quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Na CPI dos babacas, "avião" deixa parlamentares a ver navios...


     Dirceu Ayres

Andressa, calada, deixando os parlamentares a ver navios, apesar de ela ser um "avião". Criada para dar ênfase a vingança de Lula contra Marconi Perillo e outros membros da frágil oposição brasileira, a CPI do "Cachoeira", assim chamada por, supostamente, ter o objetivo de investigar o empresário e contraventor conhecido como "Carlinhos Cachoeira", por iniciativa boba de alguém chamou para depor a atual mulher de "Cachoeira", Sra. Andressa Mendonça, que agiu como a maioria e utilizou-se da prerrogativa legal de permanecer calada. Alguns babacas que compõe a CPI acharam por bem passar a depoente à condição de investigada e, lógicamente, se não sabiam, fiquem desde sabendo, que ninguém é obrigado a responder perguntas dos parlamentares, como forma de não produzir provas contra si próprio. Foi mais uma seção babaquice, onde preponderam os discursos vazios e as velhas e conhecidas infâmeas e mentiras petistas ( eles chamam de bravatas) e de seus asseclas e prepostos. No final, pagamos tudo com nossos impostos. BLOG DO MARIO FORTES

A importância histórica do STF


     Dirceu Ayres

Eu vi os dois primeiros dias do julgamento do mensalão. E, 'data vênia', vi que há no Tribunal alguma coisa nascendo nas frestas dos rituais solenes: os indícios de um fato histórico: o STF está mais ligado ao mundo real, mais atento à opinião pública (por que não?) Mas, dava para ver um tenso alvoroço no plenário como na pré-estréia de um filme inédito. Tudo parecia ainda um atemorizante sacrilégio, como se todos estivessem cometendo um pecado - o delito de ousar cumprir a lei julgando poderosos. Será que ousarão contrariar séculos de impunidade, séculos de distância entre a Justiça e a sociedade? Vi o frisson nervoso nos juízes que, depois de sete anos de lentidão, têm de correr para cumprir os prazos impostos pelas chicanas e pelos retardos que a gangue de mensaleiros conseguiu criar. Suprema ironia: no país da justiça lenta, os ministros do Supremo são obrigados a correr, andar logo, mandar brasa, falar rápido, pois o Peluso tem de votar e sai em setembro. E só há julgamento porque o ministro Ayres de Britto se empenhou pessoalmente em viabilizar prazos e datas. Se não, não haveria nada. O STF parecia um palco armado: os advogados dos réus numa tribuna, a imprensa, convidados VIPs. Os advogados se movem em sincronia como discretos bailarinos de ternos, com expressões céticas ou quase cínicas, um tédio proposital nas caras, ostentando a tranqüilidade profissional de pistoleiros bem pagos antes de sacar a arma no duelo. Ali estavam os protagonistas: Joaquim Barbosa trânsito de dores, ardendo na pressa de emplacar esta revolução no STF, defrontando-se com a programada lentidão de seu inimigo principal, Lewandowski, o homem que levou seis meses para ler um processo escancarado havia sete anos, e que no início do julgamento deu-se ao capricho de ler o seu voto por uma hora e meia, conseguindo cumprir a estratégia de Thomaz Bastos e atrasar mais um dia no processo. E conseguiu irritar Joaquim Barbosa, que o chamou de "desleal". Lewandowski retrucou, revelando a intenção que lhe vai na alma: "pelo que vejo, este julgamento vai ser turbulento". Quando foi cantar o Gilmar Mendes, Lula disse que Lewandowski estava sob muita pressão e que o Joaquim Barbosa era um "complexado" - por quê? Porque é preto e está de coluna doendo? Ninguém, claro, assume o sutil racismo brasileiro, mas ninguém esquece que ele é preto; nem ele. A verdade é que Lula o nomeou achando que seria uma "ação afirmativa" para seu governo e que Barbosa lhe seria grato. Lula achava que podia influir no outro poder com esse gesto. Dançou também no seu 'alopramento'. No voto de Lewandowski vimos seu desejo de deixar patente na TV que é resistente a pressões de nossa 'rasteira' opinião pública. Quis também exibir cultura jurídica cravejada de citações, criando um mecanismo de defesa preventivo que transmuta sua fama de lento em 'independência' minuciosa. O julgamento vai oscilar entre a pressa e a lentidão. Pelos freios e embreagens, a defesa dos réus se fará por meio de chicanas retardadoras, por atrasos programados, por bloqueios e 'questões de ordem' com cascas de banana. Aí, começou a leitura da acusação do procurador-geral da República, que ouvi com um arrepio de orgulho, como se estivesse na Inglaterra diante de um sistema judiciário impecável. Seu relatório serviu como uma viagem no tempo, rememorando toda a chanchada deprimente que foi o escândalo do mensalão, sete anos atrás. Tudo reapareceu: cada malinha de dinheiro vivo do Banco Rural, cada cheque administrativo, cada mentira e negação. Será dificílimo contestar o relatório e o voto de Roberto Gurgel, pois ele exibiu o óbvio, a autoevidência dos delitos. Daí, o show de chicanas a que assistiremos. Foi espantoso constatar também que os "malfeitos" dos mensaleiros foram incrivelmente "aloprados", trabalho de ridículos amadores, deixando pistas gritantes, dando bandeiras em todas as direções. Como puderam errar tanto, ser tão primários? Pensei e vi o óbvio - lembrei-me dos velhos comunistas que eu conheci tão bem na minha revolução juvenil. O povão era nossa boa consciência, o povão era nosso salvo-conduto para a alma pacificada, sem culpas - o povão era nossa salvação. Nós éramos mais "puros", mais poéticos, mais heróicos. Ai, que saudades do comunismo e, como dizia Beckett: "Que saudades das velhas perguntas e das velhas respostas..." A 'verdade' era o simplismo; complexidade era (e ainda é, para eles) coisa de 'direita'. Mas, como era bom se sentir superior a um mundo povoado de "burgueses, caretas e babacas", como eu classificava a humanidade. Daí, a explicação: para que se importar com os babacas? Podemos deixar pistas à vontade porque, como disse o Lula, "sempre foi assim". Passaram a "desapropriar" a grana da "direita" - ou seja, inventaram o roubo com boa consciência, para 'salvar' o povão com a grana do povão. Claro que isso foi apenas o "rationale" para justificar a 'mão grande', um estandarte ideológico para legitimar a invasão da 'porcada magra no batatal'. Claro que pegaram altos trocos, porque ninguém é de ferro. Só não contavam com as 'cobras criadas' do Congresso, como o Jefferson, que viram aqueles comunas folgados descumprindo promessas, tratando-os com descaso de heróis contra 'burgueses alienados e covardes'. Deu nas denúncias operísticas do Jefferson, um dos recentes salvadores da pátria. Por trás do mensalão há desprezo pela inteligência da sociedade. Mas, muito mais grave do que a tradicional mãozinha nas cumbucas, mais grave que punhados de dólares na cueca ou na bolsinha, muito mais grave é a justificativa de que tudo não passou de 'crime eleitoral', quando se tratou de mais de R$ 100 milhões num roubo "revolucionário". Os mensaleiros se absolvem e justificam porque teriam uma missão acima da democracia "burguesa". Portanto, o STF não está julgando apenas umas roubalheiras, mas a tentativa de desmoralizar a democracia para o benefício de um partido único. O PT quis usar o governo que "tomaram" para mudar o Estado brasileiro. O STF está julgando a preservação da República que lentamente se aperfeiçoa e este julgamento já é uma etapa de nossa evolução democrática. Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo

ESCÂNDALO NA ARGENTINA: JORNAL REVELA OS FABULOSOS NEGÓCIOS DA FAMÍLIA

      
         Dirceu Ayres

Enquanto o Brasil aguarda o desfecho do julgamento do mensalão o maior escândalo da história da República, na Argentina o jornal El Clarin, aquele que vive sob o tacão da Cristina Kirchner, que tenta de todas as forças implantar a censura à imprensa, revela o fabuloso enriquecimento do casal Kirchner (ele, Nestor, já falecido) a custa de manobras envolvendo fundos públicos. Antes de partir de suas mordomias para apodrecer em alguma urna fenerária, Nestor criou as condições de transferir o poder para Cristina, sua esposa e além disso alguns milhões de dólares, dezenas de imóveis e vai por aí. Acabei descobrindo a informação na coluna Runrunes do jornalista venezuelano Nelson Bocaranda. Traduzo do espanhol que o relata Bocaranda que também transcreveu reportagem do jornal El Clarin. Atentem para o fato de que Bocaranda começa seu comentário fazendo menção do julgamento do mensalão. Links no final, sendo que a ilustração acima está na coluna de Bocaranda. Vejam: Enquanto no Brasil começou o que pode ser julgamento mais impactante da história democrátifca brasileira em torno da corrupção denunciada - e detectacada - desde o segundo ano de governo do mandato do ex-presidente Lula da Silva e seus colaboradores, que já foram assinalados em seu momento (alguns despedidos de seus cargos ministeriais ante as evidências) de estar envolvidos no uso de fundos públicos, na vizinha Argentina seguem aparecendo com detalhes algumas das proplriedades adquiridas pelo casal Kirchner, seus familiares e amigos que deixam ver, com clareza, que desde que chegaram ao poder transformaram-se em milionários. Já se sabia, de antemão, antes de sua eleição presidencial, os grandes negócios feitos com a dívida da região argentina El Calafate, onde Nestor fora governador. As denúncias de colocação de dinheiro em bancos europeus sempre esteve presente, mas a complacência da liderança peronista partícipe no esquema K assim como a maldição sulista de repetir e repetir planos mal feitos para fazê-los ainda pior, importou pouco na hora de eleger um candidato após a debâclè já conhecida com a sucessão de presidentes na Casa Rosada batendo o recorde Guinness. Hoje uma reportagem no prestigioso diário de Buenos Aires, Clarin, submetido como outoros meios de comunicação crítica à gestão dos 2K a pressões de todo tipo partidas do governo, dá contra os fabulosos negócios dos membros da família Kirchner e seus aliados. EN ESPAÑOL - Mientras en Brasil arrancó el que puede ser el juicio mas impactante de la historia democrática brasilera en torno a la corrupción denunciada -y detectada- desde el segundo año de su primer gobierno contra el ex presidente Luis Ignacio Lula da Silva y sus colaboradores, que ya fueron señalados en su momento (algunos despedidos de sus cargos ministeriales ante las evidencias) de estar involucrados en uso de fondos públicos, en la vecina Argentina siguen apareciendo con detalles algunas de las propiedades adquiridas por los esposos Kirchner, sus familiares y amigos que dejan ver, con claridad, que desde que cogieron el poder se han hecho mil millonarios. Ya se sabían de antemano, antes de su elección presidencial, los grandes negocios hechos con la deuda de la región argentina del Calafate donde fuera gobernador. Las denuncias de colocación de dinero en bancos europeos siempre estuvo presente pero la complacencia de la dirigencia peronista partícipe en los guisos “K” asi como la maldición sureña de repetir y repetir las planas mal hechas, no para mejorarlas sino para hacerlas aún peor, importó poco a la hora de elegir un candidato tras la debacle ya conocida con nasucesión de presidentes en la Casa Rosada batiendo el record Guinness. Hoy un trabajo en el prestigiosos diario bonaerense Clarin, sometido como otros medios de comunicación críticos a la gestión de los 2K a presiones de todo tipo desde el gobierno, da cuenta de los pingües negocios de los miembros de la familia Kirchner y sus aliados. He aquí el reporte colocado en www.clarin.com Hacer CLIC AQUI para leer el site Runrunes.

PT acha que Mensalão não traz desgaste eleitoral. Afinal de contas, é só roubo de dinheiro público, caixa dois, corrupção...


        Dirceu Ayres

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) disse ontem que se decepcionarão aqueles que apostam no julgamento do mensalão como um instrumento de desgaste eleitoral do PT e de seu projeto político. Até então comedido nos comentários -dentro de estratégia fixada pelo PT para minimizar o impacto eleitoral do julgamento- Gilberto Carvalho decidiu sair da defensiva. Suas declarações foram dadas um dia depois da visita da presidente Dilma Rousseff ao antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo. "Temos convicção de que aqueles que apostam nesse processo como um desgaste desse projeto político se decepcionarão", disse Carvalho, comparando o cenário político atual ao da eleição de 2006. Naquele ano, Lula foi reeleito presidente apesar da CPI para investigar o mensalão. "Se decepcionarão (sic) muito aqueles que apostam em tirar um proveito, e que parcializam os julgamentos e as opiniões, pensando que isso poderá gerar um grande prejuízo, inclusive eleitoral", afirmou Carvalho. O PT tem em mãos duas pesquisas de opinião para mensurar os danos à imagem do partido decorrentes do julgamento. A primeira pesquisa, feita pela cúpula do partido antes do início do julgamento, revelaria desinteresse do eleitor pelo assunto. Já a consulta realizada pelo comitê da campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo diz que a aprovação do governo Dilma Rousseff não foi abalada pela primeira semana de maratona no Supremo Tribunal Federal. No Instituto Lula e no governo, contudo, a recomendação é que o julgamento seja acompanhado de forma discreta, visando, nas palavras de um interlocutor do ex-presidente Lula, "fechar o capítulo". No Palácio do Planalto, a diretriz é semelhante: manter a aparência de calma. "A ordem da presidente Dilma é para que ninguém perca um minuto do seu trabalho vendo ou acompanhando o processo. Que se informe naturalmente nas horas vagas, mas que siga trabalhando com o maior rigor", disse Carvalho. Apesar da orientação de Dilma para que os ministros não permitam que o caso paralise o governo, a Esplanada dos Ministérios engrossa a audiência da TV Justiça, que transmite a sessões ao vivo. A começar pelo próprio Planalto. Na semana passada, Dilma assistiu a sessões acompanhadas por assessores jurídicos. Na tarde de segunda-feira, pouco antes de uma reunião com o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a ministra Ideli Salvatti mantinha duas TVs ligadas em seu gabinete. Uma exibia a Olimpíada. A outra mostrava o julgamento. O próprio Lula elogiou ontem, em conversas, o desempenho dos advogados de defesa dos réus do mensalão. Ainda nesta semana, Lula deverá participar de atividades de campanha com Fernando Haddad. Além de gerar imagens da dupla para a TV, tornando o candidato mais conhecido, a iniciativa ajuda a equilibrar a pauta dos telejornais, muito concentrada no julgamento do mensalão. (Folha de São Paulo)

Senadora desafia "Carminha e Max" na CPI do Cachoeira.

              

     Dirceu Ayres

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) comparou nesta terça-feira (7) o casal Carlinhos Cachoeira e Andressa Mendonça aos vilões Carminha e Max, da novela da TV Globo “Avenida Brasil”. Kátia Abreu pediu a palavra no início da reunião desta manhã da CPI do Cachoeira, marcada para ouvir o depoimento de Andressa. Ao iniciar a fala, a senadora afirmou que foi “afrontada” pela mulher do contraventor. Kátia Abreu relatou que Andressa disse, em entrevista à imprensa, que teria um dossiê contra ela. A mulher de Cachoeira teria dito ainda, segundo Kátia Abreu, que a senadora sempre pedia dinheiro a Cachoeira para financiar campanhas. “Carminha e Max só na TV. Não vão jogar meu nome no lixão, não, porque eu não sou uma criança indefesa, sou uma mulher forte”, disse a senadora. “Pelo visto, a bela resolveu ser fera e ela precisa ter muito cuidado para não ser enjaulada”, disse ainda a parlamentar. Kátia Abreu citou a lei que trata das comissões parlamentares de inquérito. "Talvez eu seja a única senadora afrontada por esta senhora. A lei 1.579, que criou a CPI em 1952 por Getúlio Vargas, diz que constitui crime impedir ou tentar impedir mediante violência ou ameaça o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito [...] e remete ao Código Penal dando detenção de dois meses a dois anos", destacou a senadora. A senadora também chamou Andressa Mendonça de “mentirosa e caluniadora”. “Essa calúnia é uma vingança [...] Ela não vai me intimidar. Estou aqui na primeira fila aguardando esta senhora Cascata”, afirmou Kátia Abreu, antes da chegada de Andressa Nascimento à CPI. Na semana passada, a mulher do contraventor foi acusada de tentar chantagear o juiz responsável pelo caso, Alderico Rocha. Ela foi levada à sede da Polícia Federal de Goiânia para prestar depoimento, e teve de pagar fiança de R$ 100 mil para não ser presa. Além da fiança, Andressa foi proibida pela Justiça de visitar Cachoeira. (G1) STF crava mais uma estaca no peito dos mensaleiros. Por unanimidade, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitaram nesta terça-feira a tentativa de advogados de réus do mensalão de suspender o julgamento por conta da ausência da ministra Cármen Lúcia na segunda parte da sessão. Os ministros entenderam que a falta da ministra não traz prejuízos para a defesa dos réus. Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a ministra ouviu a defesa de três réus ligados ao publicitário Marcos Valério, considerado operador do esquema, mas anunciou no começo do intervalo da sessão que não voltaria por conta de atividades do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), corte que preside.(Folha Poder)

QUEM TRAIU LULA?



          
    Dirceu Ayres

É um dos grandes mistérios da República, a pergunta que não quer calar, o enigma que os futuros historiadores enfrentarão: de quem falava Lula, em rede nacional, quando se disse traído e pediu desculpas aos brasileiros pelo mensalão? Quem diz que daria um cheque em branco a Roberto Jefferson não pode reclamar de ser traído. Mas o seu traidor não foi Jefferson, porque estava ocupado em vingar a traição de que se sentiu vítima quando a PF detonou o esquema de propinas do PTB nos Correios. Quem tem Zé Dirceu como seu principal aliado, numa relação de amor e ódio de 30 anos, não deve se surpreender com uma traição. Basta imaginar o que faria o Zé para chegar à Presidência, caso Lula fosse um obstáculo. Mas Dirceu pediu pra sair, para não trair Lula. Se ele sabia do mensalão e não contou para Lula, não foi traição, mas proteção. Dirceu é muito protetor. Quem tem Valdemar Costa Neto na sua base de apoio deve estar acostumado a achaques, chantagens e traições. Mas o pragmático Valdemar não seria burro de trair quem o beneficiava e acabou traído pela ex-mulher, que o denunciou por receber malas de dinheiro do mensalão. Quem foi o Judas do Cristo Lula? Deve ser alguém próximo, em quem ele confiava, com quem compartilhava sonhos e segredos e tinha relações afetuosas. São esses que têm poder para grandes traições, e são essas que mais doem e causam maior dano; as outras, de aliados e correligionários, são corriqueiras, na política a traição faz parte do jogo ao sabor dos acontecimentos e ninguém reclama. Mas, fora do círculo íntimo, Genoino, Gushiken, Gilberto Carvalho, quem poderia trair Lula? O companheiro Delúbio assumiu suas responsabilidades e as alheias, e continua merecendo a gratidão de Lula e o carinho de ser chamado de "nosso Delúbio". Tiradentes não chamaria de "nosso Silvério" o traidor da Inconfidência. A conclusão só pode ser que quem traiu Lula foi ela, "a mídia". Ele contava com seu apoio, compreensão e tolerância para o primeiro operário a chegar à Presidência da República, mas foi traído por notícias ruins, denúncias graves e críticas devastadoras. Nelson Motta - O Estado de S.Paulo.
NELSON MOTA. Blog do Beto