terça-feira, 5 de junho de 2012

JULGAMENTO DO MENSALÃO ESTARIA DESESTABILIZANDO EMOCIONALMENTE LULA


  Dirceu Ayres


Lula: reações e modos estranhos  A proximidade do julgamento do mensalão parece estar desestabilizando emocionalmente o ex-presidente Lula, que se tem esmerado nos últimos dias em explicitar uma truculência política que antes era dissimulada em público, ou maquiada. Nessa fase em que trabalha em dois projetos que se cruzam e parecem vitais para seu futuro, tamanha a intensidade com que se dedica a eles, Lula não tem tido cuidados com as aparências, e arrisca-se além do que sua experiência recomendaria. A pressão sobre ministros do STF, a convocação da CPI do Cachoeira, com direito a cartilha de procedimentos com os alvos preferenciais identificados ( STF, imprensa, oposição) e as atitudes messiânicas, sempre colocando-se como o centro do universos político, revelam a alma autoritária deste ex-presidente ansioso pela ribalta política. A eleição de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo e a obsessão em desmoralizar o julgamento do mensalão - já que não conseguiu adiá-lo para que seus resultados não interferissem na eleição municipal e, além disso, a prescrição das penas resolvesse grande parte dos problemas judiciais do PT -pareciam as duas grandes tarefas do ex-presidente Lula neste momento. Mas ele,de voz própria, revelou seu verdadeiro objetivo político no programa do Ratinho: não permitir que um tucano volte a governar o país. Nunca antes nesse país viu-se um político assumir tão abertamente uma postura despótica, quase ditatorial, quanto a de Lula nessa cruzada nacional contra os tucanos, que tem na disputa pela capital paulista seu ponto decisivo. O PT, aliás, tem seguido a mesma batida de Lula, e se revela a cada instante um partido que não tem como objetivo programas de governo ou projetos nacionais para o país. A luta política pelo poder escancara posturas ditatoriais em todos os níveis, e para mantê-lo vale tudo. Desde rasgar a legislação eleitoral e fazer propaganda ilegal em emissora de televisão na tentativa de desatolar uma candidatura que até agora não demonstra capacidade de competição, até intervenções em diretórios que não obedecem à orientação nacional, como aconteceu agora mesmo em Recife. Do blog de Merval Pereira -

COMO LULA TENTOU CONSTRANGER GILMAR MENDES


     Dirceu Ayres

Desde que deixou o governo, o ex-presidente Lula se empenha em apagar da história o capítulo do mensalão, o esquema de compra de apoio parlamentar criado pelos petistas para ganhar a simpatia de parlamentares e abastecer as campanhas políticas do PT e de aliados com dinheiro sujo. Durante algum tempo, Lula repetiu a tese de que o mensalão não passou de caixa dois, que, na visão dele, seria um crime menor e corriqueiro na política brasileira. Mais recentemente, porém, Lula abandonou a tese do caixa dois e se entregou à pregação messiânica de que o mensalão foi uma grande farsa tramada contra ele por setores da oposição e da imprensa. O esforço para reescrever a história é tão grande que o ex-presidente patrocinou a criação da CPI do Cachoeira, estabelecendo como objetivo explícito criar um fato novo capaz de enfumaçar o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Essas estratégias são conhecidas. A novidade é que, como elas não surtiram o efeito desejado, entrou em pauta um plano B, um conjunto de ações temerárias que consistem na abordagem direta ou indireta dos ministros do STF. Lula tomou para si essa missão. Enquanto foi presidente da República, Lula indicou seis dos atuais onze ministros do STF que julgarão os 36 réus do mensalão — entre eles o deputado cassado José Dirceu, grão-petista apontado como "chefe da organização criminosa" pela Procuradoria-Geral da República. Em conversas diretas ou por intermédio de interlocutores, Lula cobra dos ministros o adiamento do início do julgamento, o que significaria a prescrição de muitos dos crimes. Nessa sua cruzada, o ex-presidente da República põe todo o peso de sua influência, mas arrisca-se a perder parte de seu prestígio. Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília. O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois. Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava e disse a Gilmar: "É inconveniente julgar esse processo agora". O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1 000 prefeituras nas urnas.  Para espíritos mais sensíveis, Lula já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido. Mas vá lá. Até aí estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana. Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento. Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula, magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações. O recado foi decodificado. Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI. Desocupando a cena, o que se tem é um ex-presidente oferecendo salvo-conduto a um ministro da mais alta corte do país, como se o Brasil fosse uma nação de beduínos do século XIX com sua sorte entregue aos humores de um califa. "Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula", disse Gilmar Mendes a VEJA. O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evitar a prescrição dos crimes. A certa altura da conversa com Mendes, Lula perguntou: "E a viagem a Berlim?". Ele se referia a boatos de que o ministro e o senador Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor. Em resposta, o ministro confirmou o encontro com o senador em Berlim, mas disse que pagou de seu bolso todas as suas despesas, tendo como comprovar a origem dos recursos. "Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá", disse Gilmar, que, sentindo-se constrangido, desabafou com ex-presidente: "Vá fundo na CPI". O ministro Gilmar relatou o encontro a dois senadores, ao procurador-geral da República e ao advogado-geral da União. Clique AQUI para continuar lendo a reportagem na íntegra! O INDECOROSO E ARROGANTE

Líder do PT mente, mas admite cartilha do "terrorismo político" na CPMI.


    

   Dirceu Ayres


Jilmar Tatto chamou de "apócrifo" guia elaborado pelo partido para orientar a atuação dos parlamentares durante a CPI do Cachoeira.Mas mentiu. O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto: apoio incondicional A edição desta semana de VEJA revela a existência de um documento, produzido pelo PT, que define os alvos do partido na CPI do Cachoeira. Ali estão explicações didáticas sobre como atingir os adversários anteriormente elencados pelo líder máximo do partido, Luiz Inácio Lula da Silva: a imprensa, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal – especificamente o ministro Gilmar Mendes – com objetivo de melar o julgamento do mensalão. Num esboço de reação à reportagem, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), resolveu negar os fatos: "VEJA fala de um documento do PT, mas não está assinado, é apócrifo", disse ele à Folha de S.Paulo. Tatto mentiu.E quem prova isso? Jilmar Tatto. Ouvido por VEJA antes da publicação da matéria, ele confirmou que o material havia sido produzido para o uso dos parlamentares petistas na Comissão Parlamentar de Inquérito. "Todos os servidores da liderança do PT na Câmara e dos gabinetes dos 84 deputados estão à disposição do partido na CPI", disse. (Daniel Pereira e Gabriel Castro) BLOG DO MARIO FORTES

"Dedaço" de Marta na cara do PT bota partido em desespero.


    Dirceu Ayres

A Marta está errando politicamente. A ausência dela materializa algo muito grave. Ela renuncia à sua liderança política no momento em que o PT mais precisa dela.' Bastante incomodado com a ausência da senadora Marta Suplicy (PT-SP) na pré-campanha de Fernando Haddad em São Paulo, o presidente do PT paulista, Edinho Silva, deixa claro, em entrevista ao Estado, o desconforto que diversos líderes petistas manifestam nos bastidores há meses. No sábado, Marta, que evita a campanha desde o começo, faltou ao evento que oficializou a candidatura de Haddad. 'O que a sociedade, as lideranças do PT e inclusive o (ex) presidente Lula e a presidenta Dilma esperam dela é que ela entenda o projeto político que está em disputa na capital paulista e cumpra o papel de liderança nesse processo.' Que avaliação o sr. faz da ausência da senadora Marta Suplicy da pré-campanha de Fernando Haddad? Todos nós sentimos muito a ausência da Marta. Ela foi a melhor prefeita da história de São Paulo. Sinto, porque acho que a Marta está errando politicamente. Ela se construiu como uma das maiores lideranças do PT no Brasil por méritos próprios. Mas é também fruto de um projeto coletivo chamado Partido dos Trabalhadores. A ausência materializa algo muito grave. Ela renuncia à sua liderança política no momento em que o PT mais precisa dela na cidade de São Paulo, e não só aos olhos da militância do PT, mas da sociedade paulistana, paulista e brasileira. É um erro gravíssimo. Isso significa que o PT está abrindo mão da senadora na campanha de Haddad? Nunca abriremos mão da participação da Marta por tudo o que ela representa. Mas não tenho nenhuma dúvida de que a minha fala chama a atenção da Marta para que ela reveja essas posições e entenda que o PT e o Fernando Haddad precisam dela neste momento. A sociedade paulista precisa da sua força política, da experiência que ela teve como prefeita, para que a gente possa construir um projeto que represente saídas do ponto de vista das políticas públicas, principalmente para os setores que mais precisam na cidade de São Paulo. O que explica a ausência da Marta? Ressentimento? Não entendo o que gerou a ausência dela, mas repito: penso que ela, uma mulher inteligentíssima, extremamente capaz, comete um grave erro político. Evidente que a sua liderança é fundamental pra que a gente possa enfrentar as eleições de 2012. Mas, no meu entender, no momento em que o (ex) presidente Lula entra na campanha, os prefeitos, as nossas lideranças, a presidenta Dilma, ela acaba criando o seu autoisolamento nesse processo. O PT tem buscado a Marta para conversar? Não sei quem são aqueles que estão discutindo política com a senadora e estão ajudando na sua reflexão. Mas não tenho nenhuma dúvida de que poucas vezes na minha vida dentro do PT vi uma liderança política cometer erros tão graves do ponto de vista da formulação política. A Marta é maior do que qualquer questão que possa existir neste momento, como ressentimento ou algo que alguém falou e que ela não tenha gostado. Ela é uma liderança de primeira grandeza. O que a sociedade, as lideranças do PT e inclusive o presidente Lula e a presidenta Dilma esperam dela é que ela entenda o projeto político que está em disputa na capital de São Paulo e que ela cumpra o papel de liderança nesse processo e não provoque o seu autoisolamento e a sua autorrenúncia como liderança. A ausência dela pode comprometer a eleição de Fernando Haddad? O PT representa um projeto coletivo. A maior liderança desse projeto hoje é o presidente Lula ao lado da presidenta Dilma. Esse projeto é construído desde as nossas lideranças de maior grandeza até os militantes de base, que estão lá no diretório zonal defendendo a bandeira do PT. Evidente que a Marta faz muita falta nesse processo. Nesse início de campanha ela faz uma falta estupenda. Se ela entrar, a candidatura do Haddad ganha outra musculatura. Mas se ela infelizmente não entrar, por mais que fiquemos sentidos, vamos buscar a superação disso na força do projeto coletivo. (Estadão)

Lewandowski tem de saber que chegou a hora. Ou: Estaria o ministro preparando um “Relatório do B”?

    


     Dirceu Ayres

Está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski produzir um grande bem ao país ou contribuir para a desmoralização do Poder Judiciário. Refiro-me, é evidente, ao processo do mensalão. Todos os membros da Corte que se pronunciaram já deixaram claro ter plenas condições de julgar. Afinal, conhecem o caso, o processo, tudo. O Artigo 25 do Regimento Interno do Supremo estabelece as funções do revisor: Art. 25. Compete ao Revisor: I - sugerir ao Relator medidas ordinatórias do processo que tenham sido omitidas; II - confirmar, completar ou retificar o relatório; III - pedir dia para julgamento dos feitos nos quais estiver habilitado a proferir voto. Trabalhoso? Sem dúvida! Ainda que Lewandowski decida oferecer um outro ponto de vista, que não o de Joaquim Barbosa, já tem todas as informações de que precisa e pode contar com uma ampla equipe para auxiliá-lo. Numa entrevista ao Estadão no dia 19 de abril, indagado sobre o seu papel, ele deu uma resposta um pouco esquisita. Leiam: O sr. é revisor. Seu papel não seria secundário no processo? Pelo contrário. O papel do revisor é dos mais importantes, segundo o próprio regimento interno do Supremo Tribunal Federal. Não se restringe apenas a revisar os procedimentos formais adotados pelo relator ou conferir o relatório que ele elaborou. Compete ao revisor preparar um voto completo, em pé de igualdade com o do relator, para trazer outro ponto de vista sobre o processo para os colegas. É importante deixar claro que a função do revisor não consiste em examinar o voto do relator. Aliás, nem sequer conheço o voto que o ministro Joaquim Barbosa está redigindo. Pois é… A íntegra do Regimento Interno está aqui. Eu não encontrei nada que sugira que compete ao revisor, necessariamente, “trazer outro ponto de vista” sobre o processo. Segundo o Inciso II do Artigo 25, transcrito acima, ele até pode propor a retificação — trata-se de uma de três possibilidades, não de uma tarefa a ser cumprida. A diferença faz toda a diferença. Também acho estranho alguém que tem a atribuição de apontar eventuais “medidas ordinatórias do processo que tenham sido omitidas” afirmar que desconhece o trabalho do relator. Como apontar falhas naquilo que se afirma desconhecer? Estaria Lewandowski demorando tanto porque, com efeito, resolveu ser, em vez de revisor, um “relator do B”, alternativo, tentando fazer o seu trabalho não só ombrear com o do colega Joaquim Barbosa, mas competir com ele? Seja como for, boa parte das tensões que andam por aí se diluiria se Lewandowski tivesse claro, a exemplo da maioria dos brasileiros, que esse caso já foi longe demais. Hora de votar ministro! Ainda que o senhor apresente um “Relatório do B”. E que fique claro: eu não estou entre aqueles que acham que os mensaleiros serão necessariamente condenados, dada a composição que temos do Supremo. Mas acho, sim, que, caso eventuais chicanas tentem postergar o julgamento, de sorte a esperar a substituição de dois ministros, a instituição é que estará sendo desmoralizada. Essa demora está criando tensões e crispações políticas inúteis. Já se esperou acontecer o que chega, ministro Lewandowski. Fez-se a hora! Texto publicado originalmente às 4h24 Por Reinaldo Azevedo.

CLASSE MÉDIA INVENTADA PELO GOVERNO DA DILMA GANHA MENOS DO QUE OS MENDIGOS

         
    Dirceu Ayres

A classe média do PT já está com a mania de acordar tarde  O jornalista Augusto Nunes, em seu site no portal da revista Veja, acaba de flagar mas uma dessas malandragens marketeiras do governo do PT. Desta feita, num passe de mágica, um aspone desprezado pela Dilma (que é mandona pra caramba, segundo se comenta nos corredores do Planalto) resolveu puxar o saco (êpa!), da 'presidenta' e maquiou as estatísticas, superando o homem que usa golas à chinesa), e fez emergir de sua cartola um volumoso contingente de aquinhoados com o "espetáculo do crescimento" da economia nacional: os mendigos ricos. Transcrevo com link para que visitem o site do Augusto Nunes, que tem textos primorosos e não dá tréguas para a empulhação petista. No original o artigo tem por título: "governo que anexou os pobres à classe média acaba de inventar o mendigo rico". Leiam: Com a entrada em cena de Wellington Moreira Franco, o interminável espetáculo do cinismo descambou para o terreno da galhofa. Único integrante do primeiro escalão que jamais conseguiu uma conversa a dois com Dilma Rousseff, o (segundo o cartão de visitas) Ministro-Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República resolveu chamar a atenção da chefe com uma vigarice estatística de deixar ruborizado até dono de instituto de pesquisa. Graças ao ministro do Nada, foram extintos os pobres que restavam no Brasil Maravilha. Neste 29 de maio, Moreira Franco revelou que, a partir de agora, pertencem à classe média todos os brasileiros cujos rendimentos individuais alcancem de R$ 250 a R$ 850. São 48% ─ quase metade ─ da população. Como explicar a proeza assombrosa? O ministro se dispôs a decifrar o enigma em dilmês castiço: “A classe média foi delimitada ainda de acordo com o grau de vulnerabilidade, ou seja, a probabilidade de retorno à condição de pobreza, definido como o percentual de pessoas que vivem em locais cuja renda per capita caiu abaixo da linha de pobreza em algum momento em cinco anos”, complicou Moreira Franco. Em 2007, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada pareceu ter alcançado o limite da audácia malandra ao descobrir como se faz para mudar de categoria sócio-econômica sem sair do lugar. De um dia para outro, as famílias cuja renda mensal superava a marca dos R$1.063 souberam que haviam sido transferidas para a classe média. Como registra o post reproduzido na seção Vale Reprise, o governo Lula inventou o pobre que sobe na vida sem deixar a pobreza. Ainda mais ousado que os alquimistas do IPEA, Moreira Franco também prometeu criar um “instrumento de pesquisa” chamado Vozes da Classe Média. “Queremos saber quais são as aspirações e os desejos desse novo universo”, explicou o milagreiro de araque. A pesquisa é dispensável: 100% dos entrevistados dirão que tudo o que querem é viver como vive gente da classe média de verdade. Estudos recentes atestam que os mendigos que esmolam nas esquinas de São Paulo ganham, em oito horas de expediente, entre R$35 e R$40 . Em 25 dias, embolsam de R$875 a R$1.000. Os pedintes das ruas, portanto, não têm nada a pedir ao governo Dilma Rousseff. Ganham mais que a classe média do Brasil Maravilha. São mendigos ricos. Do site do Augusto Nunes BLOG DO ALUZIO AMORIM

Marta derruba estratégia da campanha de Haddad.

    

      Dirceu Ayres

Depois do boicote de Marta Suplicy à festa de lançamento da pré-candidatura de Fernando Haddad a prefeito de São Paulo, anteontem, o PT revisou seus planos e passou a projetar a campanha sem a presença da senadora. A intenção do partido era escalar a ex-prefeita para acompanhá-lo em atos na periferia, onde ela usaria sua popularidade para mobilizar militantes e tornar o pré-candidato mais conhecido. Agora, dirigentes da campanha e o próprio Haddad, em conversas reservadas, já descartam receber a ajuda dela nas ruas e contam apenas com a hipótese de convencê-la a aparecer na propaganda de TV, nos últimos 45 dias antes do primeiro turno. A ausência de Marta no sábado foi interpretada como um recado final de que ela não superou a mágoa por ter sido preterida na escolha do candidato à prefeitura e decidiu não se mover em busca de votos para Haddad. "Agora vamos tocar o barco sem ela. Não podemos mais parar a campanha à espera de uma ajuda que não vem", disse o deputado estadual Enio Tatto, integrante da coordenação de Haddad. "Se ela não foi, paciência. Vamos tocar a campanha com o ex-presidente Lula", reforçou o líder do PT na Câmara, vereador Chico Macena. "O gesto dela foi recebido como um desrespeito ao partido e à militância", disse o deputado estadual Simão Pedro, que comanda a agenda do pré-candidato. Em conversas reservadas, Haddad tem reconhecido que a senadora não deve participar de sua campanha.Ele passou a sustentar que sua aparição na TV poderia, ao menos, reduzir os danos da ausência dela nas zonas sul e leste da cidade, onde ela e o partido registram suas maiores votações. Ontem, um dia depois de se dizer "chateado" com a falta de Marta ao ato de lançamento, o pré-candidato indicou que ela pode ser a mais prejudicada pela atitude. "Foi uma festa muito bonita. Quem não pôde ir, perdeu", disse. Sobre a ausência dela em suas idas à periferia, ele afirmou: "O PT é muito forte, é muito enraizado na cidade. Vamos estar com muita gente, muitos militantes, muitas lideranças comunitárias." A atitude de Marta, que havia confirmado presença na festa e seria a última a discursar antes de Lula e Haddad, agravou sua situação de isolamento no partido. Até os aliados que promoveram sua pré-candidatura em 2011, como os deputados federais José Mentor e Candido Vaccarezza, reprovaram a falta. Ela e sua assessoria não atenderam a reportagem. (Folha de São Paulo)