quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

POR QUÊ A GRANDE MÍDIA INCENSA MITT ROMNEY?


      Dirceu  Ayres


Mitt Romney e Newt Gingrich durante debate na TV americana Estou muito longe dos Estados Unidos e, ao mesmo tempo, muito perto graças à internet. Quem não está ligado na internet forma opinião enviesada sobre os fatos, porque tem de se louvar no que diz a grande mídia impressa e televisiva. Refiro-me à campanha presidencial americana e às animadas manchetes que ovacionam Mitt Romney em função de sua vitória nas primárias da Florida nesta terça-feira. Vai ficando evidente que a turma de Obama já está fazendo de tudo para isolar Newt Gingrish. Mitt Romney é uma espécie de tucano americano e, portanto, mais fácil de ser abatido eleitoralmente. Nos Estados Unidos em sua maioria os mais influentes veículos de comunicação estão alinhados ao obamismo. As agências internacionais de notícia são um viveiro global do esquerdismo. Em suma esse nicho majoritário da imprensa internacional é vassalo de Obama e dos "liberais", como é denominado pelos americanos aquele extrato político que tenta espicaçar os valores mais caros da civilização ocidental. O comunismo caiu com o muro de Berlim, mas o movimento comunista internacional segue firme. Mudou apenas de estratégia. Tanto é uma das maiores vitórias do comunismo internacional depois da queda do Muro de Berlim ocorreu com a eleição de Barack Obama. Para quem não sabe e a grande imprensa escamoteia por ignorância ou desinformação, o que é a mesma coisa, Obama é o mais eminente filhote do mais famoso e influente comunista americano: Saul Alinsky. Digite seu nome no Google e ficará logo sabendo quem é o mentor intelectual de Obama e de Hillary Clinton. Não será surpresa se nos próximos meses Obama desencadeie mais uma ação midiática de impacto, como ocorreu com a caçada e morte de Bin Laden. O setor de inteligência americano, conforme podem ver em post mais abaixo, assinala sem tergiversar que o Irã está disposto a atacar os Estados Unidos. Como acontece com todos os comunistas em período eleitoral eles viram a casaca e se tornam tão ou mais conservadores do que os mais convictos conservadores republicanos. Lembrem-se da mão estendida de Obama em direção aos aiatolás logo depois que assumiu e da distância que tomou de Israel. Politicamente Newt Gringrish é o mais experiente e bem preparado dos postulantes republicanos. Já foi presidente da Câmara de Representantes e deve reunir um bom estoque de informações que pode ser transformado em torpedos fulminantes contra Obama. Gingrisch encarna muito mais que Romney a defesa dos valores da civilização ocidental e parece estar também mais distanciado das forças que chocam o "ovo da serpente", que pode gerar àquilo que se conhece por "nova ordem mundial". Isto explica as manchetes dos jornais desta quarta-feira e de seus sites noticiosos exortando a vitória de Mitt Romney de uma forma pouco usual. Romney seria, portanto, mais palatável aos interesses do Council on Foreing Relation (CFR), o mais poderoso, organizado e influente think tank americano que se diz apartidário, mas é evidentemente marcado pelas tintas dos "liberais", ou seja, do partido Democrata. Neste momento é a leitura mais honesta que se pode fazer do que rola nesse início da campanha eleitoral americana. Não porque este modesto escriba possa ter informações privilegiadas, mas simplesmente porque tenta refletir a partir dos fatos. Todavia a política é extremamente dinâmica e mutante e, por causa disso, têxtos analíticos sobre política são tão efêmeros como os minutos que gastei para escrever estas linhas. Estou, à diferença da maioria, consciente desta realidade. E isto, convenhamos, já faz a diferença.

Os canalhas nos ensinam mais




      Dirceu Ayres


Nunca vimos uma coisa assim. Ao menos, eu nunca vi. A herança maldita da política de sujas alianças que Lula nos deixou criou uma maré vermelha de horrores. Qualquer gaveta que se abra, qualquer tampa de lata de lixo levantada faz saltar um novo escândalo da pesada. Parece não haver mais inocentes em Brasília e nos currais do País todo. As roubalheiras não são mais segredos de gabinetes ou de cafezinhos. As chantagens são abertas, na cara, na marra, chegando ao insulto machista contra a presidente, desafiada em público. Um diz que é forte como uma pirâmide, outro que só sai a tiro, outro diz que ela não tem coragem de demiti-lo, outro que a ama, outro que a odeia. Canalhas se escandalizam se um técnico for indicado para um cargo técnico. Chego a ver nos corruptos um leve sorriso de prazer, a volúpia do mal assumido, uma ponta de orgulho por seus crimes seculares, como se zelassem por uma tradição brasileira. Temos a impressão de que está em marcha uma clara “revolução dentro da corrupção”, um deslavado processo com o fito explícito de nos acostumar ao horror, como um fato inevitável. Parece que querem nos convencer de que nosso destino histórico é a maçaroca informe de um grande maranhão eterno. A mentira virou verdade? Diante dos vídeos e telefonemas gravados, os acusados batem no peito e berram: “É mentira!” Mas, o que é a mentira? A verdade são os crimes evidentes que a PF e a mídia descobrem ou os desmentidos dos que os cometeram? Não há mais respeito, não digo pela verdade; não há respeito nem mesmo pela mentira. Mas, pensando bem, pode ser que esta grande onda de assaltos à Republica seja o primeiro sinal de saúde, pode ser que esta pletora de vícios seja o início de uma maior consciência critica. E isso é bom. Estamos descobrindo que temos de pensar a partir da insânia brasileira e não de um sonho de razão, de um desejo de harmonia que nunca chega. Avante, racionalistas em pânico, honestos humilhados, esperançosos ofendidos! Esta depressão pode ser boa para nos despertar da letargia de 400 anos. O que há de bom nesta bosta toda? Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos! Aprendemos a dura verdade neste rio sem foz, onde as fezes se acumulam sem escoamento. Finalmente, nossa crise endêmica está em cima da mesa de dissecação, aberta ao meio como uma galinha. Vemos que o País progride de lado, como um caranguejo mole das praias nordestinas. Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades sórdidas estamos conhecendo, fecundas como um adubo sagrado, tão belas quanto nossas matas, cachoeiras e flores. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras. Como mentem arrogantemente mal! Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma. Ai, Jesus, que emocionantes os súbitos aumentos de patrimônio, declarações de renda falsas, carrões, iates, piscinas em forma de vaginas, açougues fantasmas, cheques podres, recibos laranjas de analfabetos desdentados em fazendas imaginárias. Que delícia, que doutorado sobre nós mesmos!… Assistimos em suspense ao dia a dia dos ladrões na caça. Como é emocionante a vida das quadrilhas políticas, seus altos e baixos – ou o triunfo da grana enfiada nas meias e cuecas ou o medo dos flagrantes que fazem o uísque cair mal no Piantella diante das evidências de crime, o medo que provoca barrigas murmurantes, diarreias secretas, flatulências fétidas no Senado, vômitos nos bigodes, galinhas mortas na encruzilhada, as brochadas em motéis, tudo compondo o panorama das obras públicas: pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, orgasmos entre empreiteiras e políticos. Parece que existem dois Brasis: um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e “puros”. E o fascinante é que são os mesmos homens. O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) – isto é, filosófico: o que é a verdade? Se a verdade aparecesse em sua plenitude, nossas instituições cairiam ao chão. Mas, tudo está ficando tão claro, tão insuportável que temos de correr esse risco, temos de contemplar a mecânica da escrotidão, na esperança de mudar o País. Já sabemos que a corrupção não é um “desvio” da norma, não é um pecado ou crime – é a norma mesmo, entranhada nos códigos, nas línguas, nas almas. Vivemos nossa diplomação na cultura da sacanagem. Já sabemos muito, já nos entrou na cabeça que o Estado patrimonialista, inchado, burocrático é que nos devora a vida. Durante quatro séculos, fomos carcomidos por capitanias, labirintos, autarquias. Já sabemos que enquanto não desatracarmos os corpos públicos e privados, que enquanto não acabarem as emendas ao orçamento, as regras eleitorais vigentes, nada vai se resolver. Enquanto houver 25 mil cargos de confiança, haverá canalhas, enquanto houver Estatais com caixa-preta, haverá canalhas, enquanto houver subsídios a fundo perdido, haverá canalhas. Com esse Código Penal, com essa estrutura judiciária, nunca haverá progresso. Já sabemos que mais de R$ 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas. Não adianta punir meia dúzia. A cada punição, outros nascerão mais fortes, como bactérias resistentes a antigas penicilinas. Temos de desinfetar seus ninhos, suas chocadeiras. Descobrimos que os canalhas são mais didáticos que os honestos. O canalha ensina mais. Os canalhas são a base da nacionalidade! Eles nos ensinam que a esperança tem de ser extirpada como um furúnculo maligno e que, pelo escracho, entenderemos a beleza do que poderíamos ser! Temos tido uma psicanálise para o povo, um show de verdades pelo chorrilho de negaças, de “nuncas”, de “jamais”, de cínicos sorrisos e lágrimas de crocodilo. Nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo. Céus, por isso é que sou otimista! Ânimo, meu povo! O Brasil está evoluindo em marcha à ré! por Arnaldo Jabor - republicado na coluna de Augusto Nunes.

"Aeroprivataria" do PT: Infraero paga até 49% do investimento, mas não vai mandar nada nos aeroportos privatizados.


     Dirceu Ayres


A não ser que haja uma reviravolta nas próximas horas ou que um dos ministros peça vistas do processo, arcando com o custo político disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) dará, hoje à tarde, sinal verde para o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Dessa forma, fica superado o último obstáculo para a disputa, marcada para dia 6. Ontem, em mais um passo que abriu caminho para a concessão dos aeroportos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) considerou improcedentes cinco pedidos de impugnação de itens do edital. A análise do TCU não obrigará o governo a fazer mudanças no edital que exijam a reabertura dos prazos legais, conforme o Valor apurou. Na questão considerada mais polêmica - a participação acionária de 49% que a Infraero terá nas futuras concessionárias -, o tribunal abrandou sua cobrança. Em dezembro, os ministros do TCU aprovaram os estudos econômicos para a concessão dos aeroportos, mas recomendaram reduzir ou mesmo retirar totalmente a fatia da Infraero nas empresas criadas para gerir os terminais. Agora, o tribunal suavizará a recomendação, sugerindo apenas que o governo avalie a "real necessidade" de participação da estatal em futuras concessões. Há pelo menos seis determinações, relacionadas principalmente a procedimentos de fiscalização e à forma de apresentação dos estudos econômicos, no relatório que será apreciado pelos ministros na sessão plenária de hoje. Nenhuma determinação ou recomendação, no entanto, diz respeito ao limite de 2% imposto pelo governo à participação de companhias aéreas nos consórcios. Um temor no governo era o de possíveis exigências de mudança nesse limite, o que poderia gerar a necessidade de contagem de novo prazo de 45 dias entre a republicação do edital e o leilão. Apesar de rumores nas últimas semanas, o TCU não cogitou suspender o leilão e enviou mensagens tranquilizadoras à Secretaria de Aviação Civil. O ministro-relator do processo das concessões no tribunal, Aroldo Cedraz, fez várias reuniões com integrantes do primeiro escalão do governo. Agora, o Palácio do Planalto precisará monitorar a situação de ações judiciais que estão sendo abertas. O Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina) decidiu ontem pedir liminares contra o leilão. "É muito provável que, entre amanhã (hoje) e sexta-feira, a gente distribua algumas ações na Justiça Federal de São Paulo e de Brasília. Verificamos várias ilegalidades no processo de concessão. No mínimo, vamos pedir que o edital seja levado novamente para audiência pública", afirmou o presidente do sindicato, Francisco Lemos. Em Campinas, uma ação popular foi protocolada na 8º Vara Federal, alegando que a concessão está "eivada de vícios" e "contraria os interesses nacionais". A ação foi movida por aeroportuários que trabalham em Viracopos, mas na condição de pessoas físicas, sem vinculação formal com sindicatos. Em termos administrativos, o caminho estará desimpedido com o aval do TCU e da Anac, e as propostas e documentação dos interessados deverão ser apresentadas amanhã. Cinco pedidos de impugnação foram recebidos pela agência reguladora. ARG , ATP Engenharia, Global Participações em Energia, Instituto de Transporte Aéreo do Brasil e MPE - Montagens e Processos Especiais encaminharam pedidos de impugnação. A MPE, por exemplo, fez críticas à indefinição de responsabilidades da Infraero na sociedade formada com empresas privadas para gerir os aeroportos. "O edital não traz, nem em suas condições gerais e tampouco em seus anexos, a definição e delimitação dos riscos da empresa privada e da Infraero", diz o pedido enviado à Anac. A MPE protestou contra os poderes dados à estatal e afirmou que isso interfere na capacidade de financiamento das futuras concessionárias. "Aliás, o que o edital deixa a todo tempo transparecer é que a Infraero fica blindada de todos os riscos durante a concessão." Outras contestações envolvem a exigência de operadora estrangeira nos consórcios e o prazo exíguo para a busca de parcerias.(Valor Econômico)

RITA LEE E LAERTE COUTINHO: A ARTE DE LEVANTAR BANDEIRAS DESNECESSÁRIAS.


   Dirceu Ayres


Rita Lee e Laerte: escravas do pensamento politicamente correto. Este texto do site da revista Veja sobre as recentes bandeiras levantadas por cantora Rita Lee e pelo jornalista e cartunista Laerte Coutinho, da Folha de S. Paulo, está na medida certa, porque reflete verdades evidentes e que costumam ser obscurecidas pelo maldito pensamento politicamente correto. Transcrevo e recomendo a leitura: Era para ser uma apresentação histórica, com solos memoráveis e a esperada confraternização entre público e artista. Afinal, estava anunciado, seria o último show da ex-mutante Rita Lee. Acabou na delegacia, depois de a cantora lançar impropérios sobre policiais que faziam a segurança junto ao palco, em Aracaju, Sergipe. Também teve um final diferente do esperado a última noite do cartunista Laerte em uma pizzaria que ele costumava frequentar na zona oeste de São Paulo. O que deveria ser um jantar tranquilo se tornou tanto uma questão de poder público, depois de o desenhista acionar a Secretaria de Justiça do estado para ter o direito de usar o banheiro feminino – sim, feminino – do endereço. Laerte e Rita Lee fazem parte do grupo considerado nobre da cultura brasileira – são artistas que há décadas se mantêm em destaque em suas áreas de trabalho. Igualmente nobres são os motivos alegados por eles para agir. Ela afirmou ter falado em nome dos fãs, que, disse, viu serem agredidos por policiais. Laerte milita pela não-discriminação e a livre circulação de transgêneros como ele, que há dois anos se veste publicamente com roupas femininas. Mas, como em tantas outras causas encampadas por artistas e celebridades (basta lembrar do vídeo recente de atores da Globo reclamando com argumentos furados da construção da usina de Belo Monte), o pretexto e o modo de conduzir o pleito foram dos mais infelizes, nos dois casos. Rita Lee primeiro recomendou à força policial que trabalhava em seu show que fumasse “um baseadinho”. Sugerir uma prática criminosa a policiais já seria um desacato, mas, como se não quisesse deixar dúvidas, a cantora em seguida os chamou de “cachorros” e de “cafajestes”. “Cadê o responsável? Eu quero falar, eu tenho direito, esse show é meu, não é de vocês. Esse show é a minha despedida do palco”, disse a cantora, que parou a apresentação para se dirigir à polícia e pareceu ignorar que o evento, ainda que fosse encabeçado por ela, corria em lugar público e portanto demandava policiamento. “Seus cachorros – coitados dos cachorros. Cafajestes! As pessoas estão me esperando cantar, não é a gracinha de vocês”, prosseguiu ela, insultando e provocando. Quanto a Laerte, o combate ao preconceito sexual é correto e necessário. Já a celeuma em torno do uso de um banheiro, espaço que embora público é obviamente íntimo, por pessoas do sexo oposto, é descabido. Nem seus colegas perdoaram: charges pipocam na internet apontando o absurdo da demanda. E indicando, pela via do exemplo, o caminho que o artista deveria trilhar: o da sua arte, muito mais rica que a disputa por um vaso sanitário. Bom momento para soar a descarga. Do site da revista Veja.

Corrupção e incompetência

                        

    Dirceu Ayres


O tempo está sendo implacável com a imagem que arduamente a presidente Dilma Rousseff tenta construir para si - como fez durante a campanha eleitoral de 2010, com a inestimável colaboração de seu patrono político, o ex-presidente Lula -, de administradora capaz, tecnicamente competente e defensora da lisura e da moralidade dos atos públicos. É cada vez mais claro que tudo não passa da construção de uma personagem de feitio exclusivamente eleitoral. As trocas de ministros no primeiro ano de mandato por suspeitas de irregularidades são a face mais visível dos malefícios de um governo baseado não na competência de seus integrantes - como seria de esperar da equipe de uma gestora eficiente dos recursos públicos -, mas em acordos de conveniência político-partidárias que levaram ao loteamento dos principais postos da administração federal. O resultado não poderia ser diferente do que revelam os fatos que vão chegando ao conhecimento do público. A amostra mais recente dos prejuízos que essa forma de montar equipes e administrar a coisa pública pode causar ao erário é o contrato assinado em 2010 pelo Ministério do Esporte com a Fundação Instituto de Administração (FIA) para a criação de uma estatal natimorta. O caso, relatado pelos repórteres do Estado Fábio Fabrini e Iuri Dantas (30/1), espanta pelo valor gasto para que rigorosamente nada fosse feito de prático e porque o contrato não tinha nenhuma utilidade. A FIA foi contratada para ajudar na constituição da Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016, legalmente constituída em agosto de 2010 para executar projetos ligados à Olimpíada de 2016. De acordo com o contrato, a FIA deveria "apoiar a modelagem de gestão da fase inicial de atividade da estatal". A empresa não chegou a ser constituída formalmente - não foi inscrita no CNPJ nem teve sede, diretoria ou empregados -, pois, em agosto do ano passado, foi incluída no Programa Nacional de Desestatização, para ser liquidada. E por que, apenas um ano depois de a constituir, o governo decidiu extingui-la? Porque ela não tinha nenhuma função. Mesmo assim, a fundação contratada recebeu quase R$ 5 milhões - uma parte, aliás, paga depois de o governo ter decidido extinguir a empresa, cuja criação fora objeto do contrato com a FIA. Em sua defesa, o Ministério do Esporte afirma que a contratação se baseou na legislação. É risível, no entanto, a alegação de que "os estudos subsidiaram decisões, sugeriram alternativas para contribuir com os debates que ocorreram nos governos federal, estadual e municipal e deram apoio aos gestores dos três entes para a tomada de decisões mais adequadas". Mas tem mais. Pela leitura da mesma edição do Estado em que saiu a história acima, o público fica sabendo que, de 10 contratos na área de habitação popular firmados pela União com Estados e municípios, 7 não saíram do papel. Pode-se alegar, como fez a responsável pela área de habitação do Ministério das Cidades, que alguns Estados e prefeituras não estavam tecnicamente capacitados para executar as obras ou realizar as licitações previstas nos contratos de repasse de verbas federais. Isso significa que o governo federal se comprometeu, por contrato, a transferir recursos a quem não estava em condições de utilizá-los adequadamente, o que mostra no mínimo falta de critério. Além disso, o programa que assegurou boa parte dos votos da candidata do PT em 2010, o Minha Casa, Minha Vida, sobre o qual Dilma falou maravilhas, na Bahia, antes de partir para Cuba, praticamente não saiu do papel no ano passado, e continuará parado em 2012, se não for mudado em alguns aspectos essenciais, alertam empresários do setor de construção civil. E muitos outros programas considerados prioritários pelo governo Dilma se arrastam. Os investimentos efetivos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), outra grande fonte de votos para Dilma em 2010, são bem inferiores aos programados, e boa parte se refere a contratos assinados em exercícios passados. O problema não é novo. A má qualidade da gestão é marca da administração do PT. E Dilma tem tudo a ver com isso, pois desempenha papel central nessa administração desde 2003. *http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,corrupcao-e-incompetencia BLOG DO MARIO FORTES

Uma farsa no Pinheirinho para justificar o apoio à ditadura assassina de Cuba.

                       
     Dirceu Ayres


"Se vamos falar de direitos humanos, nós começaremos a falar de direitos humanos no Brasil, nos Estados Unidos, a respeito de uma base aqui chamada Guantánamo. Vamos falar de direitos humanos em todos os lugares" - Dilma Rousseff, em Cuba, momentos antes de ir beijar a mão criminosa de Fidel Castro. No dia em que Dilma apertou as mãos cheias de sangue de Fidel Castro, o maior assassino vivo da face da terra, um câncer moral que justiçou dezenas de milhares de cubanos inocentes, saiu uma nota oficial da Secretaria de Direitos Humanos afirmando que houve violação de direitos humanos na desocupação do Pinheirinho. Assim, em Cuba, Dilma pode ficar à vontade para enterrar mais U$ 400 milhões na ilha-prisão, para dar fôlego a uma ditadura cruel, além de falar mal dos direitos humanos nos Estados Unidos e, pasmem, no Brasil. Claro que estava falando do Pinheirinho, claro que estava atacando a oposição. Claro que estava criando um discurso de defesa contra qualquer crítica. Nem carecia. A oposição não existe no Brasil. É burra, inepta, tola. Não tem repercussão alguma na sociedade. Não tem ressonância. Não tem importância para mais de 90% da população, segundo as pesquisas que os tolos insistem em contestar. O PT não montou apenas e tão somente uma imensa máquina de corrupção no estado brasileiro. Apoiou o seu projeto de poder em uma enorme máquina de marketing, com agências de comunicação funcionando dentro do Palácio do Planalto como se fossem da equipe do governo. Dezenas de jornalistas e marqueteiros. Um rede paga de blogueiros sujos. Nem precisava tanto. Do lado de cá, restaram apenas alguns blogs, poucos colunistas e meia dúzia de parlamentares. Para que tanto aparato?Algum oposicionista teve alguma manifestação sobre a viagem da presidente à ilha-prisão? Por que senadores e deputados da oposição não pegaram um avião para Cuba e foram lá ouvir os dissidentes cubanos, demonstrando que parte do Brasil abomina a ditadura castrista? No Pinheirinho, mais de 100 petistas fizeram um levantamento das "violações" dos direitos humanos, dando sustentação a uma nota oficial. O que a oposição fez pela Cuba torturada, aprisionada, assassinada? Nem mesmo uma nota do Sérgio Guerra, o faísca atrasada, o bobão que preside o maior partido de oposição do Brasil. "Agora, já que a presidente falou em barbárie, ou seja, no estágio anterior ao convívio civilizado dos humanos, convém alertá-la de que bárbaros são os militantes que tentaram impedir a saída do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), da Sé, na festa do aniversário da cidade, e do secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo, da nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC), a pretexto de protestarem contra a desocupação da comunidade. Kassab administra um município a 100 quilômetros de distância do território conflagrado. Foi agredido gratuitamente, portanto, à saída da catedral, e numa praça onde se realizaram grandes encontros cívicos pela conquista da liberdade de pensar, agir e empreender. Matarazzo é titular de uma pasta responsável por teatros, museus, oficinas e salas de espetáculos e tem tanto que ver com o episódio de São José dos Campos quanto o bei de Túnis ou o califa de Bagdá. O desforço físico é a tentativa, essa, sim, bárbara de compensar a influência que a população nega nas urnas aos grupelhos de esquerda que plantam barracos em áreas proibidas para colherem sangue e cadáveres em ano de eleições. O saber do mestre e a imensa popularidade da presidente não conseguirão atenuar a barbárie de quem, não tendo votos, recorre a paus, pedras e ovos para tentar impor seus argumentos".