quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MURILO RAMOS

     Dirceu Ayrers
                                  

E ainda tem mais Uma nova investigação na Justiça Federal envolve Agnelo Queiroz em desvios no Ministério do Esporte A dinâmica dos escândalos em Brasília ensina que, quando o acusado deixa o governo, a situação arrefece. O caso do Ministério do Esporte contraria essa lógica. Orlando Silva deixou o cargo, mas a crise que chegou a seu antecessor, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), está longe do fim. Nos próximos dias, a Justiça Federal receberá um processo em que Agnelo é acusado de receber dinheiro desviado do Esporte para uma organização não governamental – prática denunciada em outros episódios envolvendo a pasta. O caso expõe ainda mais o atual governador, depois de ÉPOCA ter revelado que ele ajudou o policial militar e ongueiro João Dias a montar uma farsa na defesa de um processo sobre desvios de R$ 2 milhões. Agnelo nega a proximidade com Dias, mas foi desmentido pelo conteúdo de gravações telefônicas. No dia 27 de outubro, o juiz Omar Dantas Lima, de Brasília, determinou o envio do inquérito 018/2008 à esfera federal. Segundo a polícia, o presidente do Instituto Novo Horizonte, Luiz Carlos Medeiros, desviou R$ 3,4 milhões recebidos dos ministérios do Esporte e da Ciência e Tecnologia. De acordo com a testemunha Michael Vieira da Silva, Agnelo recebeu parte dos recursos desviados. Michael diz ter presenciado conversas telefônicas em que Agnelo pedia dinheiro a Medeiros. Diz ainda que Medeiros doou computadores e ajudou a financiar a campanha de Agnelo ao Senado em 2006, ao promover festas com garrafas de champanhe de R$ 300. “Tal contribuição foi decisiva para que Agnelo repassasse o convênio do programa Segundo Tempo para a ONG”, diz Michael. Medeiros disse à polícia que Agnelo não teve participação na liberação dos recursos para sua entidade. Em nota, Agnelo nega ter recebido dinheiro de Medeiros e diz que não facilitou o convênio. Afirma apenas que Medeiros apoiou sua campanha. Apesar do testemunho, o delegado Fábio de Farias não citou Agnelo em seu relatório. O promotor Mozar de Souza, porém, discordou e encaminhou a apuração à Justiça Federal. No governo Agnelo, o delegado Farias ganhou uma diretoria da Polícia Civil. O delegado Giancarlos Zuliani, que mencionou o envolvimento de Agnelo com as ONGs de Dias, passou a um posto de menor prestígio. Em meio aos diferentes interesses em jogo no Distrito Federal, a guerra de cargos continua. Na semana passada, Agnelo exonerou 68 delegados da Polícia Civil após a TV Globo divulgar áudios que revelam sua proximidade com Dias. ÉPOCA

Do Bolsa-Paraguai...

    Dirceu Ayres

Índios de países vizinhos, como Paraguai, Colômbia e Peru, burlam a legislação, obtêm nacionalidade brasileira e recebem benefícios como Bolsa Família e auxílio-maternidade
Dos filhos de outros solos também és mãe gentil Índios paraguaios, colombianos e peruanos burlam a legislação e conseguem se nacionalizar brasileiros para receber benefícios do governo, como Bolsa Família e o auxílio-maternidade Benjamin Constant (AM), Tabatinga (AM) e São Miguel do Iguaçu (PR) — Índios paraguaios, colombianos e peruanos não preenchem um requisito básico para receber o principal programa social do governo, o Bolsa Família: ser brasileiro. Mas, diante da frágil estrutura da Fundação Nacional do Índio (Funai), burlam a legislação e se nacionalizam rapidamente, ficando aptos a ganhar o benefício mensal. O Correio Braziliense/Estado de Minas percorreram aldeias nas fronteiras das regiões Sul e Norte do Brasil e detalham como funciona a fraude. A nacionalização — que, além do recebimento do Bolsa Família, almeja a aposentadoria especial para trabalhador rural e o auxílio-maternidade — é possível graças ao Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani), uma Certidão de Nascimento especial para os índios. No documento, reconhecido por um funcionário da Funai e assinado por duas testemunhas — quase sempre indígenas da aldeia em que o estrangeiro chega —, fica registrado que o migrante nasceu em território brasileiro. Com o Rani em mãos, o índio estrangeiro vai ao cartório de registro civil e consegue a Certidão de Nascimento tradicional. A partir daí, todos os documentos se tornam possíveis: Carteira de Identidade, CPF e título de eleitor. A maneira convencional de nacionalização exige que o índio more no país por pelo menos cinco anos e uma série de documentos que provem o vínculo com o Brasil. Na aldeia Bom Caminho, em Benjamin Constant, no extremo oeste do Amazonas, na fronteira com o Peru e a Colômbia, 20 famílias de índios peruanos e colombianos integram a comunidade com pouco mais de 800 índios Ticunas. O cacique Américo Ferreira detalha como os índios passam a receber os benefícios: "Tiramos o documento (Rani) dos pais primeiro e, depois, os dos filhos". A família do casal peruano Ortega Pereira Torres e Jurandina Parente Adan está entre os beneficiados. Jurandina diz que os R$ 166 do Bolsa Família são fundamentais para a sobrevivência. O casal tem seis filhos e, sem o dinheiro dado pelo governo brasileiro, não poderia comprar itens de sobrevivência. O rápido processo de nacionalização foi conseguido graças ao Rani forjado. No sul do Brasil, na aldeia Ocoy (PR), a realidade não é diferente. O cacique Daniel Maraka Lopes diz que quase a metade do habitantes é do Paraguai. Mas a origem não impede que os estrangeiros recebam o benefício. "Quem não tem o documento brasileiro está fazendo de tudo para conseguir", conta. É o caso de Eugênio O campo e Silvina Benitez. Com seis filhos, eles recebem mensalmente R$ 230 do Bolsa Família. Desde que saíram do Paraguai, vivem em uma casa simples na fronteira com o país natal. Ambos falam muito pouco o português, se comunicam em guarani. As esferas públicas envolvidas com a questão indígena nas regiões de fronteira conhecem o golpe, mas alegam ter dificuldade para combatê-lo. O coordenador de proteção social da Funai, Francisco Oliveira de Souza, tenta minimizar as fraudes dizendo que o critério da etnia é feito pelo reconhecimento dos pares. "Se há desvio, é com a conivência dos indígenas da comunidade", acusa. Souza faz uma digressão histórica e explica que o fato de um indígena nascer em um país vizinho não é relevante para a etnia. "Os limites internacionais foram marcados pelos brancos", ressalta. Além disso, segundo ele, muitos índios não sabem precisar em qual lado da fronteira estão. A Funai estuda uma forma de diminuir as fraudes, mesmo não considerando o golpe abrangente. "Queremos formar um banco de dados com todos os registros indígenas." Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) informa que "se o cidadão está documentado como residente no território nacional e preenche todos os requisitos para ser incluído no Cadastro Único e sendo a documentação autêntica, o gestor municipal não pode negar o cadastramento e o MDS não pode impedir que ele seja selecionado como beneficiário do Bolsa Família". Responsável pelo cartório do segundo ofício de Tabatinga e pelo de primeiro ofício de Benjamin Constant, Abdias Pereira de Oliveira explica que os índios fraudadores alegam falar somente a língua do seu povo — no caso, a ticuna — e contam com um tradutor, que atua sabendo do golpe, para conversar com o tabelião. "O Brasil tem tudo: saúde, educação, aposentadoria e um monte de benefício. Por isso, eles ficam tentando se passar por brasileiros. Quando percebo, não faço a certidão e levo o caso para a Justiça", explica. Recentemente, o cartório fez uma campanha de registro e expediu a documentação para 1,5 mil índios. "Visitei 19 comunidades afastadas e vi apenas um posto da Funai. Não tem como o funcionário do cartório conhecer tudo. O registro é feito na base da palavra", detalha o tabelião. Em Tabatinga, mais de 2 mil índios recebem o Bolsa Família, o que corresponde a quase metade dos beneficiados na cidade: 4.148. Professor da Universidade Estadual do Amazonas, Sebastião Rocha de Souza percebe modificações com o aumento dos benefícios para os índios. "Eles começaram a exercer a cidadania, mas também adquiriram o vício de ficar esperando a ajuda chegar", pondera. De acordo com ele, índios deixaram de pescar, fazer artesanato e até de se dedicar à agricultura, contando exclusivamente com o amparo do governo. "Muitas passaram a fazer questão de engravidar para conseguir o dinheiro do auxílio-maternidade", lamenta o educador. Inquéritos na PF. O delegado da Polícia Federal de Tabatinga, Gustavo Pivoto, entende que falta um controle maior dos órgãos do governo federal, principalmente da Funai. Na delegacia regional, existem diversos inquéritos que investigam falsificações de documentos realizadas pelos índios da região, segundo ele. "Tem indígena responsável pelo cadastro que quer se eximir da responsabilidade" lamenta. CORREIO BRAZILIENSE -

Gestão de "Bala" Lupi privilegia ONGS e sindicatos em convênios milonários.

    Dirceu Ayres                    


A chegada de Carlos Lupi ao Ministério do Trabalho representou uma mudança radical na distribuição de convênios do órgão. Se no primeiro mandato do presidente Lula o governo priorizou convênios com estados e prefeituras, sob Lupi ocorreu uma inversão que privilegiou organizações da sociedade civil e entidades sindicais, segundo o Portal da Transparência. O ministério negou o favorecimento e afirmou que os dados de execução orçamentária do órgão são divergentes. Entre 2003 e 2007, ano em que Lupi assumiu a pasta, 22 dos 25 contratantes que mais assinaram e receberam recursos do ministério foram órgão públicos estaduais e municipais. Ocuparam os primeiros lugares os governos de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Desde 2007, a lógica se inverteu. Dos 25 contratantes que assinaram as parcerias mais vultuosas,19 são entidades sindicais ou organizações da sociedade civil. Na gestão de Lupi, a organização que assinou o maior convênio foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, ligada à Força Sindical, cujos dirigentes divulgaram anteontem nota em defesa de Lupi. Desde 2007, a entidade obteve R$33,9 milhões de um convênio para implantação de unidade de atendimento de serviços do Sistema Nacional de Emprego. Até o fim do convênio, mais R$46,3 milhões serão liberados. Em segundo lugar está o Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat), dirigida por Jorgette Maria Oliveira, ex-dirigente do PDT, partido de Lupi, como mostrou O GLOBO ontem. Desde 2007, a entidade recebeu R$30,7 milhões. A entidade é alvo de relatórios da CGU que apontam irregularidades na execução de convênios. Os valores conveniados pelas duas entidades são maiores do que os pactuados pelo ministério após 2007 com cidades como Campinas (R$8,7 milhões), Curitiba (R$8 milhões) e São Paulo (R$5,7 milhões). Depois delas, as organizações da sociedade civil que mais receberam na gestão Lupi foram a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (R$11,8 milhões) e a Oxigênio Desenvolvimento de Políticas Sociais (R$11,8 milhões), também citadas no relatório da CGU como problemáticas. O ministério contestou os dados do portal. Disse que os números de execução orçamentária das ações de qualificação profissional e social são diferentes. Informou que estados e municípios receberam R$1,5 bilhão de 2007 a 2011, o que representa uma média de R$311 milhões anuais para esse tipo de atividade. No mesmo período, entidades privadas e da sociedade civil teriam recebido R$449 milhões, de acordo com o ministério. ( O Globo)

"Bala" Lupi liberou R$ 3,7 milhões para ONG do seu reduto eleitoral.

  Dirceu Ayres


Selecionada pelo Ministério do Trabalho para oferecer cursos de qualificação para o "arranjo produtivo da indústria do carnaval", a Associação dos Artesãos e Produtores Rudimentares do Rio (Aart) não funciona em nenhum dos dois endereços apresentados a órgãos públicos. O convênio foi firmado com a entidade no dia 31 de dezembro de 2009 e totaliza R$ 3,75 milhões. No contrato com o ministério, a Aart apresenta como endereço de sua sede um apartamento em um prédio residencial na Rua Santa Clara, em Copacabana, zona sul do Rio. A moradora do imóvel, que pediu para não ter a identidade revelada, disse que mora no local há 11 anos e nunca ouviu falar sobre a associação.Já o endereço cadastrado pela a Aart na Receita Federal, um casarão na Rua Real Grandeza, em Botafogo, abriga atualmente o Programa de Artesanato do Governo do Estado, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis). Segundo Altair Bittencourt, técnico da Sedeis no Programa da Artesanato, a Aart chegou a funcionar no local, mas saiu de lá em 2008, depois que o governo do Rio rompeu o contrato que mantinha com a associação. "Não havia mais interesse do governo de manter. Hoje, trabalhamos com várias associações diferentes", explicou Bittencourt.
Ainda de acordo com ele, a Aart sempre "trabalhou direitinho, nunca apresentou nenhum problema e foi um grande parceiro do governo". A presidente da Aart na época em que ela foi conveniada ao governo do Rio foi identificada como Selma Dale Valverde. Ela não foi localizada pelo Estado. De acordo com o Portal da Transparência do governo federal, o convênio assinado entre o Ministério do Trabalho e a Aart previa o recrutamento, seleção e capacitação de 5 mil jovens de comunidades carentes para cursos de preparação para atendimento a escolas de samba, blocos e demais entidades envolvidas na realização do Carnaval.O convênio terminou no dia 30 de junho e a última liberação de recursos, no valor de R$ 1,68 milhão, ocorreu em 7 de dezembro do ano passado. Ainda segundo o portal, a Aart mantém um outro convênio com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, no valor R$ 554,8 mil. A Associação dos Artesãos e Produtores Rudimentares do Rio e o Instituto Nacional América estão entre as entidades que mais receberam dinheiro público para programas de qualificação profissional nos dois últimos anos. A suposta capacitação de profissionais foi bancada com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). As duas ainda não tiveram as prestações de contas analisadas pelo ministério. No mês passado, o ministro Carlos Lupi defendeu a atuação das organizações não governamentais contratadas por sua pasta. "Os programas de qualificação possuem uma cláusula que nos deixa muito à vontade: pelo menos 30% dos alunos precisam, obrigatoriamente, ter suas carteiras de trabalho assinadas no mercado de trabalho." Lupi não comentou casos criticados por órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União. "Acredito que os programas são bem-sucedidos", insistiu Lupi. No mês passado, o TCU mandou suspender a contratação de novas ONGs pelo ministério, que já acumulava 500 contratos de parceria sem a devida análise das prestações de contas. A demora do ministério em avaliar as prestações de contas foi considerada um estímulo à impunidade e ao desvio de dinheiro público. (Do Estadão)

Invasão da USP. Agora tem que expulsar os baderneiros, senão...

     Dirceu Ayres



Bem amigos, já que a Gloriosa Polícia Militar de São Paulo fez com que se cumprisse a determinação judicial e os desocupados e baderneiros travestidos de estudantes foram devidamente defenestrados do prédio da reitoria da USP e levados para uma DP onde serão identificados, "tocarão piano", e muito provavelmente indiciados por depredação do patrimônio público, desobediência e sade-se-la quais outros crimes. Agora chegou a vez do governo do estado e da reitoria da universidade colocar a casa em ordem e de uma vez, mostrar que a vida não é bem do jeitinho que esses esfumaçadinhos e mimados idiotas pensam que é. Tem que expulsar a cambada da universidade e processar para ressarcimento dos prejuízos que esses idiotas promoveram. Não é justo que a população que paga impostos, e que na maioria das vezes não consegue uma vaga na universidade pública, tenham que arcar com o prejuízo causado por esses vagabundos narcoestudantes. Tem que expulsar e abrir novas vagas para quem realmente quer estudar, tirar essa cambada de trastes do caminho e dar a chance para quem merece. Esses esquerdiotas de ocasião que servem de massa de manobra para partidos políticos que na verdade são quadrilhas, agora se tornaram bate pau de traficantes. Era só o que faltava para desmoralizar de vez essa juventude de cabeças ocas que acreditam que o ápice da malandragem é fumar um baseadozinho para demonstrar a rebeldia sem causa que é peculiar da turminha criada com Toddynho e Danoninho. Se o governo do estado não expulsar essa cambada, e se a polícia não indiciar os baderneiros, será decretado o fim do controle do poder público sobre o campus da universidade. Os narcoestudantes entenderão que mesmo indo parar numa DP, sairam de bunda lambida e isso são prova da frouxidão de um governo composto por bundas mole e covardes. Aí o campus da USP vai virar terra de ninguém definitivamente. Cobrar fiança é pouco para libertar os babacas, tem é que responsabilizar e processar em busca das indenizações necessárias para cobrir os prejuízos causados por esses manés. Pena que a PM mostrou maturidade e não sentou a borracha nas carcaças vagabundas dessa cambada de otários. E PHODA-SE
http://youtu.be/LSwrqEiVOv4
"O Mascate" Isso é só uma mostra do nível de imbecilidade que alguns narcoestudantes da USP têm. Deram a câmera na mão de uma macaca amestrada, ensinaram alguns jargões dos anos 60, indicaram algumas palavras de ordem e deu nessa bizarrice que é esse vídeo. É tão patético que chega a ser engraçado. Se esse é o jornalismo que essa tontinha está aprendendo na universidade, passou da hora de fechar a faculdade de comunicação da USP para uma reciclagem. Pobre Brasil com jovens desse nível, que futuro terá esta nação do jeito que estamos indo? A parte mais legal do vídeo, fora os "porra e caralhos" que a "jornalista" usa diversas vezes, é quando PM joga gás lacrimogêneo na baranga e ela pergunta mais de uma vez: "porque é que você tá me pixando?" É tão burra e medíocre que não sabe a diferença entre gás e tinta. E o vídeo termina com uma sessão de tosse das brabas... Haja gás para encher a cabeça dessa cambada de inúteis. E hoje ela certamente aprendeu a diferença entre spray de tinta e de gás lacrimogêneos. HÁ HÁ HÁ!!!! E. PHODA-SE!!!

Quem matou Gelson Domingos

       Dirceu Ayres


Vindo dos Pampas Blog dedicado a informações, politica, esportes, fotos e humor. quinta-feira, 10 de novembro de 2011 Quem matou o repórter da Band Gelson Domingos foi a Portaria nº 18, de 19/12/2006, do Ministério da Defesa Não, não foi um tiro de fuzil que matou o repórter da Band. Quem matou Gelson Domingos foi a Portaria n° 18, de 19/12/2006, do Ministério da Defesa. Peguem as gravações da notícia da morte dele, ouçam de novo. Observem que, sempre que a notícia diz que ele estava usando um colete à prova de balas, a notícia diz que ele “estava usando um colete à prova de balas de uso permitido“. Agora vamos ler as entrelinhas do que está sendo dito para o povo. Sabem o que significa isso que a mídia desarmamentista está noticiando? Que existem coletes à prova de bala de uso restrito. Não por coincidência, os coletes à prova de balas de uso permitido agüentam um tiro de pistola, mas não resistem a um tiro de fuzil. Já os coletes à prova de balas de uso restrito agüentam com facilidade um tiro de pistola e também resistem a um tiro de fuzil. E por que existem coletes à prova de balas de uso permitido e coletes à prova de balas de uso restrito? Simples: porque o Estado brasileiro não quer que os cidadãos brasileiros possam se defender dos tiros que pela legislação só as Forças Armadas brasileiras podem desferir. Interessante, não é? O Estado brasileiro não se contenta em desarmar os cidadãos honestos, ele também exige que os cidadãos honestos permaneçam indefesos ao poder de fogo que ele resguarda legalmente apenas para si. Noutras palavras, o Estado brasileiro reserva para si o direito ser o único ente capaz de matar seus cidadãos honestos com facilidade. O único furo neste raciocínio é que os bandidos não acham uma boa idéia que só o Estado possa matar os cidadãos honestos, eles querem poder fazer o mesmo e por isso usam cada vez mais armas de uso “restrito”. Vejamos o que diz a Portaria n° 18 do Ministério da Defesa:
Art. 2o Coletes à prova de balas são produtos controlados pelo Exército, relacionados sob os números de ordem 1090 e 1100 e incluídos na Categoria de Controle no “3” e “5”, respectivamente.
Art. 3o Os coletes à prova de balas são testados e classificados quanto ao nível de proteção segundo a Norma “NIJ” Standard 0101.04, do Instituto Nacional de Justiça dos Estados Unidos da América.
Art. 4o Os coletes à prova de balas são classificados quanto ao grau de restrição, conforme art. 18 do Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), em:
I – USO permitido: os coletes à prova de balas que possuem níveis de proteção I, II-A, II e III-A; e
II – USO restrito: os coletes à prova de balas que possuem níveis de proteção III e IV.
Eis a classificação segundo a Norma NIJ Standart 0101.04 acima citada:
Type I (22 LR; 380 ACP)
Type IIA (9 mm; 40 S&W)
Type II (9 mm; 357 Magnum)
Type IIIA (High Velocity 9 mm; 44 Magnum)
Type III (Rifles)
Type IV (Armor Piercing Rifle)
Ou seja, para mim, para você e para o cidadão honesto em geral, o Estado brasileiro diz com todas as letras o seguinte: “vocês cidadãos honestos só podem se defender de tiros de pistolas; vocês cidadãos honestos não tem o direito de se defender dos tiros que só as Forças Armadas brasileiras podem disparar“. O repórter da Band Gelson Domingos não era agente do Estado brasileiro, portanto não tinha o direito de defender sua vida de um tiro de fuzil. E, por não ter o direito de defender sua vida usando um colete à prova de balas com a proteção adequada para resistir a um tiro de fuzil, foi morto por cumprir a lei. Esse é o país em que vivemos. Wilton Valadas Júnior Engenheiro de Produção Civil.

'Nunca ninguém do sindicato ou da USP telefonou', diz pai de aluno morto na faculdade


      Dirceu Ayres

SÃO PAULO. "Vi ontem uma mãe na delegacia chorando porque o filho estava preso, mas ele foi preso porque escolheu. Esses alunos, esses pais, parecem não ter noção do que é chorar por ter perdido um filho. Talvez, se tivesse policiamento, o meu Felipe não teria sido morto com um tiro na cabeça". VÍDEO:Veja entrevista com os pais do estudante morto na USP RELEMBRE:Estudante morre baleado dentro da USP LEIA MAIS:Professores da USP decidem não aderir à greve iniciada por estudantes O desabafo, resignado, é de Zélia Paiva, mãe de Felipe de Ramos Paiva, aluno da Faculdade de Economia e Administração (FEA) morto em 18 de maio deste ano no estacionamento da universidade. Foi em razão desse crime - os dois assaltantes estão presos - que a USP decidiu colocar a PM no campus, revoltando grupos de alunos, que protestaram, invadiram a reitoria, foram presos, soltos no mesmo dia e agora estão em greve. Zélia, dona de casa, e o marido Ocimar Florentino Paiva, projetista, são a favor do policiamento na cidade universitária. Para o casal, é inconcebível um protesto que, segundo eles, pode mascarar ideologias questionáveis. Os ânimos se acirraram entre estudantes e a reitoria depois que três alunos foram presos pela PM fumando maconha. Os estudantes alegam que a luta contra a presença da polícia não é nova, nada teria a ver com o que aconteceu, e criticam a forma "agressiva" como seriam abordados. - O que ouvimos da polícia, na época do crime, é que duas quadrilhas sempre agiram livremente lá dentro (da USP). Tem que ter policiamento, é claro. Usar drogas é contra lei e tem que impedir. A USP não pode ser um lugar que atrai traficantes - diz Ocimar. Seis meses após perder o filho, ele se emociona ao lembrar que conseguiu, "com com muito custo", construir a casa em que cada um dos dois filhos teria seu quarto, e que ele teve um sonho interrompido: os dois se formariam no ano que vem. Ocimar cursa Engenharia Elétrica numa faculdade privada. Na sala do sobrado recém-erguido numa rua simples de Pirituba, na periferia de São Paulo, o pai de Felipe sofre com as manifestações de alunos em pé de guerra com a USP. - Eles (manifestantes) dizem que os alunos da FEA, da Poli e da Medicina não fazem protesto porque são filhinhos de papai. Você acha que somos ricos? Eles nem sabem contra quem ou contra o que estão protestando. Meu filho nunca fez protesto porque trabalhava desde cedo e estudava nos fins de semana para entrar e se manter num curso muito concorrido - diz, perdendo a voz, esfregando os olhos, já amparado pela mulher. Uma cena do noticiário dos últimos dias não sai da cabeça do casal: advogados na porta do 91 DP, para onde foram levados os manifestantes, felizes porque um sindicato conseguiu arrecadar R$ 39 mil para pagar a fiança coletiva. - Arrumaram quase R$ 40 mil para tirar da cadeia alunos que não queriam nem sair, enquanto faz seis meses que meu filho morreu e nunca ninguém de sindicato ou da USP deu sequer um telefonema para nós. Recebemos só o telegrama de um professor do Felipe, em nome dele e de alunos da classe. Foi a única manifestação de solidariedade - conta Zélia, ainda de voz firme. A tragédia que se abateu na família criou um trauma. A filha mais nova do casal, de 21 anos, desistiu de prestar vestibular para Medicina na USP, pelo menos por enquanto. - Precisamos retomar nossa vida, mas tem coisas que marcam muito a gente. Tem seis meses que o quarto do Felipe está do jeito que ele deixou, não conseguimos tocar em nada. Estamos pensando até em vender a casa para tentar recomeçar a vida longe de algumas lembranças - afirma Ocimar, que mensalmente paga as despesas do carro do filho, protegido com uma capa no quintal da casa. O passaporte de Felipe, emitido cinco dias antes do crime, é guardado pela família. - Meu filho queria viajar pelo Brasil, mas também conhecer o mundo. A insegurança interrompeu o sonho dele. O país todo precisa ter mais segurança, e a USP, também. Ou vão esperar acontecer nova tragédia? - indaga o pai. http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/11/10/nunca-ninguem-do-sindicato-ou-da-usp-telefonou-diz-pai-de-aluno-morto-na-faculdade-925775520.asp#ixzz1dJXNsVdC