segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ALMEIDA LIMA DEIXA PMDB E ADVERTE QUE PT CONSTRÓI PROJETO AUTORITÁRIO E MAIS ADIANTE DESCARTARÁ TODOS OS PEEMEDEBISTAS.

                             
     Dirceu Ayres

Almeida Lima: PT liquidará democracia  Em tempos de PSD - o partido nem de direita, nem de esquerda, nem de centro - e de uma oposição minguada, o deputado federal Almeida Lima é uma exceção. Eleito por Sergipe, ele deixou o PMDB recentemente para ingressar no oposicionista PPS. Além de estar de olho na eleição municipal de 2012, quando almeja conquistar a prefeitura de Aracaju, o parlamentar diz que se cansou de tentar alertar os peemedbistas sobre as reais intenções do PT no poder. Para Almeida Lima, os petistas estão construindo um projeto autoritário e pretendem descartar os partidos aliados assim que possível. Ex-senador, ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento e atual presidente da Comissão de Reforma Política, Almeida Lima concedeu entrevista ao site de VEJA. Selecionei como segue a resposta formulada por Almeida Lima a uma das perguntas e ao final o link para leitura completa dessa entrevista muito importante, haja vista para o fato de que o Brasil corre o risco de se render ao autoritarismo comunista do PT faxce à leniência da oposição e a ignorância da maioria dos eleitores. Leiam: E qual é o caminho? Há, nessa aliança, digamos um saco de gatos muito grande e pessoas com projetos díspares. O PT, por exemplo, tem um projeto de dominação de todo o establishment, de todo o espaço de poder para levar o Brasil a um governo autoritário, antidemocrático. Vez por outra eles botam as asas de fora e a imprensa poda aqui ou acolá. Mas não se esqueça: aos poucos eles vão avançando mediante o financiamento corrupto que eles têm. Eu nunca vi a UNE com tanto dinheiro em caixa quanto hoje. Nunca vi entidades sindicais e do movimento social com tantos recursos e tão bem aparelhadas quanto hoje. O PT chegou ao poder, mas era minoria no Senado. Hoje está lá em cima. Era minoria na Câmara, hoje tem a maior bancada. Há um aparelhamento do estado, com cargos e mais cargos, há uma corrupção desenfreada financiando tudo isso. Por outro lado, existem partidos, como o PMDB, que estão nessa aliança de gaiato: não com um projeto político de poder, mas com esse projeto que todo mundo já conhece, de interesses regionalizados e sem uma proposta maior. O PMDB e os outros partidos que compõem a base não estão percebendo - ou estão percebendo mas estão tendo lucro e preferem continuar fazendo parte de uma aliança quando se sabe que o PT tem um projeto completamente diferente dos outros. E lá pelas tantas, com essa evolução, tenha certeza: cada um desses outros partidos, separadamente, serão descartados na medida em que se tornarem desnecessários. Eles vão ser descartados pela desnecessidade. Usa-se os instrumentos da democracia para derrotar a democracia. É isso que vai acontecer.

CÓDIGO FLORESTAL: DIA DECISIVO.

      Dirceu Ayres     
 

Hoje o petista Jorge Viana (PT-AC), da turma da Marina Silva, lê o relatório consolidado nas demais comissões, na de Meio Ambiente do Senado. Está tentando sair de bem com todo mundo. Existem impasses que, se não forem resolvidos no Senado, serão decididos por ampla maioria na Câmara. A presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), vê com descrédito os incentivos econômicos que o novo Código trará para facilitar o processo de regularização. "Isso é coisa para Suíça", ironiza ela, que representa os ruralistas nos debates no Congresso. A entrevista foi concedida ao O Globo. Quais são os principais pontos do código que ainda geram problema? KÁTIA ABREU: Atualmente, o único ponto de discórdia é a produção nas margens de rios. Ou seja, a consolidação de áreas produtivas em margens de rios. Não estou falando de agricultura extensiva, de plantação de soja. Essa agricultura não vai morrer por causa de cinco metros ou dez metros. Agora, um pequeno produtor pode morrer. A solução para o impasse seria tirar a proteção das matas ciliares? KÁTIA: A mata ciliar é de uma importância vital, mas ela não pode virar um santuário. Eu faço um comparativo com a APP de morro, no Rio de Janeiro. É bom morar no morro? É péssimo. É irreversível? É, não vão tirar a Rocinha de lá. Nessa hora, pra nós, é igual. Nós também temos a consciência de que a mata ciliar é importante, mas não dá para tirar essas pessoas que estão lá há centenas ou dezenas de anos. Qual a sua expectativa em relação ao parecer do relator sobre o novo código? KÁTIA: Estou ansiosa para ler o texto do relator. Não quero radicalizar, mas vou tentar convencer a todos do óbvio: o Brasil não é uma maquete eletrônica, que você pode tirar pessoas automaticamente. E quanto aos produtores que tiverem de replantar a mata ciliar que desmataram? KÁTIA: Eu vou fazer um convite para você: vamos fazer um viveiro de plantas nativas em cada estado do país, porque não tem. Vai valer mais do que cocaína. Como a senhora avalia a atuação do senador Jorge Viana na relatoria? KÁTIA: O Jorge Viana é bacana, tem sido muito educado, mas precisa parar de ter medo do óbvio: ele tem medo de dizer que vai poder consolidar as áreas produtivas e ficar marcado para sempre. Por que pegar essa relatoria se não dá conta de fazer o óbvio? Essas matérias complexas só deveriam ser conduzidas por quem tem coragem de fazer.

A insustentável leveza de Lupi

      Dirceu Ayres          


Um empresário e dono de ONG ajuda o ministro do Trabalho a levantar vôo, e lá vem a imprensa burguesa chatear o governo popular. Que mal pode haver numa simples carona? A burguesia não suporta a solidariedade entre os trabalhistas e seus clientes. Além do mais, como o próprio ministro Carlos Lupi já ressaltou, ele é pesadão. Claro que o Estado não agüentaria carregá-lo sozinho pelos céus do Maranhão. Para isso existem as ONGs. O empresário que providenciou um avião não-governamental para a turnê governamental de Lupi, em 2009, é suspeito de desviar verbas do Ministério do Trabalho, segundo a Controladoria Geral da União. E daí? Há várias outras ONGs suspeitas de convênios fraudulentos com o Ministério do PDT, e nenhuma delas, ao que se saiba até agora, ofereceu carona aérea ao ministro pesadão. Por que perseguir logo aquela que deu sua contrapartida social ao trabalhismo? É bem verdade que o ministro da Agricultura que aceitou carona aérea de empresário acabou caindo. Mas com Lupi é diferente. A diferença é que Lula e Dilma decidiram que a mídia golpista não vai derrubar o sétimo ministro do governo progressista. As evidências de fraudes estão todas aí de novo, mas moralização tem limite. Dentre os argumentos que brotam do Planalto em defesa de Lupi, está o de que as irregularidades ocorreram na gestão do ministro no governo anterior. Irretocável. Se o Nem da Rocinha se mudasse para o Vidigal, a polícia não poderia encostar o dedo nele. Afinal, os crimes teriam ficado na administração anterior. Dilma foi clara sobre o assunto, comentando o caso Lupi com o sorriso e a irreverência condizentes com a leveza do tema: “O passado passou, gente!” O problema é que hoje, para quem lê as notícias frescas sobre a criação de sindicatos-fantasmas, ou vê o flagrante do ministro descendo do avião particular, fica a impressão contrária: o passado voltou. E voltou pesadão. Talvez nem um milhão de ONGs companheiras bastem para ajudar Dilma a carregá-lo.Texto por Guilherme Fiúza. DO MARIO FORTES

Dilma vive situação melhor que Lula e pior que FHC

       Dirceu Ayres     



Para cientista político da FGV, maioria da presidenta é mais confortável que a de seu antecessor. Mas heterogeneidade dos partidos que a apoiam dificulta definição da pauta e a faz enfrentar instabilidade maior que Fernando Henrique. Professor analisou pesquisa encomendada pelo Congresso em Foco Com maioria mais ampla, Dilma vive situação mais confortável que a de Lula. Mas heterogeneidade da sua base a torna mais instável do que era a de Fernando Henrique - Roberto Stuckert Filho/Planalto Melhor que o petista Lula, pior que o tucano Fernando Henrique Cardoso. Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) Márcio Grijó Vilarouca, assim pode ser resumida a situação da presidenta Dilma Rousseff (PT) em relação à sua base governista. Na avaliação do cientista político, o grande número de partidos com perfis distintos que integram o bloco de sustentação da presidenta no Congresso garante a ela, por um lado, folgada maioria. Mas, por outro, dificulta a definição de uma pauta pelo Executivo. “Comparativamente, a situação da Dilma é melhor que a coalizão do governo Lula, que não tinha maioria no Senado. Mas é pior que a do Fernando Henrique, que tinha uma coalizão mais enxuta, de centro-direita. Com Dilma, são dez partidos heterogêneos, com um elevado número de atores para a coalizão. Não é simples levar adiante uma agenda de governo. É um problema satisfazer a diversidade de partidos de espectros ideológicos diferentes”, observa. Em seus dois governos, Fernando Henrique Cardoso teve o apoio do PSDB, do PFL (atual DEM), do PTB, do PPB (atual PP) e de parte do PMDB, partidos que lhe garantiram maioria nas duas Casas legislativas. Com um leque maior de legendas em torno de si, Lula manteve-se com folga na Câmara, mas enfrentou ferrenha oposição no Senado ao longo de seus oito anos de governo. Um problema que não existe para Dilma, com sua ampla maioria entre deputados e senadores. Márcio Vilarouca analisou os dados levantados pelo Instituto Análise, em pesquisa encomendada para a Revista Congresso em Foco, publicada por este site. Na visão dele, as respostas dadas pelos 150 parlamentares entrevistados revelam um Congresso bastante fragmentado e ciente de seu pouco poder decisório.A reboque De um lado, uma oposição fragilizada e sem discurso; de outro, uma ampla e heterogênea base governista, que busca conciliar as divergências entre partidos que vão da esquerda à direita. De acordo com o professor, emerge da pesquisa um Congresso que admite ir a reboque do Executivo em função de sua pouca capacidade de definir a própria agenda. O cientista político entende que Dilma tem condições de fazer uma agenda política. Mas não com a pauta pretendida pelo PT. “O nosso sistema tem uma alta fragmentação partidária e implica um perfil mais moderado, uma agenda que avança mais devagar e de maneira mais consensual. Como Dilma tem maior número de atores envolvidos, ela terá de buscar sempre o meio termo”, acrescenta. O cientista político avalia que o índice de deputados e senadores que aprovam a forma com que o governo tem atendido às demandas dos parlamentares é “razoável”, sobretudo, por causa da heterogeneidade e do tamanho da base aliada. “Pouco mais de um terço diz que o governo tenta lidar com as demandas da base. Outros 13% dizem que o governo não tem conseguido, mas tenta. Quase metade entende que Dilma tenta lidar com divergências na base. Só 19%disseram que o governo não tem atendido. É um nível razoável de aprovação, porque faz parte do jogo você mostrar descontentamento para conseguir um naco maior.” Conflito interno Com uma oposição enxuta, destaca o cientista político, é natural que o governo enfrente mais conflitos em sua própria base do que na oposição. Para ele, o número de ministérios nas mãos do PT hoje é desproporcional ao tamanho da bancada e abre caminho para a insatisfação dos aliados. “No gabinete inicial, eram 17 ministros do PT e seis do PMDB. O PSB tinha dois, o PP, o PDT e o PCdoB tinham um cada. Isso gera conflito dentro da base. Nos governos europeus parlamentaristas, a participação dos partidos nos gabinetes depende do número de votos que cada legenda recebeu. É um problema satisfazer a diversidade de partidos de espectros ideológicos diferentes”, considera. Se o governo tem dificuldade em estabelecer uma agenda positiva, por causa da diversidade de sua base, a oposição esbarra no dilema de construir um discurso que resista ao sucesso da economia, a despeito da crise que se avizinha. Ou seja, de fazer sustentar uma agenda negativa. Oposição perdida “Qual a agenda da oposição hoje? Não tem. O fato de o país estar em um bom momento econômico dificulta uma agenda mais negativa. A oposição tem dificuldade de estabelecer uma agenda para se diferenciar do governo. Como a economia está indo bem, fica difícil estabelecer essa contra-agenda. Às vezes, os temas são distantes da população. Os temas apropriados pelo PT na oposição tinham mais apelo do que a reforma tributária, por exemplo.” Márcio Vilarouca acredita que esse cenário econômico favorável explique por que a presidenta Dilma aparece hoje como favorita para as próximas eleições presidenciais, na avaliação dos parlamentares. “Se a economia está indo bem, a probabilidade de reeleição é muito alta. Se daqui a três anos a economia estiver bem, é muito provável que Dilma se reeleja”, afirma. O cientista político diz ter ficado surpreso com o fato de o ex-candidato tucano José Serra não ter sido lembrado uma vez sequer pelos parlamentares, nem mesmo por seus colegas de partido. Para ele, isso mostra que, embora não possa ser dado como carta fora do baralho, Serra ainda está pagando pelos erros cometidos na eleição passada, quando foi acusado por aliados de centralizar as decisões de sua campanha e de não saber negociar apoio nos estados. Nome mais cotado pela oposição para a sucessão presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) encarna uma imagem diferente, segundo o professor. E talvez por isso, acrescenta, seja o mais lembrado. “O nome dele aparece com 21%da preferência na oposição, enquanto o nome do Serra simplesmente não aparece. Serra tem uma imagem de muito confronto com o PT e com Lula. O Aécio, como bom mineiro, faz uma plataforma mais moderada. Isso ajuda a organizar uma imagem nova para a oposição. É difícil fazer oposição só com agenda negativa quando você tem crescimento econômico.” Carta na manga Para Márcio, é natural Dilma aparecer à frente de Lula na pesquisa feita entre os parlamentares sobre quem estará no comando do país em janeiro de 2015. Isso só vai mudar, acredita, se a crise econômica internacional desembarcar de vez no país. “Se o cenário econômico se mantiver, ela tem boas condições de se reeleger. Se ficar mal, o PT tem outra carta na manga, que é o Lula. É uma questão estratégica. Não há porque usar agora a carta que pode ser usada mais adiante.” O professor observa que, apesar de apontarem para a reeleição de Dilma, os parlamentares ainda preferem Lula. O ex-presidente recebeu de deputados e senadores a maior nota entre sete instituições e personalidades. “Lula soube negociar mais com o Congresso do que Dilma. Ela não tinha uma socialização política, coisa que nele sobrava. Dilma tem um perfil mais técnico.” Os parlamentares deram nota, de zero a dez, a quatro instituições e três personalidades. Destas, a mais bem avaliada foi Lula, com média de 7,25. Na pesquisa, realizada antes da revelação de que ele tem câncer de laringe, o ex-presidente se saiu bem inclusive na análise da oposição. Somente o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a imprensa receberam notas melhores dos deputados e senadores oposicionistas.

DISCURSO DA IMORALIDADE

     Dirceu Ayres               

Não é à-toa que a classe dirigente petista odeia a liberdade de pensamento que inclui a imprensa livre, aquela que dá azia em Lula da Silva. Incomoda aos outrora defensores da ética o escancaramento da corrupção dos companheiros e de seus sócios em falcatruas, ou seja, da base aliada. Exemplos de imprensa “inconveniente” não têm faltado, a ponto de se pensar que o Brasil está sendo governado por um sindicato do crime onde larápios do povo se esparramam pelos Três Poderes, refestelados na impunidade que lhe é facultada por não serem “pessoas comuns”. Recorde-se, para citar um exemplo, a reportagem da Veja (31/08/2011) que trata de um dos mentores do PT, o ex-ministro, deputado cassado, chefe da quadrilha do mensalão (como a ele se referiu um Procurador-Geral da República), homem de duas caras, José Dirceu. Segundo a Veja, Dirceu é um homem de negócios que gosta de ser chamado de ministro e mantém uma espécie de gabinete em hotel de Brasília por onde transitam figurões como ministros, senadores, deputados, presidentes de estatais e magnatas da chamada elite capitalista. Todos devidamente fotografados pela revista para que não reste dúvida sobre os bons relacionamentos de José Dirceu junto à classe A da economia e da política. A romaria vai em busca da influência que Dirceu ainda mantém no Congresso, no Judiciário, nas estatais, nos bancos públicos, nos fundos de pensão, na telefonia, nas empreiteiras, nos bancos particulares. Dirceu é, pois, um “cardeal” da seita PT e seus “amigos” nacionais e internacionais contam com o sigilo da confissão e o charme do mistério que envolve os “interesses”. Portanto, Dirceu continua íntimo dos que ele chama no pior sentido de “elites”. Afinal, é “consultor de empresas”, entre outras, as do setor do petróleo e gás. No seu partido José Dirceu exerce enorme fascínio. Se não ultrapassa Lula da Silva, pelo menos é a segunda estrela fulgurante a ser seguida e adorada. E como tal que fez sucesso no 2ºCongresso da Juventude do PT realizado recentemente. No evento Dirceu proferiu o discurso da imoralidade criticando a “luta moralista contra a corrupção”. Ele se referia aos movimentos espontâneos, que das redes sociais acorrem às ruas e às denúncias da imprensa não cooptada pelo governo petista. O poderoso homem do PT fez bonito para a juventude dourada petista, devidamente doutrinada para crer que moral é coisa de burguês. Algo que não deixa de soar delicioso porque abre as comportas da roubalheira oficial aos companheiros. Não importa se o povo é lesado pela conduta criminosa dos ministros que têm caído sob o peso de documentos, fotos, depoimentos. Antigamente o PT dizia ser o defensor dos pobres e oprimidos, que são os mais prejudicados pelos ministros corruptos de Lula/ Rousseff, incluindo Carlos Lupi, do Trabalho, que se agarra vergonhosamente ao cargo. Um péssimo exemplo para a juventude, mas, como ensinou a presidente no discurso do cinismo: “passado é passado”. Não podia faltar também da parte do misto de lobista e guru do PT o discurso contra as elites. Aquelas que sustentam as campanhas petistas e que devem lhe dar, assim como a muitos companheiros, lucros nada desprezíveis. E os jovens petistas, deslumbrados, agraciaram o ídolo com uma camiseta onde se lia: “Contra o golpe das elites – Inocente”. O golpe das elites, teoria da conspiração forjada por Dirceu produz aquela excitação aos que se julgam superiores por conhecer certos segredos inacessíveis ao vulgo, aquele prazer de denegrir quem se deseja atingir. Desse modo são forjados mitos que prevalecem como verdades inquestionáveis por mais idiotas que sejam. Ou, então, vingam-se recalques contra os melhores, pois a inveja é sentimento intrínseco ao ser humano. Exemplo: os Estados Unidos são o grande Satã Branco. Os judeus matam criancinhas em seus rituais e querem dominar o mundo. O holocausto não existiu. No seu discurso da imoralidade Dirceu não podia deixar de mencionar o PSDB. Estranha obsessão contra um partido que, com exceção de alguns de seus políticos nunca foi oposição ao PT. Mas, contra o PSDB Dirceu foi moralista ao sentenciar: “Quando dizem que tem de responsabilizar o ministro e o partido por problemas no ministério, então, tem que se responsabilizar o PSDB, o Geraldo Alckmin e o José Serra pelo escândalo das emendas (?) em São Paulo”. Nessa toada tem que se responsabilizar Lula e seu partido pelos inúmeros escândalos de corrupção de seus ministros. O mesmo serve para Rousseff se não fizer uma faxina de verdade. Lembre-se, porém, Dirceu, que dentro de todo ser humano existe a capacidade de diferenciar o bem e o mal, independente da época e da sociedade. Por isso, até o mais cínico e hipócrita dos ministros de Lula repassados a Rousseff oculta seus atos corruptos ou trata de mentir sobre eles porque sabe que pode ser julgado, não pela burguesia moralista, mas pela opinião pública. Texto por Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga. -mlucia@sercomtel.com.br w.maluvibar. blogspot.com DO MARIO FORTES