conversa para distrair a presidente.Suponha que a autoridade não soubesse como começar. Uma saída seria indicar com o queixo a multidão do outro lado da rua e perguntar: — Fora isso, senhora presidente, o que está achando da festa?Havia algo de diferente nos festejos do Dia da Independência. O desfile oficial subia a Esplanada, no sentido inverso ao da Praça dos Três Poderes. Na outra via, a ‘Marcha Contra a Corrupção’ descia rumo à praça onde estão assentados os prédios do Congresso, do STF e do Planalto. Convocada pelas redes sociais da internet, a marcha começou tímida. Na altura da Catedral de Brasília, reunia algo como 2 mil pessoas.Aos pouquinhos, foram chegando os retardatários. Súbito, pessoas que foram ao meio-fio para assistir ao desfile oficial aderiram à passeata anticorrupção. No final, estimou a PM de Brasília, o grupo que pedia o fim da ladroagem reunia cerca de 25 mil pessoas (veja as fotos aqui). Alheia à programação paralela, Dilma dividia o pedaço de palanque que lhe coube com seus familiares. Separada dos manifestantes por um tapume, Dilma parecia divertir-se com o neto Gabriel, no colo da filha Paula. Gabriel e a rapaziada da marcha, eis o que havia de diferente na festa brasiliense da Independência. Na face do neto de Dilma, a inocência de um brasileiro indefeso. Na cara dos manifestantes, a impaciência de brasileiros em busca da legítima defesa. Para alguma coisa o lero-lero higienizador de Dilma serviu. A faxina não foi feita. Mas o vaivém expôs a sujeira que os tapetes já não conseguem esconder. Ao livrar o pescoço de Jaqueline Roriz (PMN-DF) da lâmina, a Câmara ajudou a acender o pavio. "A absolvição dela foi o estopim para essa marcha", disse o estudante Marcos Maia, 18, um quase homônimo do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).Tomados pelas faixas e palavras de ordem, os manifestantes se insurgiam contra todo o melado que escorre dos podres poderes.Houve ataques ao voto secreto no Legislativo. Faixas e cartazes mencionavam a roubalheira nos ministérios. Promoveu-se a lavagem simbólica da pasta da Agricultura e do Congresso. Apelou-se pela aplicação da Lei da ficha Limpa. Protestou-se até contra Ricardo Teixeira, o eterno presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Em meio à multidão de jovens, algumas rugas. Alzerina Salles Pereira, 66, aposentada, foi ao asfalto vestida de preto. "Aqui no Brasil, o dinheiro sobra para poucos, enquanto muitos passam fome", queixou-se.Também presente, Ophir Cavalcante, o presidente da OAB, construiu uma analogia do movimento nascente com outros períodos históricos:"Essa é uma forma de dizer que país queremos, com moralidade e justiça. É um grito que precisa ser ouvido…”“…A classe média saiu de casa e veio para a rua. Foi assim com as Diretas-Já e com o impeachment. É assim que começa."Difícil saber se o movimento ganhará as proporções insinuadas por Ophir. Mas num ponto o mandachuva da OAB tem razão: “É assim que começa.”Ficou demonstrado que, se quiserem, os patrícios também podem fazer da internet plataforma de lançamento para uma “Primavera Brasileira”.Dependendo de como reagir, Dilma pode entregar ao neto Gabriel um país com menos lodo. Ou não.

JUIZA SINCERA POE ORDEM NA CASA E CONDENA ENVOLVIDOS NO MENSALÃO DO DEM.

 Dirceu Ayres
Sem alarde, a juíza Gislaine Reis, da 4ª Vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, expediu no dia 24 de agosto uma sentença alvissareira. Condenou cinco empresas a devolver às arcas de Brasília R$ 240,8 milhões. A novidade veio à luz em notícia do repórter Filipe Coutinho, na Folha.Eis as logomarcas condenadas: Linknet (R$ 79 milhões), Linkdata (R$ 50 milhões), Prodata (R$ 38 milhões)… …Conecta (R$ 36 milhões), Poliedro (R$ 35 milhões) e Brasil Telecom (R$ 2,8 milhões).Excetuando-se a Brasil Telecom, as demais foram citadas por Durval Barbosa como provedoras do esquema batizado de mensalão do DEM.Antes de se tornar um delator premiado, Durval comandou a Codeplan (Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central).Contratado na gestão de Joaquim Roriz, Durval foi aproveitado na equipe do sucessor dele, José Roberto Arruda.A sentença de Gislaine envolve justamente contratos celebrados pela Codeplan. Tudo em caráter emergencial, sem licitação. “Absolutamente ilegal”, anotou a juíza.Empresas de informática, as fornecedoras da Codeplan venderam à estatal produtos alheios ao seu ramo de atividade. A magistrada observou: "É bem de ver-se a desnecessidade de contratação emergencial para a colocação de carpete, gesso, persianas e fornecimento de copos e papel higiênico.” Servindo-se das revelações feitas pelo delator Durval, a PF constatou que a Codeplan está no DNA dos desvios de verbas que nutriram o mensalão brasiliense.O próprio Durval informara que os contratos da estatal serviram para financiar a campanha de Arruda e de deputados distritais do grupo dele. Os negócios que resultaram na condenação da juíza Gislaine são de 2006. São desse ano também os vídeos em que Durval aparece distribuindo dinheiro a políticos. Entre os personagens da cinemateca de Durval, estava a filha de Roriz. Eleita deputada distrital, Jaqueline Roriz (PMN-DF) fingiu-se de morta.Mais que isso: ajudou a cassar colegas pilhados nos vídeos. Pronunciou inflamados discursos pela ética. Num deles, chamou uma mensaleira de “cara de pau.”Em março de 2011, quando Jaqueline já ocupava uma cadeira na Câmara Federal, vieram à luz as cenas em que ela apalpa as verbas sujas de Durval.A despeito da força das imagens, a Câmara mandou ao arquivo, na semana passada, o pedido de cassação do mandato da filha de Roriz.Ao alvejar a caixa registradora dos corruptores, a magistrada de Brasília como que oferece um lenitivo ao contribuinte desamparado. Convém degustar a novidade rapidamente. Pode durar pouco tempo. A palavra da juíza Gislaine não encerra o caso. Cabe recurso.

OU O BRASIL ACABA COM O PT OU O PT ACABA COM O BRASIL

                                                          Dirceu Ayres
Mobilização contra corrupção no dia 7 de setembro Transcrito do Jornaljá Na próxima quarta-feira, no feriado de 7 de setembro, pessoas de todo o Brasil pretendem realizar um protesto contra a corrupção no país. A idéia da mobilização começou em São Paulo e se espalhou pelo site de redes sociais Face book. Internautas de todos os estados demonstraram interesse em participar da manifestação e o ato deve acontecer em todas as capitais e nas principais cidades. Segundo organizadores do movimento, as confirmações praticamente dobraram depois que a Câmara de Deputados arquivou o processo contra a deputada Jaqueline Roriz, acusada de quebra de decoro no caso do Mensalão do DEM em Brasília. Os manifestantes planejam mostrar faixas pedindo a CPI da Corrupção; a aplicação e efetivação da Lei da Ficha Limpa em 2012; a cassação de mensaleiros e outros políticos com crimes comprovados; e aprovação do projeto de lei Políticos sem sigilos. Em Porto Alegre os manifestantes têm como ponto de encontro o Monumento aos Açorianos, na Avenida Loureiro da Silva. A partir das 9h.Segundo a estudante Carla Zambeli, uma das organizadoras em Porto Alegre, foi combinado para que se use roupa preta, como se estivessem de luto pelo país, ou verde-amarela, em sinal de patriotismo. Os próprios manifestantes estão arrecadando dinheiro para compra de material, como tinta e faixas.Maiores casos de corrupção do país em 20 anos ainda tramitam na Justiça ( Agência O Globo) As dez maiores denúncias de corrupção das duas últimas décadas se arrastam nos tribunais do País sem um veredicto final. Das 841 pessoas mandadas para o banco dos réus, apenas nove (1,1%) foram condenadas definitivamente e apenas 55 (6,5%) chegaram a ser condenados em alguma instância, sem conseguir anular a pena ou recorrer em liberdade. O caso mais antigo da lista é o que levou ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor, no fim de 1992. Dezenove anos depois, as denúncias ainda são alvo de uma ação em andamento, contra seis acusados de extorsão e formação de quadrilha. Collor perdeu o cargo, mas foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e hoje é senador pelo PTB de Alagoas. Suspeito de desviar emendas parlamentares no caso dos Anões do Orçamento, de 1993, o ex-deputado federal Ézio Ferreira (PFL-AM, atual DEM) ainda responde por lavagem de dinheiro. O deputado Paulo Maluf (PP-SP) é procurado pela Interpol e não pode viajar ao exterior para não ser preso, mas nunca foi condenado definitivamente no Brasil por fraudes em sua gestão como prefeito de São Paulo Acusado de desvios no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e na Sudam, Luiz Estevão e Jader Barbalho deixaram o Senado e chegaram a ser presos, mas hoje planejam voltar ao Congresso. A Operação Anaconda, contra a venda de decisões judiciais, resultou na prisão do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Dois juízes e um procurador da República se livraram sem julgamento ou converteram a pena em multa. O mensalão, que derrubou o ex-ministro José Dirceu em 2005, só deve ser julgado no ano que vem. O chamado mensalão do DEM, que derrubou José Roberto Arruda do governo do DF em 2010, é o caso mais atrasado. O Ministério Público promete denunciar os acusados até o fim do ano. Postado por Laguardia

JOVENS MARCHARÃO NESTE 7 DE SETEMBRO CONTRA CORRUPÇÃO. MAS TÊM DE EVIDENCIAR A SUA CAUSA PRINCIPAL, QUE É O LULOPETISMO.

         Dirceu Ayres
Segue após este prólogo matéria sobre a marcha contra a corrupção organizada por grupos de jovens através das redes sociais da internet que se realiza em 17 Estados brasileiros nesta quarta-feira, 7 de Setembro, a data que em o Brasil comemora a sua independência.Resta saber se os participantes conseguem identificar as razões pelas quais a corrupção chegou a atingir níveis nunca antes vistos no país. Como contribuição a esse movimento que não está ligado a partidos políticos, desejo informar que a questão da corrupção no Brasil tem duas vertentes. Uma delas é a deformação do caráter da maioria dos brasileiros, algo que é congênito. A outra, mais pervesa, é de origem política. Basta olhar a história da República para ver que esse turbilhão de corrupção coincide com a chegada do PT ao poder, sobretudo do dito lulopetismo e que tem seu epicentro no célebre mensalão cujo processo se encontra em tramitação no STF. O lulopetismo - Lula + PT - resultou no que se conhece por base aliada onde a Oposição se torna um estorvo e um desvio. O lulopetismo pretende ser hegemônico e quem dele discorda é acusado de reacionário, direitista e outros epítetos análogos. Na verdade, vive-se uma nova espécie de fascismo no Brasil sob o PT.Se isto não ficar evidenciado como mote principal da manifestação, de nada valerá. O mapa acima apontando os locais onde ocorrerá o protesto tem incrível semelhança como o mapa político do Brasil resultante do último pleito presidencial. Vejam as informações sobre o evento: Na próxima quarta-feira, os festejos do dia da Independência não se limitarão aos desfiles militares. A comemoração verde e amarela será invadida por cartazes de indignação contra a safra de escândalos envolvendo figuras ligadas ao governo. Manifestantes espalhados por pelo menos 35 cidades vão pedir o fim da corrupção e da impunidade. Não há partidos políticos nem lideranças engajadas no movimento. Espontaneamente, 130 000 pessoas já confirmaram presença nos protestos através das redes sociais. “Muita gente me pergunta: será que vai funcionar mesmo? Eu acho que vai. O governo tem que acordar e perceber que não agüentamos mais”, aposta a gerente de projetos Carla Zambelli, organizadora do movimento NASRUAS. Como ela, jovens preparam manifestações e tentam estimular a disseminação da campanha. “O importante é unir forças”, diz. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro abrigam o maior número de cidades que terão eventos próprios. Mas a mobilização foi muito além da Região Sudeste. Haverá protestos no Acre, na Bahia, no Pará, no Paraná e em mais dez estados. Só na cidade de São Paulo, duas passeatas vão sair diante do prédio do Masp. Às 9 horas de quarta, um grupo abrirá o ato de protesto junto com o desfile da Independência. Durante a tarde, às 14 horas, uma escola de samba batizada de “Unidos contra a corrupção” tomará a avenida Paulista vestida de preto. Por enquanto, espera-se o comparecimento de 25 000 pessoas. Poucos habitantes, muitos manifestantes – Não só os moradores das capitais prometem protestar no dia da Independência. Com 60 000 habitantes, o município gaúcho de Carazinho já está vendendo camisetas para gritar contra a corrupção. Quase mil quilômetros distante, os moradores de Mairiporã, na região metropolitana de São Paulo, também já reuniram cerca de 500 pessoas através da divulgação boca a boca.