domingo, 18 de dezembro de 2011

Brasileiro chega ao final de ano mais endividado, mas confiante e dando aprovação recorde à Dilma.


      Dirceu Ayres


Com a máxima na cabeça de que "político é tudo igual", consenso formado no brasileiro por culpa dos próprios políticos, o eleitor pensa: se estou empregado, se posso comprar e fazer crediário, se o salário mínimo vai subir 14% a partir de maio, por que vou mudar? Por que existe corrupção? Por que a violência aumentou? Por que os "políticos" continuam roubando? A economia explica a popularidade de Dilma, assim como explicou a de Lula. E se o mundo desmanchar lá fora, como de fato está, a reeleição de Dilma será em primeiro turno, em 2014. Portanto, é hora da oposição ter prática, em vez de discurso. E a prática está no Executivo, não na tribuna. Ontem Geraldo Alckmin, governador tucano de São Paulo, avisou que vai cortar R$ 900 milhões nos gastos de custeio. A notícia é ótima, mas teria algum efeito eleitoral se ele dissesse que, com o dinheiro, iria construir 100 hospitais. José Serra, o maior nome tucano, afirmou que o PT é imbatível em publicidade. É mais do que isso: o PSDB é infantil em propaganda, chega às raias da imbecilidade. Por fim, ontem, a Juventude Tucana incluiu, nas suas mudanças para "um Brasil do futuro", as "Primárias Já", um assunto interno do partido. Os jovens que vem aí são ainda menos preparados, pois entre as suas bandeiras não existe uma única voltada para a geração de empregos para os jovens, onde reside, exatamente, a maior fatia do desemprego. Então, pelo menos, com todo o PT, com toda a corrupção, com toda a mentira, apesar da falta de oposição que coloca em risco a liberdade de imprensa e as instituições democráticas, vamos pelo menos comemorar que o brasileiro vai ter um bom Natal. O brasileiro merece. E, nesta época do ano, é sempre bom deixar a reles política de lado e pensar no bem das pessoas. Abaixo, matéria do Estadão. Os brasileiros vão às compras neste Natal endividados como nunca, mas com renda suficiente para assumir novos compromissos. Projeções da MB Associados indicam que o grau de endividamento, medido pela relação entre o estoque de dívidas e a renda anual das famílias, atingiu 43,2% este mês, 4 pontos porcentuais acima dos 39,2% de dezembro do ano passado. No entanto, o orçamento familiar não foi tão castigado, segundo a consultoria. A parcela do salário mensal comprometida com o pagamento das prestações passou de 19,4%, em dezembro de 2010, para 22,4%, agora - alta de 3 pontos porcentuais. "O consumidor se sente confortável em eventualmente tomar mais crédito, já que tem a perspectiva de continuar empregado e tendo aumento de renda, principalmente diante da elevação de 14% no valor do salário mínimo", diz o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Ele fez a projeção do endividamento para o fim do ano com base em dados do Banco Central (BC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de recorde, o nível de endividamento no Brasil ainda é relativamente baixo quando comparado com o de outros países, observa o economista. No Reino Unido, o endividamento correspondia a 171% da renda líquida das famílias em julho deste ano. No Canadá e no Japão, essa relação era de 148% e 126%, pela ordem. "A gente precisa ter em mente que o País começou a ter uma economia de crédito há pouco tempo." O problema não é o nível de endividamento, e sim a sua composição, pondera Roberto Troster, ex-economista-chefe da Febraban. "Hoje, tem mais cheque especial, mais conta garantida, e menos empréstimo de longo prazo, por causa do aperto dos compulsórios, que agora está sendo abrandado pelo governo." Na avaliação de Troster, se o esforço do governo for suficiente para melhorar a composição do endividamento das família, ou seja, conseguir linhas mais baratas, a capacidade de endividamento vai aumentar. "Mas é preciso estar atento ao comprometimento do salário com as prestações, o que é determinante para a inadimplência", afirma o economista. Para o ex-diretor do BC José Júlio Senna, hoje sócio da MCM Consultores Associados, não há motivos para alarmismo, apesar da tendência de piora da inadimplência e do spread bancário. Ele argumenta que, tanto um quanto o outro, ainda estão longe dos níveis alcançados no auge da crise, na virada de 2008 para 2009. "O governo certamente detectou a tendência de piora e aliviou o crédito, facilitou o consignado e os empréstimos de mais longo prazo, como o de automóveis", cita o economista. "Como as restrições no Brasil são muitas e variadas, qualquer alívio de política econômica sempre provoca algum estímulo." A inadimplência vem em alta desde o início do ano e deve passar de 7% nos próximos meses. "Mas a tendência é voltar a cair ao longo de 2012", diz Sérgio Vale. "Além do fato que o principal cenário de crise na Europa vai ter passado, a inadimplência deverá desacelerar por causa da perspectiva de que a renda continue aumentando no ano que vem e da questão do salário mínimo, que vai ser forte", argumenta o economista da MB Associados. Com o aumento de 14% no salário mínimo, a consultoria estima que a massa salarial deve crescer próximo de 10% em 2102, contra o pico de 14% que chegou este ano. "Apesar da indicação de desaceleração, é um número forte", frisa Vale. Se o crescimento do salário mínimo fosse nulo, a alta seria em torno de 8,7%.

Como foi o caso do assassinato na Justiça:

                               Dirceu Ayres
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou o julgamento do recurso especial apresentado pela defesa do médico José Guilherme Vartanian, acusado de matar, com golpes no peito, o jovem Marcos Takashi Kawamoto. O crime ocorreu em Maringá (PR), em 1992, na saída de uma boate. A defesa de Vartanian pretende retirar da acusação as qualificadoras de motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima.O relator do recurso, ministro Hamilton Carvalhido, atendeu parcialmente o pedido, excluindo a imputação de homicídio por motivo torpe (vingança), mas manteve a qualificadora de surpresa (dificuldade de defesa da vítima). Para o ministro, é fundamental analisar os acontecimentos anteriores ao crime. No caso, de acordo com a denúncia, Kawamoto teria ido conversar com o réu para apaziguar os ânimos em razão de uma discussão e, assim que lhe estendeu a mão em sinal de cumprimento, recebeu os golpes. Por isso, a manutenção da pronúncia quanto à surpresa.Ocorre que, no entendimento do relator, a imputação quanto à vingança baseou-se em uma possibilidade: a de que Vartanian, em função do desentendimento pouco antes da agressão, procurou vingar-se, perseguindo-o e desferindo os golpes mais tarde. Segundo o relator, a mera possibilidade não é suficiente para levar a acusação ao Tribunal do Júri. A desembargadora convocada Jane Silva pediu vista dos autos para melhor exame do caso. Não há data para a retomada do julgamento. Ainda deverão votar os ministro Nilson Naves, Paulo Gallotti e Maria Thereza de Assis Moura. O crime: No dia 31 de dezembro de 1992, Kawamoto morreu em decorrência de dois chutes no tórax. Os golpes estouraram sua caixa toráxica, quebrando ossos, afetando pulmões e coração. Ele faleceu no local. O motivo teria sido um desentendimento com o então estudante de medicina Vartanian. De acordo com o Ministério Público, o agressor seria praticante de artes marciais e teria ciência dos efeitos fulminantes que os golpes poderiam provocar na vítima. Kawamoto trabalhava como dekassegui no Japão e havia retornado ao Brasil há poucos dias para passar seu aniversário e as festas de fim de ano com a família. Não houve prisão em flagrante e Vartanian aguarda o julgamento em liberdade. Em 1997, ele formou-se em medicina e, atualmente, é cirurgião em São Paulo. Após a pronúncia (momento em que o juiz aceita as imputações propostas contra o réu pelo Ministério Público), a defesa do acusado apelou ao Tribunal de Justiça do Paraná, mas o julgamento pelo Tribunal do Júri por homicídio duplamente qualificado foi confirmado. A partir desta decisão, o STJ analisa o recurso especial. A prescrição desse tipo de crime ocorre em 20 anos da data do fato.De: STJ - 11/04/2008 (original) - Iniciado o julgamento de recurso sobras do assassinato de jovem morto a chutes no Paraná. O médico José Guilherme Vartanian apareceu na mídia nacional em uma entrevista à Globo News - para falar do tratamento do câncer do ex-presidente Lula. Este oncologista não aparecia tanto em veículos de comunicação desde que, em dezembro de 1992, matou Marcos Takashi Kawamoto a socos e pontapés, em frente ao bar Ópera, em Maringá. O rapaz assassinado na rua pelo médico, que trabalhava no Japão, estava em Maringá para passar o Natal com a família. Na ocasião, Vartanian - que ainda estudava Medicina na UEL (Londrina) - perseguiu a vítima antes de espancá-la até a morte. Como ocorreu o caso na Justiça: "O caso andou lentamente; em primeira e segunda instância, decidiu-se que ele iria a júri popular; quando o caso chegou em Brasília, ficou cinco anos parado, até obter o voto do ministro Hamilton Carvalhido, que apontou a prescrição. A lei estabelece que o prazo para a prescrição é reduzido à metade quando o réu tem menos de 21 anos. A família de Marcos, que havia feito passeata em Maringá e protestado defronte o TJ-PR, até hoje não compreende a falta de justiça do caso. Na época, o advogado Israel Batista de Moura, assistente de acusação, apresentou pedido de providências contra a demora no STJ, que começava com uma frase de Rui Barbosa: "Justiça tardia não é Justiça, é injustiça manifesta". Em 2008, 16 anos depois da morte, o caso foi declarado prescrito, sem punição a Vartanian, hoje sob os holofotes da impren QUEM PODE, MATA. QUEM NÃO PODE NEM RECLAMA!

Em meio à guerra entre PT e PMDB - Suspeita de fraude na Caixa pode causar perda de R$ 1 bilhão

               
      Dirceu Ayres

Segundo maior banco estatal do país, a Caixa Econômica Federal está no centro de uma série de transações financeiras suspeitas que podem gerar perdas de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. Graças a uma omissão misteriosa ocorrida na própria Caixa, uma corretora carioca chamada Tetto vendeu papéis da dívida pública de baixo ou nenhum valor por preços acima do mercado. Entre os compradores, há empresas e pelo menos um fundo de pensão estatal. No período em que foram realizadas as transações, de setembro de 2008 a agosto de 2009, o sistema de informática da Caixa responsável por informações relativas aos papéis ficou fora do ar. O banco público classificou a pane como “erro”, atribuindo-o a uma empresa de informática terceirizada. O que sumiu do sistema correspondia a R$ 1 bilhão que deveria ser descontado do valor dos papéis (veja quadro nesta página). Como os papéis eram garantidos por um fundo do governo, se todos os compradores forem à Justiça cobrar tudo o que gastaram, a União terá de arcar com o R$ 1 bilhão. Um dos compradores já se manifestou nesse sentido. Diante do episódio, o banco acionou a Polícia Federal e entrou com um processo na Justiça acusando a Tetto de vender “gato por lebre”. A Folha teve acesso aos autos da ação judicial sigilosa.  Tanto um dos compradores -o fundo de previdência complementar Postalis, dos funcionários dos Correios- como o setor da Caixa responsável pela falha eram controlados, na época, por dirigentes indicados pelo PMDB. O departamento onde ocorreu o problema é vinculado à vice-presidência de Loterias e Fundos de Governo, hoje no centro de uma disputa entre PT e PMDB, os dois partidos que controlam os principais postos no banco. Na época em que essas transações foram feitas, o vice-presidente de Loterias e Fundos era o atual ministro Moreira Franco, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. Seu substituto, Fábio Cleto, é apadrinhado do PMDB do Rio e tem a recondução ao Conselho Curador do FGTS ameaçada por pressão do PT. MICO: O problema com os papéis não era desconhecido do mercado. Eles são originários de uma outra fraude cometida pela Tetto em 2004, que resultou em prejuízo de R$ 700 milhões ao Estado do Rio, segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), xerife do mercado financeiro. Em 2008, um mês após o apagão no sistema da Caixa, a corretora começou a negociar os papéis. No período de um ano, vendeu todos os seus contratos “micados”, segundo narrou a Caixa na ação. No mercado financeiro, esses papéis são classificados como de “altíssimo risco”. Por Reinaldo Azevedo Por Dimmi Amora e Rubens Valente, Folha:

IMPUNIDADE ANUNCIADA: A ARTICULAÇÃO DO PT PARA ABSOLVER A QUADRILHA DO MENSALÃO


      Dirceu Ayres

Em fevereiro de 2006, o desembargador Ricardo Lewandowski foi indicado pelo presidente Lula para ocupar uma cadeira na mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal. Era o primeiro ministro nomeado pelo petista desde a descoberta, no ano anterior, do escândalo do mensalão, o maior esquema de corrupção da história do país. Ao ser entrevistado por emissários do Planalto e conversar com Lula antes da indicação, Lewandowski já tinha plena consciência de que teria, nos anos seguintes, a missão de julgar o processo que resultaria da revelação de que o governo do PT pagara mesada a parlamentares em troca de apoio político. O ministro não só conhecia essa realidade como era próximo a figuras de proa do partido. Formado na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, berço sindical do petismo, e professor com mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo, ele conhecia a família Lula desde jovem. Sua mãe, por exemplo, era vizinha da ex-primeira-dama Marisa Letícia. Relações pessoais com poderosos não impedem ninguém de assumir cargos públicos de relevo. Para assentos no STF, são exigidos notório saber jurídico e reputação ilibada. Além desses dois requisitos constitucionais, espera-se de um ministro da suprema corte independência com relação ao presidente da República que o indicou. É nessa seara que a movimentação de Lewandowski tem causado apreensão. Desde que foi empossado, sua atuação só chamou atenção quando foi portadora de maus presságios — para a opinião pública e as instituições — sobre o caso do mensalão. Na semana passada, essa situação chegou ao paroxismo. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele informou que só pretende concluir seu voto no processo em 2013 — o que prorrogaria ainda mais o desfecho do caso, cuja conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2012. Por trás de uma questão meramente temporal há uma série de desdobramentos políticos, todos eles favoráveis ao PT e à camarilha que figura como ré no processo. O próprio Lewandowski admite que, com o adiamento, poderá haver prescrição de boa parte dos crimes imputados aos mensaleiros. Entre os quais, o de formação de quadrilha, acusação que pesa sobre os ombros do comissário José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil.

O vale tudo do petralhismo.


       Dirceu Ayres

Como Pimentel não explicou nada, então ele fica, entenderam?Ou: Da arte de livrar a cara dos culpados e de culpar inocentes. As coisas acabaram saindo bastante baratas para o agora ministro Fernando Pimentel. Era ele o chefe de Luiz Lanzetta, lembram-se? Lanzetta comandava a equipe de comunicação da “pré-campanha” de Dilma Rousseff que foi flagrada tentando montar — que novidade! — um dossiê contra José Serra. Havia até arapongagem metida no imbróglio. Descoberto, o grupo se desfez, e Lanzetta foi, oficialmente ao menos, demitido. Depois entrou em ação a bandidagem associada que violou o sigilo fiscal de tucanos e de familiares do então candidato do PSDB à Presidência. Antes, em 2006, cumpre lembrar, os aloprados tinham tentado incriminar Serra com o falso dossiê da Saúde, o tal dos aloprados. Em todas essas circunstâncias, é bom deixar claro, atuavam veículos de comunicação a soldo. A maioria das personagens envolvidas com o dossiê dos aloprados pertencia ao entorno de Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, embora ele, claro!, não soubesse de nada. Hamilton Lacerda, o homem que conduzia a mala do dinheiro — R$ 1,7 milhão —, era assessor pessoal de Aloizio Mercadante, que disputava o governo de São Paulo. Lacerda afastou-se do partido, mas já está de volta. Mercadante é um dos ministros de Dilma (Ciência e Tecnologia) e candidato a assumir a Educação no lugar de Fernando Haddad. Pimentel, o chefe da turma do Lanzetta, também ganhou assento na Esplanada. Até agora ninguém foi punido nem por um crime nem por outro. Ao contrário, os figurões acabaram promovidos. O crime, no PT, acaba sempre compensado, e isso vai estimulando a imaginação da turma, que, então, vai se metendo em rolos sempre maiores. E nada revela mais a natureza do partido do que esses dossiês: por intermédio deles, bandidos se tornam acusadores de pessoas inocentes! A reportagem de capa da VEJA desta semana não deixa a menor dúvida sobre os métodos empregados pela quadrilha. Para se safar da acusação do mensalão, forjaram uma lista de doações de recursos irregulares e fabricaram recibos. No auge da ousadia, as falsificações foram entregues ao Supremo como “provas” contra políticos que pertenciam à base do governo FHC. Eis a “lógica” com que operam: bandidos são acusadores; inocentes são acusados. Tentam arrastar as pessoas de bem para a lama para que, lá, sejam obrigadas a se explicar sobre falsas imputações. Há sempre os trouxas que acreditam e os canalhas que fingem acreditar. Muito bem! O Estadão de hoje informa que Pimentel, o ministro que se nega a dar explicações no Congresso, usava a sede de sua “empresa”, a P-21, para fazer encontros políticos. Não me digam! Convenham: ninguém tinha levado mesmo muito a sério essa história de “consultoria”, certo? E quem era um dos freqüentadores do lugar? Ora, Luiz Lanzetta, aquele mesmo do dossiê da pré-campanha… Não explicou nadaVárias vozes do Planalto passaram esta segunda-feira a dizer que o caso está encerrado. Segundo Ideli Salvatti, ministra das Relações Institucionais, a presidente considerou os argumentos de Pimentel convincentes. É mesmo? No post abaixo, há a coleção das perguntas que o ministro até agora não respondeu. Vai ver a curiosidade de Dilma não é assim tão grande… Nota: Ideli, então senadora, era interlocutora da turma que tentava criar as falsas provas de Furnas. Também foi recompensada, certo? Dos seis ministros que caíram por causa de lambanças, só um apresentava evidências inequívocas de enriquecimento pessoal: Antonio Palocci, justamente o petista do grupo. Não estou livrando a cara dos demais, não. Estou me apegando àquilo que se sabe. E agora há Pimentel. Em razão dos vínculos que mantinha com a Prefeitura de Belo Horizonte, seu caso é ainda mais grave do que o de seu colega de partido. Não obstante, Dilma considera que, desta vez, está tudo explicadinho. Os outros que caíram não eram de sua turma — a relação com Palocci nunca foi uma maravilha. Mas é diferente com o “companheiro de armas”, aquele que aprendeu com ela os primeiras rudimentos (e mais não poderia ser…) de marxismo… A “professora” foi de tal sorte eficiente em caracterizar as tramóias do capital que o discípulo se tornou… consultor! É bem verdade que o leque de apoios a Pimentel vai além dos muros do governismo e alcança a cúpula do PSDB de Minas… O Brasil que tenha paciência! *Texto por Reinaldo Azevedo BLOG DO MARIO FORTES.

REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA VEJA SOBRE O MENSALÃO: FALSÁRIOS CRIARAM A LISTA DE FURNAS PARA SALVAR LULA, AMEAÇADO DE IMPEACHMENT!


    Dirceu Ayres

O motivo do crime VEJA teve acesso ao relatório reservado da PF que transcreve um diálogo entre o estelionatário Nilton Monteiro e sua mulher, no qual ele diz que os petistas ficaram “doidos” com a Lista de Furnas e que ela salvaria Lula (facsímle do site da revista Veja)  Entre os meses de março e maio de 2006, o nível de turbulência política em Brasília atingiu o seu ponto mais crítico desde o impeachment do presidente Fernando Collor, em setembro de 1992. A Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava o mensalão havia desbaratado a quadrilha de petistas que atuava no coração do governo, desviando dinheiro público para subornar políticos e financiar as campanhas do partido. A crise ameaçava o mandato do então presidente Lula. Era preciso fazer algo e, conforme demonstrou uma reportagem de VEJA da semana passada, o PT contratou e pagou um estelionatário para fabricar a chamada Lista de Furnas — um documento falso que tentava envolver políticos da oposição com caixa dois eleitoral. Uma estratégia para nivelar por baixo a classe política e minimizar a gravidade do esquema de pagamento de propina montado pelo partido. A Lista de Furnas descobre-se agora, tinha um objetivo bem mais ambicioso do que apenas confundir os incautos: ela foi produzida pelos petistas para tentar salvar o presidente Lula. A confissão está registrada em um relatório da Polícia Federal anexado ao processo que corre em segredo de Justiça na 2ª Vara Criminal Federal, do Rio de Janeiro. VEJA teve acesso ao conteúdo do documento. Durante o escândalo do mensalão, a PF monitorou por vários meses conversas telefônicas entre o estelionatário Nilton Monteiro, o autor da Lista de Furnas, e seus comparsas — deputados e assessores do PT. Os diálogos mostram o grupo combinando os detalhes da farsa (“Nós vamos acabar com eles tudinho”), colhendo as assinaturas que dariam “credibilidade” à trama (“Eu já estou aqui com o José Carlos Aleluia”) e negociando pagamento de honorários, ora em dinheiro, ora em negócios com empresas estatais ligadas ao governo federal (“São aqueles negócios que eu pedi da Caixa e do Banco do Brasil para liberar pra mim...”). Na página 29 do relatório, os investigadores transcrevem o motivo do crime nas palavras do próprio criminoso: “O documento é a salvação de Lula”.

Suspeita de fraude na Caixa Econômica Federal.

                                           
   Dirceu Ayres


Segundo maior banco estatal do país, a Caixa Econômica Federal está no centro de uma série de transações financeiras suspeitas que podem gerar perdas de R$ 1 bilhão para os cofres públicos. Graças a uma omissão misteriosa ocorrida na própria Caixa, uma corretora carioca chamada Tetto vendeu papéis da dívida pública de baixo ou nenhum valor por preços acima do mercado. Entre os compradores, há empresas e pelo menos um fundo de pensão estatal. No período em que foram realizadas as transações, de setembro de 2008 a agosto de 2009, o sistema de informática da Caixa responsável por informações relativas aos papéis ficou fora do ar. O banco público classificou a pane como "erro", atribuindo-o a uma empresa de informática terceirizada. Ou seja, foi como se um carro tivesse sido vendido sem que o vendedor informasse que ele tinha multas justamente no momento em que o sistema do Detran estava fora do ar. O que sumiu do sistema correspondia a R$ 1 bilhão que deveria ser descontado do valor dos papéis (veja quadro nesta página). Como os papéis eram garantidos por um fundo do governo, se todos os compradores forem à Justiça cobrar tudo o que gastaram, a União terá de arcar com o R$ 1 bilhão. Um dos compradores já se manifestou nesse sentido. Diante do episódio, o banco acionou a Polícia Federal e entrou com um processo na Justiça acusando a Tetto de vender "gato por lebre". A Folha teve acesso aos autos da ação judicial sigilosa. Tanto um dos compradores -o fundo de previdência complementar Postalis, dos funcionários dos Correios- como o setor da Caixa responsável pela falha eram controlados, na época, por dirigentes indicados pelo PMDB. O departamento onde ocorreu o problema é vinculado à vice-presidência de Loterias e Fundos de Governo, hoje no centro de uma disputa entre PT e PMDB, os dois partidos que controlam os principais postos no banco. Na época em que essas transações foram feitas, o vice-presidente de Loterias e Fundos era o atual ministro Moreira Franco, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência. Seu substituto, Fábio Cleto, é apadrinhado do PMDB do Rio e tem a recondução ao Conselho Curador do FGTS ameaçada por pressão do PT. MICO O problema com os papéis não era desconhecido do mercado. Eles são originários de uma outra fraude cometida pela Tetto em 2004, que resultou em prejuízo de R$ 700 milhões ao Estado do Rio, segundo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), xerife do mercado financeiro. Em 2008, um mês após o apagão no sistema da Caixa, a corretora começou a negociar os papéis. No período de um ano, vendeu todos os seus contratos "micados", segundo narrou a Caixa na ação. No mercado financeiro, esses papéis são classificados como de "altíssimo risco"."Vou falar em tese: se, de fato, ficar provado que essa corretora tinha plena ciência das características [do papel] e, ainda assim, as omitiu do comprador obtendo lucro fácil em cima disso, em tese pode ter havido estelionato", afirmou o advogado Jair Jaloreto, especialista em crimes financeiros. "Em tese também, a corretora pode alegar em sua defesa que as compradoras sabiam do preço real". A Caixa diz que outro fundo de pensão estatal controlado pelo PMDB participou das negociações, o Real Grandeza, dos empregados de Furnas. Mas o fundo diz que os papéis que comprou não têm relação com as fraudes. Os bancos Bradesco, Santander e BRB e outros investidores também compraram papéis da Tetto na época em que os sistemas da Caixa ficaram fora do ar. O Postalis pagou à vista pelos papéis comprados da Tetto, mas permitiu que a corretora os administrasse. Ou seja, o fundo não tem os papéis registrados em seu nome e a Tetto pôde vender novamente os mesmos títulos para outros compradores, segundo o processo. Em junho de 2011, quase três anos após a operação com a Tetto, o Postalis encaminhou ofício à Caixa onde afirma ter sido lesado pelo banco e pela própria Tetto. O banco abriu uma sindicância. No período do apagão no sistema da Caixa, cerca de 12 mil créditos imobiliários foram negociados, quase 90% deles pela Tetto.  *Da Folha de S. Paulo deste domingo. BLOG DO MARIO FORTES