segunda-feira, 7 de maio de 2012

Cavendish, quem diria, trocou Garotinho por Cabral. Se deu mal?

        


     Dirceu Ayres

Enxadrismo do escândalo – Antes de decidir contratar o criminalista José Carlos de Oliveira Lima para defendê-lo na CPI do Cachoeira, o que não foi por acaso, o empresário Fernando Cavendish, dono da meteórica Delta Construções, deu um rasante pelos principais escritórios de advocacia do eixo Rio-São Paulo. E, alguns dos encontros, Cavendish teria dito aos consultados estar se sentindo abandonado, não sem antes externar o grau de desespero em que se encontra. A um dos advogados que procurou, Fernando Cavendish reclamou da atitude do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), do Rio de Janeiro, que deixou de procurá-lo e inclusive de atender suas chamadas telefônicas. Cabral Filho, que está no olho de um revoltoso furacão, apesar de suas negativas, sabe que está sendo monitorado física e telefonicamente. E esse afastamento alvo de reclamação é a estratégia mais adequada para quem está na alça de mira de adversários e também da opinião pública. Cabral tem declarado estar tranquilo em relação aos grampos telefônicos que recheiam o inquérito que deu origem à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, pois não houve qualquer conversa transgressora entre ele [Cabral] e Cavendish. O governador fluminense alega que o dono da Delta é seu amigo e que isso não teve qualquer interferência nos contratos da empresa com o governo estadual, mas essa relação é no mínimo amoral. Como na política nada acontece por acaso, a decisão Demóstenes Torres ter confiado sua defesa ao advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, é caso pensado. Revelado ao mundo jurídico ainda na era Sarney, Kakay, como é conhecido nos meios jurídicos da capital dos brasileiros, se aproximou da cúpula do PT durante os oitos anos da estada de Lula no Planalto. De tal modo, Kakay, cuja competência é reconhecida com largueza, pode ter sido escolhido por Demóstenes como fator de reverberação de tudo o que o senador goiano sabe. Como afirmou o ucho.info em matéria publicada na edição de quinta-feira (3), Demóstenes não cairá sozinho. (ucho.info)
COMENTO: Ao contrário do que muitos possam imaginar, Anthony Garotinho e Fernando Cavendish já tiveram excelentes relações. Consta, inclusive, que a Delta tenha sido uma das grandes e atuantes empreiteiras durante o governo de garotinho. Mas o interesse de Cavendish pelo "governo da hora" o fez menosprezar o poder de Garotinho achando que "rei posto era rei morto". Negou-se a judá-lo financeiramente na eleição, e a seus aliados, ignorou Garotinho e logo no início do governo de Cabral Cavendish mudou, rapidamente, de lado alinhando-se a Sérgio Cabral. Trocou o evangélico garotinho pelo farrista Cabral e, tome "obra"!!! Mas garotinho que jamais perdoou a traição de Cabral e Cia também não digeriu a "patada" de Cavendish. Hoje, Garotinho dispõe do maior acervo de indícios da relação pouco republicana entre Cabral e Cavendish. BLOG DO MARIO FORTES

A análise do Código Florestal exige bem mais do que a Camila Pitanga pedindo "veta Dilma".


    Dirceu  Ayres

Desenvolver preservando para... preservar o desenvolver O Código Florestal vem sendo discutido em muitas audiências há anos e foi finalmente aprovado pela sociedade, representada por seu Congresso. Muitos brasileiros e parte da imprensa aproveitaram o momento para contrapor a agricultura com o ambiente, gerando um grave dano à imagem da agricultura e promovendo a discórdia. O mais recente caso, estimulador deste texto, é o debate editado pelo respeitável jornal Valor Econômico (04/05/12), consolidado por três jornalistas. Explicando ao leitor que não teve acesso ao conteúdo, é feita uma chamada na capa com o título "empresários defendem veto a CódigoFlorestal" e a matéria é um debate de respeitáveis executivos e cientistas com trabalhos na área econômica, social e ambiental, advindos de uma Fundação de preservação de matas, uma empresa de cosméticos, de embalagens cartonadas, uma produtora de papel e uma telefônica, além de um cientista da USP. Sintetizo minha análise em 4 blocos: as principais proposições vindas deste debate; os principais aprimoramentos necessários às visões; as contribuições à imprensa e as considerações finais. Entre as principais proposicões, temos interessantes ideias. Destacam-se as oportunidades que se abrem ao Brasil de liderar uma nova pauta da economia verde, do menor carbono, de certificações e pagamentos por serviços ambientais. Levantam a ideia de que é necessário produzir mais com menos recursos, reduzir as perdas (estimadas em mais de 20% da produção) e acreditam que com gestão a produtividade pode aumentar. Temos que pensar 100 anos à frente. Também aparecem a importância de se recompor o orçamento da EMBRAPA e de outros órgãos de pesquisa, sair da clivagem "desenvolvimento x sustentabilidade" e "natureza x urbano". Chamam a atenção para os gargalos de infraestrutura, para a necessidade de incentivos na correção do que foi feito de errado em desmatamento. Utilizar a Amazônia como uma fonte de riquezas da biodiversidade lembrando do direito de pessoas que vivem nestas regiões terem atividades econômicas e desenvolvimento. Lembram também da necessidade de se votar medida provisória que dá acesso a patrimônio genético, a necessidade de se extrair mais renda da visitação das áreas preservadas, se recuperar mais as áreas degradadas e investir no turismo. Destacam-se também as iniciativas de criação dos corredores de biodiversidade entre áreas de reserva legal e APPs. A segunda parte deste meu texto são os aprimoramentos de visão necessários, por aparecer, em alguns momentos, um desconhecimento do que é o agro brasileiro. Serão apresentadas aqui as frases colocadas no debate, em itálico, sendo algumas agrupadas, e as minhas observações logo após. "...O código deixou o Brasil na era medieval...", "...o texto que foi votado é terrível...". Esta visão é parcial. Existem melhorias reconhecidas por cientistas no documento e ele tem benefícios de eliminar uma grave insegurança jurídica que assola as propriedades. "...A expansão da área agrícola é única solução proposta e não se fala uma palavra de produtividade..."; "...O Brasil vai perder o jogo da produtividade, da tecnologia e da inovação e aí vem a solução fácil: derruba mais um pouco de floresta e aumenta a área plantada..."; "...não precisa derrubar mais nada... tem muita área já derrubada...". Estas colocações não estão bem feitas. Os cientistas e agricultores brasileiros vêm lutando ferozmente pelo aumento da produtividade. Enquanto no mundo cai a produtividade, no Brasil ela cresce quase 4% ao ano e 50 milhões de hectares foram poupados graças a este esforço. Também é um equivoco achar que precisamos derrubar mais árvores para expansão da produção. Existe parte dos 200 milhões de hectares de pastagens que podem ser usados para futuras áreas agrícolas. "...A questão dos alimentos não é de produção, é de escoamento...". Sem dúvida há muita perda na logística, mas aqui também existe um desconhecimento do que acontece no mundo asiático e africano que cresce a mais de 6% ao ano. A FAO estima que teremos que dobrar a produção em 30 anos, graças ao aumento da população, urbanização (90 milhões de pessoas por ano vão para as cidades), distribuição de renda, biocombustíveis (nos EUA usam 130 milhões de toneladas de milho) e outros fatores. O Brasil é primordial para isto, dito pela UNCTAD e FAO (ONU). "...Vamos para a Rio + 20 com cara de vergonha...". Como já escrevi em outros textos, a vergonha dos cientistas e participantes brasileiros na Rio + 20 não será com o Código Florestal, mas sim em explicar ao mundo porque destruímos o combustível renovável mais respeitado, que é o etanol de cana, aqui dentro do Brasil. É a pergunta que me fazem cientistas internacionais. "...Estamos exportando commodities de baixíssimo valor agregado...". Nesta colocação temos um grave equívoco, até uma ofensa aos produtores e industriais brasileiros. Existe enorme conteúdo tecnológico trazido pelos nossos cientistas dentro de um grão de soja, de café, de um litro de etanol, de suco de laranja, de celulose, de açúcar, de carne bovina. Fora isto, estamos cada vez mais exportando comidas prontas e embaladas. Os termos de troca são cada vez mais favoráveis as commodities. Vivemos a era das commodities, e chamar nossa pauta de baixo valor agregado chega a ser ingênuo. "...O projeto votado agora vai contra a maioria da população, que não quer hoje o desmatamento, não quer a redução da floresta nas margens dos rios..."; "...tem quatro brasileiros de cada cinco que estão a favor da Presidente para o veto...". Eu desconheço estas pesquisas, e também não creio que foi aprovado um Código Florestal que estimula o desmatamento de novas áreas. É uma mensagem errada que está se passando a população. O agro para se desenvolver, não precisa desmatar. Na terceira parte deste meu texto tenho algumas contribuições a apontar à imprensa. A primeira vai no sentido de, em debates, equilibrar as opiniões. Neste caso, chamar pessoas que acham que o Código Florestal, com todos os seus problemas, representou avanços ao Brasil. Poderiam ter sido convidados representantes da ABAG, do ICONE, da Cooxupé, da Coamo, da Cosan, da Bunge, da BRF, do Congresso (Deputados Aldo Rebello ou Paulo Piau), de Sindicatos de Produtores, de Trabalhadores. A segunda é que a manchete dada reflete uma generalização de algo que não é generalizável. Uma pessoa que apenas lê "empresários defendem veto a código florestal", e boa parte do Brasil lê apenas manchetes, é levada a pensar que houve ampla pesquisa quantitativa e que o setor empresarial brasileiro é contra o Código, quando na verdade isto é fruto do debate de apenas 6 pessoas. Isto as vezes acontece na imprensa, um título (manchete) que tenta generalizar algo que não é generalizável. É preciso cuidado nisto. A ilustração principal da matéria é uma árvore sendo cortada com uma motosserra. Para sermos mais equilibrados, melhor contribuição seria se a matéria tivesse o título de "sugestões de aprimoramentos ao código" e a imagem fosse propositiva, com equilíbrio de produção e lindas matas, e são inúmeras as imagens no Brasil de propriedades agrícolas certificadas internacionalmente. Apresentar uma mortal imagem de árvore com motosserra foi danoso ao agro. É necessário parar com o "ruralistas x ambientalistas", esta contraposição é danosa ao desenvolvimento equilibrado do Brasil e é estimulada pela própria imprensa. Como conclusões, por mais que este processo seja criticado, o código foi democraticamente aprovado pela sociedade brasileira e seus representantes, no Senado e na Câmara. Na minha singela opinião, pressionar a Presidente para vetar este Código é uma afronta à sua pessoa e à democracia. Dizer que é a principal decisão de seu Governo, ou frases do tipo "vou cair da cadeira se a presidente Dilma não vetar" ou "Dilma escreve o nome dela na história de uma maneira ou de outra: com tintas vermelhas ou tintas azuis" não contribuem. Este código deve ser aprovado e iniciarmos já os debates para uma próxima versão mais moderna e contemporânea, para ser novamente aprovada daqui 5 ou 10 anos. É preciso avançar sempre, debater sempre e respeitar sempre. Finalizo dizendo que tenho oportunidade de viajar uma vez por semana e fazer pesquisa com produtores e industriais do setor agro em todos os cantos do Brasil. É necessário sairmos dos nossos escritórios seguros e refrigerados dos grandes centros urbanos, ir ao campo e ouvir esta gente. É destas viagens e pesquisas que vêm nossos textos e livros propositivos. Conversar, principalmente escutar e sentir a luta do nosso produtor contra o arcaico sistema trabalhista, tributário, logístico, ambiental, sua luta contra a taxa de juros, a falta de crédito, o câmbio, as intempéries climáticas, sua luta contra as pragas e doenças e ouvir atentamente os casos de assaltos e violência aterrorizando as famílias do campo. Lembrar que o jornal Valor do mesmo dia coloca em seu editorial a preocupação com a rápida deterioração da balança comercial brasileira. Vale ressaltar que esta gente da agricultura vai exportar, em 2012, US$ 100 bilhões e importar US$ 20 bilhões, deixando um saldo de US$ 80 bilhões ao Brasil. Em 2000 exportávamos US$ 20 bilhões no agro. A exportação cresceu 5 vezes em 10 anos. Renomadas revistas mundiais com a Economist, a Time, Chicago Tribune, Le Monde deram enorme destaque e chamaram isto de silenciosa revolução do campo brasileiro. Quem viaja sabe que temos muito poucos setores admirados lá fora, e este é um setor que joga na primeira divisão mundial. Se o Brasil vai fechar 2012 com um saldo de apenas US$ 15 bilhões, uma conta simples mostra que sem esta gente do campo, a balança brasileira pularia do saldo de US$ 15 bilhões para um deficit de US$ 65 bilhões. Cairia por terra o Real, voltaria a inflação, cairia a arrecadação de impostos e desapareceriam milhares de postos de trabalho. E também precisaremos devolver nossos microcomputadores, tablets, carros, e todos os outros 25% dos produtos que consumimos, que são importados. Vai também faltar dinheiro para usar perfumes, telefones, cadernos, livros e produtos com embalagens cartonadas. É preciso respeitar quem traz o caixa do Brasil, quem traz a renda do Brasil, que depois é distribuída fartamente em todos os cantos. É injusto associar esta gente a desmatamento, a motosserra, a destruição, com opiniões dadas sem maior fundamento. O Brasil terá nos próximos 20 anos a maior e melhor agricultura do mundo, trabalhando dia e noite para ser a mais sustentável nos pilares econômico, ambiental e social. O mundo implora ao Brasil para atender à explosão de demanda por alimentos e bioenergia. Podemos tranquilamente exportar US$ 200 bilhões em 2020 e US$ 300 a 400 bilhões em 2030. Vamos deixar esta gente do campo trabalhar e tentar ajudar. Temos que aumentar a produtividade, plantar em novas áreas de maneira sustentável, investir em pesquisa, ciência e inovação e caminhar para construir esta agricultura, este "agro-ambiental", com ideias, nos desenvolvendo com preservação e, com isto, preservando nosso desenvolvimento.  O verdadeiro e mais forte "código" será cada vez mais dado pelo mercado consumidor, fortalecido pelas novas mídias sociais e que caminha rapidamente para não aceitar produtos que não obedeçam certificações respeitadas internacionalmente. Gerar a discórdia e desrespeitar o agricultor, que é quem coloca a comida na mesa e enche o nosso bolso de dinheiro não deve ser um objetivo dos verdadeiros brasileiros. Artigo escrito por MARCOS FAVA NEVES, professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus Ribeirão Preto, Chefe do Departamento de Administração e coordenador científico do Markestrat. Tem 25 livros publicados em 8 países.

É a farra com dinheiro do povo....


                        

     Dirceu Ayres

TRE divulgou quanto e de quem os candidatos do PT receberam de doações de Campanha. E como não poderia deixar de ser, entre as dezenas de Empreiteiras, está a DELTA de Cavendish. Aquela que praticamente monopoliza todas as obras do PAC e as do Rio de Janeiro, seja por obras licitadas e as não.
Foram apenas R$ 1,15 milhão mas que rendeu a Delta Mais de R$ 4 Bilhões em contratos. Contratos Bilionários até com a Petrobrás onde ela não tem capacidade e nem deveria executar por LEI.
Mas como o PT é criativo e domina a arte de enganar o povo, virá com desculpas como essas feitas pelos criminosos:
► Tesoureiro do PT - Delúbio Soares, sobre roubo para compra de apoio político "Mensalão" " SÃO VERBAS NÃO CONTABILIZADAS "
► Deputado Federal PT - João Paulo Cunha, sobre roubo para compra de apoio político "Mensalão" " FINANCIAMENTO IRREGULAR DE CAMAPANHA "
► Ex-Presidente do PT - Ricardo Berzoini, sobre roubo para compra do "Dossiê Pelocano" " É DINHEIRO QUE NÃO SE SABE A ORIGEM "
► Ex-Ministra da pesca - Ideli Salvatti, sobre compras sem licitação de dezenas de lanchas que ficaram encalhadas mas que renderam R$ 150 mil para sua campanha." A DOAÇÃO FOI PARA O PT "
► Ex-Presidente do PT e Ex-Presidente da República - Luis Inácio Lula da Silva sobre o "Caixa 2 que os Partidos
supostamente usam em campanhas" " É UMA PRATICA COMUM DOS PARTIDOS " Vejam que todas as declarações acima, são confissões criminosas. E, por se tratar de desvio de dinheiro público deveria no mínimo dar cadeia pois é um crime inafiançável.
O que temos aí é mais um crime. Vemos a Delta ajudando ao PT e hoje vemos a Delta sendo beneficiada pelo PT. São pequenas doações contabilizadas. Mas como se trata de PT, sabemos que por trás disso existe malas com milhões não contabilizados carregadas por Bispos do Edir Macedo ou Dólares carregados nas cuecas por parentes de José Genoino do PT. (GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS)

PF liga número 2 da Delta a Cachoeira

  
     Dirceu Ayres

Além de diretores afastados, Pacheco é citado em 22 grampos da Monte Carlo A estratégia da construtora Delta de jogar sobre seu ex-diretor Cláudio Abreu toda a responsabilidade pelos desvios identificados na Operação Monte Carlo esbarra no farto material de investigação que a Polícia Federal tem sobre outros integrantes da cúpula da empresa. O inquérito, que tramita na 11.ª Vara Criminal Federal de Goiás, mostra que Carlos Pacheco, diretor executivo licenciado da Delta - o número dois da construtora -, e Heraldo Puccini Neto, responsável pela empresa na Região Sudeste e considerado foragido da Justiça, mantiveram contato freqüente com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outros integrantes de sua organização entre março e agosto do ano passado. A PF também identifica referências ao dono da empresa, Fernando Cavendish - que se licenciou da presidência do conselho da construtora há 10 dias -, em conversas de Cachoeira com Abreu e com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Nas gravações feitas pela PF, Pacheco é citado em pelo menos 22 diálogos do contraventor e de seus aliados. Dois encontros foram agendados entre ele e Cachoeira, indicam gravações realizadas em junho e julho do ano passado. Em 15 de junho, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez informa a Cachoeira que está chegando na casa do contraventor "acompanhado de Cláudio, Heraldo e Pacheco". Pacheco também teria se oferecido como sócio de Cachoeira na compra de um terreno. Em 15 de agosto de 2011, Abreu leva um suposto recado do diretor ao contraventor: "Falei que você tava comprando. Ele tá querendo entrar com você na compra da área". Cachoeira propõe parcerias na construção de imóveis do Programa Minha Casa, Minha vida: "Fala lá com o Pacheco, vê se ele tem interesse". O contraventor também demonstra intimidade ao falar do número dois da Delta. Em conversa com Abreu no dia 1.º de junho de 2011, Cachoeira manda: "Amanhã, você dá uma cacetada no Pacheco porque não entrou nada viu? Tudo atrasado, tudo atrasado". No dia seguinte, Cachoeira pede a Abreu que mande um avião a Brasília para levar Demóstenes ao encontro de Pacheco em Goiânia. Além da Monte Carlo, Pacheco agora também tem de prestar esclarecimentos em ação proposta pelo Ministério Público Federal no Tocantins sobre o suposto uso de documentação falsa para que a Delta participasse de licitações para prestação de serviços de limpeza urbana. Santa Catarina. Acusado de pagar propina a um ex-servidor do governo do DF e de praticar tráfico de influência na administração distrital, Puccini Neto é considerado fugitivo há dez dias. As escutas telefônicas da PF mostram que ele também apelou aos serviços de Cachoeira para tentar fazer a empresa ganhar contratos em Santa Catarina. No dia 2 de maio do ano passado, Puccini Neto sugere que o contraventor fale com Demóstenes para que o senador intercedesse em favor da empresa no Estado. Na época, o parlamentar ainda era uma liderança expressiva do DEM, partido que também havia eleito o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo - atualmente filiado ao PSD. "Eu acho que seria interessante, agora surgiu (sic) alguns assuntos lá naquele Estado de Santa Catarina, que eu acho que seria importante uma conversa com o Demo", diz Puccini Neto, referindo-se ao senador de Goiás. "Ou aqui em São Paulo, ou aí em Brasília, ou onde for, para ele, de repente, ser o nosso interlocutor no assunto lá de Santa Catarina", sugere. A investigação deixa clara a relação de intimidade entre Cachoeira e Puccini Neto, que exalta o contraventor num diálogo em 28 de julho de 2011: "Meu grande diretor! Tô morrendo de saudade de você, rapaz! Você chega de viagem, não pergunta por mim. Eu preciso saber da sua vida, pô. Tô com saudade!". Na conversa, sobre amenidades, o diretor da Delta sonda o contraventor a respeito do que fará à noite. Como resposta, ouve o convite: "Vamos tomar um vinho, então". ALFREDO JUNQUEIRA, ENVIADO ESPECIAL, FÁBIO FABRINI / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Grupo de Cachoeira negociou emendas parlamentares ao Orçamento da União



    Dirceu Ayres

Investigação da PF durante a Operação Vegas mostra que contraventor tratou do assunto com Wladimir Garcez Diálogos interceptados na Operação Vegas indicam que a influência de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, se estendia até mesmo ao Orçamento-Geral da União. O contraventor atuava para negociar e liberar emendas parlamentares de interesse da organização criminosa que ele comandava. As investigações da Polícia Federal (PF) revelaram que Carlinhos Cachoeira trocava favores com os parlamentares. Bancadas de 9 Estados deram R$ 104 mi à Delta Em 2011, União pagou R$ 808 mi Perillo articula apuração 'chapa-branca' Maioria da CPI quer convocar já Cavendish  Citados pela PF, Leréia e Sandes Jr negam envolvimento Os áudios, obtidos pelo Estado, detalham a negociação de emendas ao Orçamento de 2009 entre o grupo de Cachoeira. O material da Vegas, entregue na semana passada ao presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), será o ponto de partida dos trabalhos da comissão instalada para apurar as relações do contraventor com políticos. Em 9 de outubro de 2008, Cachoeira liga para o ex-vereador de Goiânia, Wladimir Garcez, cobrando notícias da visita de integrantes da organização criminosa aos aliados de Brasília. "E o nosso amigo?", pergunta Cachoeira. "Objetivo, rápido e 100% nosso", responde Garcez, completando que passou também nos gabinetes dos deputados federais Roberto Balestra (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO)."Ligamos para ele (Leréia) e a Zezé (assessora do parlamentar) nos atendeu. A Zezé veio falar em emenda lá de 400, 500 conto. Tem que ser, no mínimo, um milhão", reclama Garcez. Carlinhos responde: "Não. Pode deixar. O Gordinho também tem que ser uns dois milhões". "O Sandes Júnior?", pergunta o aliado de Cachoeira. "É. Também." Em alguns trechos das investigações, a PF indica que Gordinho seria o apelido do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Nas conversas, não há indicação da obra que seria beneficiada com o repasse de verbas públicas. Amanhã, a Comissão de Ética do Senado decide se abre processo por quebra de decoro contra Demóstenes, um dos parlamentares citados nas operações da Polícia Federal. Alvos de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados Carlos Alberto Leréia, Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (licenciado do PPS-RJ) também terão de prestar esclarecimentos à Corregedoria da Câmara. A PF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) identificaram o envolvimento dos parlamentares com o chefe da máfia dos caça-níqueis. No ofício 181/2008, do Núcleo de Inteligência Policial, a PF já ressaltava os contatos políticos do grupo de Cachoeira. "Os interlocutores mais frequentes de Carlos são os deputados federais Sandes Júnior e Carlos Alberto Leréia, que inclusive usa o avião de Carlos, e os vereadores eleitos em Anápolis Fernando Cunha, Maurão e Dominguinhos." Em 2011, a Operação Monte Carlo indica que a rede do contraventor inclui outros parlamentares, prefeitos e governadores. Resposta. Em nota, Leréia informou que protocolou aos líderes do Congresso uma cópia do relatório do inquérito 3.430 do Supremo. "De forma límpida e transparente nas partes do inquérito, é apresentado o relatório conclusivo das investigações elaboradas pela PGR, onde concluíram que não existem elementos mínimos que demonstrem que eu tenha participação com o objetivo da investigação." Sandes Júnior alega que nunca foi procurado por Garcez ou mesmo Cachoeira para tratar de emendas. "Se eles tinham interesse, numa falaram comigo. Sempre atendi, com as minhas emendas, Goiânia e as cidades vizinhas porque fazem parte da minha base eleitoral", disse, em entrevista. A defesa de Demóstenes não comenta os áudios das operações. Já o deputado Balestra não retornou as ligações do Estado. Alana Rizzo - O Estado de S.Paulo

INTERESSES




     Dirceu Ayres

INTERESSES -Alvo da CPI, Fernando  Cavendish, dono da construtora Delta (no centro), é amigo e cliente de muitos políticos. Na festa ao lado, em Paris, ele acompanhava o governador Sérgio Cabral, do Rio, onde fatura bilhões em obras  A CPI para investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlos Cachoeira, com políticos e empresas que têm contratos com a administração pública saiu do papel em alta velocidade. A gravidade dos fatos levantados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público — o pagamento de propina a autoridades, a troca de favores entre a máfia do jogo e parlamentares e a assinatura de contratos públicos azeitados à base de tráfico de influência — produziu um fato raríssimo: a instalação da CPI contou com o apoio de governistas e oposicionistas. O Congresso deu mostras de disposição para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, uma de suas mais nobres missões. Se nasceu sem dores, a CPI começou a caminhar com dificuldades. Aprovado na quarta-feira passada, o plano de trabalho da comissão apenas tangencia o epicentro das irregularidades apontadas pelos policiais federais e pelos procuradores. A CPI decidiu ouvir os coadjuvantes das malfeitorias, mas, por enquanto, vacila em chamar para depor deputados e governadores suspeitos de manter relações promíscuas com Cachoeira e a empreiteira Delta, um colosso da construção civil com obras contratadas por governos do PT, do PSDB e do PMDB. A desenvoltura multipartidária da Delta explica o começo claudicante da CPI que nasceu com o potencial de fazer uma faxina pública como não se via desde que o escândalo do mensalão foi destrinchado, em 2005, com o indiciamento de cerca de uma centena de pessoas. O deputado petista Odair Cunha, relator da CPI, tentou limitar geograficamente as investigações sobre a Delta e suas obras no Centro-Oeste. O ex-diretor da empreiteira para aquela região, Cláudio Abreu, está preso. O plenário da comissão, no entanto, arrancou do relator a promessa de investigar a atuação da Delta em todo o território nacional. Está pronto para votação o requerimento de convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish, e de diretores regionais da empresa. "A base governista foi derrotada. Vamos investigar os aditivos nos contratos da Delta com o Dnit, principalmente aqueles assinados em períodos eleitorais", avisa o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Quando isso será feito — e se realmente será feito, devido às ligações também multipartidárias de Cavendish — ainda não está definido. A comissão ouvirá neste mês os depoimentos de delegados e procuradores envolvidos na investigação, seguidos de Cachoeira e seus comparsas presos. O único político com depoimento marcado é o senador goiano Demóstenes Torres, o, por enquanto, mais notório membro do esquema de Cachoeira. O Senado abriu um processo por quebra de decoro contra ele, que pode comparecer à comissão já na condição de parlamentar cassado (leia a reportagem aqui). Ou seja: tem-se definida apenas a primeira fase da investigação, que tratará de temas e personagens cujos feitos e malfeitos são de conhecimento público. Nada além disso. Segundo o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a segunda fase aumentará a temperatura dos trabalhos. Nela, será travada a "grande batalha" pela convocação das autoridades de maior calibre. "O vazamento das informações impede a costura de acordões para abafar a investigação ou poupar autoridades", diz Vital.

PELA PRIMEIRA VEZ EM 13 ANOS ANTI-CHAVISTAS TÊM REAIS CHANCES DE VENCER O TIRANETE COMUNISTA HUGO CHÁVEZ



     Dirceu Ayres

O candidato Henrique Capriles segue em sua campanha  No informe "Articulação do Chavismo e Sucessão de Hugo Chávez", a consultoria Datanálisis afirma: "Sete meses nos separam das eleições presidenciais de 2012; eleições que se assomam como as mais renhidas dos últimos 13 anos. Pela primeiera vez desde que Chávez assumiu o primeiro mandato, a oposição conta com possibilidades reais de vencer após exitosas eleições primárias de 12 de fevereiro passado." O documento difundido pelos jornal venezuelano El Nacional, assegura quqe a candidato de Chávez gera dúvidas. "Ditas incertezas se acentuam dada à política de segredos e desinformação que diferentes porta-vozes do Governo adotam ao tratar da enfermidade do Presidente". O caudilho foi operado pela primeira vez de um tumor canceroso no dia 20 de junho de 2011. Dias mais tarde, em cadeia nacional desde Cuba, anunciava a sua enfermidade. Entretanto, desde essa data pouco se conhece sobre seus verdadeiro estado de saúde. Não se sabe que tipo de câncer paede nem quanto avançado está. O chefete bolivariano é o único que dá informação sobre sua doença e nunca detalha os passos a seguir no futuro. Se trata em Cuba porque ali mantém em segredo cada um de seus movimentos. Ainda quando sua saúde parece frágil, o mandatário anuncia que será o candidato a um novo mandato presidencial no próximo 7 de outubro. Os autores do informa da Datanálisis, María Díaz, Carlos Lagoria e José Antonio Gil Yepes considera que no cenário atual é "difícil prever possibilidades e probabilidades inclusive no curto prazo'. Todavia, destacam que na "forma com se articule ou se una o movimento oficialista (atomizado entre militares vs. civis, radicais vs. moderado e nacionalistas vs. cubanistas) incidirá no cenário político." "A princial incerteza que atormenta oficialistas, opositores e independentes é a designação de um eventual sucesso de Hugo Chávez (...) Seja por seu desaparecimento físico ou por um recaída de sua saúde, a possibilidade de que o atual Presidente não consiga chegar às eleições é o fato de maior relevância após o anúncio do reaparecimento de um tumor no dia 21 de fevereiro passado. A consultoria Datanálisis, que se dedica às pesquisas eleitorais, alerta sobre uma guerra interna no caso da morte de Chávez.