sábado, 3 de dezembro de 2011

SEGURANÇA DE VOO LÍDER COMUNITÁRIO DA ROCINHA É NEGOCIANTE DE ARMAS E AMIGO DE LULA, DILMA E CABRAL!


      Dirceu Ayres

À mesa, com o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, dois homens conversam, um deles exibe um fuzil AK-74 – uma arma de guerra, comumente vista nas cenas de conflitos no Afeganistão. É um armamento cobiçado por traficantes das favelas cariocas, pelo qual os criminosos pagam bem. Ao fundo, crianças brincam em uma quadra. Os dois interlocutores do traficante Nem são William de Oliveira, o William da Rocinha, lotado no gabinete da vereadora Andréa Gouvêa Vieira (PSDB), e Alexandre Leopoldino Pereira da Silva, o ‘Perninha’ - lotado na Casa Civil do Governo do Estado, como segurança do Palácio Guanabara, sede do governo. Um quarto homem, tesoureiro de Nem, ainda não identificado, organiza bolos de dinheiro. Os quadros do vídeo, exibidos pela Polícia Civil, mostram que, em certo momento, Nem confere a soma, passa o elástico e entrega uma bolada a Perninha. Outra bolada vai para William, que se põe a contar as cédulas. O vídeo obtido pela Polícia Civil do Rio levou à prisão, na manhã desta sexta-feira, o homem que, na Rocinha, era tão famoso quanto o bandido Nem. A diferença é que William também era conhecido – e respeitado – fora dos limites da favela. E, a julgar pelas imagens que ele próprio exibe em sua página no Facebook, o conceito de líder comunitário comprometido com as causas da população da Rocinha convencia autoridades e famosos de diferentes segmentos. William foi preso em sua casa, na Rocinha, por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA). Na casa foram encontrados, entre outros itens, 10 telefones celulares. Documentos e arquivos de computador foram recolhidos para perícia. Na apresentação do caso e do próprio William, na manhã desta sexta-feira, a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, fez um agradecimento às mulheres da Rocinha. A versão oficial para a forma como a polícia obteve o vídeo é a seguinte: “Minha fala será particular para as mulheres da Rocinha. Durante a ocupação, as forças de segurança pediram para que as informações fossem passadas para a polícia. Eu particularmente pedi isso às mulheres. Uma mulher procurou um delegado e entregou o material que permitiu a prisão do William”, contou. O vídeo, segundo Martha Rocha, estava em um DVD, entregue ao delegado. Além da prisão de William e de Perninha – ainda procurado – o vídeo permitiu que a Polícia Civil obtivesse outra vitória importante. A prova representa mais um indiciamento contra o traficante Nem, e, para o delegado Márcio Mendonça, da DRFA, é prova “forte e segura” de que Nem comandava o tráfico no local. Na prática, isso representa chance de uma condenação mais dura contra o traficante, e dificulta uma tentativa da defesa de tirá-lo da cadeia, antes do julgamento. “Deu para perceber que ele, William, estava negociando a arma e recebendo o pagamento. Instauramos o inquérito e a prisão temporária dele está expedida. Os três foram indiciados por venda de armas e associação para o tráfico de drogas”, explicou Mendonça. A prisão de William serve para desanuviar um cenário que, particularmente no Rio, costuma ser nebuloso: os limites das relações entre “lideranças comunitárias” e o tráfico de drogas. Tais líderes, reconhecidos por seu poder de barganha com os traficantes, acabam ocupando uma posição confortável no vácuo deixado pelo poder público. Mediante ações assistencialistas, intercedendo junto às quadrilhas e até decidindo alocação de recursos obtidos ilegalmente, criam fama, angariam simpatia. Não raro, lançam-se na política – com aval do crime organizado. Contra William, o que se tem, no momento, é a acusação. E um vídeo que parece ser indefensável: ainda que não estivesse vendendo o fuzil para o bandido, ele terá que explicar como aceitou receber um maço de dinheiro e sentou, longamente, à mesa com o criminoso armado. Na apresentação à polícia, William tentou se defender. “Foi uma armadinha. Eu já tinha ciência dessas imagens, que foram gravadas um dia antes da eleição (outubro de 2010). Minha família e a vereadora não sabem disso”, disse William, que afirma ter se sentir ameaçado. O dinheiro, segundo William, foi dado como contribuição para sua campanha à Assembléia Legislativa, pelo PRB. No momento, segundo William, Nem estava embriagado, e por isso ele aceitou a quantia, que depois – diz ele – foi devolvida. A vereadora Andrea Gouvêa Vieira saiu em defesa de William no início da manhã. Pôs em dúvida a investigação da polícia. A partir da exibição de quadros do vídeo, Andréa mudou de discurso: afirmou estar “absolutamente estupefata” e sentindo-se traída. “Eu sou a responsável pela nomeação. Ele gozou da minha confiança. Várias vezes, tentei convencê-lo a sair da Rocinha, por causa das ameaças que ele dizia receber do tráfico”, afirmou. “Essas imagens são contrárias a toda a convicção que eu tinha sobre ele até aqui”, disse. Andréa, certamente, não tinha conhecimento do outro lado de William. Nem ela nem o vice-governador Luiz Fernando Pezão; o governador Sérgio Cabral; o senador Marcello Crivella (PRB); o apresentador de TV Luciano Huck; a presidente Dilma Rousseff; o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o tenista Gustavo Kuerten; o ator americano Ashton Kutcher e uma infinidade de pessoas que, em algum momento, abraçaram William. A Rocinha inteira, aliás, abraçou a imagem de líder comunitário. Duas semanas depois da ocupação da favela, a reportagem do site de VEJA percorreu as ruas da Rocinha. Estavam lá o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O guia da comitiva era William, a quem a população se dirigia como quem falava com o poder público – apesar de não ser mais o presidente da Associação de Moradores da Rocinha. Cobravam dele melhorias no recolhimento de lixo, no saneamento, na contenção de encostas. William não tinha mandato. Mas tinha poder. E, para a polícia, este poder foi conquistado com auxílio das quadrilhas. Diz o delegado Márcio Mendonça: “O tráfico de drogas exerce um poder forte sobre as associações. Quando ele (William) foi presidente, deve ter colaborado (com o tráfico)”. O subchefe operacional da Polícia Civil, Fernando Veloso, contribuiu para espanar a ingenuidade que persiste na imagem que a sociedade tem dos líderes comunitários em favelas. “Intermediar assuntos da população da favela é uma coisa. Receber dinheiro, intermediar a compra de um fuzil com um traficante é outra. Há pessoas que usam do cargo para se beneficiar”, afirma. Do site da revista Veja

Dilma afirma que fará ‘análise objetiva’ sobre Lupi e PDT já admite perder pasta

               
         Dirceu Ayres

Quando questionada se a declaração de amor de Lupi a ela o manteria mais tempo no cargo, presidente disse que não é ‘adolescente’Lisandra Paraguassu, enviada especial, e Vannildo Mendes, de O Estado de S.Paulo CARACAS e BRASÍLIA - Depois de desautorizar a Comissão de Ética da Presidência da República e bancar a permanência do ministro Carlos Lupi, a presidente Dilma Rousseff desdenhou na sexta-feira, 2, em Caracas, da declaração de amor feita pelo titular do Trabalho e disse que fará uma análise objetiva para decidir, "a partir de segunda", o destino do presidente licenciado do PDT. Para oposição, manutenção de Lupi desmoraliza as instituições Dilma rejeita ‘faca no pescoço’ e confronta Comissão de Ética ESPECIAL: Leia tudo sobre o ministro do Trabalho  Dida Sampaio/AE A presidente, no encontro de Caracas A decisão iminente da presidente desencadeou no PDT uma operação de afastamento "suave" de Lupi e a tentativa de se manter na pasta ou em outro posto na Esplanada. Questionada se o "Dilma, eu te amo" de Lupi, pronunciado durante depoimento na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, pesou na sua decisão de mantê-lo no cargo, a presidente respondeu: "Eu tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Não sou propriamente uma adolescente e eu diria também uma romântica. Faço análises muito objetivas". "Qualquer situação referente ao Brasil vocês podem ter certeza de que eu resolvo a partir de segunda-feira", acrescentou. Se Dilma optar por uma transição mais branda e negociada, o destino de Lupi pode ser selado na reunião de avaliação política convocada pela cúpula do PDT para segunda-feira ou terça de manhã. Na reunião estarão membros da Executiva e das bancadas do partido no Congresso. Demissão já. O presidente interino da sigla, deputado André Figueiredo (CE), aliado de primeira hora do ministro, embora ressalte que ainda acredita na inocência de Lupi, defenderá que ele deixe o cargo já, "para conter o desgaste político ao partido, ao governo federal e a ele próprio". Figueiredo defende a tese de que o partido não indique substituto agora e aguarde a reforma ministerial em janeiro. "Vamos continuar no governo, mas independe se no mesmo ministério ou em outro. Vamos aguardar o convite da presidente e então discutir internamente nomes." A reunião, segundo explicou o deputado, é de análise de conjuntura e não haverá uma deliberação para impor a saída de Lupi.

Ildo Sauer denuncia como José Dirceu entregou o Pré-Sal para Eike Batista



    Dirceu Ayres

Agradecendo ao comentarista Mario Assis, que nos enviou a matéria, publicamos hoje a segunda parte da importantíssima entrevista do professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, concedida a Pedro Estevam da Rocha Pomar e Thaís Carrança, da revista da Associação dos Docentes da USP (Adusp). Considerado um dos maiores especialistas em energia do país, ex-diretor da Petrobras no primeiro governo Lula, Sauer conta como foi descoberto o Pré-Sal e denuncia o lobby feito por José Dirceu para entregar a Eike Batista a maior parte das reservas. Revista Adusp: Você ainda estava na Petrobras, quando o Pré-Sal foi descoberto? Ildo Sauer - Eu ajudei a tomar essa decisão. Nós tomamos essa decisão, não sabíamos quanto ia custar. O poço de Tupi custou US$ 264 milhões, para furar os 3 km de sal e descobrir que tinha petróleo. O Lula foi avisado em 2006 e a Dilma também, de que agora um novo modelo geológico havia sido descoberto, cuja dimensão era gigantesca, não se sabia quanto. Então, obviamente, do ponto de vista político, naquele momento a nossa posição, de muitos diretores da Petrobras, principalmente eu e Gabrielli, que tínhamos mais afinidade política com a proposta do PT de antigamente, a abandonada, achávamos que tinha que parar com todo e qualquer leilão, como, aliás, foi promessa de campanha do Lula. Na transição, ainda a Dilma falou, “não vai ter mais leilão”. Mas se subjugaram às grandes pressões e mantiveram os leilões. Fernando Henrique fez quatro, Lula fez cinco. Lula entregou mais áreas e mais campos para a iniciativa privada do petróleo do que Fernando Henrique. Um ex-ministro do governo Lula e dois do governo FHC foram assessorar Eike Batista. O que caberia a um governo que primasse por dignidade? Cancelar o leilão. Por que não foi feito? “Porque tanto Lula, quanto Dilma, quanto os ex-ministros, estavam nessa empreitada” Revista Adusp: Mas Gabrielli era contra e acabou concordando? Ildo Sauer - Não. A Petrobras não manda nisso, a Petrobras é vítima, ela não era ouvida. Quem executa isso é a ANP [Agência Nacional do Petróleo], comandada pelo PCdoB, e a mão de ferro na ANP era da Casa Civil. Então a voz da política energética era a voz da Dilma, ela é que impôs essa privatização na energia elétrica e no petróleo. Depois do petróleo já confirmado em 2006, a ANP criou um edital pelo qual a Petrobras tinha limitado acesso. Podia ter no máximo 30% ou 40% dos blocos, necessários para criar concorrência. Porque, em 2006, Tupi já havia sido furado e comunicado. O segundo poço de Tupi, para ver a dimensão, foi feito mais adiante, esse ficou pronto em 2007. Só que o Lula e a Dilma foram avisados pelo Gabrielli em 2006. Muitos movimentos sociais foram a Brasília, nós falávamos com os parlamentares, os sindicatos foram protestar. O Clube de Engenharia, que é a voz dos engenheiros, mandou uma carta ao Lula, em 2007, pedindo para nunca mais fazer leilão. Em 2005-6, o [Rodolfo] Landim, o queridinho do Lula e da Dilma, saiu da Petrobras. Porque o consultor da OGX, do grupo X, do senhor [Eike] Batista, era o ex-ministro da Casa Civil (José Dirceu), e ele sugeriu então que Eike entrasse no petróleo. Aí ele contratou o Landim, que começou a arquitetar. Como o centro nevrálgico da estratégia da Petrobras é a gerência executiva de exploração, o geólogo Paulo Mendonça, nascido em Portugal, formado aqui na USP, e o Landim, articularam para em 2007 criar uma empresa nova, a partir dos técnicos da Petrobras. E o senhor Batista queimou alguns milhões de dólares para assinar os contratos e dar as luvas desses novos cargos, que estavam dentro da Petrobras mas, desde que o Landim foi trabalhar com o senhor Batista, ele já estava lá para arrancar de dentro da Petrobras esses técnicos. Aí chegou o fim de 2007, todos nós pressionando para não ter mais leilão, o Lula tira 41 blocos… Mas vamos voltar a 2006. Em 2006, quem anulou o leilão foi a Justiça, por discriminação contra a Petrobras fazer essas coisas. Ouvi isso da Jô Moraes, num debate na Câmara dos Deputados. Só que aí se criou o seguinte imbróglio: um ex-ministro do governo Lula e dois do governo Fernando Henrique, Pedro Malan e Rodolpho Tourinho, foram assessorar o Eike Batista. Ele já tinha gasto um monte para criar sua empresa de petróleo. Se o leilão fosse suspenso, ele ia ficar sem nada, e já tinha aliciado toda a equipe de exploração e produção da Petrobras. O que caberia a um governo que primasse por um mínimo de dignidade para preservar o interesse público? Cancelar o leilão e processar esses caras que saíram da Petrobras com segredos estratégicos. Por que não foi feito? Porque tanto Lula, quanto Dilma, quanto os ex-ministros, os dois do governo anterior e um do governo Lula, estavam nessa empreitada. Revista Adusp: Quem era o ex-ministro? Ildo Sauer - O ex-chefe da Casa Civil, antecessor de Dilma. Revista Adusp: José Dirceu? Ildo Sauer - É ele foi assessor do Eike Batista, consultor. Para ele, não era do governo, ele pegou contrato de consultoria, para dar assistência nas negociações com a Bolívia, com a Venezuela e aqui dentro. Ele [Dirceu] me disse que fez isso. Do ponto de vista legal, nenhuma recriminação contra ele, digamos assim. Eu tenho (recriminação) contra o governo que permitiu se fazer. E hoje ele [Eike] anuncia ter 10 bilhões de barris já, que valem US$ 100 bilhões. Até então, esse senhor Batista era um milionário, tinha cerca de US$ 200 milhões. Todo mundo já sabia que o Pré-Sal existia, menos o público, porque o governo não anunciou publicamente. As empresas que operavam sabiam, tanto que a Ente Nazionale Idrocarburi D’Italia (ENI) pagou US$ 300 milhões por um dos primeiros poços leiloados em 2008. Três ou quatro leilões foram feitos quando o leilão foi suspenso pela justiça. Até hoje, volta e meia o [ministro] Lobão ameaça retomar o leilão de 2008, 2006. A oitava rodada. Para entregar. Tudo em torno do Pré-Sal estava entregue naquele leilão.No leilão seguinte, o governo insiste em leiloar. E leiloou. E na franja do Pré-Sal é que tem esse enorme poderio. Como é que pode? A empresa dele (Eike) foi criada em julho de 2007. Em junho de 2008 ele fez um Initial Public Offering, arrecadou R$ 6,71 bilhões por 38% da empresa, portanto a empresa estava valendo R$ 17 bilhões, R$ 10 bilhões dele. Tudo que ele tinha de ativo: a equipe recrutada da Petrobras e os blocos generosamente leiloados por Lula e Dilma. Só isso. Eu denunciei isso já em 2008. Publicamente, em tudo quanto é lugar que eu fui, eu venho falando para que ficasse registrado antes que ele anunciasse as suas descobertas. Porque fui alertado pelos geólogos de que lá tinha muito petróleo. Foi um acordo que chegaram a fazer, numa conversa entre Pedro Malan, Rodolpho Tourinho e a então ministra-chefe da Casa Civil (Dilma), em novembro, antes do leilão. O Lula chegou a concordar segundo disse o pessoal do MST e os sindicalistas, em acabar com o leilão. Mas esse imbroglio, de o empresário ter gasto dezenas de milhões de dólares para recrutar equipe e apoio político nos dois governos fez com que eles mantivessem… Tiraram o filé-mignon, mas mantiveram o contra-filé. O contra-filé é alguém que hoje anuncia ser o oitavo homem mais rico do mundo. E tudo foi mediante essa operação no seio do governo. Contra a recomendação dos técnicos da Petrobras, do Clube de Engenharia, do sindicalismo. Foi a maior entrega da história do Brasil. O ato mais entreguista da história brasileira, em termos econômicos. Pior, foi dos processos de acumulação primitiva mais extraordinários da história do capitalismo mundial. Alguém sai do nada e em três anos tem uma fortuna de bilhões de dólares. A Petrobras durante a vida inteira conseguiu descobrir 20 bilhões de barris de petróleo, antes do Pré-Sal. Este senhor, está no site da OGX, já tem 10 bilhões de barris consolidados. Os Estados Unidos inteiros têm 29,4 bilhões de barris. Ele anuncia que estará produzindo, em breve, 1,4 milhão de barris por dia — o mesmo que a Líbia produz hoje. É esse o quadro. Ou a população brasileira se dá conta do que está em jogo, ou o processo vai ser o mesmo de sempre. Do jeito que foi-se a prata, foi-se o ouro, foram-se as terras, irão também os potenciais hidráulicos e o petróleo, para essas negociatas entre a elite. O modelo aprovado não é adequado. Mantém-se uma aura de risco sem necessidade, para justificar que o cara está “correndo risco”, mas um risco que ele já sabe que não existe. Qual é a nossa proposta? Primeiro, vamos mapear as reservas: saber se temos 100 bilhões, 200 bilhões, 300 bilhões de barris. Segundo, vamos criar o sistema de prestação de serviço: a Petrobras passa a operar, recebe por cada barril de petróleo produzido US$ 15 ou US$ 20, e o governo determina o ritmo de produção. Porque há um problema: a Arábia Saudita produz em torno de 10 milhões de barris, a Rússia uns 8 milhões de barris, depois vêm os outros, com2 a4 milhões de barris por dia: Venezuela, Iraque, Irã. O Eike Batista anuncia a produção de 1,4 milhão de barris, a Petrobras anuncia 5 milhões de barris e pouco. Significa que o Brasil vai exportar uns 3 ou 4 milhões de barris. Já é o terceiro ator. Não se pode fazer mais isso. BLOG DO MARIO FORTES

O nosso jeitinho frouxo e cretino de ser.


         Dirceu Ayres

Lá se vai mais um ano, e a cada dia torna - se impossível não ser mais orgulhoso de ser brasileiro. Estamos em paz com a nossa consciência (?), pois não importa se vivemos sob a ditadura da corrupção, e que o peculato não é crime, mas sinal de inteligência (gostou do elogio Lupi?), e o que interessa é que vivemos despreocupados, e que o problema é dos outros, não nos interessando se os outros são VOCÊS. Depois que do nada viramos um tudo, e passamos a usufruir de carros, mulheres, riquezas, poder e impunidade. Nós atingimos o panteão da esbórnia institucionalizada sem o menor esforço. Não importa que o País esteja estratificado, o que importa é que vivemos em êxtase. No País, testemunhamos um verdadeiro milagre em andamento, que promete durar mais vinte, trinta anos. Não adianta falar que a carga tributária do brasileiro está próxima de 40% do PIB, e que o país tem um dos piores índices de qualificação e eficiência de seus serviços públicos. Não importa que o país acumule troféus de incompetência, seja no IDH, o 84º lugar; no analfabetismo, o 95º; na mortalidade infantil, o 106º; na renda per capita, a 71º; e ocupe apenas o 52º lugar entre 110 países da América Latina melhor para se viver, e que estamos no primeiro lugar no mundo em corrupção, com mais de R$ 80 bilhões desviados do bolso de VOCÊS. Se alguém afirma que o metrô de Brasília é o mais caro do mundo, não podemos deixar de falar com a boca cheia, que nada devemos às mais avançadas nações do mundo. Sim, quantos países atingiram tal situação? Quantos países podem taxar os remédios, e o brasileiro é um doente crônico, com 33,9% de impostos, que pagamos sem o menor muxoxo? O que importa, se temos apenas 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e uma participação no comércio mundial em torno de 2%, e que a nossa dívida interna está só em um trilhão e 500 bilhões de reais? Sem contar, que patrocinamos uma bolsa - família que paga para cinco filhos, e até os quinze anos de idade. E, conforme a necessidade de cooptação de votos, o atual benemérito desgoverno pode ampliar o leque, pois sabe que alguém sempre pagará a conta. Devemos apedrejar os que soltam vitupérios contra esta maravilhosa gestão, alegando que no período de janeiro a outubro de 2011, o Governo Federal já gastou R$ 197,7 bilhões de juros da dívida pública. Esse valor astronômico é superior à soma dos orçamentos anuais da saúde e da educação, que somaram R$ 143 bilhões. Não importa que a “presidenta” no exterior, impossibilitada de negar - se a dar uma entrevista não diga coisa com coisa e, para piorar, tropece nas palavras, que soam com gritante incoerência. No País, atém - se a um texto pobre, elaborado para não colocar em circuito sua imensa teia de neurônios mortos (provavelmente, durante as sessões de tortura). Não importa que nada de grandioso tenha sido construído nos últimos dez anos para sedimentar necessidade futuras, seja na infraestrutura seja na educação, pois acreditamos piamente que Deus é brasileiro, e ele nos proverá. Não temos escolas, nem hospitais, mas teremos imensos e majestosos estádios de futebol, pois nossa sede de circo é imensurável. Quanto ao pão, haverá sempre uma bolsa com uma cesta fornecida por ELES, às suas expensas. Com a inflação subindo, para 2012, modifiquemos os índices dos seus componentes e, zás - tráz, ela diminuirá. Viram como é fácil? Sim, estamos orgulhosos, pois apesar de tudo, aumentamos o nosso já elevado índice de aceitação, tanto do EX como da atual presidente. Sim, somos calhordas, mas quem não é, somos jeitosos, somos coniventes, malandros, aproveitadores e, sabiamente, mandamos o futuro para o inferno. É isso aí gente, ninguém vive de valores, ninguém está preocupado com honestidade, com princípios, com justiça, abdicamos de pruridos que na prática tolhem espertezas. Por tudo, estamos eufóricos, que se preocupem com o amanhã aqueles que vierem no futuro. A vida atual é boa, não a estraguemos lendo jornais e revistas aos serviços da fajuta oposição. O nosso espelho é a metamorfose ambulante, exemplo de que tudo se pode, e no espelho, refletimos a imagem de nosso mestre, e como a dele, as nossas faces enchem - se de orgulho. Nós somos os caras. De fato, somos honoris em causa própria, em patifarias, em malandrices; o que trocando em miúdos, nos eleva aos píncaros do gênero cafajeste de ser dos vivaldinos. Brasília, DF, 02 de dezembro de 2011 *Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira Por BLOG DO MARIO FORTES

Comer as asas de frango com moderação.

           
      Dirceu Ayres

Recebi de um amigo esta mensagem por e-mail, que agora publico aqui por achar pertinente as questões que levanta, visto cada vez mais se consumir frango em nossas casas: Asas de frango? CUIDADO!!! Comer assiduamente asas de frango - Pode ser perigoso. Evite comer asas de frango com muita freqüência em especial as mulheres, veja porquê. Uma amiga minha teve recentemente um inchaço no útero e foi submetida a uma operação para remover o quisto. O quisto removido estava cheio de sangue de coloração escura. Ela pensou que ficaria curada após a cirurgia mas estava redondamente enganada. Uma recaída ocorreu poucos meses depois. Assustada, procurou o seu ginecologista para uma consulta. Durante a consulta, o médico fez-lhe uma pergunta que a deixou perplexa.Ele perguntou-lhe se era uma consumidora assídua de asas de frango, ao que respondeu que sim, como se ele lhe conhecesse os hábitos alimentares. A verdade está nesta era moderna. Actualmente os frangos são injectados com esteróides para acelerar o crescimento para poderem suprir as necessidades da procura da sociedade. Os frangos são injectados com esteróides geralmente no pescoço ou nas asas. Por esta razão, são nestes lugares que existem a maior concentração de esteróides. Estes esteróides têm efeitos nocivos no corpo já que aceleram o crescimento. Isto produz um efeito ainda muito mais perigoso na presença das hormonas femininas, deixando as mulheres ainda mais vulneráveis ao aparecimento do quisto nos ovários. Por isso, aconselho as pessoas a controlarem as suas dietas e a diminuírem a freqüência do consumo de asas de frango!

Prenderam Marcos Valério, o patrocinador do PT.

                           
          Dirceu Ayres

O mineiro Marcos Valério, o grande patrocinador do PT, o trem-pagador doMensalão, foi preso ontem, logo no dia em que o PT faz a sua reunião sobre alianças e financiamento de campanhas, em Belo Horizonte. Será que vão dar calote no hotel? Por essa o PT não esperava. Depois de uma animada festa de boas-vindas aos integrantes do diretório nacional oferecida pela direção regional do partido, na noite de quinta-feira, a manhã de ontem começou com a incômoda notícia da prisão do empresário Marcos Valério justamente em Belo Horizonte, onde os dirigentes se reuniram. Durante todo o dia o comentário dos poucos petistas que tocaram no assunto era de que o partido não tem nenhuma relação com Marcos Valério, apontado pelo Ministério Público Federal como operador do mensalão, e que a prisão não tinha nenhum efeito sobre o encontro do diretório. Um dirigente petista, no entanto, reconheceu o desconforto: 'É um fantasma lambendo as nossas orelhas'. Embora tenha apresentado Marcos Valério aos petistas, o ex-deputado Virgílio Guimarães disse não ter tido contato recente com o empresário. 'Eu apresentei o publicitário. Se depois alguém fez ou não fez do Marcos Valério um operador, já não é comigo. Até porque nessa época ele, por alguma razão, se afastou de mim. Não me arrependo de nada. Nossas famílias continuam amigas, não tenho razão nenhuma para romper com Marcos Valério', disse Virgílio. Mensalão. Três réus do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) estavam na reunião do diretório: o deputado José Mentor (SP), o ex-deputado e hoje assessor do Ministério da Defesa José Genoino e o ex-ministro José Dirceu. Genoino não quis comentar a prisão de Marcos Valério. Mentor e Dirceu não falaram com a imprensa. A senadora Marta Suplicy disse sequer ter sido informada do episódio, quando saiu da reunião, no meio da tarde. O secretário de Comunicação do partido, deputado André Vargas (PR), comentou a coincidência da prisão de Marcos Valério justamente no dia da reunião do diretório nacional na capital mineira. 'Coincidência nem feliz nem infeliz. Isso não nos diz respeito'. (Do Estadão)