terça-feira, 1 de novembro de 2011

Internautas pedem para Lula se tratar no SUS. Folha censura comentários para impedir críticas ao pobrezinho.

        Dirceu Ayres

Apesar da solidariedade de eleitores e políticos de todos os partidos a Lula, o anúncio do câncer virou mote para uma onda de ataques ao ex-presidente na internet. Os críticos usam o anonimato para debochar do estado de saúde do petista em redes sociais e em comentários em sites de notícias. Em meio à massa de manifestações de apoio, há internautas que tentam culpar Lula pelo câncer -que pode ter sua causa no fumo- e defendem que ele se trate no SUS (Sistema Único de Saúde). Diante do tom agressivo de alguns leitores, a Folha.com chegou a suspender temporariamente os comentários em reportagens publicadas no fim de semana. O colunista Gilberto Dimenstein, que escreveu sobre o câncer de Lula no sábado, virou alvo do mesmo tipo de comentários e protestou com novo texto no dia seguinte. "Foi uma enxurrada de ataques desrespeitosos, desumanos, raivosos, mostrando prazer com a tragédia de um ser humano", afirmou ele. "Minha suspeita é que a interatividade democrática da internet é, de um lado, um avanço do jornalismo, e, de outro, uma porta direta para o esgoto do ressentimento e da ignorância", disse. Muitos internautas também protestaram nas redes sociais contra os ataques, e a assessoria de Lula informou que tem tentado poupá-lo, evitando mostrar as mensagens em tom desrespeitoso. Um dos e-mails mais enviados reproduz discurso do ex-presidente ao inaugurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em 2010. "Vou ser muito breve, porque estou com a garganta não muito boa e não quero ser o primeiro paciente desta UPA. (...) Ela está tão bem organizada, ela está tão bem estruturada, que dá até vontade de a gente ficar doente para ser atendido aqui", diz ele. Na versão que circulava ontem, a primeira parte foi cortada, induzindo o internauta a acreditar que o petista queria ser internado na UPA. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tais manifestações podem ser "uma espécie de recalque". Após debate sobre o Judiciário em seu instituto, FHC afirmou que considera as iniciativas um equívoco, disse que não as endossa e manifestou solidariedade a Lula, desejando que ele se "restabeleça prontamente".



UMA VOZ EM DEFESA DA LEI E DA ORDEM: SENADOR DEFENDE PENA DE MORTE PARA ASSASSINOS

      Dirceu Ayres                            

SENADOR CASSOL: em defesa dos cidadãos indefesos Apesar de nascido no Brasil e filho de brasileiros, o senador Reditario Cassol (PP-RO) carrega um forte sotaque italiano. Foi criado em uma colônia italiana em Santa Catarina por causa da origem de seus avós. O senador fala “ladrón” em vez de ladrão. Escapam-lhe boa parte dos plurais. Faltam-lhe nomes. Ele trata Gleisi Hoffmann a "primeira ministra" da presidente Dilma Rousseff. De passagem pelo Senado, já que é suplente do filho, Ivo Cassol (afastado para reestruturar o PP no estado), o ex-delegado tem 72 anos. Em Santa Catarina foi vereador pela Arena e delegado. Depois de migrar para Rondônia, seguiu carreira política e foi escolhido pelo regime militar para comandar a prefeitura de Colorado do Oeste. Na curta passagem pelo Senado, suscitou críticas ao pedir a aplicação de "chicote" em presos. Antes disso, havia se destacado por retirar o apoio à CPI da Corrupção, em circunstâncias obscuras. Em entrevista ao site de VEJA, Reditario Cassol defende a pena de morte, pede a redução da maioridade penal e lembra com saudades da ditadura militar. O que o senhor achou das críticas depois de defender o “chicote” nos presos? Eles entenderam mal. Antigamente até chicote havia. A borracha pegava. Hoje é o contrário. A gente era feliz e não sabia. Por quê? Quando eu comandei a delegacia, as coisas eram diferentes. Quando o camarada era preso, ele ia para a cana. As cadeias viviam quase vazias. O preso tinha que prestar serviço. Quando ele não obedecia, o chicote pegava. Depois do fim da pena, nunca mais você via o sujeito de novo. Hoje transformaram o presídio numa creche. Tem do bom e do melhor: comida trocada todo dia, com nutricionista fiscalizando. Tem os direitos humanos lá dentro, do lado deles, esquecendo das vítimas. E ainda com celular, visita íntima e atrás disso a família recebendo um salário de 862 reais, o auxílio-reclusão - esquecendo que as vítimas ficaram sem nada. É uma vergonha. Hoje a polícia prende, o camarada trupica, dá uma esfolada, e vai dizer que polícia empurrou. E o policial é processado. Os culpados somos nós, legisladores, que criamos leis que protegem criminosos. O senhor propôs uma revisão do Código Penal. Acha que o projeto vai avançar? Vai ser possível, tenho fé em Deus, em pouco tempo. Os malandros, quando são soltos saem dando risada gozando do juiz, delegado, dizendo que as leis de hoje estão a favor dele. O senador que for contra a proposta é porque atrás disso tem algo, alguma coisa aliado com quem não presta. Aquele que tem vergonha na cara não faz isso. Porque lugar de malandro é na cadeia. O senhor defende chibata para ministro corrupto? Tinha que ter cadeia para eles. Para mim, quem assalta uma casa ou rouba dinheiro público é ladrão do mesmo jeito. Mas o filho do senhor responde na Justiça por envolvimento em um esquema de corrupção quando era governador. Era problema dos deputados estaduais. Desafio quem prove que ele fez algo errado. A gente moralizou o estado. Aí eu pedi apoio para a Executiva Nacional do PSDB. Eles, em vez de atenderem o pedido, mandaram um ofício dando quinze dias de prazo para ele sair, senão iria ser expulso. Foi a razão por que saímos do PSDB e nos filiamos ao PP. O senhor é a favor a redução da maioridade penal? Quando o jovem completa 16 anos, ele passa a ser apto a escolher do vereador ao presidente. Mas os que cometem erros não respondem por eles. De 14 anos para cima, tem de ter cadeia para eles também. Eles precisam ser responsáveis pelos erros que cometem. Tem muito malandro que usa o menor porque sabe que ele não vai preso. E a pena de morte? Deveriam estabelecer: quem passa a cometer o segundo crime tinha que ir para a forca. É uma realidade. Passa pelo segundo crime, ou que fosse lá o terceiro: forca. Não pode ficar do jeito que está. Cometer dez, vinte crimes e ficar numa boa, no presídio. E o povo brasileiro, que trabalha, é quem sustenta.

Monalisa Perrone repórter do Jornal Hoje da Rede Globo é empurrada em transmissão ao vivo

     Dirceu Ayres    

Assim que entrou no ar por meio de um link ao vivo para o “Jornal Hoje” direto do hospital onde o ex-presidente Lula iniciou tratamento contra um tumor, a repórter foi violentamente empurrada por dois homens. Chocados com o incidente, os apresentadores Sandra Annemberg e Evaristo Costa cortaram a imagem e retomaram a atração direto do estúdio. A TV Globo estuda tomar medidas legais contra o grupo que empurrou a jornalista Monalisa Perrone durante reportagem. "Trata-se de pessoas cujo propósito é aparecer. Não é a primeira vez. Como houve agressão, a TV Globo estuda que medidas legais tomar", informou a Central Globo de Comunicação. A jornalista foi interrompida durante a transmissão do "Jornal Hoje" desta segunda-feira, 31, em frente ao hospital em que está o presidente Lula, que trata de um câncer na laringe. "Levei um susto enorme, estou tremendo, não sei se consigo falar direito. Em 20 anos de televisão isso nunca me aconteceu, um desrespeito enorme. Mas enfim, televisão ao vivo é isso", disse Monalisa ao voltar para o programa após o incidente. Em entrevista por telefone, o rapaz que se diz responsável pela invasão afirmou que não teve intenção de agredir a jornalista. “O nosso intuito não é agredir ninguém, é só invadir os links da Rede Globo,” disse, referindo-se às transmissões ao vivo da emissora. No ano passado, o mesmo grupo atrapalhou reportagens de César Tralli, na Globo. O rapaz declarou também que teria sido empurrado pelos seguranças da Rede Globo no momento em que se chocou com Monalisa Perrone ao vivo. “No vídeo, você pode ver que eu digo o seguinte: ‘Me derrubaram aqui’”. A repercussão do caso entrou nos trending topics do Twitter, que lista os assuntos mais comentados do dia na rede social. UOL

A vergonhosa saída honrosa de Orlando Silva.

                   Dirceu Ayres
Na cerimônia que marcou ontem, no Palácio do Planalto, a transmissão de cargo no Ministério do Esporte, a presidente Dilma Rousseff lamentou a perda de mais um ministro, mas celebrou a manutenção do apoio do PC do B ao governo. "Perco um colaborador, mas preservo o apoio de um partido cuja presença no meu governo considero fundamental", disse. A sigla, aliada do PT em todas as disputas à Presidência, havia indicado o ex-titular e também emplacou o substituto. O evento marcou a posse de Aldo Rebelo em substituição a Orlando Silva, que estava no cargo desde 2006 e caiu após acusações de envolvimento em supostas irregularidades em programas de responsabilidade da pasta, como o Segundo Tempo. O ex-ministro é investigado pela Procuradoria-Geral da República. No momento mais próximo de um mea-culpa, o novo ministro disse que o PC do B não está imune a falhas, mas que trabalha para "corrigir qualquer deformidade ou desvio próprio das relações humanas". Apesar da rápida autocrítica, a tônica da cerimônia foi de desagravo a Orlando Silva. A presidente Dilma destacou o "excepcional trabalho" realizado pelo ex-ministro e se disse triste com sua saída. "Esta cerimônia não estava nos meus planos, nos planos do governo. Muitas vezes somos conduzidos a situações que temos de enfrentar, com tristeza, mas com coragem e determinação", disse a presidente, que trocou o sobrenome do seu novo ministro de "Rebelo" por "Rabelo". O ex-ministro também falou em tom de desafronta. "Fico feliz de, depois de atravessar essa turbulência, olhar nos olhos da minha mãe, da minha mulher e da senhora [Dilma], e dizer 'eu sou inocente. '" Ao falar isso, Orlando foi aplaudido de pé. O novo titular da pasta aproveitou a deixa para dizer que a "luta política" derrubou seu antecessor. "Talvez, mais do que inocente, o senhor seja vítima", afirmou Aldo Rebelo. Mais tarde, em outra cerimônia, desta vez no Ministério do Esporte, o presidente do PC do B, Renato Rabelo, discursou durante nove minutos exaltando as qualidades do partido, que, segundo ele, foi vítima de uma "campanha sórdida". Nesse segundo evento, Orlando foi homenageado por servidores do ministério. Escolhida para representar os colegas, Valdete Pessoa, a mais antiga funcionária da pasta, chamou Orlando de "filho" e de um "cidadão maravilhoso e espetacular". O ex-ministro ganhou rosas amarelas e uma caixa de chocolate. Sua mulher, Ana Petta, presente à cerimônia ao lado da mãe do ex-ministro, ganhou uma orquídea. Integrantes da cúpula do ministério, que também chancelaram convênios considerados suspeitos, estiveram presentes às duas cerimônias. Aldo Rebelo disse que somente a partir de hoje decidirá e anunciará as mudanças que pretende fazer na estrutura da pasta. Já Orlando anunciou que pretende ser candidato nas eleições de 2012. Segundo ele, o tema foi tratado em conversa com o ex-presidente Lula.(Da Folha de São Paulo)

COMEÇOU A CONTAGEM REGRESSIVA

            Dirceu Ayres
Não é que eu deseje o mal para as pessoas. São ellas que, com seu comportamento indecoroso ou safado ou dissimulado e, às vezes até de ladrões dos cofres públicos (que nada mais são que o nosso suado dinheirinho) merecem algum tipo de castigo. Nesse caso em particular, o lulla desde 2003 permitiu que toda a administração pública fosse ocupada por Militontos petistas e deixou que os ocupantes dos cargos mais importantes partilhassem entre sí o dinheiro destinado a mudar o país. Elle saiu só fisicamente da presidência, porém, com os outros dois amigos inseparáveis, José Dirceu e Palocci, continuam dando as cartas no palácio do planalto. Como o lulla instituiu a imputabilidade a qualquer participante de seu partido ou de partidos aliados, criando a impunidade aos amigos e as "duras letras da Lei" aos inimigos, durante sua gestão nunca houve um ao menos um desonesto que tenha sido condenado. Além disso, elle indicou a maioria dos ministros do stf (agora merecidamente com minúsculas) e os mantêm de mãos e pés atados além do rabo preso -muito provavelmente escape um ou dois- que não movem uma palha para que a Lei prevaleça. Rasgaram a constituição e estão fazendo valer opiniões pessoais e não de direito. Assim, como para toda Ação há uma Reação, já que a Lei dos homens não vale para os políticos, a causa primeira de todas as coisas, se encarregou de mandar um recado e, exatamente, no local certo: nas cordas vocais a fim de que, até que elle fique curado, pare de falar tanta merda. A justiça tarda, mas não falha! Aqui se faz aqui se paga; se não nessa, certamente numa próxima encarnação. Há ocasiões em que o arquiteto do universo manda recados através de familiares para que o ser que está em erro sofra e pare para reflexão de se vale a pena roubar o povo. Com relação ao câncer, a contagem regressiva começou com a governANTA, depois o bufão do Hugo chaves, agora o lulla e ainda faltam todos os comunistas da amérdica do sul; a começar pelo comandante Fidel, passando pelo índio de araque (R.A) evo morales, o padre comedor lugo, o bonitão Rafael Correa etc...etc..etc. Com certeza não serão esquecidos pelo mal que causam -cada um à sua maneira- ao sofrido povo que infelizmente não têm sangue nas veias. A justiça dos homens deveria ser cega, mas há alguns políticos que são incomuns no conceito de alguns! Da minha parte quero que elle (o lulla) colha o que plantou: a divisão do povo brasileiro em várias categorias inexistentes até sua chegada ao poder, ou seja, hoje existem brancos e pretos pobres e ricos, letrados e analfabetos úteis, gays e heteros etc. Que elle se dane! Lula deixa hospital e segue para casa em São Bernardo - politica - política - Estadão Postado por o copista Paschoal

RAPARIGA DE SOLDADO

     Dirceu Ayres                          

A vida a privilegiou nasceu numa família tradicional e abastada, teve casamento com um cavalheiro, ele também por sua vez vindo de ótima ascendência, mas depois da dobrada do Cabo da Boa Esperança, avacalho-se, no sentido literal da palavra. Valeu-se do sobrenome obtido pelo casamento, para entra na carreira política, vencendo da primeira fase, trocou o marido por um arrivista com cara de proxeneta vivendo da exploração de lupanares pobres. Estou falando da senadora paulista Marta Teresa Smith de Vasconcelos Suplicy, que marca sua falta de caráter desde que se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT).Foi eleita deputada federal (1995/98), candidata ao governo de São Paulo foi derrotada, dois anos depois conquistou a prefeitura paulistana, mais uma vez foi derrotada ao tentar a reeleição e perdeu também a indicação nas prévias internas do partido para ser candidata ao governo do estado, mas recebeu como prêmio de consolação a gorda sinecura do ministério do Turismo. Nesse cargo passou à história, por ser a pivô de uma obscenidade incompatível com o cargo e que demonstra seu total desprezo com a população. No dia 13 de junho de 2007, ao ser perguntada sobre o “caos aéreo”, sugeriu aos passageiros “relaxa e goza…” Marta Suplicy “Relaxa e goza“ da cara dos … Marta conseguiu ser eleita senadora nesse último pleito, como se não bastasse é a primeira vice presidente dessa vetusta e respeitável casa, que está transformada na verdadeira “Casa da mãe Joana”. Ela tem se caracterizado pela prepotência que demonstra (foto). Até aí nada de mais, mas um fato que pegou muito mal para qualquer brasileiro que tenha um cargo eletivo aconteceu pouco antes da incrível e inexplicável refiliação do ladrão Delúbio Soares ao PT, do qual tinha sido expulso (23/10/2005). Marta Suplicy tentando apressar a votação que o traria de volta, mais uma vez foi infeliz, demonstrando ser totalmente amoral, quando disse: “Vamos logo votar a volta do Delúbio ao partido que com o casamento real, amanhã o assunto só renderá notinhas nos jornais.” Essa lady mostra ser uma relés cafajeste e comporta-se como uma rapariga de soldado exibindo-se na porta de mercado. O escriba tunico deu 0 pitacos Links para esta postagem Assunto: cafajeste, martaxa.

VIVEMOS NUMA REPÚBLICA BUFA

     Dirceu Ayres 

Em 1899 um velho militante, desiludido com os rumos do regime, escreveu que a República não tinha sido proclamada naquele mesmo ano, mas somente anunciada. Dez anos depois continuava aguardando a materialização do seu sonho. Era um otimista. Mais de cem anos depois, o que temos é uma República em frangalhos, destroçada. Constituições, códigos, leis, decretos, um emaranhado legal caótico. Mas nada consegue regular o bom funcionamento da democracia brasileira. Ética, moralidade, competência, eficiência, compromisso público simplesmente desapareceram. Temos um amontoado de políticos vorazes, saqueadores do erário. A impunidade acabou transformando alguns deles em referências morais, por mais estranho que pareça. Um conhecido político, símbolo da corrupção, do roubo de dinheiro público, do desvio de milhões e milhões de reais, chegou a comemorar recentemente, com muita pompa, o seu aniversário cercado pelas mais altas autoridades da República. Vivemos uma época do vale-tudo. Desapareceram os homens públicos. Foram substituídos pelos políticos profissionais. Todos querem enriquecer a qualquer preço. E rapidamente. Não importam os meios. Garantidos pela impunidade, sabem que se forem apanhados têm sempre uma banca de advogados, regiamente pagos, para livrá-los de alguma condenação. São anos marcados pela hipocrisia. Não há mais ideologia. Longe disso. A disputa política é pelo poder, que tudo pode e no qual nada é proibido. Pois os poderosos exercem o controle do Estado - controle no sentido mais amplo e autocrático possível. Feio não é violar a lei, mas perder uma eleição, estar distante do governo. O Brasil de hoje é uma sociedade invertebrada. Amorfa, passiva, sem capacidade de reação, por mínima que seja. Não há mais distinção. O panorama político foi ficando cinzento, dificultando identificar as diferenças. Partidos, ações administrativas, programas partidários são meras fantasias, sem significados e facilmente substituíveis. O prazo de validade de uma aliança política, de um projeto de governo, é sempre muito curto. O aliado de hoje é facilmente transformado no adversário de amanhã, tudo porque o que os unia era meramente o espólio do poder. Neste universo sombrio, somente os áulicos - e são tantos - é que podem estar satisfeitos. São os modernos bobos da corte. Devem sempre alegrar e divertir os poderosos, ser servis, educados e gentis. E não é de bom tom dizer que o rei está nu. Sobrevivem sempre elogiando e encontrando qualidades onde só há o vazio. Mas a realidade acaba se impondo. Nenhum dos três Poderes consegue funcionar com um mínimo de eficiência. E republicanismo. Todos estão marcados pelo filhotismo, pela corrupção e incompetência. E nas três esferas: municipal, estadual e federal. O País conseguiu desmoralizar até novidades como as formas alternativas de trabalho social, as organizações não governamentais (ONGs). E mais: os Tribunais de Contas, que deveriam vigiar a aplicação do dinheiro público, são instrumentos de corrupção. E não faltam exemplos nos Estados, até mesmo nos mais importantes. A lista dos desmazelos é enorme e faltariam linhas e mais linhas para descrevê-los. A política nacional tem a seriedade das chanchadas da Atlântida. Com a diferença de que ninguém tem o talento de um Oscarito ou de um Grande Otelo. Os nossos políticos, em sua maioria, são canastrões, representam mal, muito mal, o papel de estadistas. Seriam, no máximo, meros figurantes em Nem Sansão nem Dalila. Grande parte deles não tem ideias próprias. Porém se acham em alta conta. Um deles anunciou, com muita antecedência, que faria um importante pronunciamento no Senado. Seria o seu primeiro discurso. Pelo apresentado, é bom que seja o último. Deu a entender que era uma espécie de Winston Churchill das montanhas. Não era, nunca foi. Estava mais para ator de comédia pastelão. Agora prometeu ficar em silêncio. Fez bem, é mais prudente. Como diziam os antigos, quem não tem nada a dizer deve ficar calado.Resta rir. Quem acompanha pela televisão as sessões do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e as entrevistas dos membros do Poder Executivo sabe o que estou dizendo. O quadro é desolador. Alguns mal sabem falar. É difícil - muito difícil mesmo, sem exagero - entender do que estão tratando. Em certos momentos parecem fazer parte de alguma sociedade secreta, pois nós - pobres cidadãos - temos dificuldade de compreender algumas decisões. Mas não se esquecem do ritualismo. Se não há seriedade no trato dos assuntos públicos, eles tentam manter as aparências, mesmo que nada republicanas. O STF tem funcionários somente para colocar as capas nos ministros (são chamados de "capinhas") e outros para puxar a cadeira, nas sessões públicas, quando alguma excelência tem de se sentar para trabalhar. Vivemos numa República bufa. A constatação não é feita com satisfação, muito pelo contrário. Basta ler o Estadão todo santo dia. As notícias são desesperadoras. A falta de compostura virou grife. Com o perdão da expressão, mas parece que quanto mais canalha, melhor. Os corruptos já não ficam envergonhados. Buscam até justificativa histórica para privilégios. O leitor deve se lembrar do símbolo maior da oligarquia nacional - e que exerce o domínio absoluto do seu Estado, uma verdadeira capitania familiar - proclamando aos quatro ventos seu "direito" de se deslocar em veículos aéreos mesmo em atividade privada. Certa vez, Gregório de Matos Guerra iniciou um poema com o conhecido "Triste Bahia". Bem, como ninguém lê mais o Boca do Inferno, posso escrever (como se fosse meu): triste Brasil. Pouco depois, o grande poeta baiano continuou: "Pobre te vejo a ti". É a melhor síntese do nosso país. A República destroçada de Marco Antonio Villa - O Estado de S.Paulo BLOG DO MARIO FORTES