quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Pílula de manga é a nova promessa para emagrecimento rápido

                  
     Dirceu Ayres


Emagrecer chupando manga parece ser a promessa mais bizarra do ano que se inicia. Mas tem tudo para se tornar a nova moda em dieta - inclusive, certo aval científico. A manga em questão não é aquela que, nessa época do ano, você encontra em qualquer esquina. Conhecida como manga africana (nome científico: Irvingia gabonensis), a fruta nativa da África ainda não está sendo plantada em outros continentes. O que não é problema para a indústria do emagrecimento, sempre pronta a oferecer um novo produto para dieta na forma mais prática de consumo, as pílulas. São elas que estão sendo anunciadas na internet. Na rede, as pílulas são oferecidas por farmácias de manipulação ou revendedores de produtos estrangeiros feitos com o extrato da semente da manga africana. Na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há registro de produto composto pela Irvingia gabonensis. ESTUDOS Os sites que vendem o suplemento anunciam emagrecimento fácil, rápido e seguro. As promessas são baseadas em estudos feitos em universidades africanas, alguns deles publicados em jornais científicos internacionais. Uma das pesquisas mais recentes, publicada no jornal "Lipids in Health and Disease", é um estudo com 102 pessoas, com grupo de controle (metade dos participantes tomaram placebo, para comparar os resultados com o grupo que tomou o extrato da manga) e duplo-cego (nem os participantes nem os pesquisadores sabiam quem estava tomando a pílula "de verdade"). Segundo os pesquisadores, após dez semanas, o grupo que tomou 150 mg diárias de extrato de manga africana finalizou o estudo mais leve, com a cintura mais fina e com melhores índices de colesterol e glicose no sangue. Os coordenadores do trabalho, professores das universidades de Iaundé (capital da República de Camarões), escrevem no artigo que os dois grupos de participantes iniciaram a pesquisa com as mesmas medidas corporais. Ao final do estudo, a média de peso dos que tomaram o suplemento caiu para 85 kg, contra 95 kg do grupo controle; eles também saíram com 13 cm a menos de cintura, em média. Também foi observada queda nos níveis de colesterol e glicose no sangue: enquanto o grupo que tomou placebo diminuiu em 1,9% os níveis de colesterol e em 5,3% os de glicose, os que tomaram a pílula com princípio ativo tiveram redução de 26% no colesterol total e de 22% na glicose. Muito bom para ser verdade? Pode ser. Um estudo com cem pessoas é pequeno e, embora existam mais uns 20 trabalhos semelhantes publicados, todos foram feitos com poucos participantes. E como também são de curta duração, é difícil prever os efeitos colaterais a longo prazo. No estudo da República de Camarões (país que produz a tal manga em abundância), as reações adversas observadas foram dor de cabeça, dificuldade para dormir e flatulência. MILAGRE? Para a nutricionista Daniela Jobst, de São Paulo, uma das explicações possíveis para a ação do suplemento é o fato de ele fornecer uma grande quantidade de fibras. "Fibras aumentam a sensação de saciedade, o que ajuda a comer menos, e reduzem a absorção de gorduras e açúcar. Mas isso acontece com qualquer fibra alimentar, é só adicionar os ingredientes certos no dia a dia, não é preciso suplemento." O problema, para Jobst, é a promessa de milagre. Apostar todas as fichas em uma pílula não ajuda na reeducação alimentar de ninguém e, para emagrecer de forma consistente e duradoura, ainda não inventaram nada melhor do que mudar hábitos alimentares. A nutricionista afirma que ainda não há comprovação científica suficiente para afirmar que o extrato de manga africana é tudo isso. E lembra que, nessa seara de suplementos para emagrecer vendidos pela internet, o controle de qualidade não é muito eficaz. Segundo a área técnica da Anvisa, não há produto registrado na categoria de alimentos que seja composto pela espécie vegetal Irvingia gabonensis (manga africana). A agência esclarece que, como não há histórico de consumo dessa espécie no Brasil, nada garante que seja seguro. "É necessário que esse produto seja avaliado quanto à sua segurança de consumo previamente a sua comercialização, conforme dispõe as Resoluções 16 e 17/999", informa a Anvisa. IARA BIDERMAN DE SÃO PAULO

Integração dá 90% da verba de prevenção a desastres para Pernambuco, Estado do ministro

                       

     Dirceu Ayres

A unidade da Federação que mais embolsou verbas do programa “prevenção e preparação a desastres” em 2011 foi Pernambuco, Estado do atual ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que recebeu R$ 34,2 milhões. No total, as obras iniciadas no ano passado receberam quase R$ 29 milhões, dos quais 90% dos gastos da Pasta foram destinados à Pernambuco. Bezerra está cotado para disputar a prefeitura da capital do Estado. Duas obras responsáveis por grande parte dos gastos foram assinadas pela presidente Dilma Rousseff, em viagem ao município de Cupira, no final de agosto. As barragens de Panelas 2, em Cupira, e de Gatos, no município de Lagoa dos Gatos, somam R$ 50 milhões em recursos já comprometidos desde maio. O dinheiro está sendo liberado no decorrer das obras. No ranking das unidades da Federação que mais receberam recursos do programa, o segundo lugar ficou com o Estado da Bahia, com R$ 26,5 milhões. São Paulo ocupa a terceira colocação com R$ 16,1 milhões recebidos em 2011. Confira aqui a lista completa O viés político já havia ocorrido antes na Pasta. O antecessor de Fernando Bezerra, Geddel Vieira Lima, utilizou a mesma lógica para fazer os repasses do Ministério da Integração Nacional. Geddel, no entanto, não só privilegiou seu Estado, a Bahia, como também deu preferência aos correligionários do PMDB. No período, em que o pemedebista ocupou o cargo, 80,8% dos recursos foram destinados a prefeituras baianas comandadas pelo partido. O programa de prevenção apresenta outro problema. Entre 2004 e 2011, o programa de “prevenção e preparação para desastres” deixou de investir R$ 2 bilhões na tentativa de minimizar de danos e prejuízos provocados por tragédias naturais em todo o país. O valor é a diferença entre o orçamento autorizado para o programa e o que foi, de fato, desembolsado. Entre 2004 e 2011, as dotações autorizadas somaram R$ 2,8 bilhões, dos quais apenas R$ 695,4 milhões (24,5%) foram aplicados. Assim, de cada R$ 4 previstos em orçamento, cerca de R$ 1 foi aplicado. Em 2011, o programa executou apenas R$ 155,5 milhões, correspondente a 30,6%, dos R$ 508,5 milhões previstos. Em valores constantes, a execução de 2011 é a menor dos últimos três anos. Nos últimos oito anos, 2010 foi o ano em que mais se gastou com prevenção. No ano passado, foram desembolsados R$ 167,5 milhões para atender estados e municípios em ações preventivas a desastres naturais. A cifra, no entanto, representa apenas 39,4% dos R$ 425 milhões autorizados. Segundo o Ministério da Integração Nacional (MI), responsável pelo programa, falta participação dos estados e municípios no planejamento e estruturação de projetos que permitam que recursos sejam aplicados de maneira correta. Neste ano, por exemplo, somente os estados de Pernambuco e Santa Catarina encaminharam projetos à Pasta, conforme informações do secretário-executivo, Alexandre Navarro. O ministério chegou, inclusive, a editar cartilha “Convênios: Caderno de Orientações”, manual que trata do planejamento da ocupação do espaço geográfico e à execução de obras e serviços, principalmente relacionados com intervenções em áreas de risco. Contudo, o ministério afirma que houve avanços no que diz respeito à prevenção de desastres no país. Entre as melhorias está a transferência do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) para nova estrutura física junto ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). O Cenad possui o objetivo de minimizar os danos provocados pelas chuvas com o monitoramento dos riscos. Apesar do novo espaço, a equipe continua a mesma que trabalhava dentro do próprio ministério. Para resolver o problema, tem início já na segunda-feira (2), as inscrições para o concurso público destinado a contratação de 52 profissionais para 11 cargos efetivos. As áreas de análise de sistemas, geoprocessamento, incêndios florestais, recursos hídricos, telecomunicações, estatística, geologia, meteorologia e química devem ser atendidas. Enquanto o concurso não acontece, estão sendo recrutados servidores de outros órgãos para fortalecer a equipe do Cenad durante o período das chuvas intensas nos primeiros meses do ano. Outra novidade, constatada a fragilidade do modelo operacional até então existente, foi a instalação de instrumentos voltados para a transparência e controle de gastos. Foi inserido o Cartão de Pagamento de Defesa Civil (CPDC), elaborado em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e Ministérios da Fazenda e do Planejamento. Segundo o ministério, os dados vão constar no Portal da Transparência. O principal objetivo que deve ser alcançado com a implantação do novo sistema é a celeridade no repasse de recursos para áreas atingidas por catástrofes. Apesar das medidas, no começo do mês, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, admitiu que o governo não será capaz de impedir mortes por causa das chuvas neste e nos próximos verões. Por outro lado, em entrevista ao jornal O Globo, o professor da Coppe/UFRJ, Moacyr Duarte, especialista em análise de acidentes e planejamento de emergências, afirmou que os estudos poderiam ser acelerados se houvesse mais recursos. Uma emenda da bancada de São Paulo, no valor de R$ 31 milhões, objetivando a implantação de reservatórios para contenção de cheias na região metropolitana da capital do Estado, não foi liberada até o dia 19 de dezembro. Outras Obras Em reunião com o Contas Abertas, o MI informou que outras obras, que não integram o programa específico para prevenção a desastres, também podem ser consideradas como preventivas. É o caso, por exemplo, da ação de implantação do sistema de macrodrenagem na baixada Campista, no Estado do Rio de Janeiro, que já desembolsou R$ 32,4 milhões, dos R$ 42,2 milhões previstos. Também estaria nesta relação as obras de macrodrenagem em Salvador, no Estado da Bahia, que utilizaram R$ 54,9 milhões (apesar dos R$ 27,1 milhões orçados), até o dia 21 de dezembro. As ações fazem parte do programa “Drenagem Urbana e Controle de Erosão Marítima e Fluvial”, que visa desenvolver obras de drenagem em consonância com as políticas de desenvolvimento urbano e de uso e ocupação do solo. Segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, cerca de R$ 271 milhões foram investidos em diversas obras de prevenção, entre elas as contenção de encostas. Além disso, medida provisória assinada pela presidente liberou R$ 48 milhões para equipar as Forças Armadas, que também atuam quando das calamidades. Ainda segundo o ministro, outros R$ 48 milhões devem ser liberados até maio de 2012, com o mesmo propósito, para regiões Norte e Nordeste. Pós-calamidade: oito vezes mais Fernando Bezerra disse também que, este ano, o ministério deu ênfase às ações preventivas, o que teria mudado a lógica de atuação governo. Porém, em termos orçamentários, os recursos aplicados ainda não constatam essa intenção. Os investimentos realizados no cenário pós-calamidade são 8,5 vezes maiores do que àqueles aplicados no programa de prevenção a desastres naturais. A verba desembolsada na rubrica “resposta aos desastres e reconstrução”, entre 2004 e 2011, chegou a R$ 5,9 bilhões. Significa dizer que, a cada R$ 10 gastos com as chuvas, R$ 9 servem para remediar e apenas R$ 1 para prevenir. (veja tabela) O orçamento previsto no programa, em oito anos, somou R$ 8,7 bilhões, dos quais 70,2% foram, de fato, gastos. Outros R$ 1,2 bilhão estão como contas pendentes (restos a pagar), aguardando quitação dos débitos. Em 2010, foram destinados R$ 2,3 bilhões a estados e municípios em ações de socorro e assistência de pessoas afetadas por calamidades para prover o restabelecimento das atividades essenciais e a recuperação dos danos causados pelas tragédias. Em 2011, o total desembolsado (R$ 1 bilhão) ultrapassou o que havia sido previsto (R$ 980 milhões). O Estado do Rio de Janeiro foi o que mais recebeu recursos, R$ 297,9 milhões de respostas a desastres, possivelmente, por conta da grande tragédia que aconteceu no começo de ano. Pernambuco também figura entre os que mais embolsaram no programa de resposta a desastres, com R$ 94,7 milhões. Em terceiro lugar, com recursos na ordem de R$ 78,7 milhões, ficou Minas Gerais, que atualmente sofre com as chuvas de verão. Outras Pastas Além das obras previstas nos programas da própria Pasta, o Ministério da Integração Nacional afirmou que grande volume de ações relativas à prevenção de desastres também se encontra no Ministério das Cidades. O Contas Abertas listou algumas ações que poderiam fazer parte da relação, como, por exemplo, o projeto de apoio à política nacional de desenvolvimento urbano, que desembolsou R$ 484,1 milhões dos R$ 2,3 bilhões previstos. As ações de apoio a urbanização de assentamentos precários, de melhoria das condições de habitabilidade de assentamentos precários e de prevenção e erradicação de riscos ambientais e sociais, que juntas tinham orçamento autorizado de R$ 2,1 bilhões, desembolsaram R$ 818,4 milhões até o último dia 21. Os projetos integram o programa “Urbanização, Regularização Fundiária e Integração de Assentamentos Precários”. Confira aqui a tabela de gastos do programa Dyelle Menezes Do Contas Abertas

ECONOMIA AMERICANA REAGE! PAVILHÃO AMERICANO DERRAMA SUA BÊNÇÃO SOBRE O MUNDO! GOD SAVE AMERICA!

                    

      Dirceu Ayres

A bandeira da democracia e da liberdade tremula altaneira A desastrada administração de Barack Obama não conseguiu - ainda - destruir os Estados Unidos. O gigante americano continua firme e forte. Sorte para o resto do mundo, embora a idiotia comunista continue alimentando o sonho estúpido de solapar essa Nação que alimenta o resto do mundo. Esta é que é a verdade. Os números que constam desta matéria que está no site da revista Veja, que transcrevo após este prólogo, podem ser também um esforço de Obama dizer aos americanos que está conseguindo dar a volta por cima. Tomara que consiga, porque isto é ótimo para o Brasil e para amenizar a crise européia. E também será ótimo para os republicanos, caso vençam as eleições. No plano político Obama dará - anotem aí - uma guinada à direita. Como todo esquerdista durante campanha eleitoral, Obama caminhará para o centro e a meia direita do espectro político. Tanto é que dia desses a Casa Branca já mandou um recado para os tiranetes latino-americanos. Vai cair de pau em Hugo Chávez e sua trapaça bolivariana e sobre os esquerdistas que comandam o narco-tráfico de entorpecentes, sobretudo cocaína. Nos Estados Unidos, o departamento de narcoticos do FBI já está atuando contra a disseminação da maconha em Estados americanos que toleram o plantio para "uso medicinal", uma máscara para o tráfico do bagulho em território americano. Isto também faz parte da campanha eleitoral de Obama. A guinada à direita começou com a caçada a Bin Laden, morto no ano passado pelas forças de segurança americana. Ainda na semana passada o governo americano decretou o cerco ao Irã. Quando Obama assumiu acenou com uma política de diálogo com os aiatolás e seu títere Ahmadinejad. Recentemente, Obama também sinalizou apoio a Israel. Obama vai se travestindo de conservador para ver se consegue amealhar votos mais à direita. Por isso é que transcrevo esta matéria do site de Veja com um pé atrás. Mas os inúmeros leitores que o blog possui nos Estados Unidos poderão esclarecer nos comentários se a minha análise faz ou não sentido. Agradeceria, portanto, que os leitores dos Estados Unidos deixassem aqui nos coments seus pontos de vista. Leiam: A atividade manufatureira nos Estados Unidos cresceu em dezembro em seu ritmo mais rápido em seis meses, ampliando o ritmo no final de ano no setor, enquanto uma alta nas novas encomendas sugeriu boas perspectivas para 2012. O Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou que seu índice nacional de atividade fabril subiu para 53,9 em dezembro, a melhor leitura desde junho, ante 52,7 em novembro. O dado superou as expectativas de economistas, que previam um número de 53,2. Leituras acima de 50 indicam expansão. "No todo, é um relatório muito bom", disse o economista-chefe do RBC Capital Markets, Tom Porcelli, em Nova York. "Não estamos agora num ritmo forte, mas também não estamos colapsando. “Isso “é consistente com nossa visão geral sobre a economia em 2012.” As novas encomendas – que para economistas é um indicador que antecede a atividade no setor – subiu para 57,6, ante 56,7. O componente de emprego saltou para 55,1, frente a 51,8. O desempenho desse dado – que também atingiu seu maior nível desde junho – foi animador, tendo em vista uma economia que luta para superar uma taxa de desemprego de 8,6%, disse Porcelli. Dados previstos para esta sexta-feira devem mostrar que os Estados Unidos criaram 165 mil novos postos de trabalho em dezembro, mas também um ligeiro aumento no desemprego. Os números industriais sugerem, por fim, que o setor manufatureiro americano está se saindo melhor que o de outras partes do mundo. Dados divulgados nesta semana mostraram que o setor industrial da zona do euro sofreu seu quinto mês consecutivo de contração em dezembro, enquanto as fábricas na Ásia também tiveram um mês fraco. Na Grã-Bretanha, dezembro fechou o pior trimestre para o setor em mais de dois anos. Construção civil – O gasto com construção civil nos EUA também saltou em novembro para o nível mais alto em quase um ano e meio, conforme o investimento em projetos públicos e privados cresceu consistentemente, reforçando expectativas de um forte crescimento econômico no quarto trimestre. O gasto com construção avançou 1,2%, para uma taxa anual de 807,1 bilhões de dólares, maior nível desde junho de 2010, informou nesta terça-feira o Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Do site da revista Veja

QUE FIM LEVOU???


    Dirceu Ayres

Nenhum dos 6 ministros demitidos por Dilma após suspeita de irregularidades chegou a ser punido A perda do cargo foi, até agora, a única punição sofrida pelos ministros demitidos por suspeita de corrupção em 2010. A incômoda marca do primeiro ano do governo Dilma Rousseff é de uma queda na Esplanada dos Ministérios a cada dois meses. Todos eles voltaram a ter rotina normal enquanto aguardam a conclusão de inquéritos e outras investigações preliminares. Nenhum dos ministros demitidos chegou a ser processado por corrupção ou improbidade administrativa. Primeiro da série que ficou conhecida como "faxina", Antonio Palocci (Casa Civil) era o ministro mais poderoso do governo Dilma até junho. Saiu por conta de negócios mal explicados em sua consultoria, a Projeto, em caso revelado pela Folha. Isso não impediu o petista de, em seguida, reabrir a empresa que o derrubou.NO CONGRESSO Dois dos ministros não ficaram de mãos vazias: deixaram suas respectivas pastas, mas voltaram às suas cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Alfredo Nascimento (PR), ex-ministro dos Transportes, deixou a pasta em julho e ainda levou ao seu gabinete no Senado parte dos assessores que também foram alvo das demissões na pasta. Pedro Novais (PMDB), que comandou o Ministério do Turismo até setembro, voltou para a Câmara. Em comum entre Novais e Nascimento está a não apresentação de qualquer projeto de lei ou requerimento no retorno ao Legislativo. O peemedebista nem sequer chegou a discursar. Dos seis ministros demitidos após suspeitas de envolvimento em irregularidades, só Carlos Lupi (PDT), último a perder o cargo, em dezembro, não é alvo de inquérito. O caso mais avançado é o de Orlando Silva (PC do B), que deixou o Ministério do Esporte em outubro. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Orlando e do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que o antecedeu no cargo. FOLHA DE SÃO PAULO - 03/01/2012 BRENO COSTA DE BRASÍLIA

Dos R$ 70 bilhões desviados por ano pela corrupção, PF acha apenas R$ 3,2 bilhões.

                      
      Dirceu Ayres


Mesmo operando dentro dos aeroportos, a PF não resolve o problema da corrupção na concessão de espaços publicitários e comerciais, um negócio que, nos últimos anos, desviou bilhões dos cofres públicos, conforme denunciou ontem a Folha de São Paulo. Operações da Polícia Federal flagraram desvio de R$ 3,2 bilhões de recursos públicos em 2011, dinheiro que teria alimentado, por exemplo, o pagamentos de propina a funcionários públicos, empresários e políticos. O valor é mais do que o dobro do apurado pela polícia em 2010 (R$ 1,5 bilhão) e 15 vezes o apontado em 2009 (R$ 219 milhões). A título de comparação, representa quase metade do dinheiro previsto para as obras de transposição do rio São Francisco. O total de servidores públicos presos também aumentou: de 124, em 2010, para 225, no ano passado. Os números, a que a Folha teve acesso, estão em um relatório produzido a partir apenas das operações. Segundo a PF, trata-se do valor provado nas investigações, que são repassadas para o Ministério Público tentar reaver o dinheiro. Apesar de coincidir com o ano em que houve a chamada "faxina" no ministério de Dilma Rousseff, com a queda de seis ministros sob suspeitas de irregularidades, não há relação causal -as grandes operações decorrem de investigações mais antigas. Para delegados de Polícia Fazendária, área que investiga os desvios de verbas, o aumento da comprovação do rombo deve-se à formação de equipes especializadas. É o caso de Bahia, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nas próximas semanas será criada unidade específica, em Brasília, de Repressão a Desvios de Verbas Públicas. Também em 2011, a PF produziu seu primeiro manual de investigação de desvios de recursos, distribuído para as sedes estaduais. "As técnicas de investigação têm sido aprimoradas. Afinal, crimes envolvendo verbas públicas ocorrem em áreas sensíveis para a sociedade", diz o delegado Rodrigo Bastos, da Coordenação-Geral de Polícia Fazendária. A PF realizou, em 2011, a maior apreensão de dinheiro da história das investigações no Brasil: o equivalente a R$ 13,7 milhões foi encontrado nas casas de auditores da Receita Federal em Osasco (SP). Foi durante a Operação Paraíso Fiscal. O dinheiro estava em caixas de leite, fundos falsos de armário e em forros. Em quatro meses, a PF flagrou um dos acusados comprando três carros de luxo à vista e em dinheiro vivo. A partir da operação, o Ministério Público Federal denunciou oito auditores, acusados de selecionar empresas para fiscalização e exigir delas propina para engavetar ou relaxar a cobrança de débitos tributários. Eles negam. Em outra operação, a Casa 101, a PF descobriu que, na região de Recife, quase todos os contratos entre Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e construtoras eram fiscalizados por apenas um servidor. Pagamentos eram liberados mesmo com fortes indícios de superfaturamento. Resultado: em um contrato, a PF calculou prejuízo de R$ 67 milhões. Segundo a investigação, o servidor do Dnit recebeu um pedaço do butim. Na Operação Saúde, do Rio Grande do Sul, 34 funcionários públicos municipais foram presos, acusados de desviar verbas federais destinadas à compra de medicamentos. Em um ano, o grupo teria movimentado um total de R$ 70 milhões. (Folha de São Paulo)

A transposição do São Chico parou. Parou por quê? Porque era mais uma mentira eleitoreira de Lula e de Dilma.


    Dirceu Ayres

Cenário de propaganda eleitoral da presidente Dilma Rousseff e responsável por parte de sua expressiva votação recebida no Nordeste, a transposição do Rio São Francisco foi abandonada por construtoras e o trabalho feito começa a se perder. O Estado percorreu alguns trechos da obra em Pernambuco na semana passada e encontrou estruturas de concreto estouradas e com rachaduras, vergalhões de aço abandonados e diversos trechos em que o concreto fica lado a lado com a terra seca do sertão nordestino. O Ministério da Integração Nacional afirma que é de responsabilidade das empresas contratadas a conservação do que já foi feito e que caberá a elas refazer o que está se deteriorando. Informa ainda que vai promover novas licitações em 2012 para as chamadas obras complementares, trechos em que a pasta e as empreiteiras não conseguiram chegar a um acordo sobre preço. Segundo o ministério, as obras estão paralisadas em 6 dos 14 lotes e em um deles o serviço ainda será licitado. Marcada por controvérsias, a obra da transposição começou a sair do papel em 2007 e, no ano seguinte, com os canteiros em pleno funcionamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua então ministra-chefe da Casa Civil e mãe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) fizeram uma vistoria pela região para fazer propaganda da ação. Os dividendos eleitorais foram colhidos no ano passado por Dilma. Em Pernambuco, Estado onde começa o desvio das águas, ela obteve mais de 75% dos votos válidos no segundo turno da eleição. Nas cidades visitadas pelo Estado, onde as obras estão agora abandonadas, o desempenho foi ainda melhor. Em Floresta, a presidente obteve 86,3%; em Cabrobó e Custódia, 90,7%; e em Betânia, 95,4%. Prometida para o final do governo Lula, a obra tem seu prazo de entrega sucessivamente adiado. A nova previsão é concluir os 220 quilômetros do eixo leste, de Floresta a Monteiro (PB), até o fim de 2014 e terminar no ano seguinte os 402 quilômetros do eixo norte, que sai de Cabrobó para levar água ao Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A obra está atualmente orçada em R$ 6,8 bilhões, 36% a mais do que a projeção inicial. Segundo o ministério, foram empenhados R$ 3,8 bilhões para a obra e pagos R$ 2,7 bilhões às construtoras. Durante três dias, a reportagem percorreu cerca de 100 quilômetros da extensão dos canais da obra. O abandono foi a tônica da viagem, com canteiros completamente parados. As únicas exceções foram as partes da transposição sob responsabilidade do Exército. Em um dos trechos visitados, na divisa das cidades pernambucanas de Betânia e Custódia, cerca de 500 metros de concreto estão totalmente quebrados, com pedaços se soltando do solo. Esse trecho terá de ser refeito para a água do São Francisco passar. O padre Sebastião Gonçalves, da diocese de Floresta, foi quem encontrou o trecho destruído durante vistoria freqüente que faz pelas obras. 'As empresas abandonaram as obras e já começou a se perder o trabalho feito. É um desperdício inexplicável.' A parte que aparece com as maiores avarias está no lote 10 da obra, que teve as obras iniciadas pelas construtoras Emsa e Mendes Júnior. Segundo moradores da região, as máquinas começaram a ser retiradas desde o início do ano passado. Há cerca de dois meses, os funcionários foram demitidos, deixando os alojamentos como aspecto de cidade fantasma, onde só restam vigias e alguns funcionários administrativos. 'É uma situação caótica, está tudo parado', reclama Manoel Joaquim da Silva, coordenador do sindicato dos agricultores familiares de Floresta e companhia constante do padre Sebastião Gonçalves no acompanhamento das obras. A Mendes Júnior informou não participar mais do consórcio, enquanto a Emsa não enviou respostas aos questionamentos. O Ministério da Integração disse já ter sido informado das rachaduras e notificado a Emsa por meio de ofício no dia 26 de outubro. Segundo a pasta, as obras da empresa serão retomadas em janeiro de 2012. A reportagem encontrou início de deterioração em outro lote da obra, o de número 9, também no eixo leste. Paredes de concreto começam a rachar próximo ao local onde será construído o aqueduto sobre a BR-316, também em Floresta. Em outra área, vergalhões de aço para a construção de uma ponte para o canal passar foram abandonados e parte do material já foi até roubado. O lote é de responsabilidade das construtoras Camter e Egesa. O Estado não recebeu resposta da Egesa e não conseguiu contato com a Camter. No eixo norte, o contraste entre as obras do Exército e o abandono por parte das empreiteiras está bem próximo. Dez quilômetros à frente de onde homens fardados seguem seu trabalho, há um canteiro abandonado do Consórcio Águas do São Francisco ainda com máquinas para a fabricação de concreto que sequer foram retiradas. Percorrendo mais dez quilômetros, encontra-se um grande vão onde as explosões foram feitas, mas o canal ainda não recebeu concreto. ( Do Estadão)

CÂNCER CONTINUA SENDO O MAIOR OBSTÁCULO PARA O PROJETO DE REELEIÇÃO DE HUGO CHÁVEZ


      Dirceu Ayres

Chávez aparece mais, porém continua visivelmente inchado. O cabelo começa a brotar de sua careca e, ainda que continue visivelmente inchado, o caudilho Hugo Chávez agora mostra mais energia e passa mais tempo em atos públicos na tentativa de dar credibilidade a suas palabras de que já não tem câncer. É uma mensagem constantemente reiterada pelo tiranete, que com seu slogan "Viver Vivendo" trata de desmentir as insistentes versões de que a enfermidade se encontra numa etapa avançada e garantir que está em condições físicas, não só de derrotar a oposição nas eleições presidenciais de outubro, mas de governar a Venezuela por mais duas décadas, segundo reportagem do jornal El Nuevo Herald. As dúvidas persistem sobre a longevidade da chamada "revolução bolivariana" num momento em que aparecem sinais de que o descontentamento da população está aumentando, que a oposição começa a aprender com seus erros do passado e que Washington está perdendo a paciência frente às estranhas articulações entre Caracas e Teerã e os vínculos entre os generais de Chávez e o narcotráfico. E no meio de tudo isso está a enfermidade, que segue jogando contra o projeto de reeleição de Chávez, ainda quando o caudilho reitera insistentemente que já não há uma só célula cancerígena em seu corpo. "Ainda quando não há certeza sobre o desenlace final da enfermidade, não é o mesmo um candidato presidencial em forma, na pleniturde de suas condições físicas", sustenta o analista político John Magdaleno. "A campanha deste ano será uma campanha muito exigente, muito desgastante e teria que ver o tipo de campanha que pode realizar o presidente". No momento, são muitos os que monitoram discretamente as aparições públicas de Chávez em meio às incessantes especulações sobre sua saúde e as informações filtradas desde altas esferas do governo que assinalam que o estado médico do caudilho é muito pior do que deja entrever. O próprio Chávez teve que sair desmentindo no ano passado as declarações do reconhecido médico Salvador Navarrete, o qual disse ser médico da família presidencial, e declarou a uma revista mexicana que Chávez tem um câncer avançado e muito agressivo e que sua expectativa de vida podia ser de até dois anos. Roger Noriega, o ex-subsecretário de Assuntos Hemisféricos do Departamento de Estado americano, crê que as expectativas de vida do mandatário são inclusive menores. "Segundo fonte que me tem proporcionado informação privilegiada e documentos desde dentro do regime venezuelano, o câncer de Chávez propaga-se muito mais rápido do que se previa e poderia causar-lhe a morte antes das eleições presidenciais de outubro", assegurou recentemente o diplomata e também ex-embaixador americano ante à Organização dos Estados Americanos (OEA). "Chávez quer que seu povo acredite que se curou há meses e que as recentes visitas a Cuba têm confirmado sua recuperação milagrosa. Entretanto, sua deterioração física se acelera mais rápido do que seus médicos haviam previsto e, apesar desta grave situação, Chávez tem insistido em receber doses baixas de quimioterapia para evitar longas ausências da cena política durante este frágil perído", acrescentou Noriega. Os esforços do caudilho em aumentar suas aparições públicas se produzem num momento em que aumenta o descontentamento dos venezuelanos ante o aprofundamento dos problemas do país. É um descontentamento que em teoria poderia favorecer os candidatos da oposição, quando pesquisas assinalam que os oposicionistas começam a posicionar-se favoravelmente aos olhos do eleitorado. Segundo uma sondagem da oposição se as eleições tivessem ocorrido em dezembro de 2011, Chávez seria derrotado por três dos seis oposicionistas e um quarto candidato opositor teria empatado com ele. A pesquisa também mostrou significativa deterioração da confiança dos venezuelanos em que um Chávez doente possa solucionar os problemas do país.