terça-feira, 8 de novembro de 2011

CORRUPÇÃO E O PODER

                 Dirceu Ayres 
Fernando Henrique Cardoso - O Estado de S.Paulo. O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou recentemente que os desmandos que ocorreram em sua pasta se devem a que as ONGs passaram a ter maior participação na concretização de políticas públicas. E sentenciou: ele só fará convênios com prefeituras, não mais com segmentos da sociedade civil. Ou seja, em vez de destrinchar o que ocorre na administração federal e de analisar as bases reais do poder e da corrupção, encontra um bode expiatório fora do governo. No caso, quanto eu saiba, é opinião de pessoa que não tem as mãos sujas por desvios de recursos públicos. Não se trata, portanto, de simples cortina de fumaça para obscurecer práticas corruptas. São palavras que expressam a visão de mundo do novo ministro: o que pertence ao "Estado", ao governo, é correto; o que vem de fora, da sociedade, traz impurezas... O mal estaria nas ONGs em si, não no desvio de suas funções nem na falta de fiscalização, cuja responsabilidade é dos partidos e dos governos. Esse tipo de ideologia vem associado à outra perversão corrente: fora do partido e do governo nada é ético; já o que se faz dentro do governo para beneficiar o partido encontra justificativa e se torna ético por definição. Repete-se algo do mensalão. Naquele episódio, já estava presente a ideologia que santifica o Estado e faz de conta que não vê o desvio de dinheiro público, desde que seja para ajudar os partidos "populares" a se manterem no poder. Com uma diferença: no mensalão desviavam-se recursos públicos e de empresas para pagar gastos eleitorais e para obter apoio de alguns políticos. Agora são os partidos que se aninham em ministérios e, mesmo fora das eleições, constroem redes de arrecadação por onde passam recursos públicos que abastecem suas caixas e os bolsos de alguns dirigentes, militantes e cúmplices. A corrupção e, mais do que ela, o "fisiologismo", o clientelismo tradicional, sempre existiram. Depois da redemocratização, começando nas prefeituras, o PT - e não só ele - enveredou pelo caminho de buscar recursos para o partido nas empresas de coleta de lixo e de transporte público (sem ONGs no meio...). Há, entretanto, uma diferença essencial na comparação com o que se vê hoje na esfera federal. Antes o desvio de recursos roçava o poder, mas não era condição para o seu exercício. Agora os partidos exigem ministérios e postos administrativos para obterem recursos que permitam sua expansão, atraindo militantes e apoios com as benesses que extraem do Estado. É sob essa condição que dão votos ao governo no Congresso. O que era episódico se tornou um "sistema", o que era desvio individual de conduta se tornou prática aceita para garantir a "governabilidade". Dessa forma, as "bases" dos governos resultam… (segue) Meu comentário: ( Apesar de alguns deslizes este texto do FHC está muito bom. Deste caso podemos extrair a sexta regra do decálogo de Lênin: 6.. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação; Os petralhas aprenderam e decoraram com perfeição o manual leninista e não há uma regra que se lhes escape!

Bandalheira e Invasão na reitoria da USP.

           Dirceu Ayres

Os narcoestudantes da USP e as reinvindicações....burras. Primeiro quebraram tudo porque não queriam a presença da PM no Campus. Depois quebraram de novo porque não queriam a presença da imprensa no Campus. Em breve irão quebrar tudo porque não querem a presença dos professores no Campus. Em seguida irão novamente quebrar tudo porque não querem a presença de estudantes no Campus. E finalmente ficarão felizes quando conseguirem transformar a área da universidade em uma nova cracolândia e os jardins em plantações de maconha, sem contar os dormitórios em puteiro. E assim caminha a mediocridade de um povo burro sem opinião formada que acredita ser políticamente correto quando apoia babaquinhas sem noção que fazem reinvindicações e atos patéticos e vazios em nome de uma certa "liberdade". Hoje pela manhã assistindo ao jornal da TV tive a nítida sensação que desde os meus tempos de universidade os "bicho grilo" não evoluíram um milímetro. Continuam sujos, cabeludos, barbudos, andróginos, maconheiros e idiotas. E viva a mediocridade humana, afinal eles são jovens né? Jovens...até quando? Parabéns a gloriosa PM de SP que botou a cambada de Che Guevaras de boutique para correr. O governo do estado é frouxo, a imprensa que apanhou, apoiava os alunos, e os "funças" sindicalizados fazendo o trabalhinho sujo que já conhecemos. A USP não pode se tornar terra de ninguém, ela é patrimônio do povo de SP. E o mais legal, foi ouvir de alunos que estudam de graça e não trabalham, chamando a imprensa de burguesa... da para acreditar? BURROS....BURROS....BURROS.... E PHODAM-SE!!!! E a polícia prendeu 40 marmanjos e 20 periguetes dentro da reitoria, tudo com muita droga, sexo e nenhum Rock & Roll E os pais dessa cambada devem achar o máximo da rebeldia verem seus rebentinhos que em vez de estudarem acabaram indo em cana por nada de util. E...PHODA-SE II !!!

Ana Luísa comentou a postagem: Milícias cariocas já são maiores que traficantes...


       Dirceu Ayres

Charles de Gaulle - "O Brasil não é um país sério". Olá, Vindo dos Pampas Infelizmente temos que conviver com mais essa vergonha. EM UM PAÍS SÉRIO, O Desgovernado SERGIO CABRAL, já teria deixado o cargo e o Estado do Rio de Janeiro já deveria estar sob intervenção federal. Esta pessoa não deveria poder entrar nem pela entrada de serviço do Palácio Guanabara. A derrota começa na assembléia e câmara do Estado, pois o Deputado Marcelo Freixo foi abandonado pelos seus pares. Se o poder legislativo não defende um dos seus integrantes numa luta honesta contra o crime organizado, o que nós cidadãos-contribuintes podemos esperar e o que podemos fazer? Os labirintos do poder são blindados e estanques, e quando ameaçado costuma seguir o lema: " os fins justificam os meios (qualquer)" Mas, apesar de tudo, parabéns ao Deputado Marcelo Freixo pois sua luta não ficará solteira (espero), outras virão e a transparência vai desnundar os bandidos, corruptos, enganadores que vivem: a tocar o povo como se boiada fosse, e a sugar os recursos do estado como uma sanguessuga alienígena. O País está cheio de milicias, à começar por muitos membros de Igrejas, membros na politíca, membros na polícia, membros de ONGs, e tantos outros. Dizem que vivemos uma democracia, e temos o direito de expressar o que bem queremos, mas na prática nada disso funciona. Só podemos falar o que convêm aos aloprados, que usam o poder para beneficiar suas conveniências. Ai de quem não tem cacife para enfrentá-los, sempre fazem o que bem lhes convêm. Enquanto às atenções se voltam (propositadamente) para a doença do "EX ATUAL VITALICIO", sai de foco o grave fato que acontece com o deputado Marcelo Freixo. Quem já não sabe que existe uma máfia muito bem estabelecida aqui no Rio de Janeiro planejando atentados e ameaçando o poder público? A inoperância do Governo do Estado, a inércia da Secretaria de Segurança inspirou até roteiros de cinema, como no filme "Tropa de Elite 2". Então....estão esperando o quê??? A presença de criminosos em cargos públicos vai de encontro a quem tem a finalidade de apurar determinados fatos de interesse público. As CPIs não se caracterizam pelo poder de investigação a elas conferido? E então Sergio Cabral?? E então Beltrame?? NINGUÉM VAI SE MANIFESTAR??!! Marcelo Freixo deveria quando chegar ao seu destino, marcar no mínimo 3 entrevistas em Jornais de confiança e de grande procura. Relatar tudo o que sabe inclusive dar nomes aos bois. Somente assim, talvez se tome alguma providencia para estes graves fatos sobre os quais pouco se está a falar. Copa do mundo, olimpíadas, quem sabe colocar em xeque junto à opinião publica internacional que estes eventos no Brasil, principalmente no Rio, tornaram-se perigosos para turistas e atletas? Só quero deixar uma pergunta aqui: SERGIO CABRAL é blindado por quem ou por quê? Não vejo uma linha em nenhum veiculo de informação contra esse CARA! Abçs Postado por Vindo dos Pampas

INCOMPETENTE E ARROGANTE.

                  Dirceu Ayres                         

Haddad sai com déficit de 400 mil professores Focado na candidatura à prefeitura de São Paulo, por escolha de Lula, e com apoio da presidenta Dilma e da máquina do governo, o ministro Fernando Haddad (Educação) deixará uma herança maldita no ensino público: faltam 400 mil professores no ensino básico (fundamental e médio) no País. A maior carência é para as disciplinas de matemática, química, física e biologia. Há escolas que nem as têm na grade. * Meu araripe É chegada a hora de Haddad...  A pergunta que não quer calar: Como um empresário com R$ 50,84 na conta bancária, há oito meses, venceu três pregões milionários do órgão responsável pelo Enem, sem ter as empresas registradas em seu nome? Em 15 de março deste ano, o empresário André Luis Sousa Silva, que ganhou contratos milionários no Ministério da Educação, tinha apenas R$ 50,84 em todas as contas bancárias registradas em seu nome. O saldo impediu o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) de cumprir uma ordem judicial de bloqueio de bens. Foi considerado insuficiente para pagar R$ 5,9 mil cobrados por uma universidade por mensalidades atrasadas do curso de sistemas da informação. Em seguida, o TJDFT descobriu que, apesar do extrato bancário, André tinha uma Toyota Hilux modelo 2011. As posses, no entanto, vão além. O empresário também possui uma casa no condomínio Park Way, que ficou pronta recentemente, segundo vizinhos. André está por trás de três empresas que participaram — e ganharam — do pregão 15/2011, do Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). No entanto, não deixou sua digital em nenhuma delas. A Monal Informática ainda está registrada no nome de Aristides Silva, 84 anos, que disse desconhecer qualquer atividade da empresa.
André admitiu que comprou a Monal este ano. A situação cadastral, segundo ele, só não foi regularizada. Já a DNA Soluções Inteligentes está em nome da mãe dele, Enisa Alves. A empresária teria apresentado capital de R$ 1 milhão. Ela é moradora do Núcleo Bandeirante em Brasília — região administrativa em que o filho também viveu boa parte da vida. O bairro é sede de outra empresa recém-adquirida, a Jeta Informática, e que participou da licitação. A empresa está em nome de dois músicos sertanejos. Um deles confirmou que André era o responsável pelos negócios. Entre 2001 e 2007, André trabalhou na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como terceirizado. Foi demitido do cargo de analista de redes e começou a trabalhar por conta própria até montar a DNA. Desde o ano passado, ele começou a participar de licitações públicas e afirmou ao Estado de Minas que comprou a Monal para entrar em outras disputas. Apesar de atuar na área de informática há décadas, André administra também a Clinikids Especialidades Médicas Pediátricas. A mulher dele, Jeanne Frota Alecrim, é pediatra do Governo do Distrito Federal e também atende na clínica no Lago Sul. A unidade foi credenciada este ano pelo Senado Federal, com contrato, estimado em R$ 60 mil. O extrato do negócio foi assinando por André e publicado no Diário Oficial da União em 5 de maio.  por Eduardo Homem de Carvalho

OCUPAÇÃO DA REITORIA DA USP: QUANDO ORDEM JUDICIAL É DESOBEDECIDA TEM-SE A ANARQUIA

     Dirceu Ayres

Momento em que jornalistas são agredidos pelos vândalos da USP Na noite desta segunda-feira, os manifestantes acampados no prédio da reitoria da Universidade de São Paulo rejeitaram as propostas da direção da universidade, feitas durante a tarde. Eles optaram por manter a ocupação do edifício, iniciada na terça-feira à noite. A decisão desrespeita o acordo judicial firmado pelos alunos no sábado, durante audiência de conciliação no Fórum Hely Lopes Meirelles, região central da cidade. Segundo o acordo, os manifestantes deixariam o prédio até às 23 horas de hoje. No decorrer da assembleia, agentes da Polícia Militar à paisana rondavam o prédio da reitoria, fotografando possíveis pontos de entrada nos fundos e nas laterais do edifício. Cabelos longos e rosto coberto, um dos estudantes, Nicolas (ele não quis dar o sobrenome), informou que a comissão de segurança da ocupação traçou rotas de fuga e se equipou com fogos de artifício no caso de a PM aparecer para cumprir a ordem judicial de reintegração de posse. Por volta das 22 horas desta noite, o Batalhão de Choque da PM estava de prontidão. Confusão - A assembleia realizada em frente ao prédio da administração central reuniu cerca de 450 estudantes. Às 23h10 ─ depois de decidir pela manutenção da ocupação sob gritos de "Ocupa! Ocupa!" ─, os alunos resolveram colocar outros temas em votação. Os invasores decidiram, por exemplo, eleger o reitor João Grandino Rodas persona non grata na universidade. Também colocaram em pauta a distribuição em favelas vizinhas de panfletos com críticas à PM, a exigência da renúncia de Rodas, os horários de assembleias e passeatas futuras e até a possibilidade de eleger um dos invasores para participar do programa de Heródoto Barbeiro na TV Record. A TV Record dificilmente deve manter o convite, depois que uma pedra acertou um de seus cinegrafistas na testa. O incidente foi apenas uma das agressões sofridas pelos jornalistas que trabalhavam no local. Ao mesmo tempo em que os alunos tentavam decidir se atendiam ou não à "imprensa golpista", o fotógrafo Cristiano Novais, da agência de notícias CPN, era jogado no chão depois de ter sua câmera roubada. Agredido a chutes, Novais quebrou um dos dedos da mão e foi encaminhado a um hospital. A câmera apareceu posteriormente, com imagens dos agressores registradas no cartão de memória. Outro cinegrafista, do SBT, também teve a câmera atingida por uma pedra. Os invasores, de braços dados, organizaram um cordão humano para isolar a imprensa. Uma hora após o vencimento do prazo para a desocupação ordenado pela Justiça, os manifestantes fumavam maconha, xingavam jornalistas e ajeitavam pedaços de madeira para uma fogueira. Outros desfilavam com flores em sinal de paz. Os manifestantes agendaram para às 14 horas desta terça-feira um ato em frente ao prédio ocupado. Na próxima quarta, às 18h, haverá nova assembleia. Do site da revista Veja



A TRAGÉDIA DE UM POVO

      Dirceu Ayres

Quando se sente o tremer da desorganização social, o esfacelamento da família, o domínio político por medíocres, pulhas, sem caráter e a população amedrontada, sem rumo, a TRAGÉDIA DE UM POVO aproxima- se. A FOICE da MORTE arma-se, sua caveira ri da desgraça que irá proporcionar-lhe a vitória. Assim foi e será. ROMA, Revoluções francesa, inglesa e Rússia, bem como a vitória de loucos como STALIN, MAO, HITLER, BERIA, Fidel são conseqüências das causas, acima apontadas. Milhões e milhões de seres humanos foram ceifados por fuzilamento ou enforcamento, campos de concentração, Gulags etc. e etc. A África vive este momento. O maior contraste dessa TRAGÉDIA é que os pregadores usam da demagogia para levar o povo na direção que indicam. PREGAM O NOVO. Será um novo mundo e a felicidade será alcançada. Raça pura, o Estado como salvação para todos e um só Deus são as soluções. Os slogans criados embriagam as massas. PAZ, PÃO E TERRA e deu guerra, fome e terra do Estado. LIBERDADE produziu a guilhotina. Igualdade e surgiu a NOMENCLATURA. Luta de classe para acabar com as desigualdades de classe e cria a CLASSE que domina o estado a ferro e fogo. Tudo isso já foi visto em estudo. Esta introdução se fez necessária. O nosso País vive as causas que criam as tragédias vividas por outros povos e como o HOMEM, cego pelo poder, sente que é invencível, MARCHA PELO CAMINHO TRAÇADO e a INSENSATEZ dominam. Pregam honestidade e chafurdam-se na lama da corrupção. Gritam por DEMOCRACIA e compram consciências, vendem a honra e esquecem de que A DEMOCRACIA é o regime dos homens de bem e não de canalhas. Vamos a um pouco mais de detalhes e os nossos leitores tirem as suas conclusões. È DEMOCRACIA ter em 9 meses cinco ministros demitidos por atos não republicanos e se afirmar que é problema político, quando na realidade é problema de roubo? É DEMOCRACIA ter a MENTIRA aceita nos depoimentos públicos, e a VERDADE ser desprezada pela JUSTIÇA? É DEMOCRACIA a Presidente do nosso País ser surpreendida, semana sim,semana não, com grandes desvios de dinheiros públicos, quando há órgãos especializados que devem informar--lhe o que acontece nos bastidores da politicagem? Se não a informam os chefes deveriam ser demitidos e se informam e ela não acredita nas informações, precisa demiti-los, também, por falta de confiança. È DEMOCRACIA morrer brasileiros nos hospitais, quando há um desvio de dinheiro público de 700 bilhões de reais? É DEMOCRACIA ser nomeado para o STF pessoa sem o preparo intelectual necessário e sim, por ter sido um serviçal sem caráter? Respondam. PENSEM! Os que nos governam, atualmente, gritavam, berravam, bradavam, bramiam, chiavam, esbravejavam, esgoelavam, ladravam, uivavam que éramos dirigidos por burgueses, banqueiros, ladrões, exploradores do povo e agora, quando chegaram ao PODER estão unidos com aqueles ladrões que apontavam e defendem os seus com unhas e dentes e formam a maior quadrilha de ladrões existente no País? O POETA QUNTINO CUNHA TINHA RAZÃO QUANDO EM 1930, EM UM COMÍCIO A RESPEITO DA VITÓRIA DA REVOLUÇÃO DE 30 FALOU:  "POVO DO MEU CEARÁ! REPÚBLICA VELHA! REPÚBLICA NOVA! CANALHAS VELHOS! CANALHAS NOVOS!" BRASILEIROS! NÃO ACREDITEM NO CANTO DA COTOVIA! VEJAM OS QUE AMAM O BRAISIL E NÃO O BOLSO! ESTAMOS VIVOS! GRUPO GUARARAPES! Postado por LILICARABINA

LUPI "EU SOU ORLANDO AMANHÃ"

          Dirceu Ayres

Carlos Lupi, ministro do Trabalho, segue as mesmas velhas, batidas e esfarrapadas táticas de defesa do último defenestrado, Orlando Silva. A novidade é que os assessores envolvidos diretamente estão "dodói" e que ele está sendo perseguido por empresários, por causa do ponto eletrônico. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, desembarca nesta segunda-feira em Brasília disposto a resistir no cargo. Acossado por denúncias sobre desvio de recursos e cobrança de propina nos convênios da pasta com ONGs na área de qualificação profissional, ele avisa que morre, mas não joga a toalha. Lupi se diz vítima de retaliação de empresários que sonegariam o FGTS e o INSS no pagamento de horas extras aos trabalhadores. Ele disse que botaria "as mãos e os pés" no fogo pelo ex-chefe de gabinete e amigo pessoal Marcelo Panella, que se afastou em agosto, antes de ser acusado de cobrar de 5% a 15% do valor do contrato com ONGs para restabelecer repasses suspensos por irregularidades. A Polícia Federal investiga, só em Sergipe, o desvio de R$ 11 milhões em convênios com o Ministério do Trabalho. O que o senhor tem a dizer sobre as denúncias? CARLOS LUPI: Quem fez a denúncia de Sergipe foi o próprio Ministério do Trabalho, que também inscreveu as fundações como inadimplentes no Siaf. Todas tiveram o pagamento interrompido. Constatamos o problema com a CGU, que é nossa parceira. Mas isso não é dito. Existe má vontade comigo, uma herança dos tempos do brizolismo. Não me dão direito de resposta E quanto à denúncia da revista "Veja" sobre o envolvimento de assessores seus na cobrança de propina a ONGs? LUPI: A reportagem da "Veja" tem um vício inicial: o denunciante se esconde atrás do anonimato. Como lutei contra a ditadura, é duro assistir. As organizações citadas, Oxigênio e Instituto Êpa, não chegaram a receber o dinheiro. O ministro Garibaldi Alves, da Previdência Social, realmente me procurou para conversar sobre a Êpa. Mas expliquei a ele que não havia como liberar os repasses. Só saiu a primeira parcela, o que é normal. O afastamento do coordenador-geral de Qualificação, Anderson Alexandre dos Santos, um dos acusados, indica que a denúncia tem consistência? LUPI: Pedi ao Anderson, que trabalha há oito anos no Ministério, que saísse para que pudéssemos apurar as denúncias. Ele é um cara humilde. Está em depressão. Outro citado, Marcelo Panella, seu chefe de gabinete, também saiu em agosto passado por causa das suspeitas? LUPI: Marcelo me pedia desde o ano passado para sair. Ele tem um filho de 10 anos e pavor de viajar de avião. Está esgotado. Por ele, ponho os pés e as mãos no fogo. Nós nos conhecemos há 25 anos. Sou seu padrinho de casamento. Atendendo a seu pedido, eu o exonerei. Ele e Anderson são os mais atingidos com as denúncias. Foram jogados na lama sem direito de defesa. O Ministério do Trabalho tem 10 mil funcionários e 600 unidades descentralizadas. Pode ter erro? Pode. Falhas? Também. Mas corrupção é difícil. Se o próprio Ministério denunciou convênios à polícia, o senhor admite que havia problemas com os recursos repassados às ONGs? LUPI: Até dezembro de 2007, o governo não fazia chamada pública para contratações de ONGs. Até então, bastava apenas apresentar o projeto. Se aprovado, era executado pela própria organização. O pagamento saía na medida em que o serviço era prestado. Esta fórmula, que predominava até a minha chegada, causava problemas de fato. O que não pode é generalizar, como se todos fossem bandidos. Depois que o senhor entrou, o que foi mudado? LUPI: Quando cheguei, implantei a chamada pública. Não é concorrência oficial, mas prevê edital, pregão e escolha do menor preço. Desde o início do ano, não fazemos mais convênios com instituições sem fins lucrativos. Falta-nos pernas para fiscalizar, investigar in loco. Assim, fica difícil controlar. Os convênios, agora, são feitos com estados e municípios. A responsabilidade passou a ser deles. O senhor disse que já agiu no caso das ONGs de Sergipe. E o caso das propinas? LUPI: Pedi ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar as denúncias da "Veja". Ninguém pode ter a honra jogada no lixo por causa de uma denúncia anônima. Também notifiquei judicialmente o Ministério Público para que faça a sua apuração. Não sou conivente com desvios éticos. Se isso ocorrer, o que não acredito, o responsável terá de pagar. Vou fundo. Tenho 30 anos de partido e ganhei muitos inimigos. O senhor pretende deixar o Ministério do Trabalho? LUPI: Estou no vespeiro. Vou nesta luta até o fim. Descarto totalmente a renúncia. Morro, mas não jogo a toalha. Alguns nascem para se acovardar. Outros, para lutar. É o meu caso. Topo a luta. Vou até o fim. Contra quem o senhor luta? LUPI: Por trás das denúncias, há o dedo daqueles que ficaram insatisfeitos com a implantação do ponto eletrônico no país. Constatei que existia uma fraude no descontrole da freqüência dos trabalhadores. Muitas empresas pagam a hora extra, mas não recolhem FGTS e INSS. Com o ponto, o ministério passa a enfrentar essa sonegação. Mexi com poderosos inimigos. Atirei no que vi e acertei no que não vi. Agora, esses caras me escolheram para derrubar. (De O Globo)