terça-feira, 15 de maio de 2012

QUE PORRA DE PAIS É ESSE???

       

     Dirceu Ayres

Fernando Eunãosoumaluco Collor de Mello. O caçador de Marajás. O confiscador de poupanças. O "Minha gente". Para quem não lembra, foi o primeiro presidente da história da pocilga a ser defenestrado por corrupção. Teve entre seus algozes o PT, do EX presidente, o Enfermo Defuntus Sebentus. Virou alvo da "ira" do povo gado que saiu às ruas pintados feito palhaços manipulados pelos partidos da esquerda festiva e por uma emissora de TV que até hoje faz a notícia. Pediram sua cabeça, a VEJA entregou em uma bandeja de prata. E o Caçador de Marajás saiu do poder com o rabo entre as pernas. Foi julgado e condenado pelo congresso nacional e perdeu seus direitos políticos por oito anos. Seu chefe de campanha, o mafioso PC Farias fugiu do país, passou meses sendo procurado até que foi preso em Bangcoc na Tailândia. Segundo a imprensa o esquema de Collor/PC movimentou em torno de 1 BI de dinheiro público que resultou nos pontapés no rabo que Collor acabou levando por corrupção. PC morreu em circunstâncias típicas de queima de arquivo, e tudo ficou como se nada tivesse acontecido. Nos dias de hoje corrupto com 1 BI de maracutaias ganha status de ministro. Passados 20 anos e com a ajuda do curral eleitoral do pujante estado das Alagoas, onde o povo gado que pasta no capim seco da miséria total em que vivem, Collor é alçado a condição de Senador da República. Assim que assumiu o poder espertamente se jogou na base aliada das Ratazanas Vermelhas, a mesma que fez a sua queda. E agora no cargo de Senador da República, travestido pelo espírito da ética e da moralidade se lança na campanha da CPI do Carlos Cachoeira. Até aí nada demais para um político que chegou a presidência caçando os Marajás do funcionalismo público. Mas tudo demais para um político que foi arrancado do poder a chutes por ser corrupto. E hoje o Senador faz parte da tropa de choque da CPI, e quer porque quer se vingar da revista VEJA, a principal responsável por sua queda quando corrupto presidente que era, e da imprensa em geral. Chegamos ao ponto de ver uma CPI composta pelo que há de pior na política Tupiniquim, se fazendo passar por ilibados defensores da ética e da moralidade, alguns para aparecer, outros em busca de vingança pessoal em vez de buscarem a verdade e punirem os culpados. A verdade nessa CPI jamais virá à tona, os culpados serão os que já sabemos, o caçador de marajás vai se sujeitar a ajudar e abafar as investigações, vai fazer barulho e muita presepada para desviar as atenções do foco real que são os seus novos padrinhos políticos, os Ratos Vermelhos. Muito tempo, muito dinheiro e muita energia serão desperdiçados nessa CPI que na verdade é a "VENDETTA" de alguns, e a queda dos opositores ao regime da bandalha vermelha. Com um congresso de figuras com moral extremamente duvidosa como os que sabemos existirem por lá. Com um povo sem noção que reelege um político cassado por corrupção. E com uma justiça ajoelhada e inerte diante dos poderosos. É chegada a hora de devolver o Brasil para Portugal e pedir desculpas pelos estragos. Este país não é sério!!!E PHODA-SE!!!! E cá entre nós. Nada tira da minha cabeça que o irmão do malucão entregou para a veja as maracutaias presidenciais, por dor de corno. O "minha gente" papou a cunhada e deu merda ampla geral e irrestrita. (O MASCATE)

As 'coisas-zumbis' têm vida própria


    Dirceu Ayres

Antigamente tínhamos um norte, ilusório ou não. Hoje, vivemos numa permanente incerteza que tentamos deslindar com mecanismos antigos. O colunista ou comentarista se empoleira num pódio de opiniões e fica deitando regras. Como eu, hoje em crise. E aí? Qual é essa de um sujeito ficar dizendo o que acha certo ou errado na Paisagem? Fico falando na TV,escrevendo nos jornais, tentando ser relevante, tentando salvar alguma coisa que nem sei o que é. Salvar o quê? Antigamente, era mole. O mal era o capitalismo e o bem era o socialismo. Agora,os intelectuais, caridosos de carteirinha, cafetões da miséria, santos oportunistas estão em pânico, pois não conseguem pensar sem almejar alguma forma de 'totalidade'. Mas,isso acabou. As coisas estão controlando os homens. As coisas tomaram o poder e nós, seus escravos, criamos nomes: 'neoliberalismo, esquerdismo, nacionalismo', um reducionismo apressado para nos dar a ilusão de controle. Mas, hoje, a marcha das coisas zumbis já começou. Diante dessa invasão dos vampiros de mercado e da tecnociência incontrolável, o pensamento ‘progressista’ ficou lamentoso, tristinho de tanto absurdo, tanto na guerra internacional como no caos brasileiro. De que adiantam os queixumes?Como falar em democracia com muçulmanos analfabetos que desde o século 8.º batem a cabeça nas pedras para exorcizar qualquer ‘perigo’de liberdade, repetindo mantras do Corão, enquanto, do outro lado, os caretas republicanos competem para ver quem é mais reacionário e escolhem esse Romney a repetir mantras da Bíblia fundamentalista? É terrível ver a vitória das religiões sobre a razão, é feio ver o século 21 começando na Idade Média, com bilhões de seres dominados por Alá, combatidos pelo Deus da indústria de armas. O homem bomba matou o Eu. Surge no horizonte da crise uma nova 'razão irracional' (se é que o oximoro é possível), pois vemos a direita crescer no mundo, junto a uma esquerda cada vez mais neoestalinista, uma razão burra e organizada, fascistoide, principalmente na América Latina. O problema é que não conseguimos abrir mão do "eu", do desejo de ser um profeta ou professor ou comandante, tanto no pensamento, na política e nas artes. E,no entanto,vemos que o mundo se move como uma máquina própria.Os indivíduos viraram apenas uma peça ínfima que às vezes dispara novas rotas para as catástrofes. O "eu" virou um privilégio para poucos. Hitler foi um "eu" que encarnou o rancor nacional da Alemanha. Décadas depois, Osama foi um novo "eu" para atacar a modernização do Ocidente, supremo pavor (e desejo) do Islã. Do outro lado, Bush arrasou a América e o mundo. Dois psicopatas mudaram o tempo. Achávamos que tudo se moveria pelas grandes forças socioeconômicas e acabamos mudados por um maluco religioso e um imbecil alcoólatra. O mal difuso elege apenas seus operadores. E no meio, entreoindivíduoeamassa, respira a liberdade como um bicho sem dono, a 'liberdade' - essa coisa que nos provoca tanta angústia. Que liberdade? Contra um mal teórico ou a favor de um bem inapreensível? A único consolo que resta ao "eu" é o narcisismo como moda social, a acumulação de riquezas, charmes e ilusões. É o nascimento do eu-boçal. Seria o eu-burguês, ou eu-Miami. Ou então, o 'eu' como uma espécie de prêmio para quem furar o muro do anonimato, para quem conseguir criar um eu fantasioso, um eu excêntrico, um eu que mostra à bunda, um eu de silicone ou um eu-big brother. O indivíduo está cada vez mais ridículo. Quem fala debaixo dessas duas letrinhas: o "Eu"? Quem foi que inventou essa voz, esse brado que soa de dentro de um organismo, a partir do qual o mundo é contemplado, o que é essa voz cheia de certezas, quem são esses corpos opinativos que se pensam diferentes, mas são produzidos em série? Eles pensam:" Eu quero ser inconformista como todo mundo..." O eu dos intelectuais está humilhado... Há um grande desânimo de pensar, de escrever, de análises sobre algo morto e inevitável e que já foi decidido. Refletir, fazer obras de arte, pra Quê? Sem alguma esperança não há filosofia. O eu está sem orgulho, inútil. E aí,volta minha crise do início deste artigo deprimido (quem aguentou ler até agora?): como analisar racionalmente um país num tempo em que ninguém comanda? Não dá. Tenho de utilizar novos conceitos para isso. Tenho de me conformar que não há mais solução para muitos problemas. Nem para o terrorismo, nem para a miséria e seus crimes. Nem na guerra, nem no tráfico de São Paulo, por exemplo. Está tudo incorporado ao arquivo morto da História. Acabou o sonho de um futuro harmônico. O século 21 vai ser uma bosta mesmo. Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo.

OBRA EM ABERTO



   Dirceu Ayres

Anunciado desde o início do ano como o escolhido de Lula para tentar tirar a Prefeitura de São Paulo da área de influência do PSDB e assim iniciar uma ofensiva - a ser concluída na eleição estadual de 2014 - sobre a mais importante cidadela da oposição, Fernando Haddad continua sendo uma incógnita. Estacionado no patamar de 3% das intenções de voto a menos de dois meses do início oficial da campanha e a cinco da hora fatal, nem ele sabe direito o que pode acontecer nessa disputa considerada "um passeio" pelo PT antes da decisão dos tucanos de entrarem no jogo com José Serra. Espera, evidentemente, que aconteça o melhor. A conquista de uma vaga no segundo turno sustentada nos seguintes pressupostos: a entrada de Lula na campanha, a alta avaliação negativa do prefeito Gilberto Kassab, a fadiga do material tucano, o fator "novidade", a força política do PT, a influência do partido na periferia assegurada por declarações de apoio da senadora Marta Suplicy no horário eleitoral e uma aguardada adesão de notáveis tradicionalmente ligados ao PSDB, mas agastados com Serra. O trunfo principal, claro, é Lula, cujo peso na sedução do eleitorado seria de 8 numa hipotética escala de zero a 10, segundo avaliação do candidato feita a assessores. Haddad entra com o perfil de moço bom, bem educado, estudado (formação em Direito, Economia e Filosofia), jovem (49 anos), finíssima estampa, um discurso de mudança - sustentado na ideia força de que São Paulo não "brilhou" como "brilhou" o Brasil nos últimos nove anos - e a direção de cena assinada por João Santana. Traquejo político Fernando Haddad não tem. Vê-se logo que não é um profissional do ramo e ainda não adquiriu fluência no desenvolvimento do tema. Não necessariamente um defeito, antes uma característica. A isso seus aliados contrapõem os argumentos de que Dilma tampouco exibe tais atributos e, considerando a imagem da "categoria" junto à opinião pública, quem sabe pode vir até a contar como vantagem. Ademais, tal expertise Lula tem de sobra. Tanto que a grande expectativa de "mexida" nos índices está concentrada na participação do ex-presidente nas inserções de televisão a que o PT terá direito já nesta semana. São três "spots", todos presumidamente estrelados pelo ex-presidente. Só e/ou na companhia do candidato. O desafio, nessa primeira operação de exposição, será fazer o eleitor estabelecer a ligação Lula-Haddad e interpretá-la como benefício para a cidade. A conexão é um fator determinante na visão da campanha petista, mas há outros pontos considerados investimentos essenciais: alianças partidárias com vistas ao tempo de propaganda na televisão, plano de governo e estratégia para capitalizar a insatisfação do eleitorado com o campo adversário. E por inimigo leia-se o PSDB. Mesmo a campanha petista partindo do princípio de que Serra estará na final e, portanto, havendo só uma vaga em disputa, a ideia não é brigar com nenhum dos outros candidatos. Primeiro porque a maioria não é considerada ameaçadora, mesmo alguns com índices bem melhores que Haddad nas pesquisas, mas vistos como concorrentes de voo curto. A segunda razão está num pacto não escrito entre os candidatos de partidos da base governista no plano nacional, de não agressão mútua e concentração dos ataques em José Serra. Passando para o segundo turno, Fernando Haddad tem como certo um cenário de todos contra um. Reside aí o sentimento de que uma vitória é perfeitamente possível apesar dos pesares iniciais tidos como naturais na perspectiva de uma candidatura desconhecida do grande público. O petista até tem ouvido de analistas de pesquisa que a eleição está ganha. Verdade que os especialistas em questão têm preferência por ele. Haddad gosta de ouvir isso, mas o fato de ser estreante não faz dele um crédulo. Prefere ver as coisas assim: diante do adversário forte, se perder não fará feio e se ganhar terá entrado na política já na tribuna de honra. Dora Kramer - O Estado de S.Paulo

Comissão da Verdade pode rever Lei da Anistia, diz advogada de Dilma.


    Dirceu Ayres

A advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, 65, integrante da Comissão da Verdade, afirmou ontem que o órgão foi criado para investigar os crimes de agentes de Estado que atuaram na repressão aos opositores da ditadura militar (1964-1985). A declaração foi dada depois que outro integrante do grupo, o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, defendeu à Folha que também sejam apurados atos de pessoas que participaram da luta armada contra o regime. Ex-defensora de presos políticos, entre eles a presidente Dilma Rousseff, Rosa disse ontem que a lei que criou a comissão tinha por objetivo rever a conduta do Estado no período. A interpretação exclui atos da guerrilha. "Pela lei, a comissão foi criada para trabalhar pensando nos problemas que o Estado brasileiro tem na sua constituição e na sua estrutura. O Estado está revendo sua conduta como Estada, dos seus agentes públicos", afirmou. A lei que criou a comissão não delimita o alvo das apurações. Sua finalidade, diz o texto, é "examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos (...) a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional". Rosa foi homenageada na EPPG (Escola de Políticas Públicas e Governo), no Rio, onde dá aulas desde 1995. Mais tarde, acrescentou que uma eventual investigação de delitos da esquerda armada ainda deve ser discutida. "Não sei ainda qual a opinião dos demais integrantes da comissão sobre a leitura da lei, mas não se entende que a comissão fará uma análise de todo o período. É preciso ter foco", defendeu. Na véspera, José Carlos Dias defendeu a investigação da repressão e da guerrilha. "Tudo isso vai ser analisado", afirmou o ex-ministro. Ontem, a advogada disse não considerar impossível que o país reveja a Lei da Anistia de 1979, que perdoou crimes da repressão e da guerrilha. O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve a validade do texto em julgamento em 2010. "Já houve uma anistia, mas uma parte das vítimas quer outra interpretação dessa anistia para que possa existir processo, para que possam entrar no Judiciário reivindicando determinados direitos", afirmou Rosa. "Não estou dizendo que vai acontecer, mas isso mostra que, dependendo do contexto político, essas decisões são reavaliadas e são alteradas." Ela citou o caso da Espanha, onde o movimento dos indignados retomou o debate sobre a punição de crimes da ditadura de Francisco Franco (1939-1975). "A transição [espanhola] foi pactuada, se decidiu completamente não rever o passado, e agora o movimento dos indignados está retomando a discussão", afirmou. Rosa não chegou a ser presa nem torturada. "Não fui perseguida na época. Só fui detida com um conjunto de advogados por algumas horas por uma questão de intimidação, no começo dos anos 70, mas sem acusação."(Folha de São Paulo)

A FARTA E ESCABROSA DISTRIBUIÇÃO DE PLUMAS E PAETÊS


    Dirceu Ayres

Valmir Fonseca Azevedo Pereira Uma das mais degradantes medidas que presenciamos nos últimos anos é a visão distorcida seja por defeito físico seja por escandaloso puxa - saquismo de determinadas autoridades. Sem pejo, elas distribuem honrarias e distinções. O ato sempre ocorre com pompa e muita circunstancia. A apoteose é do interesse do agraciador e, logicamente, do agraciado. Assim, sem pedir (?), mas extremamente gratificado com tanta honra, o honorável aceita a comenda, a medalha, o diploma, a distinção. São as plumas e os paetês que enfeitam a sua vaidade. As plumas no vasta rabo, e os paetês em torno da face, resplandecendo a risonha cara - de – pau. Um espanto de bonito. As autoridades concedentes, escandalosamente, jogam no lixo, normas, tradições, e o respeito à sua entidade ou instituição e, principalmente, com desrespeito aos antigos amedalhados e diplomados, que com tanto sacrifício, esforço, dedicação e às vezes árduo estudo alcançaram a distinção e, sem o menor pudor, concedem mimos de alto valor simbólico para qualquer um. Infelizmente, esta farta distribuição deve ser conseqüência da orgia de barbaridades a que assistimos, em todos os níveis da desavergonhada sociedade brasileira, pois os agraciadores gozam de altas posições, devendo (ou deveriam) ter um mínimo de recato. A pilantragem ocorre como uma praga, disseminada por cotas inconcebíveis que se espraiam por cotas de homenagens indevidas a qualquer energúmeno. Assim, como o fabuloso Ronaldinho gaúcho, que por realizações desconhecidas pelos reles mortais, foi agraciado pela vetusta Academia Brasileira de Letras, que prêmio ou exaltação deverá esperar no futuro, a madrinha da recente “melhoria ” do vernáculo português? Ultimamente, não sabemos se para provocar o homenageado, uma vez que todos sabem que o dito nunca foi chegado às lides estudantis, diversas universidades e outros templos do ensino, entronizando a imbecilidade, em massa, distribuíram diplomas de Doutor Honoris Causa. E com alarde, e com magnificência, e com trombetas em claro e descarado desrespeito a tudo o que de honrado a entidade preservava até àquela data. Impressionantemente degradante. No Brasil, assistimos não apenas à assunção da impunidade, ao enterro da meritocracia, testemunhamos muito mais, a degradação dos indivíduos, a edificação de um templo à hipocrisia, portanto, quando falam em instituir um memorial, um monumento a um grande cretino, só nos resta rezar para que um dia, uma hecatombe caia sobre esta terra e apague da nossa história, homenangeantes e homenageados. Bons tempos em que os nativos adoravam o sol, as estrelas, o mar, pois depois de anos de lavagem cerebral, esquecemos das maravilhas da natureza, e cá estamos prestes a adorar um mal cheiroso monte de esterco. A maldade, a inépcia, a falta de caráter, a patifaria e uma gama de atributos que ornam os patifes sempre existiram, contudo, tristemente, testemunhamos a glorificação da calhordice, e, inclusive, a sua premiação. É como se volta – e – meia tivéssemos a distribuição do Oscar da patifaria, o Oscar de melhor Diretor do escárnio nacional, e todos, aplaudindo de pé, delirantemente, e aos gritos de “ELE merece” , chorássemos de alegria. Breve, ELE será entronizado Doutor Honoris Causa pela Universidade do Comando Vermelho por decisão unânime de seus Reitores. Gen. Bda Valmir Fonseca Azevedo Pereira

TV GLOBO SEGUE DECISÃO DO TSE E NÃO EXIBIRÁ PROPAGANDAS DO PT

    

    Dirceu Ayres

A TV Globo afirmou ontem que não exibirá as propagandas partidárias do PT previstas para entrar no ar a partir de hoje. A decisão põe em risco a estratégia petista para dar visibilidade ao pré-candidato do partido a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, antes do horário eleitoral gratuito, em agosto. Em nota, a TV diz que seguirá "determinação da Justiça Eleitoral para que os partidos entreguem a documentação dos programas partidários com o prazo de 15 dias de antecedência a sua exibição". Como, segundo a TV, o pedido foi feito com seis dias de antecedência, os programas não serão veiculados. "A regulamentação oficial é a mesma para todos, tanto que outros partidos que não cumpriram o prazo não tiveram exibição", afirma a nota. Mais cedo, o coordenador da campanha, Antonio Donato, disse que a veiculação era "uma questão de bom senso e de a Globo contribuir com a vida democrática do país". "Existe um direito de expressar uma mensagem partidária que foi garantido pela Justiça Eleitoral e por uma formalidade está sendo negado por uma emissora." Segundo ele, só a Globo mostrou resistência, e os programas devem ir ao ar nas demais emissoras abertas. O PT diz que não enviou a documentação a tempo porque a decisão que assegurou o direito às inserções foi tomada pela Justiça Eleitoral apenas na semana passada, já com o prazo estourado. O Tribunal Superior Eleitoral, no entanto, nega e diz que a decisão dizia respeito à propaganda de 2011.  O PT nacional, que tem o direito ao tempo nas TVs, não quis se manifestar. As inserções devem ser exibidas hoje e nos dias, 17, 19 e 22. No total serão 15 minutos, distribuídos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto. O programa de 10 minutos a que o PT teria direito foi cassado por propaganda antecipada em 2010. Nas inserções, Haddad aparecerá ao lado do ex-presidente Lula, em falas intercaladas. A presidente Dilma Rousseff e o presidente do PT, Rui Falcão, também gravaram participações. Da Folha de S. Paulo desta terça-feira