terça-feira, 24 de janeiro de 2012

DITADURA CUBANA TORTURA PRESOS POLÍTICOS E OS DEIXA NUS EM SOLITÁRIAS COM RATOS E BARATAS. FOI ISTO QUE LEVOU WILMAN À MORTE!

                               
    Dirceu Ayres


Uma grande fita negra simboliza o luto pela morte sob tortura do preso político cubano Wilman Villar Mendoza. Ao fundo a líder das Damas de Branco, organização que luta contra os ditadores Fidel Castro e de seu irmão Raúl que continuam assassinando presos políticos sob o silêncio cúmplice da maioria dos chefes de Estado. As manifestações dos governos de todo o mundo são pífias, frias, miseráveis. A foto é do site do jornal El Nuevo Herald que dá ampla cobertura a mais esse ataque covarde dos irmãos Castro contra os que lutam pela liberdade e a democracia. O preso político cubano Wilman Villar Mendoza, de 31 anos, morreu em um hospital de Santiago de Cuba na tarde da quinta-feira, sob a custódia do governo da ilha, durante uma greve de fome que fazia para protestar contra sua condenação. Ontem, enquanto o dissidente era velado, ONGs cubanas denunciaram uma nova onda de detenções, que impedia o funeral de se transformar numa manifestação. Integrante da União Patriótica de Cuba (Unpacu), entidade que desde agosto busca reunir a dissidência nas províncias orientais do país, Villar cumpria 4 anos de prisão - condenado por "resistência, desacato e atentado" - na penitenciária de Aguaderos, segundo José Daniel Ferrer, o líder da Unpacu, relatou ao Estado. Ferrer afirmou que Villar começou a greve de fome assim que foi condenado, em 24 de novembro. "Dez dias antes, ele tinha sido preso enquanto distribuía folhetos em Contramaestre. Na delegacia, disseram que se ele deixasse a dissidência, nada mais ocorreria. Mas ele não aceitou a oferta." Na prisão, considerada de "segurança máxima" pelos dissidentes cubanos, o estado de saúde de Villar deteriorou-se. Ferrer afirmou que "carcereiros enganadores" prometeram que ele seria libertado juntamente com outros opositores, caso suspendesse a greve de fome e, "no dia 23 (de dezembro), ele voltou a ingerir alimentos líquidos". Nesse período, a mulher de Villar, Maritza Pelegrino Cabrales - integrante do grupo Damas de Branco -, organizou ao menos dois protestos diante da penitenciária, segundo Ferrer. No dia 29, ao dar-se conta de que não ganharia a liberdade, Villar retomou o jejum, de acordo com o relato. Ferrer disse que os carcereiros de Aguaderos, dessa vez, puniram o protesto do ativista preso com o confinamento solitário. "Os guardas despem os detentos e os colocam nas celas de castigo, com ratos e baratas, para que o frio e a insalubridade os obrigue a parar com os protestos." Segundo Ferrer, a umidade e a baixa temperatura provocaram uma pneumonia em Villar, que evoluiu para uma infecção generalizada, em razão de seu estado de saúde já deteriorado pelo jejum. No dia 13, o dissidente preso foi levado ao hospital onde morreu, de acordo com o relato. O líder da Unpacu afirmou que Villar foi "recrutado em setembro, depois de já ter sido detido por se manifestar contra o regime". "Ele era um jovem que, como tantos, já havia sido vítima de perseguição por criticar o sistema", disse, explicando que uma das funções de sua ONG é identificar possíveis dissidentes e "mostrar a eles a desobediência civil como um caminho para a democracia".Segundo Ferrer, Villar recomendava a jovens que assistissem aos mesmos filmes sobre Mahatma Gandhi e Martin Luther King que o haviam convencido a entrar para a dissidência ativa quando foi preso. Juntamente com Ferrer, o ativista Elizardo Sánchez, denunciou a prisão de "dezenas" de dissidentes em Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín. O objetivo das detenções seria impedir que os ativistas comparecessem ao enterro de Villar, na tarde de ontem, em Contramaestre. No fim da noite, Havana negou que Villar fosse um dissidente e disse que ele não estava em greve de fome, qualificando-o como um "preso comum". Do site do jornal O Estado de S. Paulo MEU COMENTÁRIO: Espera-se um pronunciamento contundente por parte da secretária de direitos humanos do governo da Dilma, a gaúcha Maria do Rosário.E, face a escalada da repressão e da tortura contra os dissidentes cubanos, espera-se também que Dilma suspenda sua visita oficial a Cuba prevista para o final deste mês. Finalmente, espera-se que os nobres deputados e senadores da oposição lavrem um protesto contra os dois criminosos assassinos que dominam Cuba: Fidel Castro e seu irmão Raúl

A nossa Dama de Vermelho não quer ouvir as Damas de Branco.


     Dirceu Ayres

As Damas de Blanco são mães e esposas de centenas de presos políticos cubanos. Todos os domingos elas saem em protesto e apanham da polícia de Castro. São ameaçadas, humilhadas e soltas a quilômetros de distância das suas casas. Dilma, a nossa Dama de Vermelho, não quer falar com elas. Há um ano atrás, Dilma fez questão de receber oficialmente, em visita à Argentina, as Mães da Praça de Maio, que tiveram filhos desaparecidos no regime militar. A sua líder é envolvida em escândalos de corrupção. Quem pegou em armas, matou policiais, seqüestrou e assaltou para implantar o comunismo merece o apoio da Dilma. Quem luta com as mãos vazias contra o comunismo merece desprezo. A morte do dissidente cubano Wilman Villar na semana passada não deve causar constrangimentos à visita da presidente Dilma Rousseff à ilha, no fim do mês. Interlocutores da presidente dizem que Dilma deve se distanciar do episódio, mais um momento delicado em relação aos diretos humanos em Cuba. Uma das características da petista em suas viagens internacionais tem sido evitar tratar de questões internas dos anfitriões. A Folha publicou ontem o pedido de exilados para que Dilma se refira aos direitos humanos em sua viagem a Cuba. "Que ela vá a Cuba, desde que diga o que deve ser dito", disse Elena Larrinaga, presidente do Observatório Cubano de Direitos Humanos. Villar morreu de infecção generalizada e pneumonia após mais de 50 dias sem comer, na quinta-feira. O episódio reaviva o caso de Orlando Zapata Tamayo, dissidente que morreu em fevereiro de 2010, depois de 85 dias de greve de fome. Tamayo era considerado "preso de consciência" pela Anistia Internacional -reconhecimento que Villar estava prestes a obter, segundo a organização não governamental- e protestava contra as condições carcerárias. Ele morreu um dia antes de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a Cuba para visita oficial e apenas "lamentar" o incidente. No sábado, a viúva de Villar qualificou de "manipulação" a versão do governo segundo a qual ele não seria dissidente. Maritza Pelegrino disse que tentam "manchar sua imagem depois de morto".(Da Folha de São Paulo)

QUEM É PAULO VENTURA? AÉCIO? DILMA?


            
        Dirceu Ayres


O brado retumbante de Guilherme. Fiúza TV Globo / Estevam Avellar  QUEM É PAULO VENTURA? AÉCIO? DILMA? EM ENTREVISTA AO 247, UM DOS AUTORES DA MINISSÉRIE DA GLOBO QUE TROUXE A POLÍTICA DE VOLTA À TELEVISÃO REVELA QUAIS FORAM AS REFERÊNCIAS E INSPIRAÇÕES PARA CRIAR OS PERSONAGENS DA TRAMA 22 de Janeiro de 2012 às 15:40 Leonardo Attuch _247 – O jornalista Guilherme Fiúza tem provado a cada livro que é um dos grandes talentos da nova geração brasileira de escritores. Como poucos, ele sabe contar uma história, seja ela sobre um jovem de classe média que se torna traficante (“Meu nome não é Johnny”), uma garota idealista que se embrenha na selva para produzir couro vegetal (“Amazônia: 20º andar”), um humorista que conquistou o Brasil (“Bussunda, a vida do Casseta”) e até sobre economistas que enfrentam a inflação (“3000 dias no bunker”). Guilherme, portanto, é versátil. E, como fala de tudo, também fala de política. Sua verve de colunista devotado ao mundo do poder se desenvolveu na revista Época, onde ele escreve duas vezes por mês, e chegou agora à televisão numa minissérie da Rede Globo, que tem dado o que falar, chamada “O Brado Retumbante”, escrita por uma equipe composta por Euclydes Marinho, Nelson Motta, Denise Bandeira e o próprio Fiúza. Como tudo que se passa no império da família Marinho, essa produção também dá margem a teorias conspiratórias. Afinal, o que quer a Globo com uma produção política em pleno horário nobre? Seria Paulo Ventura, o presidente fictício do "Brado Retumbante", Aécio Neves, como muitos chegaram a desconfiar? Seria uma versão masculina de Dilma Rousseff, uma vez que chega quase que por acaso à presidência da República e é forçado a fazer sua faxina ministerial? Com a palavra, Guilherme Fiúza. 247 – Quais foram as suas referências para criar os personagens da série? Guilherme Fiúza – Há vários pontos de conexão com a realidade contemporânea. Criamos um enredo quase surreal para levar uma pessoa comum, e honesta, à presidência da República. O Paulo Ventura é um cara que faz um blog, é aclamado deputado federal, torna-se presidente da Câmara num arranjo não conduzido por ele e assume a presidência depois que o presidente e o vice morrem num acidente. De repente, temos lá uma pessoa de classe média que passa a ter a perspectiva do poder, sem ter sido um profissional da política. 247 – Mas, na série, há várias referências a acontecimentos recentes: livros didáticos comprados pelo MEC que contam a história com um viés ideológico, organizações não-governamentais que sobrevivem com dinheiro governamental, ministros que se corrompem em nome do partido e assim por diante... Fiúza – A referência, de fato, é o Brasil de 2012, embora a história seja ficção. Retratamos uma ocupação parasitária do Estado, onde os partidos e seus ministros estão lá para sugar os recursos públicos. Mas, de repente, esses ministros se deparam com um presidente que não está disposto a fazer o jogo tradicional da política. 247 – O Paulo Ventura pode ser uma versão masculina da presidente Dilma? Fiúza – Não creio, até porque esse Estado ocupado tem muito o sotaque do PT e de sua base aliada, ainda que o governo da Dilma seja diferente do governo do Lula. 247 – Bom, mas como ele não resiste a um rabo de saia, também tem sido comparado ao senador Aécio Neves. Faz sentido? Fiúza – Todas as referências que nós buscamos foram de pessoas que já passaram pela presidência, como o Fernando Henrique, o Lula e o JK, e não de futuros pretendentes. Mas até achei parecida uma comparação com uma foto do Aécio e uma do Domingos Montagner, que interpreta o Paulo Ventura. Fora isso, não há qualquer semelhança. O Aécio é um profissional da política. O Paulo chegou lá por acidente. 247 – Dias atrás, o seu presidente demitiu o ministro da Agricultura. Alguma referência ao Wagner Rossi? Fiúza – Foi até engraçado, porque esse episódio foi escrito antes do escândalo do Wagner Rossi. Mas, em certos aspectos, o Brasil acaba sendo previsível. 247 – Quando você começou a escrever essa história? Fiúza – O projeto, do Euclydes Marinho, tem dois anos. E nós, que fazemos parte dessa equipe liderada por ele, começamos a escrever em outubro de 2010, antes da posse da Dilma. 247 – Num projeto da Rede Globo, muitas pessoas buscam teorias conspiratórias. Como você encara isso?
Fiúza – É natural. Como se trata do maior grupo de comunicação do País, as pessoas querem saber qual é a mensagem subliminar. Mas não há nenhuma. Por parte da Globo, não houve nenhum veto e nenhuma sugestão, a não ser o pedido para que os personagens não tivessem nomes parecidos com os de pessoas reais. 247 – Mas o telespectador acaba enxergando um Fernando Haddad no ministro da Educação, um Wagner Rossi no da Agricultura e assim por diante. Fiúza – Pois é. Ontem me ligaram dizendo que a Neide Batalha, escritora que industrializa as teses da esquerda e mora na Vieira Souto, seria o Emir Sader. 247 – E é? Fiúza – Eu só me divirto com as leituras que as pessoas fazem. 247 – A primeira-dama Antônia, interpretada pela Maria Fernanda Cândido, vem ganhando força na história. Não deveria ser ela a presidenta? Fiúza – De fato, ela tem dado um show, como no episódio em que contestou o ministro da Educação na compra dos livros de história contaminados pela ideologia. Além de belíssima, é uma mulher que tem vida própria e não se deslumbra com os encantos do poder. Neste caso, confesso que tivemos sim uma inspiração, que foi a Dona Ruth Cardoso. 247 – Um pouco melhorada... Fiúza – Devo admitir. 247 – Esse casal Antônia e Paulo Ventura não parece utópico demais? Vai conseguir resistir ao jogo das pressões políticas e da governabilidade? Fiúza – É utópico. Mas por que não? 247 – Sim, mas a questão é: ele termina seu mandato? mFiúza – Essa é uma boa pergunta. Eu diria que ele ainda terá muitas oscilações, com seus altos e baixos. Já sofreu até uma tentativa de atentado e terá problemas de popularidade. 247 – Na revista Época, você foi um crítico ácido do governo Lula e também de Dilma quando candidata. Hoje, uma pesquisa revela que ela tem aprovação superior à dos dois antecessores: Lula e FHC. Ela o surpreendeu? Fiúza – O que me surpreende é ver como os estratos superiores da sociedade se enganam em relação à Dilma. Nesse primeiro ano de governo, o que houve foi um não governo. Nunca vi tanto capital político ser desperdiçado. Por mais que ela tenha tido o mérito de moderar algumas posições na área internacional, especialmente no caso do Irã, este é um governo que termina o primeiro ano sem nenhum projeto, nenhuma ideia. Nunca achei que isso pudesse acontecer. 247 – Como analista político, você não reconhece nenhum progresso?  Fiúza – A marca foi a faxina. Mas uma faxina feita a contragosto e a reboque da imprensa. Não se avançou na infraestrutura, na questão tributária, em nenhum setor. O que temos é pura espuma. O que eu enxergo, na verdade, é um apagão administrativo. http://www.brasil247.com.br/pt/247/midiatech/37173/O-brado-retumbante-de-Guilherme-Fi%C3%BAza.htm

Entre jantares e mulheres, um capitão arrogante


       Dirceu Ayres

Maioria dos passageiros viu pela 1ª vez o comandante Francesco Schettino em um baile de gala três dias antes de ele fugir do navio ALANA RIZZO / BRASÍLIA, A REPÓRTER ALANA RIZZO ESTAVA, A BORDO DO COSTA CONCORDIA, DURANTE O NAUFRÁGIO - O Estado de S.Paulo Às 22 horas do dia 10, o comandante do transatlântico Costa Concordia, Francesco Schettino, entrou no restaurante Milano, um dos mais luxuosos do navio. Ao som de palmas puxadas pela tripulação e da Tarantela, caminhou lentamente até a mesa reservada para o jantar de gala em sua homenagem. Era a hora da sobremesa, bolo e cannoli, mas ele não comeu. O jantar ocorria dois dias após o início da nossa jornada. E três dias antes da sexta-feira 13 que transformou Schettino em um dos principais personagens deste início de ano. Em homenagem ao comandante, o salão de dois andares foi iluminado com velas e a tripulação usava roupas de festa, traje obrigatório também para os passageiros. Taças de champanhe foram servidas para que todos pudessem brindar em honra a Schettino. Aquela foi a primeira vez que a maioria dos passageiros do navio viu o rosto do capitão, embora seu nome já fosse famoso entre todos, quando chegamos ao porto de Marselha, na França, onde deveríamos embarcar no Costa Concordia e começar nossas férias de sete dias pelo Mar Mediterrâneo. Autoridade máxima do navio, o capitão tinha seu nome repetido por todos os tripulantes. Toda noite, recebíamos na cabine o relatório produzido pela equipe de Schettino com a programação e detalhes da navegação. Também assistíamos aos programas da tripulação na rede de tevê interna. No entanto, a imagem de antipatia provocada por Schettino naquele jantar de gala era reproduzida na recepção de clientes fidelidade da Costa Cruzeiros e no coquetel para passageiros hospedados em cabines de luxo. O roteiro do comandante era o mesmo: brindes e fotos. Poucos sorrisos. A avaliação dos passageiros sobre o comandante era sempre a mesma: arrogante. Ele não circulava pelas áreas comuns do navio, porque, segundo os tripulantes, preferia ficar nos bares e restaurantes reservados. Mas seus oficiais imediatos eram vistos freqüentemente no cassino e nos bares. Sempre acompanhados de belas mulheres. Pelo que se sabe agora, aparentemente, havia outro motivo para chamar a atenção de Schettino: a presença de uma mulher da Moldávia. Mas duas outras jovens - uma loira e outra morena - também chamaram a atenção nos últimos dias de viagem, já em solo italiano, em razão dos vestidos curtos, justos e insinuantes, apesar da temperatura de 2º C. E despertaram revolta quando furaram a fila para o embarque no ferryboat que nos tiraria da Ilha de Giglio no dia seguinte ao naufrágio. Com a cabeça baixa, atravessaram a fila que reunia centenas de passageiros e entraram por uma porta lateral na embarcação. Também não assinaram o papel de identificação que todos os passageiros resgatados assinaram na chegada em terra firme, aumentando a impressão de terem entrado no navio de forma clandestina. Labirinto. Não vi uma cena daquela nem mesmo nos momentos de desespero para sair do navio, no dia anterior. A saída de embarcação não foi nada tranqüila. O Costa Concórdia é um labirinto, com corredores estreitos e bem longos. Até os passageiros freqüentes se perdiam. Em apenas 1 dos 12 decks era possível atravessar a embarcação de ponta a ponta. Um corredor central com nove elevadores e uma ampla escada faziam a ligação entre os andares. Em cada ponta do navio, outros quatro elevadores e uma escada. O Concordia tinha três piscinas e seis jacuzzis. Do lado da popa, ficavam o maior spa a bordo de um navio, academia, sauna, além de cabines especiais, restaurantes e teatro. Na proa, mais restaurantes, bares, discoteca, cassino e uma espaço de recreação para crianças e adolescentes. O tamanho e a complexidade do desenho do navio dificultou seu abandono. Faltavam placas de sinalização e luzes de emergência. Pais ficaram horas circulando em busca dos filhos que estavam em outras áreas na hora do acidente. Filhos subiam as escadas correndo em busca dos pais que já estavam nas cabines. A falta de preparo de tripulantes e passageiros contribuiu para o desespero. Em nota divulgada depois do acidente, a Costa Cruzeiros informou que para "todos os hóspedes do cruzeiro é promovido um exercício de salvamento nas primeiras 24 horas a bordo, conforme determina a lei". Não participei de nenhum exercício, assim como outros passageiros com quem conversei e embarcaram em Marselha. Apenas um cartão escrito "emergência" nos foi entregue e nenhuma explicação foi dada. A noite do acidente era a última da viagem e a orientação da tripulação era a de que até à 1 hora todas as malas fossem postas nos corredores para ser recolhida pela tripulação. Como a maioria deixou para organizar as coisas depois do jantar, poucas bagagens atrapalharam a fuga. No momento do acidente, milhares de pessoas estavam no restaurante Milano, o mesmo utilizado na noite de homenagem ao capitão Schettino. Eram 21h30 quando um enorme estrondo foi seguido por um tombo imediato do navio para a direita. Pratos foram ao chão. Copos estilhaçaram-se. Não havia música. Foram duas horas até nossa saída do Costa Concórdia. O nome de Schettino foi repetido diversas vezes naquele intervalo de tempo. Todos os informes produzidos em seu nome diziam que a situação estava sob controle e não havia motivos para pânico. Um alarme longo deu o aviso de "abandonar barco". Não ouvi a voz de Schettino. Em Giglio, uma tripulante garantiu que o comandante tinha sido o último a sair do navio e ele passaria na igreja para falar com os passageiros. Nem ele nem nenhum oficial do Costa Concórdia apareceram nas 12 horas que ficamos no local. Só voltei a ver Schettino pela televisão. O comandante tinha sido preso por abandonar o navio.

GABRIELLI CAI, MAS MALDIÇÃO DO PT CONTINUA.


   Dirceu Ayres


Famosa foto de Gabrielli, publicada por reportagem de Veja, no corredor de hotel de Brasília onde se preparava para beijar a mão do chefete petista. Nesse hotel Dirceu recebia a petralhada entre outros interlocutores. Transcrevo após este prólogo matéria do site da revista Veja sobre a queda do Sérgio Gabrielli, o apaniguado de Lula e Zé Dirceu que aparelhou a Petrobras e desidratou o valor das ações dessa estatal, enquanto o consumidor brasileiro paga pelo litro da gasolina um valor mais alto do que é cobrado dos consumidores de Nova York! O texto, como sempre bem escrito, sem dúvida tenta adubar o terreiro da Dilma que teria peitado (tenho minhas dúvidas) Lula e Zé Dirceu, os donos do PT e padrinhos desse professor universitário baiano que foi entronizado na Petrobras durante o governo lulístico. Para o leitor mais atento, a interpretação dada pelo site da revista Veja tem lá o seu tanto de verdade, mas o epílogo dessa história tem desfecho previsto. Mudam apenas as moscas... A verdade é que o monopólio estatal é, sob todos os aspectos, nefasto para o país. Remonta ao getulismo, um tempo em que a mão do Estado nas áreas estratégicas da economia poderia ser necessária, haja vista que o Brasil se movimentava na base do carro de boi ainda no final da década dos anos 50 do século passado, quando o mundo dito hoje desenvolvido já era super desenvolvido e o Brasil era um país de economia agro-pastoril que exportava apenas café e banana! O texto tenta transmitir um certo otimismo para reforçar uma inciativa da Dilma. Em outras palavras, seria algo assim como: pior é nada. Seja como for, o mercado pelo menos reagiu positivamente e as ações da companhia, segundo Veja, tiveram uma forte alta. Todavia o governo do PT, seja com Dilma, Lula ou qualquer outro petista, continuará a ser estatizante e de viés comunista. Até porque Dilma deve desembarcar no final do mês em Cuba para trocar afagos com dois tiranos assassinos. Há uma semana morreu mais um preso político nos calabouços de Fidel Castro que os lança nus em solitárias cheias de ratos e baratas. Depois, Dilma viajará a Porto Alegre, onde participará ativamente do tal Fórum Social, um convescote de idiotas que provavelmente será financiado com dinheiro público. O Brasil sempre pensou pequeno. Com o PT no poder parou completamente de pensar e o país está paralisado. Em uma década não foi construída nenhuma obra de infra-estrutura de vulto. Só para se ter idéia do caos iminente, o estouro de um bueiro na cabeceira de uma ponte da BR-101 Sul, em Araranguá (SC) na noite do último domingo, deixou essa rodovia interditada por cinco horas gerando filas quilométricas. Se o país ainda caminha deve este fato aos governos militares. Sem eles que construíram a infra-estrutura de energia, comunicação e transporte, estaríamos hoje novamente como no final da década de 50 do século XX, quando táxi era denominado "carro de praça". E onde não existia esse transporte motorizado havia os chamados "carros de mola", puxados por dois cavalos. Quando era criança andei nesse tílburis botocudos. E pasmem: isso existiu até a primeira metade da década de 1960 nas cidades do interior do Brasil. Essas linhas que acabo de escrever já seriam suficientes para que a oposição começasse a preparar a campanha presidencial de 2014. Mas aí é querer demais, né? Leiam o texto otimista da Veja e tirem as suas próprias conclusões: Com as mudanças na cúpula da Petrobras, a presidente Dilma Rousseff pretende retomar para o controle do governo um filão da administração federal – de orçamento bilionário e de papel estratégico no campo dos investimentos – comandado por interesses partidários, sobretudo de PT e PMDB. Presidente da Petrobras desde 2005, José Sergio Gabrielli é um petista da estrita confiança do ex-presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu. Segundo assessores da presidente, sempre privilegiou o jogo dos padrinhos petistas, a ponto de, se necessário fosse, dificultar a implantação de decisões tomadas pelo Palácio do Planalto. Ao substitui-lo por Maria das Graças Foster, Dilma espera deixar claro que os projetos do governo, e não das legendas governistas, são prioridade, além de reforçar o caráter técnico da gestão. Maria das Graças Foster é funcionária de carreira e trabalha há mais de 30 anos na Petrobras. “A atual direção da Petrobras falava diretamente com o Lula, que depois conversava com a presidente Dilma. Com a mudança, acaba a intermediação, e a presidente passa a controlar diretamente a empresa”, diz um líder governista. “A relação da companhia com o governo será mais direta e autêntica”, acrescenta o senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Próximas demissões – O PT perderá espaço não apenas com a saída de Gabrielli. É dada como certa a demissão de Almir Barbassa, ainda em fevereiro, e até o fim do ano de Renato Duque, outro homem de confiança do mensaleiro José Dirceu. O PT também divide com o PMDB o apadrinhamento de Paulo Roberto Costa, diretor de Exploração. A demissão de Costa é considerada favas contadas. Primeiro, porque ele é identificado como um defensor de interesses partidários. Segundo, porque tentou rivalizar com Maria das Graças Foster como candidato à presidência da empresa. O PMDB também controla a diretoria internacional da Petrobras, mas não tem a menor ideia do que ocorrerá com esse cargo. Presidente licenciado do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer não foi informado por Dilma das mudanças na empresa. Mais uma evidência da disposição de Dilma para acabar com o peso dos partidos na Petrobras. A ideia é montar uma equipe afinada com ela – e não com o consórcio governista ou o antecessor Lula. “Esperamos que a empresa seja novamente profissionalizada, com o fim da partidarização de um patrimônio dos brasileiros”, diz o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias. “Não conheço a Maria das Graças Foster, mas se a substituição é técnica será bem acolhida”, acrescenta. A presidente Dilma pensou em demitir Gabrielli logo depois de vencer a disputa presidencial. Foi dissuadida por Lula. O ex-presidente pediu mais um ano de mandato para o correligionário, sob a alegação de que ele era o quadro mais qualificado para tirar do papel a exploração do petróleo do pré-sal. Dilma acatou a sugestão, mas a relação entre ela e Gabrielli só piorou desde então. A presidente identificou a digital de Gabrielli em denúncias divulgadas contra o marido de Maria das Graças Foster, quando esta aparecia como favorita para sucedê-lo na empresa. Dilma também passou a ficar irritada com o fato de Gabrielli sempre dificultar a implantação de decisões governamentais. De fazer as coisas com má-vontade, como se quisesse desafiá-la ou lembrá-la de que, por ter Lula como padrinho, tinha condições de atuar como certa autonomia. Autonomia que Gabrielli fez questão de mostrar quando declarou que não tinha nada a explicar sobre o fato de ter se encontrado com o ex-ministro Dirceu , num quarto de hotel, depois de participar de uma audiência no Planalto. Dirceu, como se sabe, é consultor de empresas das áreas de petróleo e gás e de empreiteiras que têm interesses em projetos da Petrobras. “O Gabrielli é ladino, opera na paralela. Agora, a interlocução será mais direta e com menos influência partidária. Haverá alinhamento total da Petrobras com o Planalto”, conta uma estrela petista. Do site da revista Veja

O governo paralelo de Gilvam


    Dirceu Ayres


Claudio Dantas Sequeira. Adversário político do governador do Amapá, ex-senador vira polêmica e vai até parar na cadeia ao tentar administrar o Estado informalmente, construindo casas populares, pavimentando rodovias e comprando UTIs móveis para atender a população Em países como o Reino Unido a oposição se organiza no chamado "shadow cabinet", uma espécie de gabinete informal criado para criticar e sugerir alternativas à política oficial. No Brasil, após a derrota eleitoral de 1989, Lula propôs ideia semelhante ao reunir assessores num grupo que seria o embrião do Instituto Cidadania. No Amapá, o ex-senador Gilvam Borges (PMDB-AP) resolveu inovar. Tenta instituir, desde o início deste ano, um verdadeiro "governo paralelo" no Estado. Em vez de pensar projetos e fiscalizar as ações governamentais, o político trabalha para substituir o Estado em iniciativas como pavimentação de rodovias, construção de casas populares e atendimento médico à população. As ações são financiadas por empresários ligados ao ex-senador, correligionários do PMDB e, segundo Gilvam, por "prefeituras parceiras". A novidade, quase folclórica, está alimentando uma guerra política com consequências legais. Há pouco mais de uma semana, Gilvam foi detido pela polícia ambiental quando tentava aterrar um canal para pavimentar um acesso rodoviário que, segundo ele, ajudaria a desafogar o trânsito na capital, Macapá. Ficou preso algumas horas e os equipamentos foram apreendidos. Na quarta-feira 18, ele estava de volta à rodovia para tentar retomar os trabalhos, mas foi impedido pela PM. "O governador não fez, eu tenho que fazer", disse à ISTOÉ. De acordo com ele, em 2011 houve 150 acidentes no trecho rodoviário, com um saldo de 15 mortos. "Dá para resolver isso aqui em dez dias, mas o governador Camilo Capiberibe não quer", afirmou. Gilvam, apadrinhado pelo presidente do Senado, José Sarney (MA), entrou em confronto direto com a família Capiberibe desde que perdeu o mandato. Primeiro denunciou o adversário eleitoral João Capiberibe por ter supostamente desviado R$ 360 milhões dos cofres públicos, quando deixou o governo estadual em 2002. No fim do ano passado, Gilvam mudou de estratégia e passou a atacar Camilo Capiberibe (PSB), filho de João e atual governador. Procurado por ISTOÉ, Camilo explicou, em nota sucinta, que "governar é tarefa de quem foi eleito, aos que perdem é reservado o direito de fazer oposição". Com a atitude, o ex-senador já conseguiu um de seus objetivos: virar notícia. Algumas iniciativas têm saído, de fato, do papel. Neste sábado 21, Gilvam entregará a primeira das 25 mil casas populares que promete construir. Ele também pretende criar um "SUS paralelo", que funcionará em vans equipadas com UTIs. Gilvam revela que divulgará no início de fevereiro um "programa de governo" com ações concentradas nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e segurança pública. O gabinete paralelo possui até uma equipe. Conta com 25 assessores informais e terá sede própria, no município de Buritizal, que levará o nome de Palácio Governador Annibal Barcellos. O advogado Eduardo Mendonça, professor de direito do Uniceub, diz que nunca viu nada parecido. "Qualquer pessoa pode propor alternativas. Também pode fazer doações e atos benevolentes. Mas o exercício da função pública pressupõe a eleição regular. O que ele está fazendo é inconstitucional", explica. Para Mendonça, se Gilvam for adiante com suas iniciativas poderá ser enquadrado no artigo 328 do Código Penal, que prevê pena de até dois anos de prisão para o crime de usurpação de função pública. Em sua defesa, o governador paralelo alega que não pretende "substituir" Capiberibe. "Minha intenção é dar exemplo. Sou um democrata, não um guerrilheiro", garante. ISTO É - 21/01/2012

O brado retumbante


     Dirceu Ayres

Nos poucos meses de euforia política que antecederam à primeira eleição direta para Presidente da República,na reabertura política depois de décadas de jejum, a novela "Que rei sou eu" foi levada ao ar no ano de 1989. Quatro anos após a volta dos Militares aos quartéis, a TV-Globo mostrava a formação de uma realidade Brasil num fictício reino de Avilan. Passados 27 anos, a mesma TV-Globo exibe a minissérie O Brado Retumbante mostrando como se transformou o Brasil Real dos Militantes no Poder. A máxima televisiva “esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com nomes, fatos ou acontecimentos terá sido mera coincidência”, em O Brado Retumbante, o autor Euclydes Marinho, incomodado com a onipresente corrupção do país, escreveu uma história sobre um presidente da República íntegro, honesto e mulherengo. Escancarou tanto uma realidade, com personagens tão parecidos com os da vida real, em aparência ou atitudes, como os políticos e jornalistas que cercam o presidente protagonista. É impossível ficar imune a tantas referências com a realidade, mesmo quando disfarçada de um “Brasil fictício”, ao que a atração se propõe, em que, por exemplo, a sede do governo foi transferida de Brasília de volta para o Rio de Janeiro. Creio que o grupo de políticos honestos determinados a acabar com os corruptos e com a corrupção, seja sim, este, o fictício na minissérie. Em meio a uma programação de mau gosto e baixarias, de reality shows e tramas novelescas, O Brado Retumbante substituiu a minissérie Dercy de Verdade, que dizem que foi um sucesso, mas que não consegui assistir o primeiro capítulo completo para não vomitar. E bombando nos repasses, milhares de textos das mais variadas autorias criticando o excremento formatado em um BBB, até agora, falando bem ou mal, nada chegou até a mim sobre esta minissérie, recheada de diálogos ágeis, irônicos, repletos de frases feitas, mas ácidas, com referências à história moderna de nosso país. Assim como não despertou a atenção dessas variadas autorias que escreveram sobre o tal BBB, a audiência também não correspondeu à qualidade da atração. Assim é o Brasil de ignorantes passivos nesses tempos em que a “nova classe C”, repassa textos e dita a programação da TV e comanda a audiência, O Brado Retumbante ficou poucos pontos acima do segundo lugar, a porcaria enlatada A Hora do Rush 2 apresentado pelo SBT. O que poderia ser um simulacro do Brasil, a produção de oito capítulos mostra a trajetória do personagem, (o advogado e deputado Paulo Ventura, filho de uma mãe neurótica e com um tio trambiqueiro) como deputado até o momento em que um grupo de velhas raposas da política articula para que ele se torne presidente da Câmara para ser uma espécie de fantoche do sistema. O que ele não esperavam é que pouco depois, o presidente da república e seu vice sofreriam um acidente de helicóptero e fossem dados como desaparecidos antes que o mandato de tais fosse concluído. É então que Paulo Ventura passa automaticamente para o cargo de presidente. Paulo Ventura tem uma personalidade bastante interessante que ora o traceja como um tremendo mulherengo, e ao mesmo tempo um político honesto e ético, querendo limpar Brasília de pessoas desonestas. Enquanto alcança altos índices de aprovação popular com a sua postura, ele incomoda políticos a ponto de se tornar alvo de atentados. O principal inimigo é o Ministro da Justiça que na juventude, eram advogados idealistas dispostos a mudar o mundo. Hoje o vaidoso Floriano almeja a Presidência. O Brado Retumbante, têm a política como veia dorsal, ou seja, enfatizam ações que envolvem autoridades e permitirá que o público acompanhe os bastidores da política e assim entenda como funcionam os mecanismos de chegada ao poder. Dessa forma, a proposta da minissérie é revalorizar o exercício da política no Brasil. Para tanto, o personagem terá a tarefa de convencer o público de que é possível acreditar na existência de políticos como Paulo Ventura, oferecendo um novo olhar sobre a maneira de fazer política no Brasil a partir de fragmentos do mundo real. O Brado Retumbante - 17/01/2012 - Primeiro Capítulo
http://www.youtube.com/watch?v=aCX2mvXWGGs O Brado Retumbante - 18/01/2012 - Segundo Capítulo
http://www.youtube.com/watch?v=aDpmez37UtM plinio sgarbi
O Brado Retumbante - 19/01/2012 - Terceiro Capítulo
http://www.youtube.com/watch?v=Rkf8vYfrWag&feature=related
O Brado Retumbante - 20/01/2012 - Quarto Capítulo http://www.youtube.com/watch?v=KnNswFyvsF8&feature=related
Sueli Guerra. LILICARABINA.