terça-feira, 6 de março de 2012

O BACALHAU DA DILMA.

                      
      Dirceu Ayres


Bico fino – No universo nada é mais direitista do que um representante da esquerda no poder. E a história tem comprovado repetidas vezes essa teoria. Conhecido, antes de chegar ao Palácio do Planalto, como defensor dos trabalhadores, o ex-sindicalista Lula não fez cerimônia e, ao pisar no Palácio do Planalto, se entregou às benesses do poder, todas financiadas com o suado dinheiro do contribuinte. Em setembro de 2007, em Nova York, onde discursou na abertura da Assembléia Geral da ONU, o petista se rendeu à excelência da relojoaria e arrematou um fino e caro relógio da marca Cartier. A aquisição se deu em uma loja da conhecida marca francesa fincada na elegante 5ª Avenida, tendo custado a bagatela de US$ 16 mil. A reservada operação se deu às 22h30 (horário local), quando lojas do naipe da Cartier recebem, a portas fechadas, os clientes considerados especiais. À época, o ucho.info denunciou esse descalabro, sendo que o então senador Heráclito Fortes (DEM-PI) cobrou explicações de Lula, que jamais respondeu. Tempos depois, o mesmo parlamentar cobrou explicações da outrora chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante sessão de comissão permanente do Senado. E nada de resposta. Ao que parece, a agora presidente Dilma Rousseff herdou de seu antecessor o apreço pelas coisas boas do poder. Na viagem que a presidente faz à Alemanha, onde nesta segunda-feira (5) discutiu com a chanceler Angela Merkel os efeitos da crise que abala a Europa, o avião presidencial cumpriu escala técnica na bela cidade do Porto, em Portugal, para reabastecimento. Adepta da boa gastronomia, Dilma ordenou à sua assessoria que, com antecedência, encomendasse um prato à base de bacalhau do badalado Restaurante Terra, que seria servido a bordo. Acontece que a mandatária brasileira mudou de idéia, mandou o fino prato de bacalhau às favas e ordenou ao comandante do avião que anunciasse a sua ida ao tal restaurante, pois seu desejo era degustar o bacalhau in loco. O chef de cozinha que prepara o tal prato estava em seu dia de folga e foi obrigado a vestir o jaleco e cozinhar para a presidente que vive sob o slogan “País rico é país sem pobreza”. Na verdade, país rico é aquele que paga a conta das bacalhoadas consumidas pelos governantes. Enquanto isso, no Brasil, alguns cidadãos continuam revirando lixos à procura de restos de comida. Como disse certa feita o então presidente Lula, “nunca antes na história deste país”.*ucho.info

A MULHER NÃO EXISTE.


    Dirceu Ayres

Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo Depois de amanhã é o Dia Internacional da Mulher. E várias amigas já me pedem: "Escreve, escreve sobre nós!..." E muitas me dão pistas, dicas do que dizer. Uma delas se disse "perua inteligente" e me escreveu: "Antes, as mulheres eram escravas passivas, hoje somos ativas, mas continuamos escravas. Mesmo sendo frígidas, temos de insinuar grandes desempenhos sexuais. Temos de prometer 'funcionamento'. Não é por acaso que eles nos chamam de 'aviões'. É só olhar as revistas masculinas. O que está acontecendo no Brasil é a libertação da 'mulher-objeto'. A publicidade é toda em cima de sexo." É verdade, penso eu: a bunda é a esperança de milhões de Cinderelas. O corpo tem de dar lucro. As mulheres querem ser disputadas, consumidas, como um bom eletrodoméstico. Ficam em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pelos pubianos nos salões de beleza e, depois, saem felizes com apenas um canteirinho de cabelos, uns bigodinhos verticais que lembram o Hitler ou bigodinhos nordestinos. A liberdade de mercado produziu o mercado da "liberdade". Sempre me espanto com o Dia da Mulher. O psicanalista Lacan disse que "A Mulher" não existe, pois não há nenhuma coisa que as unifique. Eu nunca conheci a Mulher. Eu já amei e odiei "mulheres". Então, por que esse título genérico? Existe a mulher de burca, a strip-teaser, existe a freira, a bondosa, a malvada, existe Eva e Virgem Maria, existe a histérica, a obsessiva. A "Mulher" é invenção dos machos. Sempre que chega esse Dia Internacional, nós machistas elogiamos o lado "abstrato" das fêmeas, sua delicadeza, sua capacidade de perdão (sic), sua coragem, em textos de hipocrisia paternalista, como se falássemos de pobres, de crianças ou de vítimas. Claro que na História, as mulheres foram e são oprimidas, estupradas na alma e corpo. Mas não é como vítimas que devemos lamentá-las ou louvá-las . Sua importância é afirmativa, pois elas estão muito mais próximas que nós da realidade deste mundo aberto, sem futuro ou significado. Elas não caminham em busca de um "sentido" único, de um poder brutal. Não é que sejam "incompreensíveis"; elas são mais complexas, imprevisíveis como a natureza. O homem se crê acima do mistério, mas as mulheres estão dentro. São impalpáveis como a realidade que o homem "pensa" que controla. A mulher pensa por metáforas. O homem por metonímias. Entenderam? Claro que não. Digo melhor, a mulher compõe quadros mentais que se montam em um conjunto simbólico, como a arte. O homem quer princípio, meio e fim. A mulher não é um enigma. Nós é que somos, disfarçados de sólidos. Os homens são óbvios, fálicos. A mulher não acredita em nosso amor. Quando tem certeza dele, para de nos amar. O homem só vira homem quando é corneado. A mulher não vira nada nunca... Nem nunca é corneada, pois está sempre se sentindo assim... Como no homossexualismo: a lésbica não é veado. A mulher precisa do homem impalpável. As mulheres têm uma queda pelo canalha (cartas indignadas para a redação). O canalha é mais amado que o bonzinho. Ela sofre com o canalha, mas isso a legitima, pois ela quer que o homem a entenda e o canalha lhe dá um sentido claro com sua viril antipatia. As mulheres não sabem o que querem; o homem acha que sabe. O masculino é certo; o feminino é insolúvel. A mulher é metafísica; homem é engenharia. A mulher deseja o impossível; desejar o impossível é sua grande beleza. Elas ventam, chovem, sangram, elas têm inverno, verão, TPMs, raiam com a luz da manhã ou brilham à noite, elas derrubam homens com terremotos, elas nos fazem apaixonados porque nelas também buscamos um sentido que não chega jamais. Elas querem ser decifradas por nós, mas nunca acertamos no alvo, pois não há alvo, nem mosca. Daí o pânico que sentimos diante dessas forças da natureza, com nossas gravatas da cultura, daí o ódio que os primitivos cultivam contra elas, daí os boçais assassinos do Islã apedrejando-as até a morte. As mulheres são sempre várias. Isso não as faz traidoras; nós é que nos achamos "unos". Só os autoconfiantes são traídos. Esta é uma das razões do sucesso das putas. O que buscamos nelas? Os homens pagam para que elas não existam, para que sejam úteis, sem vida interior. Pagamos a prostituta para que nos dê uma trégua, para que não nos confunda não nos traia. Nós nos deixamos enganar e ela finge que não nos engana. Ela nos despreza claro, mas muitos preferem essa humilhação consentida, em vez de um amor puro e perigoso. A prostituta só ama o cafetão porque ele a esbofeteia e lhe dá o alívio de se sentir injustiçada. O único grande mistério talvez seja a divisão entre os sexos. Por mais que queiramos, nunca chegaremos lá. Lá, aonde? Lá na diferença radical onde mora o "outro". Há alguns exploradores: os veados, sapatões, travestis, que mergulham nesse mar e voltam de mãos vazias, pois nunca saberemos quem é aquele ser com útero, seios, vagina, aquele ser maternal, bom, terrível quando contrariado no "ponto G" da alma. Por outro lado, elas nunca saberão o que é um pênis pendurado, um bigodão, a porrada num jogo do Flamengo, um puteiro visitado de porre, nunca saberão do desamparo do macho em sua frágil grossura. Elas jamais saberão como somos. O amor é a tentativa de pular esse abismo. Eu sou hoje o que as mulheres fizeram comigo ou o que eu aprendi com elas, no amor ou no sofrimento. Eu descobri defeitos e qualidades que me formaram como acidentes que me foram desfigurando. O que aprendi com elas? Não tenho idéia, mas sei que me mudaram. Eram como quebra-cabeças: ao tentar armá-los, eu achava que sabia tudo, mas entrava em novos labirintos. Com elas, loucas, sóbrias, boas e más, descobri que não tenho forma nem lógica e que sempre me faltará uma peça na charada.

PT JOGA MAIS LENHA NA FOGUEIRA REVANCHISTA CONTRA AS FORÇAS ARMADAS. MEGALONANICO DEFENDE ACESSO A DOCUMENTOS MILITARES!

                                     

   Dirceu Ayres

As Forças Armadas vão implementar ainda este ano o Serviço de Informações ao Cidadão (SIC), para viabilizar a Lei de Acesso à Informação, sancionada pela presidente Dilma Rousseff em novembro do ano passado. Portaria publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União estipula o prazo até o dia 6 de abril para a inauguração do serviço. De acordo com a portaria, assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, o SIC terá a atribuição de atender e orientar o público quanto ao acesso a informações, informar sobre a tramitação de documentos e protocolizar documentos e requerimentos de acesso a informações. A Lei de Acesso à Informação estabeleceu o fim do sigilo eterno de documentos oficiais. O prazo máximo de sigilo foi limitado a 25 anos, prorrogáveis por mais 25, para a categoria de documentos considerada ultrassecreta. Além de na administração central, a portaria prevê a implantação do SIC na Escola Superior de Guerra, no Hospital das Forças Armadas e nos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica para informar sobre documentos nas suas respectivas unidades. Cada unidade deverá ainda possuir um endereço eletrônico para a comunicação com o público. O ministro determina ainda que os titulares dos órgão e entidades do Ministério da Defesa “ficam obrigados a realizar levantamento de todos os documentos e informações sob a guarda de seu órgão ou entidade, de natureza ostensiva ou que se encontrem classificados sob qualquer nível de restrição de acesso ou sigilo ao público em geral. A iniciativa chega em meio a embate entre o governo e militares, a maioria da reserva, que assinaram manifesto publicado no site do Clube Militar e que critica o governo Dilma e a criação da Comissão da Verdade, considerada como revanchismo. A adesão ao manifesto aumentou na semana passada, após a presidente Dilma resolver punir os militares que assinaram o documento em que afirmam também não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” do ministro Celso Amorim. Do site do jornal O Globo





DILMA TEME SER REFÉM DA BASE POR HADDAD.

               
      Dirceu Ayres


Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo Presidente avalia que, se ceder logo no início da campanha a aliados, será pressionada novamente A presidente Dilma Rousseff avisou a interlocutores que não está disposta a ceder à pressão de partidos aliados por cargos para fortalecer a candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Dilma está convencida de que, se fizer isso agora, quando a campanha sequer começou e Haddad tem apenas 3% da preferência dos eleitores, poderá ser obrigada a ceder à pressão mais à frente para ajudar seu candidato, ficando refém dos aliados. O recado contra a liberação de cargos tem como primeiro alvo o PR, que quer desalojar o ministro Paulo Sérgio Passos dos Transportes para nomear um candidato que considere representativo da bancada. Em troca, o PR estaria disposto a apoiar Haddad, desistindo de ter candidatura própria. Na prática, a mensagem serve para todos os partidos da base. A presidente cobrou pressa do PT para acelerar o ritmo da campanha de Haddad. Para o Planalto, o momento é de o PT arregaçar as mangas e trabalhar por Haddad, tornando o candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais conhecido da população. De acordo com a última pesquisa divulgada pelo Datafolha, só 45% dos entrevistados conhecem Haddad em São Paulo, o que lhe daria terreno para reduzir a diferença em relação ao tucano José Serra, líder no mesmo levantamento. "A campanha do Haddad tem de começar o mais rápido possível", disse um interlocutor da presidente, acrescentando que "o PT ainda não acordou" para a necessidade de começar a trabalhar pelo candidato do partido imediatamente. Neste momento, acentuou este interlocutor, a presidente Dilma não irá atuar diretamente para ajudar Haddad ou aumentar o número de viagens à cidade com esse objetivo. Conforme essa avaliação, o Planalto também lembra que a situação instável da saúde do ex-presidente Lula é um fator que obriga também "o PT a se mexer o quanto antes". Como está claro que uma representativa parcela da população atestou que vota no candidato que o ex-presidente Lula apoiar, o PT precisa se apressar a colocar a campanha de Haddad na rua. Dilma teme ser refém da base por Haddad Presidente avalia que, se ceder logo no início da campanha a aliados, será pressionada novamente "Esse é o trunfo dele", comentou outro interlocutor da presidente, para quem Haddad precisa "ter criatividade" para sair por São Paulo e se apresentar como candidato, já que o PT perdeu o tempo do programa político na televisão, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de rechaçar a pressão por cargos em troca do apoio a Haddad, Dilma até aceita esse tipo de negociação, desde que conduzida à sua maneira. Foi assim com a nomeação na semana passada do senador Marcello Crivella (PRB-RJ) para o Ministério da Pesca, abrindo a porta para um acordo que retire a candidatura de Celso Russomanno em São Paulo. Crivella é interlocutor de confiança do Planalto e sua escolha foi considerada adequada. Com o PR, a ideia é a mesma. Dilma até pode mexer no comando do Ministério dos Transportes, desde que o indicado seja de sua confiança e a escolha seja feita no tempo em que ela considera ideal. No caso, o plano da presidente seria o de colocar o senador Blairo Maggi (PR-MT) no primeiro escalão. O problema é que Blairo sempre resiste a aceitar o convite.

APRENDENDO COM LULOPETISTAS.


                             

     Dirceu Ayres

Justiça seja feita: é possível aprender muito com os lulopetistas. Todos os dias, recebemos deles uma nova e valiosa informação, capaz de revolucionar nossos conceitos sobre as mais diversas áreas do conhecimento. Esqueçam tudo que a Musa Antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta. Primeiro foi o homem formado na universidade da vida, caso único na historia da humanidade de filho de uma mulher que nasceu analfabeta, que nos brindou a todos com suas pérolas de sabedoria. Graças a ele, aprendemos, por exemplo, que, ao contrário do que mostram os mapas e livros de geografia, o Brasil não faz fronteira com a Bolívia. Foi-nos revelado, ainda, que para se viajar do Brasil aos EUA é preciso atravessar o Oceano Atlântico – a Terra de Obama, como se sabe, fica na Europa ou na África, não na América. Para ficar no terreno da geografia, descobrimos que os iranianos são árabes, e não persas, e que o problema do aquecimento global só existe (!) porque a Terra é redonda. Sem falar na revelação histórica, que passou despercebida até aos maiores pesquisadores, de que Napoleão invadiu a China. Foram algumas contribuições ao avanço da ciência feitas pelo maior líder mundial desde o Gênese. Outras certamente viriam, se nosso demiurgo, que dispensou a educação formal quando teve a chance, não considerasse o hábito de ler tão enfadonho quanto andar de esteira (seu contributo ao estímulo à leitura entre as crianças). Tantas foram as gemas de pura ciência e aristotélica inteligência despejadas ao longo de oito longos anos pelo criador do Brasil-Maravilha registrado em cartório que muitos sábios, certamente humilhados por tamanha sapiência, resolveram conceder-lhe várias homenagens acadêmicas. Já estão pensando mesmo em criar uma disciplina especial somente para descobrir como receber um título de doutor honoris causa sem precisar ter lido sequer um livro na vida. Agora, o mestre parece ter encontrado uma discípula à altura. Embora não tão hábil com as palavras quanto o mentor e inventor, a ponto de quase nunca conseguir concatenar, numa mesma frase, sujeito e predicado, de modo a apresentar uma única idéia coerente, obrigando observadores a fazerem uso de um intérprete, a Soberana parece estar se esforçando para atingir o mesmo nível de excelência. Quem mais, além da musa de Arnaldo Jabor, para nos ensinar que o Oceano Atlântico não passa de um tributário dos rios Capibaribe e Beberibe, como disse ela em recente discurso no Recife? (Duvida? Veja aqui: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/celso-arnaldo-conclui-a-antologica-implosao-do-pior-discurso-de-todos-os-tempos/)Depois dessa, a quem poderia surpreender uma ministra dos Direitos Humanos (!) dizendo não ver nenhum problema nesse quesito na ilha-prisão de Cuba (!!) e pregando abertamente a desobediência à Lei (no caso, a de Anistia) para transformar uma "comissão da verdade" numa farsa para punir militares de pijama (mas não os companheiros que jogaram bombas, sequestraram e mataram inocentes)? E o que dizer de uma ministra das mulheres confessar-se uma aborteira (!) praticante e dizer (e ser aplaudida!) em seu discurso de posse que ela, ex-integrante de grupo armado de extrema-esquerda nos anos 60, lutou pela democracia (!!!)? E mais: sendo apoiadas pela presidente e pelo ministro da Defesa (!), que pediram punição a um grupo de militares da reserva (amparados na Lei, que lhes dá esse direito) por terem lançado manifesto contestando o que vai acima? Diante disso, francamente, que importância tem o fato de que o Brasil teve como ministro da Educação um militante que não sabe soletrar a palavra “cabeçalho” e que aprovou livros didáticos ensinando (!) que falar – e escrever – “nóis pega os peixe” é a mais pura manifestação de variedade linguística? O que é isso, diante da verdadeira revolução na geografia mundial proporcionada pelos discursos da Poderosa? Ou a formidável revisão histórica realizada pelos companheiros de armas que, tendo fracassado em seu intento de transformar o Brasil numa nova Cuba, agora alegam terem lutado por eleições livres e liberdade de imprensa? Não duvido que um dia acordaremos com a notícia de que o governo decidiu, por decreto, que o Oceano Pacífico nasce no rio S. Francisco, Tóquio é uma filial do bairro paulistano da Liberdade e Veneza, um subúrbio da capital pernambucana. É o Brasil, caminhando célere para se tornar a maior potência mundial. * Gustavo-livreexpressão. blogspot BLOG DO MARIO FORTES

POSTE SEM LUZ.

                            
    Dirceu Ayres


Ainda desconhecido da maioria do eleitorado e com índices de intenção de voto que não superam 4%, o pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, será alvo de um estudo de imagem. A pedido do publicitário João Santana, contratado para a campanha do ex-ministro, uma equipe de TV começou a gravar os eventos do petista. Um cinegrafista, um operador de áudio e um fotógrafo estiveram ontem na comitiva de Haddad na visita a um seminário em Parelheiros, zona sul da capital. O ex-ministro usou um microfone de lapela, para registrar suas falas e a de seus interlocutores. Trata-se de um teste para ver como o pré-candidato se porta no vídeo. Santana e a direção da campanha avaliarão como Haddad fala e se movimenta, se tem problemas de dicção, como são suas reações, de que forma manifesta emoções - ou deixa de manifestá-las - e como o povo o recebe nos eventos (OBSERVEM A ANIMAÇÃO DOS MILITANTES DO MST). O 'ensaio de imagem', como é chamado, serve para corrigir eventuais erros cometidos pelo ex-ministro, que já teve a atenção chamada pelo próprio Santana há pouco mais de um mês, quando o marqueteiro avaliou que Haddad não saíra bem em fotos nos jornais. Sem poder contar com o programa do PT no primeiro semestre, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nem com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda enfrentando seqüelas do tratamento contra um câncer, a exposição de Haddad no horário eleitoral de TV, a partir de agosto, é vista como ainda mais fundamental. Diante do mau desempenho do ex-ministro na última pesquisa Datafolha, os petistas tentam minimizar o quadro e pregam paciência. 'Não esperamos nenhum crescimento significativo até lá', disse um interlocutor de Haddad. (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)