sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Não passarão!



        
   Dirceu Ayres
  

Ayres Britto e Joaquim. Há informações de que desenha-se, nos bastidores do STF, um movimento para evitar que o Ministro Joaquim Barbosa, ora vice presidente do STF, assuma a a Presidência com aposentadoria de Ayres Britto. O Ministro Marco Aurélio Mello, indicado por Fernando Collor de Mello, chegou a dar entrevista a CBN e disse que os Ministros até poderiam, neste caso, escolher um novo Presidente por escrutínio. E também declarou ( dizem que referindo-se às atitudes firmes de Joaquim Barbosa) que o Presidente do STF "tem que ser algodão entre cristais, e não metal entre cristais"... Bem, em se tratando de "cristais" não acredito mesmo que Joaquim Barbosa tenha tendência a ser "algodãozinho". E é aí onde os comentários sobre golpe no STF se tornaram comuns nos corredores do STF nos últimos dias. No "país dos petralhas”, como diria Reinaldo Azevedo, os esquerdistas no poder estão politizando e tentando aparelhar até a Justiça. Mas ainda há políticos e Juízes tenazes e sérios que não permitirão tal subordinação da Justiça. Os sórdidos, não passarão! BLOG DO MARIO FORTES

Lula, que teve a idéia e o comando, agora diz que explorar o Mensalão é baixaria, mas é o dono da idéia.


             

     Dirceu Ayres

Em sua primeira manifestação explícita sobre o julgamento do mensalão, o ex-presidente Lula acusou ontem a oposição de fazer "jogo rasteiro" e se defendeu citando o caso da compra de votos para a aprovação da emenda que permitiu a reeleição do tucano Fernando Henrique Cardoso. "A gente não pode deixar esquecer que no tempo deles o procurador-geral da República [Geraldo Brindeiro] era chamado de 'engavetador'. Não podem esquecer a compra de votos em 1996 [sic] para aprovar a reeleição neste país", disse Lula em ato de apoio a Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Lula acusou o PSDB de baixaria por explorar politicamente o mensalão. A estudantes e militantes, Lula disse que eles não deveriam se envergonhar, mas ter orgulho de seu governo. "Não têm que ficar com vergonha. No nosso governo, as pessoas são julgadas e apuradas. No deles, se escondiam", disse Lula. O ex-presidente recomendou comparação das instituições de combate à corrupção de hoje com as da gestão tucana. "Na nossa casa, quando algum filho é suspeito de cometer algum erro, nós investigamos, não culpamos o vizinho, como eles costumam fazer", afirmou. Lula referiu-se a José Serra (PSDB), adversário de Haddad, como "aquele senhor que ofendeu a Dilma" nas eleições de 2010. "Agora, está baixando o nível, tentando vincular o Fernando Haddad ao julgamento", disse o petista, sem em nenhum momento usar a palavra mensalão. O evento foi interrompido por um protesto. Aos gritos de "renovação do mensalão", um jovem, sentado nas primeiras fileiras do auditório, levantou um cartaz que associava Lula e o PT ao caso. Do palco, Lula e Haddad só observaram. Do lado de fora da Uninove, palco do encontro, militantes do PSOL fizeram outro protesto. Mas não souberam esclarecer se o jovem do cartaz integrava o grupo. Um estudante da USP, que não quis se identificar, disse que um segurança do PT o ameaçou. A campanha negou. Lula disse que "não ligou" para o protesto. Haddad disse que não viu. Ao discursar diante de Lula, que não tem diploma universitário, Haddad sugeriu que o senador tucano Aécio Neves (MG) estude caso queira concorrer à Presidência. Após lamentar que adversários torçam pelo fracasso do governo Dilma, ironizou. "Se Aécio quer ser presidente, estude um pouquinho, leia um livro por semana. Pode ser na praia de Ipanema". Lula não tem diploma. (Folha de São Paulo)

Brasil Aparelhado: TCU investiga CUT por convênio fraudulento com a Petrobras em programa do MEC de Haddad.


            
    Dirceu Ayres

A turma afabetizada em convênios: Marinho, Lula e Haddad. Haja TCU! De um lado, Luiz Marinho, que presidia a CUT. De outro, José Gabrielli, que presidia a Petrobras. No meio, um convênio fraudulento com o MEC de Haddad, onde uma central sindical iria alfabetizar 200.000 alunos. Agora o TCU abre mais uma caixa-preta da gestão Lula, que deixa um rombo de R$ 26 milhões nos cofres públicos. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nesta quarta-feira, 26, a abertura de tomadas de contas especiais para calcular prejuízos e identificar eventuais responsáveis por irregularidades em convênios da Petrobrás com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Braço sindical do PT, a entidade recebeu R$ 26 milhões da estatal para alfabetizar mais de 200 mil alunos, mas, de acordo com a corte, não provou ter aplicado o dinheiro na realização dos cursos.  Comandada pelo partido desde o início do governo Lula, a empresa não fiscalizou a execução do projeto e aprovou as contas sem exigir provas do cumprimento, diz o relatório técnico do tribunal. O TCU auditou convênios e patrocínios da Petrobrás, identificando em 2009 falhas em diversas parcerias de entidades supostamente ligadas ao PT e outras legendas. As constatações foram apreciadas na terça-feira em plenário. Além da CUT, serão alvo de processos para apuração de danos o Instituto Nacional de Formação e Assessoria Sindical da Agricultura Familiar Sebastião Rosa da Paz, que recebeu R$ 1,6 milhão; a Cooperativa de Profissionais em Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Colméia), contemplada com R$ 1,7 milhão; e a Cooperativa Central de Crédito e Economia Solidária (Ecosol), cujo patrocínio foi de R$ 350 mil. A área técnica havia sugerido a aplicação de multas a dirigentes da estatal, o que foi aceito pelo relator do processo, ministro Aroldo Cedraz. Mas, após voto revisor de José Múcio, o tribunal decidiu avaliar a aplicação de penalidades somente no julgamento das TCEs. As parcerias com a CUT foram firmadas entre 2004 e 2006 para ações do Programa Brasil Alfabetizado. Na época, a Petrobrás era dirigida pelo petista José Sérgio Gabrielli, que deixou o cargo este ano. Duas foram assinadas diretamente com a central e uma terceira com uma de suas entidades de apoio, a Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS). Após a inspeção, o TCU apurou que os gestores da estatal aprovaram as medições de serviços, dando as atividades como regulares, sem que fosse demonstrado se os investimentos foram, de fato, feitos e quais os resultados obtidos. Na documentação analisada pelos auditores, não havia fichas de acompanhamento individual dos alunos, listas de presença nas supostas aulas, acompanhamento das ações dos alfabetizadores, número de estudantes envolvidos e documentos que atestassem que os materiais didáticos foram realmente entregues. Em nota, a Petrobrás sustentou ontem que "não há irregularidades ou beneficiamento político-partidário nos convênios, o que será comprovado no andamento do processo". A CUT alega ter cumprido integralmente todas as etapas das parcerias com a estatal e que foram apresentadas comprovações dos serviços executados, com base em regras do Brasil Alfabetizado. O Programa Brasil Alfabetizado, comandado por Haddad, foi uma grande picaretagem. Vejam a noticia abaixo, publicada pelo Globo na saída do ex-ministro para ser candidato do PT em São Paulo. Um balanço das ações do Ministério da Educação (MEC) divulgado na despedida do ex-ministro Fernando Haddad, na última terça-feira, diz que a pasta alfabetizou 13 milhões de jovens e adultos, desde 2003. A informação é incorreta. Se fosse verdadeira, teria levado o país a dar um salto na redução do analfabetismo, o que não ocorreu. De 2000 a 2010, a redução do número de iletrados foi de apenas 2,3 milhões - deixando o Brasil ainda com 13,9 milhões de analfabetos, conforme o censo do IBGE. Procurado pelo GLOBO, o MEC admitiu o erro, publicado na página 40 de uma edição caprichada, com páginas coloridas, tiragem de mil exemplares, com o título: "PDE em 10 capítulos - ações que estão mudando a história da educação brasileira." O balanço trata do Plano de Desenvolvimento da Educação, lançado por Haddad e pelo então presidente Lula, em abril de 2007. O livreto foi distribuído na terça-feira, quando Haddad, que é pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, deixou o governo. Ele reproduz texto de uma outra publicação do ministério, divulgada em setembro de 2011, mas com redação diferente. Na versão do ano passado, o texto falava que aproximadamente 13 milhões de jovens, adultos e idosos tinham sido “beneficiados” pelo programa Brasil Alfabetizado - o que significa que houve matrícula, mas não que aprenderam a ler e escrever. No novo formato, consta que todos foram “alfabetizados”. Luiz Marinho, depois desta trampolinagem na CUT, virou ministro da Previdência, ministro do Trabalho, prefeito de São Bernardo do Campo, candidato à reeleição, big boss do município que recebeu as maiores verbas de Lula. Está sendo preparado para ser candidato ao Governo de São Paulo, em 2014. Dinheiro não vai faltar para a campanha. Afinal de contas, ele é o amigão de Lula.

Eu vi nascer o Mensalão



                  
    Dirceu Ayres

Sebastião Nery Tarde de sábado do começo de 2003 no restaurante Piantella, o melhor de Brasília. Lula havia ganho as eleições presidenciais de 2002 contra José Serra e estava em Porto Alegre, com José Dirceu e a cúpula do PT, discutindo com o PT gaúcho a formação do novo governo. Como fazíamos quase todas as tardes de sextas e sábados, um grupo de jornalistas almoçávamos a um canto, conversando sobre política e o pais. De repente, entram nervosos, aflitos, os deputados Moreira Franco, Gedel Vieira Lima, Henrique Alves, da direção nacional do PMDB, e começam a discutir baixinho, quase cochichando. Em poucos instantes, chega o deputado Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Nem almoçaram. Beberam pouca coisa, deram telefonemas, saíram rápido. Nada falaram. Acontecera alguma coisa grave. Deviam voltar logo. Só um voltou e contou a bomba política do fim de semana. Antes de viajar para o Rio Grande do Sul, Lula encarregara José Dirceu, coordenador da equipe de transição e já convidado para Chefe da Casa Civil, de negociar com o PMDB o apoio a seu governo, em troca dos ministérios de Minas e Energia, Justiça e Previdência, que seriam entregues a senadores e deputados indicados pelo partido. Lula já havia dito ao PT que eles não podiam esquecer a lição da derrubada de Collor pelo impeachment, que o senador Amir Lando, do PMDB de Rondonia, relator da CPI de PC Farias, havia definido como uma “quartelada parlamentar”. No Brasil, para governar era preciso ter sempre maioria no Congresso. O PT tinha que fazer as concessões necessárias. O primeiro a ser chamado foi o PMDB, o maior partido da Câmara e do Senado. Lula mandou José Dirceu acertar com o PMDB. Combinaram os três ministérios e ficaram todos felizes. Em Porto Alegre, na primeira noite, Lula encontrou a gula voraz do PT gaúcho, que exigia os ministérios de Minas e Energia, da Justiça e da Previdência. Lula cedeu. Chamou Dirceu e deu ordem para desmanchar o acordo com o PMDB. Dirceu perguntou como iriam conseguir maioria no Congresso. - Compra os pequenos partidos, disse Lula a Dirceu. – Fica mais barato. Dilma virou ministra de Minas e Energia, Tarso Genro da Justiça e Olivio Dutra das Cidades. E assim nasceu o Mensalão. O advogado do ex-deputado Roberto Jefferson, o brilhante Luiz Francisco Correa Barboza, disse ao Globo:
-“Não só Lula sabia do Mensalão como ordenou toda essa lambança. Não é possível acusar os empregados e deixar o patrão de fora”.No dia 12 de agosto de 2005, em um pronunciamento, pela TV, a todo o povo brasileiro, Lula pediu “desculpas pelo escândalo”. Lula é um “cappo”. Os companheiros do partido e governo no banco dos réus e ele, só ele, de fora. Logo ele que é o grande réu, “o réu”. Dirceu, Roberto Jeferson, Genoino, Delúbio, Silvinho, Marcos Valério, Gushiken, João Paulo Cunha, Valdemar Costa Neto, Professor Luizinho, a malta toda, como disse o Procurador Geral da República, era uma “organização criminosa”, uma “quadrilha” chefiada pelo Dirceu. Mas sob o comando do chefão, Lula. Quem tinha de estar no banco da frente era ele, “o réu”. Desde 2003, todo ano relembro essa historia. Lula começou dizendo que “não sabia de nada”. Depois, passou para : “Fui traído pelas costas”. E, finalmente, a tese oficial dele e do PT : – “O Mensalão foi uma farsa”. E Lula arranja ajudantes na desfaçatez para agredir o Supremo. Um gaúcho baixotinho, que ninguém sabe quem era e de onde veio e virou presidente da Câmara dos Deputados, esta semana cuspiu no Supremo: - “O Mensalão é uma falácia”. Ele não sabe o que é falácia. Mas cadeia ele sabe. Quando for visitar Dirceu, Genoino, Valério, seus companheiros, na cadeia, vai aprender. Sebastião Nery é Jornalista - sebastiaonery@ig.com.br. Originalmente publicado no site da Tribuna da Imprensa em 25 de setembro de 2012. Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.netPor

O presidente de vocês - 'vale a pena ler de novo'


                   

          Dirceu Ayres

"O presidente de vocês - daqueles que o elegeram, daqueles que compartilham a sujeira com ele, daqueles que o acobertam na mídia, daqueles que batem palmas, que se ajoelham, que se vergam em busca de recursos e desinformação, daqueles que lhe dão 70% de aprovação — chegou ao seu nível moral mais baixo, abaixo até do ponto de ebulição do álcool! Nada está abaixo do Lula. O Lula do "sifu", do "porra", do "cacete", do "sabe", firmou-se numa posição inferior, rasteira, não como presidente da República, mas como gente mesmo. Se o álcool não lhe trava a língua nem o faz escolher palavras do seu enorme minidicionário, o que sabemos que o álcool não faz com ninguém, ainda assim existem os assessores, "aspones", e toda a sorte de lacaios pagos a peso de ouro para vigiar e reparar o rei nudista, descuidado, impregnado de falsa santidade, que se acha um profeta sábio a dar lições de moral aprendidas no PCC a presidentes eleitos, como Barack Obama. Lula tem carreira, tem trajetória, tem currículo e folha corrida de safadezas verbais e não-verbais. A linguagem chula é a sua primeira natureza. Lula, o pele vermelha e calórica, é isso há muitos anos. Mas não é de sua incontinência verbal (verborréia) que estou a tratar, e sim da sua vulgaridade ímpar, desmedida, tantas vezes por nós denunciada. Lula é um homem sem caráter; traidor dos amigos da quadrilha, porque não se faz o que ele fez com o José Dirceu, com o Gushiken, com o Genoíno. Nem na prisão deixam de valer os códigos de ética e de moral - uma moral suja, um ética suja, mas ainda assim uma moral e uma ética de "petralhas". Lula, o vermelho, não tem nada disso. Pior do que imoral, Lula é ilegal. Lula é um vício de origem. Os que dele se acercam devem saber disso. Se sabem, são viciadores também. Tampouco se diga que ele fala a linguagem do povo para se fazer querido por ele. Conversa mole, conversa de institutos de pesquisa, conversa de "datalulas "cuja ética ainda está para ser revelada. Lula está deixando o povo brasileiro com a sua cara, a sua fuça, a sua carantonha vulgar e baixa. A nossa tão propalada "macunaimidade" era regional, pontual. Com Lula, ela virou instituição nacional permanente. Não é para isso que trabalha incansavelmente a Saúde/Educação do imoral Temporão e seu pênis pedagógico? O povo pode parecer com o Lula, mas ainda não é o Lula; é diferente. O povo ainda pode lavar a cara todas as manhãs, que a sujeira sai; mas Lula, não; no máximo, pode ser maquiado pela enésima vez pelos puxa-sacos de sua laia, engolir uns "engovs" e seguir a sua rotina de laxista irresponsável. O "inaudível" "sifu" pronunciado publicamente entrou para história do Brasil, a história da infâmia do Brasil. Mais uma da enorme série de Lula, o "serial killer" da vergonha, o personagem central dessa quadra de desonra, de baixeza da vida nacional. Lula e seus lacaios deixaram as instituições assim: desacreditadas. Transformou em piada o Parlamento, a Justiça, a Democracia, a Soberania Nacional, a Imprensa... A marca venal é desse tamanho e contamina a sociedade inteira, comprometendo o seu futuro. E ainda essa gente assemelhada a ele quer apagar o passado brasileiro e destruir os registros da nossa moral e os documentos da nossa boa fé, da nossa honestidade como povo. Tudo isso para quê? Para elevar um sujeito vulgar e desprezível à condição de líder máximo do socialismo no Brasil. É exatamente esse sentimento que me faz voltar a todo o momento, não a ele, Lula, o infame, mas para a mídia e os intelectuais de miolo mole que o protegem, que fingem que nada vêem que nada ouvem. A legião dos infames que o cercam e o embelezam não pára de crescer. “Esse artigo é para vocês, jornalistas, que o acham, tão somente, “pop” e extravagante”. Arnaldo Jabor

STF condena Jefferson. Toffoli e Lewandowski enrolam para petistas não serem condenados antes da eleição.



                
       Dirceu Ayres

Por maioria de seis votos, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) condenaram ontem o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e mais sete réus do mensalão por corrupção passiva. Jefferson, que revelou a existência do mensalão em entrevista à Folha em junho de 2005, foi condenado junto com os líderes partidários que acusou de aceitar suborno para votar a favor do governo no Congresso. Ao condená-los, o Supremo confirmou a tese central da acusação no processo, segundo a qual o esquema foi organizado pelo PT para corromper parlamentares e partidos políticos no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quatro dos dez ministros do Supremo já rejeitaram a principal tese da defesa dos réus, que dizem que o objetivo do mensalão era financiar campanhas eleitorais, e não comprar votos no Congresso. A tese do caixa dois eleitoral foi empregada pelo ex-presidente Lula e pelo PT desde o início do escândalo para explicar os pagamentos feitos pelo esquema, que os petistas organizaram com a ajuda do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Caso o Supremo aceitasse a tese do caixa dois, crime previsto no Código Eleitoral, as eventuais penas já estariam prescritas hoje. A sessão de ontem no STF foi suspensa quando faltava colher os votos de quatro ministros. O julgamento será retomado na segunda-feira. Além de Jefferson, os seis ministros que concluíram seus votos condenaram o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP), que liderava o antigo PL quando o mensalão foi descoberto, e os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e José Borba (PMDB-PR). O STF também condenou por corrupção passiva os ex-deputados Romeu Queiroz (PTB-MG) e Carlos Rodrigues (PL-RJ). Foram condenados por lavagem de dinheiro Costa Neto, Corrêa, o ex-assessor do PL Jacinto Lamas e o dono da corretora Bônus-Banval, Enivaldo Quadrado. A maioria dos ministros do STF seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República, que acusou Jefferson de receber R$ 4,5 milhões para que os integrantes de seu partido votassem a favor do governo no Congresso. Quatro ministros (Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Ayres Britto) deixaram explícita a conclusão de que houve compra de apoio parlamentar no Congresso. Ao fazer um aparte no meio de uma discussão sobre as diferenças entre o uso de caixa dois e a prática de corrupção, o presidente do tribunal, Ayres Britto, comentou: "Se o dinheiro é público, não há como falar em caixa dois".Nas sessões anteriores do julgamento, o Supremo concluiu que o mensalão foi financiado com recursos desviados dos cofres do Banco do Brasil e da Câmara dos Deputados e empréstimos bancários fraudulentos. Após analisar a coincidência entre alguns pagamentos do mensalão e a transferência de deputados para partidos governistas em 2003, o ministro Gilmar Mendes afirmou: "Vejam a gravidade dessa situação, a obtenção do apoio político mediante o uso de recurso financeiro". O ministro atacou a versão do caixa dois: "Falar em recursos não contabilizados, como se se tratasse de falha administrativa durante o processo eleitoral, é o eufemismo dos eufemismos. Nós estamos a falar de outra coisa”. (Folha de São Paulo)

PRINCIPAL RÉU DO MENSALÃO TEM SE MOSTRADO CONVENCIDO DE SUA ABSOLVIÇÃO, MAS JÁ COGITA O CENÁRIO PESSIMISTA.


             
     Dirceu Ayres

José Dirceu, o principal réu do mensalão, está recolhido, mas não está quieto. Enquanto espera a sua vez de ser julgado, o que deve ocorrer somente a partir da próxima semana, o então “capitão do time”, assim definido pelo ex-presidente Lula nos primórdios do seu primeiro governo, tem se movimentado, e muito, entre as duas horas de viagem de carro que separam seus dois centros de operações: seu apartamento na Vila Madalena, bairro de classe média de São Paulo, e o condomínio Santa Fé, na área nobre da próspera cidade de Vinhedo, no interior do estado. Além dos advogados, Zé tem conversado com seus companheiros do PT, entre eles José Genoino e o ex-presidente Lula.  A definição do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) de que “o mensalão não é o julgamento de Zé Dirceu, mas de Lula”, antes negada para a conveniência e estratégia de ambos, agora é assumida abertamente pelo ex-ministro e deputado cassado: — Isso está evidente na tentativa de associação de Lula com Marcos Valério, repelida com veemência pelos partidos da base — afirma José Dirceu, ao receber o repórter do GLOBO no fechadíssimo condomínio, onde o visitante, para entrar, é obrigado a fazer um cadastro bem documentado e ser fotografado por uma câmera digital. Sobre a presidente Dilma, Dirceu ressalta que tem evitado conversar com ela: — Qualquer visita minha, ainda que não tenha esse objetivo, vai ser interpretada como uma conversa sobre o mensalão. Quanto aos ministros de Estado, José Dirceu cita os mais próximos: Fernando Pimentel, do Desenvolvimento; Alexandre Padilha, da Saúde; Miriam Belchior, do Planejamento; Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, e, se deixasse, ele citaria 35 dos 37 ministros. — O senhor não citou aí o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Por quê? — Nossas relações são formais. — Nem a nova ministra Marta Suplicy o senhor citou. — Hoje sou uma pessoa distante dela. Zé, que sempre conviveu com a família, hoje está mais próximo dos seus quatro filhos, cada um de um relacionamento diferente. Com Clara Becker, viveu cinco anos sem revelar a sua verdadeira identidade, fazendo-se passar por um empresário com o nome falso de Carlos Henrique Gouveia de Melo. Até hoje, a ex-mulher e parentes dela só o chamam pelo nome de clandestinidade: “Carlos”. Em Passa Quatro, onde mora a sua mãe, dona Olga, não há como fugir das missas dominicais. Ele foi padrinho de batismo, recentemente, de um sobrinho. Na hora da cerimônia, igreja lotada, o padre aproveitou para desejar boa sorte ao filho da dona Olga no julgamento do mensalão. E sorte é o que Zé Dirceu vai mais precisar. Publicamente, ele se mostra convencido da absolvição e procura sempre transmitir esse otimismo à família e aos amigos. Mas, com o andar da carruagem, no fundo, já começa a trabalhar com o cenário B de pavor: a possibilidade de voltar à cadeia, desta vez dentro de um regime democrático. Estrategicamente, não lhe convém falar neste momento sobre o julgamento. Então, recorro à sua própria trajetória política como recurso estilístico para não comprometer ainda mais a sua situação: em vez de contar o que está pensando José Dirceu, vou relatar as impressões do ex-Carlos Henrique Gouveia de Melo. Ele surpreende logo ao falar de seu algoz, o ministro Joaquim Barbosa, pois, embora mantenha as críticas mais ácidas ao relator do mensalão, reconhece a competência do relator do processo: — Podemos questionar, e questionamos, os procedimentos de Joaquim Barbosa na condução do seu relatório, mas nunca negando sua formação e sua competência. Muito pelo contrário. O fato de ele ter notório saber jurídico é que torna mais contundente a crítica de que ele sabe, melhor do que ninguém, que não houve lavagem de dinheiro nem crime de peculato. Carlos Henrique sabe que o seu sucessor José Dirceu corre risco de ser preso. Ele sabe como ninguém o que poderia acontecer numa situação como essa: — Vocês acham que o Zé ficaria quieto na prisão? O Zé não para quieto em lugar nenhum. Nesses anos todos em que está afastado do governo, nunca deixou de fazer política. Viajou para todos os estados, acompanhou todas as alianças eleitorais. Hoje, tem mais força no PT do que antes. E ninguém pense que o PT iria abandoná-lo na prisão. Absolvido ou condenado, não importa, Carlos Henrique acha que Dirceu e o próprio PT levariam no mínimo seis anos para recuperar a imagem. — Ah, se eu tivesse hoje 46 anos! — lamenta o personagem de Zé Dirceu, sem dizer, contudo, o que faria. ( O Globo) BLOG DO MARIO FORTES. o globo