quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

SERRA DÁ UMA BRECADA NO TROLOLÓ E AVISA QUE AINDA PODE CONCORRER À PREFEITURA DE SP

                 

     Dirceu Ayres

José Serra costuma sempre decidir na última hora Mesmo ainda uma possibilidade, a disposição do ex- governador José Serra de reconsiderar sua posição de não concorrer à prefeitura de São Paulo foi comemorada pelo presidente do PDB, Sérgio Guerra “Um alívio”! – exclamou ao saber da notícia. Guerra evidentemente vibra porque vê aí o Mesmo ainda uma possibilidade, a disposição do ex- governador José Serra de reconsiderar sua posição de não concorrer à prefeitura de São Paulo foi comemorada pelo presidente do PDB, Sérgio Guerra “Um alívio”! – exclamou ao saber da notícia. Guerra evidentemente vibra porque vê aí o caminho aberto para que o senador Aécio Neves (MG)consolide-se como o candidato do partido à presidência em 2014. Segundo dirigentes tucanos, se finalmente decidir se candidatar, o próximo passo de Serra será investir todas as fichas na formação de uma ampla aliança, que reúna PSD, DEM, PDT, PSB e PP, garantindo razoável tempo de TV. O envolvimento do governador Geraldo Alckmin para viabilizar essa e outras exigências de Serra, não é garantia, porém, de êxito pleno. O tempo perdido até aqui gerou quatro candidaturas tucanas, uma pré-aliança do prefeito Gilberto Kassab com o ex-presidente Lula, e o ingresso do PDT no governo tucano. Além das feridas internas num eventual desmonte das pré-candidaturas do PSDB, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, reafirmou a candidatura à Prefeitura de São Paulo. “Continuo pré-candidato”, disse ao blog. Ele alega que a secretaria que o governador Geraldo Alckmin deve confiar ao PDT não passa por sua desistência. “Continuo pré-candidato”, diz. Já o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP) – que renunciou à candidatura em favor de Fernando Haddad – minimizou a possibilidade de perder o apoio do PSD. “Sempre trabalhamos com a possibilidade de candidatura de Serra. O PT assiste de camarote à briga dos adversários”, provocou. Resta saber como agirá Kassab, que sempre condicionou a candidatura própria do PSD, ou alianças, à decisão de Serra. Se o ex-governador for candidato – disse sempre o prefeito -, estarei com ele. caminho aberto para que o senador Aécio Neves (MG) consolide-se como o candidato do partido à presidência em 2014. Segundo dirigentes tucanos, se finalmente decidir se candidatar, o próximo passo de Serra será investir todas as fichas na formação de uma ampla aliança, que reúna PSD, DEM, PDT, PSB e PP, garantindo razoável tempo de TV. O envolvimento do governador Geraldo Alckmin para viabilizar essa e outras exigências de Serra, não é garantia, porém, de êxito pleno. O tempo perdido até aqui gerou quatro candidaturas tucanas, uma pré-aliança do prefeito Gilberto Kassab com o ex-presidente Lula, e o ingresso do PDT no governo tucano. Além das feridas internas num eventual desmonte das pré-candidaturas do PSDB, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, reafirmou a candidatura à Prefeitura de São Paulo. “Continuo pré-candidato”, disse ao blog. Ele alega que a secretaria que o governador Geraldo Alckmin deve confiar ao PDT não passa por sua desistência. “Continuo pré-candidato”, diz. Já o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP) – que renunciou à candidatura em favor de Fernando Haddad – minimizou a possibilidade de perder o apoio do PSD. “Sempre trabalhamos com a possibilidade de candidatura de Serra. O PT assiste de camarote à briga dos adversários”, provocou. Resta saber como agirá Kassab, que sempre condicionou a candidatura própria do PSD, ou alianças, à decisão de Serra. Se o ex-governador for candidato – disse sempre o prefeito -, estarei com ele. Do portal do Estadão

Tempos bicudos: apesar de todos os ataques, Serra e Kassab são os dois protagonistas da sucessão paulistana.

                         

    Dirceu Ayres

Kassab na reunião do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano: "Todos sabem que o PT e o PSD têm alianças em diversas cidades do país para as eleições" A possível entrada do ex-governador José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo embaralhou os planos do PT e aumentou o cacife do PSD e PSB na negociação em torno de alianças eleitorais. A cúpula petista vê com preocupação a pré-candidatura do tucano, com receio de perder a aliança não só com o PSD mas também com o PSB. Sem os dois aliados, o projeto político de o PT ganhar em 2014 o governo estadual de São Paulo, comandado há cinco gestões pelo PSDB, ficaria em risco. A eventual pré-candidatura de Serra atrapalha os planos do PT, que sonha com a vitória do ex-ministro Fernando Haddad no primeiro turno. O partido conta com a aliança com o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e estava acertando os últimos detalhes para fechar um acordo com o PSB, em articulação feita por Kassab. A aliança com o PSD é defendida pelo comando petista desde meados de 2011, com vistas à construção de um grupo político que enfrente o PSDB não só em 2012, mas também em 2014, na disputa estadual. O possível lançamento de Serra, avalia o PT, fará com que Kassab componha com o tucano e leve consigo o PSB. O prefeito é ligado politicamente a Serra, de quem foi vice na disputa municipal em 2004 e de quem herdou a prefeitura da capital em 2006, quando o tucano deixou o cargo para concorrer ao Estado. A cúpula do PT vê a aliança com Kassab como "essencial" para ganhar a prefeitura. A principal vantagem do acordo com o prefeito é ter a máquina pública para fortalecer a candidatura de Haddad. A capilaridade das subprefeituras e o caixa municipal turbinariam o petista. O apoio do prefeito ajudaria a quebrar a resistência da classe média e a abrir diálogo com o eleitorado conservador, que não votou no PT em outras eleições. O partido avalia que se ficar concentrado só no eleitorado tradicional petista, na periferia, não ganhará. A possível indicação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles como vice de Haddad facilitaria no contato com empresários e na captação de recursos.O PT também está de olho no tempo de televisão do PSD. Se o partido de Kassab conseguir no Tribunal Superior Eleitoral tempo de televisão e recursos do fundo partidário, oferecerá ao aliado mais três minutos no horário eleitoral. Dessa forma, Haddad, que ainda é pouco conhecido, ficaria com quase metade do tempo da propaganda eleitoral. Enquanto o PT observa com atenção a movimentação de Serra, o PSD comemora por ser cortejado tanto por petistas quanto por tucanos. Na análise de dirigentes da sigla, ainda que Serra não dispute a prefeitura, os rumores da pré-candidatura pressionarão o PT a oficializar o acordo com o PSD o quanto antes para evitar a aliança com o tucano. A possível entrada de Serra na disputa paulistana divide o PSD. Nos bastidores, um grupo de dirigentes duvida dessa pré-candidatura e avalia que ela atrapalhará alianças do partido com o PT em todo o país. Além disso, criará atritos com o governo federal, já que o tucano tornou-se uma das principais vozes da oposição à presidente Dilma Rousseff, enquanto Kassab buscou estreitar a relação com a presidente. Para esses dirigentes, sem o acordo com o PT, o ideal seria lançar a candidatura própria, com o vice-governador Guilherme Afif Domingos. Outro grupo do PSD analisa que candidatura de Serra colocaria as coisas em seu devido lugar, pois haveria a defesa concreta da gestão que Kassab e Serra compartilharam. Para estes, a costura levaria o PSB para a chapa e a vice ficaria com Alexandre Schneider (PSD), secretário municipal de Educação, ex-tucano próximo de Serra e do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). Kassab, fundador do PSD, evitou falar sobre a possível alteração na disputa municipal. "É até desrespeitoso da minha parte falar em relação a uma eventual candidatura [de Serra] porque ele já me afirmou que não será candidato", disse. "Cabe ao Serra definir seu futuro. Prefiro manter o silêncio". O PSB, a exemplo do PSD, comemora o aumento do assédio do PT e PSDB. Com um cenário "incerto", nas palavras do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, o partido ainda não decidiu quem irá apoiar. Partido que apoia tanto o PT, no governo federal, quanto o PSDB, no Estado, e o PSD, na prefeitura, o PSB ganha peso na disputa com essa indecisão sobre o rumo de Kassab. A legenda é um dos alvos do PT, ao lado de PR, PDT, PCdoB e PMDB, mas tende a apoiar os tucanos, segundo o secretário de Turismo do Estado e presidente estadual do PSB, Márcio França, em gratidão ao gesto do PSDB, que desistiu de concorrer em cidades importantes do interior, como Campinas e São José do Rio Preto, para apoiar o PSB. "Em política, nada é impossível, até porque não temos qualquer tipo de inimizade no PT. Mas hoje as condições são mais próximas do PSDB e, se possível, em aliança com o PSD", afirmou França. "Se confirmada a candidatura do Serra, muda todo o cenário e se torna ainda mais fácil essa aliança", comentou. Essa "ponte" foi sondada como forma de tornar a aliança de Kassab com o PT mais aceitável para os petistas contrários a compor com o prefeito. O PSB indicaria um vice alinhado a Kassab para Haddad e facilitaria a composição. Serra, se for candidato, terá chance de agregar outros partidos à sua candidatura. O PDT, que tem como pré-candidato o deputado federal e presidente da Força Sindical Paulo Pereira da Silva, poderia indicar Paulinho como vice do tucano. O PPS, da pré-candidata Soninha Francine, também sofreria desistir. O DEM, que negocia apoiar o PMDB, é outro provável aliado de Serra. No PSDB, a possibilidade da entrada de Serra na disputa municipal dividiu os pré-candidatos tucanos sobre a manutenção da prévia partidária para definir o candidato. O secretário estadual José Aníbal e o deputado Ricardo Tripoli defenderam a manutenção das prévias para a escolha do candidato, enquanto os secretários Andrea Matarazzo e Bruno Covas demonstraram disposição de sair da disputa em favor de Serra.Ontem foi o último dia para inscrição dos pré-candidatos na disputa interna do PSDB. Os quatro postulantes se inscreveram, mas Serra não, segundo o presidente do diretório municipal, Julio Semeghini. A prévia está prevista para o dia 04 de março. O presidente estadual do PSDB, deputado Pedro Tobias, defendeu a realização de prévia, mesmo se Serra quiser se candidatar. "Não concordo que atropelem algo que empolgou a militância por qualquer motivo que seja", disse. O governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), mostrou-se cauteloso e disse que ainda é preciso "aguardar" a decisão de Serra. Embora defenda a prévia, a bancada de oito vereadores do PSDB vê com bons olhos a possível candidatura de Serra, que puxaria votos para a legenda e ajudaria na reeleição dos parlamentares. "Em 2008, mesmo com o [governador] Geraldo Alckmin ficando em terceiro, elegemos a maior bancada da Câmara, com 13 vereadores", disse o líder da bancada, Floriano Pesaro. Para o tucano, o importante é a candidato próprio. (Do Valor Econômico)

Irritada com investigação contra o companheiro Pimentel, Dilma decide aparelhar a Comissão de Ética.

                       

      Dirceu Ayres


A abertura de processo pela Comissão de Ética Pública da Presidência contra o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, deverá precipitar a troca de cinco dos sete integrantes do órgão no meio deste ano, quando terminam os mandatos. A postura da comissão contrariou novamente a presidente Dilma Rousseff, responsável pela decisão de trocar parte dos integrantes. Três dos conselheiros poderiam ser reconduzidos, mas o Planalto está determinado a trocá-los. O presidente da comissão, José Paulo Sepúlveda Pertence, no entanto, não será atingido pelas mudanças. O mandato de Pertence só vencerá em dezembro do ano que vem, quando ele deixará a comissão porque já foi reconduzido. A exemplo do que ocorreu no ano passado, quando a comissão abriu processo contra o ex-ministro Antonio Palocci, Dilma foi "surpreendida" com a abertura da sindicância contra Pimentel, outro ministro muito ligado a ela. A presidente entende que a comissão está "extrapolando" em suas funções ao tomar decisões contra seus ministros, na avaliação dela apenas com base em denúncias de jornais, sem uma apuração concreta. Na segunda-feira, apesar de integrantes do governo tentarem saber a pauta da reunião, a comissão não repassou a informação, irritando auxiliares da presidente, principalmente quando viram o teor da decisão, já tarde da noite. O Planalto entende que Dilma precisava ser avisada de decisões tomadas pela comissão, antes que elas fossem repassadas à imprensa. Essa queixa já havia sido feita à comissão em dezembro, quando o colegiado, em decisão inédita, recomendou à presidente que demitisse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. A postura de Pertence de não querer informar sobre decisões de abertura de processos de ministros e autoridades do governo à imprensa foi motivo de discussão entre os integrantes do grupo em reuniões anteriores. Na segunda-feira, primeiro Pertence negou, em entrevista, que qualquer procedimento tivesse aberto. Somente mais tarde confirmou a notícia à imprensa. Apesar da decisão de investigar Pimentel, o fato de ele estar viajando para os Emirados Árabes ajuda a deixar o caso esfriar. (Estadão)

Validade da Lei da Ficha Limpa volta a ser julgada hoje pelo STF

                   

    Dirceu Ayres


A Lei da Ficha Limpa deve voltar a ser julgada no Supremo Tribunal Federal (STF), hoje, quarta-feira (15). Estão na pauta as três ações que tratam da validade da norma, cuja análise começou em novembro do ano passado. O julgamento será retomado com o voto do ministro Antonio Dias Toffoli, que interrompeu a votação com um pedido de vista em 1º de dezembro. Até o momento, foram registrados dois votos favoráveis à lei. O relator, ministro Luiz Fux, votou pela legalidade da norma, mas entendeu que alguns ajustes precisariam ser feitos. Ele defendeu, por exemplo, que o político ameaçado de cassação só ficaria inelegível depois que já houvesse processo contra ele na Comissão de Ética. A mudança foi criticada pela imprensa e pela opinião pública, que viram brechas para que políticos escapassem da punição. Fux acabou voltando atrás em sua proposta quando o julgamento retornou ao plenário, já em dezembro, após pedido de vista do ministro Joaquim Barbosa. Em seu voto, Barbosa também votou pela constitucionalidade integral da Lei da Ficha Limpa, reforçando o discurso da necessidade de moralização da política nacional. Mais uma vez, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista de Toffoli, que será o primeiro a votar na semana que vem. A Lei da Ficha Limpa é resultado de um projeto de iniciativa popular que obteve apoio de mais de 1,6 milhão de eleitores. Foi aprovada meses antes das eleições presidenciais de 2010 para barrar candidatos com pendências na Justiça. Alguns políticos chegaram a ter o registro negado, mas, depois, todos foram liberados. Isso aconteceu porque, já depois das eleições, os ministros do STF decidiram que a lei só poderia ser aplicada depois de um ano em vigor, já que alterava o processo eleitoral. Para evitar novas surpresas para as eleições de 2012, três entidades acionaram o STF em relação à Lei da Ficha Limpa. A ação mais abrangente é da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pede a declaração de constitucionalidade de todos os pontos da lei. As outras ações são do PPS que pede que a lei seja aplicada a fatos anteriores à sua edição e do Conselho Nacional dos Profissionais Liberais (CNPL), que quer a anulação da regra que torna inelegível por oito anos o profissional excluído do exercício da profissão por órgão profissional competente. *Extraido do texto de Débora Zampier, repórter da Agência Brasil BLOG DO MARIO FORTES

O PT declara guerra a família


                         

       Dirceu Ayres


Terão os evangélicos e cristãos de maneira geral acordado a tempo? Não sei! Vamos ver! O PT tem sempre muitas moedas, e, infelizmente, há quem venda a convicção por trinta dinheiros. Essa é uma história antiga, não? Hoje em dia, existem supostos evangélicos que têm a coragem de recorrer à Bíblia para justificar o aborto — o que corresponde a pisotear a Palavra e a jogar no lixo a história do cristianismo — e supostos católicos que flertam abertamente com abortistas e aborteiras em nome “do povo”. As igrejas, infelizmente, estão infiltradas, num caso, pelo oportunismo e, noutro, pelo marxismo vagabundo. Uma depuração se faz necessária. Fui o primeiro a alertar aqui, ainda no dia 28 de janeiro, que, dando as oposições por liquidadas e os partidos políticos todos por controlados, o PT preparava uma nova batalha ideológica: contra os evangélicos. Não estava inventando nem esquentando nada! Quem fez o anúncio no Fórum Social de Porto Alegre, com todas as letras, foi ninguém menos do que Gilberto Carvalho, o homem mais importante no PT depois de Lula. Se, amanhã, por qualquer razão, o Apedeuta ficasse impossibilitado de dar a última palavra no partido, Carvalho seria o único capaz de manter a sigla unida por um bom tempo ao menos. Ele conserva a memória da legenda, muito especialmente de seus porões, desde os tempos da gestão Celso Daniel, em Santo André. Carvalho considera que a dita “classe C” está excessivamente exposta às igrejas evangélicas. Os representantes dessas denominações que conseguiram se eleger integram, não raro, partidos da base aliada, e os petistas procuram manter com as igrejas uma relação de boa vizinhança. Mas só quem desconhece a natureza do PT para se constituir como partido único (não de direito, mas de fato) apostaria numa futura convivência pacífica. ATENÇÃO! NÃO PODE EXISTIR VONTADE ORGANIZADA FORA DO PARTIDO. É UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIO. O PT, HOJE, NÃO QUER, É EVIDENTE, O SOCIALISMO À MODA ANTIGA. ELE O QUER À MODA MODERNA: SER O ENTE DE RAZÃO QUE GERE A SOCIEDADE EM TODOS OS SEUS DOMÍNIOS. E os evangélicos tendem, no futuro, a atrapalhar esses propósitos. O ministro foi longe naquele fórum. Deixou claro que o modo de realizar essa disputa é com uma mídia estatal presente, para veicular os valores do petismo, confrontando-os, então, com os de outras forças que têm enraizamento popular — como é o caso das igrejas. Carvalho acredita, então, que é preciso usar dinheiro público, com mídia política e ideologicamente orientada, para “ganhar o povo”. E UMA COISA OS CRISTÃOS TÊM DE TER EM MENTE: OS PETISTAS NÃO DESISTEM NUNCA! Vejam o caso de Eleonora Menicucci, a nova ministra das Mulheres, aquela que foi aprender a praticar abortos na Colômbia — embora a prática fosse crime naquele país também. O governo retirou do Plano Nacional de Direitos Humanos a legalização do aborto, e Dilma fingiu ter mudado de idéia. Enviou uma Carta Aberta aos Evangélicos e foi ao santuário de Aparecida, escoltada por Gabriel Chalita (aquele que tem o mau gosto adicional de plagiar os próprios textos e descobriu em Maquiavel um entusiasta da utopia…), para demonstrar o seu súbito fervor cristão. Num rasgo de religiosidade criativa, chamou Nossa Senhora de “nossa deusa”, fundindo, quem sabe?, o catolicismo ao paganismo… Tentou parecer uma cristã exemplar. Aos 14 meses de mandato, nomeia para a pasta das Mulheres uma senhora que confessa o que confessou e que se diz “avó de uma criança e do aborto”. Na gestão de Fernando Haddad, na Educação, preparou-se o tal kit gay para as escolas com um punhado de absurdos. As crianças só não ficaram expostas a um filme que trata a bissexualidade como uma vantagem na comparação com a heterossexualidade e que defende que “transgêneros” usem o banheiro feminino das escolas porque a sociedade chiou. A guerra ideológica anunciada por Carvalho, se vocês notarem bem, já está em curso. Há uma boa possibilidade de os cristãos terem acordado um pouco tarde. Os sinais de invasão do Estado na esfera dos valores que dizem respeito à família e a domínios que estão e devem estar fora do guarda-chuva do governo se vêem em todo canto. Assim como o PT vive da depredação da ordem legal nos estados governados pela oposição, promove um combate surdo, mas muito evidente, contra as forças que estão fora de seu domínio. O partido nunca teve aliados, mas subordinados. Aqueles que aceitarem a submissão podem, sim, se dar bem — e até obter vantagens estupendas. Mas têm de renunciar à própria vontade e à própria identidade. É um caso clássico, para recorrer a uma metáfora óbvia, de pacto com o demônio. Mas por que as igrejas? Porque as religiões tendem a oferecer uma visão mais ampla da vida do que a própria política. Se essa organiza a experiência do cidadão, as suas relações com o poder do Estado e com a sociedade, aquelas acrescentam a essas dimensões as escolhas que são de ordem moral, que falam à consciência profunda dos indivíduos, a elementos nem sempre subordináveis às trocas pragmáticas do dia-a-dia. Cristo não disse “a César o que é de César” porque considerasse que o poder terreno não poderia ser contestado. O sentido profundo da consideração é outro: HÁ O QUE NÃO É DE CÉSAR, E ISSO CÉSAR NÃO TERÁ. O soberano compreendeu e, por isso, não gostou. É claro que, nas democracias convencionais, religiões convivem bem com o poder, e as mais variadas denominações fazem esta ou aquela escolhas. E assim deveria ser aqui também. Eu não gosto do excesso de proximidade entre igrejas e esferas do estado — evangélicas católicas ou quaisquer outras. Aliás, quanto mais distantes, melhor! Que César fique lá com seus brinquedinhos. Certas abordagens feitas por correntes evangélicas e católicas são, do ponto de vista teológico, uma monumental bobagem. Mas bobagem maior fará sempre o Estado quando se meter a tomar o lugar das religiões. E esse propósito está mais do que anunciado. Já está em curso. Na Folha desta terça, leio o seguinte. Volto depois: A bancada evangélica no Congresso Nacional prepara uma marcha “a favor da vida” e uma ação na Justiça contra o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral). Deputados e senadores estão descontentes com as declarações de Carvalho no Fórum Social Mundial. Em palestra, ele disse que o Estado deve fazer uma disputa ideológica pela “nova classe média”, que estaria sob hegemonia de setores conservadores. “Lembro aqui, sem nenhum preconceito, o papel da hegemonia das igrejas evangélicas, das seitas pentecostais, que são a grande presença para esse público que está emergindo”, disse. O senador Magno Malta (PR-ES) disse que o ministro foi intolerante: “Somos gente boa só no processo eleitoral? Queremos uma agenda oficial com a presidente Dilma para que nos escute, porque este não deve ser o comportamento de um ministro”. Gilberto Carvalho negou que tenha feito ataques aos evangélicos e diz que foi mal compreendido. Hoje a bancada irá definir o dia da marcha em Brasília e os termos da ação contra Carvalho. Os congressistas também vão discutir o kit anti-homofobia da pasta da Educação e as declarações da ministra Eleonora Menicucci (Mulheres) favoráveis ao aborto. Encerro Vamos ver. Em Brasília, há quem aposte que isso tudo é fogo de palha e que o governo consegue controlar a insatisfação fazendo algumas concessões e favores. Tomara que não! Os que decidiram se opor às propostas totalitárias de Carvalho e às barbaridades ditas pela ministra Eleonora terão de deixar claro se o cristianismo é realmente um valor que orienta, como é o desejável, a sua conduta parlamentar ou se estamos diante da prática viciosa contrária: as necessidades dos políticos é que pautam o seu cristianismo.
*Texto por Reinaldo Azevedo