domingo, 4 de novembro de 2012

DEZ ANOS APÓS SUA MORTE, O FANTASMA DE CELSO DANIEL RESSURGE, NO DIA DE FINADOS, PARA ASSOMBRAR LULA E GILBERTO CARVALHO.

                    
                    

     Dirceu Ayres

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO DE 2012   Marcos Valério, um dos condenados do Mensalão, contou à Procuradoria Geral da República que o ex-presidente e Carvalho eram extorquidos por pessoas que sabiam detalhes sobre a morte de Celso Daniel, em 2002. Os reais responsáveis pela morte do ex-prefeito talvez ainda permaneçam na sombra. Altos dirigentes do PT chamam o publicitário Marcos Valério de desqualificado, depois que informou à PGR, por depoimento, detalhes sobre coisas que ele diz conhecer muito bem e que envolvem Lula, Gilberto Carvalho (atualmente na Casa Civil de Dilma Rousseff), o ex-ministro Antonio Palocci e sobre remessas ilegais de grandes quantias ao exterior. Certamente Valério deve saber mais do que já disse sobre o que sabe. No caso do Mensalão ele disse, na primeira denúncia que fez, que os valores desviados seriam superiores e 350 milhões. O escândalo do Mensalão gira em torno de 55 milhões. Valério foi condenado pelo STF a pouco mais de 40 anos de prisão, regime fechado. O fato dele ter sido condenado pelo STF faz dele um condenado por corrupção e formação de quadrilha, junto com altos então dirigentes do PT como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares. Se os atuais dirigentes do PT chamam Valério de desclassificado ou desqualificado por conta da condenação, então está em boa companhia; Dirceu, Genoíno e Delúbio também foram condenados pelos mesmos crimes. E uma coisa óbvia: o fato de alguém ter sido condenado não apaga a sua memória e não diminui o valor de informações que tenha consigo e que não tenham sido informadas às autoridades. Certamente Dirceu, Genoíno e Soares têm seus segredos. Grandes segredos. O assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, chocou o Brasil em 2002. Daniel era o tesoureiro da campanha presidencial de Lula. Numa noite, ao sair de um restaurante seu carro teria, supostamente, enguiçado e ele acabou sequestrado e depois morto. Essa é uma história bem conhecida. Ao longo do tempo, surgiram detalhes importantes sobre o caso, mas a resolução do mesmo foi envolta em brumas. Uma forte névoa que se desenvolveu em torno das investigações poderia sugerir dois caminhos possíveis: Celso Daniel foi sequestrado e morto por bandidos comuns: Celso Daniel foi sequestrado sob encomenda, torturado e morto brutalmente, por razões políticas. A polícia parece ter concluído por crime comum. A promotoria pela outra alternativa. O fato é que os irmãos de Celso Daniel andaram questionando para chegar à verdade, e foram ameaçados de morte. Um deles mudou-se para a França. Celso Daniel, segundo as matérias da época, sabia que havia um esquema para desviar ou arrecadar recursos ilegais para o PT. Quando um amigo seu muito próximo teria sido descoberto desviando dinheiro que seria destinado ao partido. Isso teria deixado Daniel muito contrariado. E isso poderia tê-lo levado à morte. Mas a polícia acreditou que não, que foi morto por bandidos sem ligação com o partido. Essa é a misteriosa e perturbadora sombra que paira sobre o caso Celso Daniel. A revista Veja publica matéria de capa sobre o que Valério disse à PGR. Marcos Valério denuncia que o PT queria que ele arranjasse dinheiro para pagar chantagem feita por envolvidos contra Lula e Gilberto Carvalho. Segundo a matéria, Marcos Valério Fernandes de Souza revelou em depoimento ao Ministério Público Federal ter detalhes envolvendo o PT no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Valério, apontado como o operador do mensalão, foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a mais de 40 anos de prisão por crimes cometidos no mensalão. Segundo a reportagem, Valério disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime, de Santo André. Ronan Maria Pinto, que é apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura, seria um dos suspeitos de chantagear Lula e Carvalho. A revista diz que Valério foi procurado por petistas para pagar o dinheiro da chantagem, mas que ele teria se recusado. Segundo ele, quem teria ficado com a missão seria um amigo pessoal de Lula, que utilizou um banco não citado no Mensalão. DELAÇÃO PREMIADA O depoimento de Valério à PGR foi dado na tentativa de conseguir uma delação premiada, mecanismo jurídico no qual alguém que é investigado pode se beneficiar colaborando com a Justiça. Esse depoimento, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", foi dado no fim de setembro. Nele, Valério teria citado Lula e o ex-ministro Antonio Palocci.  Segundo o jornal, o empresário mencionou outras remessas de recursos para o exterior, além das que foram feitas para o publicitário Duda Mendonça, que trabalhou na campanha de Lula em 2002 e foi absolvido pelo Supremo no processo do mensalão. A cúpula do PT procurou ontem desqualificar o novo depoimento que o empresário Marcos Valério teria prestado à Procuradoria-Geral da República sobre o esquema. Saindo em defesa de Lula, os petistas disseram que Valério está tentando se livrar da pena imposta pelo STF e por isso não merece credibilidade. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse duvidar que Valério tenha algo a acrescentar ao que já foi dito no julgamento do mensalão e ironizou o novo depoimento: "Se eu fosse condenado a 40 anos de prisão também estaria me mexendo". Um fato estranho, contudo, é que desde a morte de Celso Daniel sete testemunhas envolvidas com o caso morreram de modo misterioso. Isso faz o caso ficar parecido com as histórias policiais de Conan Doyle ou Agatha Christie, mas enquanto este dois escreviam ficção, no caso Celso Daniel a morte foi real, a versão policial pode não ser a correta, e os mandantes do crime podem estar solto por aí, usufruindo da liberdade, do dinheiro e do silencia dos que morreram. Se eu fosse um dos tais mandantes, sendo isso verdade, eu teria ido na data de hoje fazer uma visita ao túmulo do ex-prefeito, para rezar e agradecer. LILICARABINA.

Pânico do PT com a delação premiada de Marcos Valério é confissão de culpa.


                     
         Dirceu Ayres

Se o PT não tem nada a temer, se não cometeu nenhum crime a mais do que as dezenas já comprovadas, por que esta preocupação oficial e institucional com uma possível e desejável delação premiada de Marcos Valério? O que mais o PT pode ter feito no Mensalão que o faz reagir de forma tão assustada e tão esbaforida em relação a um novo depoimento do seu braço financeiro no Mensalão? Existirão mais assinaturas? Mais esquemas subterrâneos que ainda não vieram à tona? A matéria abaixo é da Folha de São Paulo. A cúpula do PT procurou ontem desqualificar o novo depoimento que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por sua atuação como operador do mensalão, teria prestado à Procuradoria-Geral da República sobre o esquema. Saindo em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo principal de um novo pedido de investigação de partidos de oposição, os petistas disseram que Valério está tentando se livrar da pena imposta pelo STF e por isso não merece credibilidade. Ontem, o jornal "O Estado de S. Paulo" informou que Valério prestou novo depoimento ao Ministério Público em setembro. Os detalhes são mantidos em sigilo, mas, segundo o jornal, o empresário citou Lula e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse duvidar que Valério tenha algo a acrescentar ao que já foi dito no julgamento do mensalão e ironizou o novo depoimento: "Se eu fosse condenado a 40 anos de prisão também estaria me mexendo". O presidente nacional do PT, Rui Falcão, foi na mesma linha. "Não temos nada a temer", afirmou, num intervalo da reunião que a Executiva Nacional do partido fez ontem. "Tudo o que ele poderia ter falado falou no processo." Apontado como o operador do mensalão, Valério foi condenado pelo STF por corrupção ativa, peculato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Suas penas somam mais de 40 anos de prisão, mas ainda poderão ser revistas pelo STF. Segundo "O Estado de S. Paulo", o empresário mencionou no depoimento outras remessas de recursos do mensalão ao exterior além das que foram feitas para o publicitário Duda Mendonça, que trabalhou na campanha de Lula em 2002 e foi absolvido. De acordo com a reportagem, Valério também disse no depoimento que foi ameaçado de morte e mencionou o assassinato do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel, morto em 2002. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que não se pronunciará sobre o assunto. O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse não ter "nada a declarar". Valério enviou em setembro um fax ao Supremo dizendo-se disposto a depor novamente e pedindo proteção das autoridades, alegando que corre risco de vida. Ministros do STF disseram à Folha que Valério quer entrar no programa federal de proteção a testemunhas para garantir tratamento especial na cadeia ou ser enviado a um lugar não identificado, evitando assim a prisão. Ontem, o DEM e o PSDB recuaram da decisão de pedir ao Ministério Público Federal a abertura de inquérito para apurar se Lula participou do esquema do mensalão após serem informados do novo depoimento de Marcos Valério. O PPS afirma que vai entrar com o pedido, mesmo sem o apoio do DEM e PSDB. "Isso é problema deles, nós vamos protocolar a ação na terça-feira", disse o presidente do PPS, Roberto Freire (SP). O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), considerou "lamentável" a tentativa de vincular Lula ao mensalão: "Depois do julgamento, depois de todas as análises feitas, de todas as investigações feitas, eu diria que não cabe mais nenhum tipo de ilação sobre esse tema". O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), disse que Valério "é uma pessoa desqualificada". O PT decidiu adiar a publicação de um manifesto com críticas aos ministros do STF para depois que forem definidas as penas dos 25 condenados. O julgamento será retomado na quarta-feira. (coturno noturno)

ALÉM DE DO ENVOLVIMENTO DE LULA NO MENSALÃO, VALÉRIO AFIRMA AO MPF QUE É CAPAZ DE DESVENDAR OUTROS MISTÉRIOS: DOSSIÊ DOS ALOPRADOS, CASO CELSO DANIEL E PALOCCI.


             
      Dirceu Ayres

Em setembro, VEJA trouxe à tona alguns dos segredos guardados por Marcos Valério, operador financeiro do mensalão. Entre eles, a informação de que o ex-presidente Lula teve papel de protagonista no esquema. Pouco depois, o empresário informou o STF, por meio de um fax, que estava disposto a contar o que sabe. Ele também foi ouvido pelo Ministério Público. Reportagem da revista que chega às bancas nesta sexta-feira revela o que Valério disse ao MP, na tentativa de obter um acordo de delação premiada – um instrumento pelo qual o envolvido em um crime presta informações sobre ele, em troca de benefícios. Á procuradoria o empresário informou, pela primeira vez, ter detalhes sobre outro caso escabroso envolvendo o PT: o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. O relato do publicitário é de que Lula e seu braço-direito, Gilberto Carvalho (atual Secretário Geral da Presidência) estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime de Santo André – em especial, o empresário Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura. Procurado pelos petistas para dar aos achacadores o dinheiro que eles buscavam, Valério recusou: "Nisso aí, eu não me meto", disse ele em um encontro com Sílvio Pereira, então secretário-geral do PT, e Ronan. Quem relata é o próprio publicitário. O operador do mensalão afirma que não aceitou entrar no jogo, mas sabe quem acertou as contas com Ronan: um amigo pessoal de Lula, utilizando-se de um banco não citado no esquema do mensalão. Mais "bombas" – As declarações são apenas parte do arsenal de Valério. Como VEJA havia mostrado já em setembro, o publicitário, que diz temer por sua vida, cogita trazer à luz detalhes sobre o envolvimento de Lula no esquema do mensalão. Mais do que isso: diz ser capaz de desvendar o mistério sobre a origem do 1,7 milhão de reais apreendidos pela Polícia Federal no escândalo do dossiê dos aloprados, em 2006. E de dar detalhes comprometedores sobre a participação do ex-ministro Antonio Palocci na arrecadação de recursos para o caixa do PT. Valério foi condenado a 40 anos de prisão. É provável que sua delação tardia não tenha grandes efeitos sobre a pena que terá de cumprir. Mas pode ajudar o país a resolver questões que ficaram sem resposta nos últimos anos. Do site da revista Veja (Aluizio Amorim)

Assassinato de Celso Daniel. Marcos Valério denuncia que PT queria que ele arranjasse dinheiro para pagar chantagem feita por envolvidos contra Lula e Gilberto Carvalho.


                    
     Dirceu Ayres

Reportagem da revista "Veja" desta semana informa que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza revelou em depoimento ao Ministério Público Federal ter detalhes envolvendo o PT no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Valério, apontado como o operador do mensalão, foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a mais de 40 anos de prisão por crimes cometidos no mensalão. Segundo a reportagem, Valério disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime de Santo André. Ronan Maria Pinto, que é apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na prefeitura, seria um dos suspeitos de chantagear Lula e Carvalho. A revista diz que Valério foi procurado por petistas para pagar o dinheiro da chantagem, mas que ele teria se recusado. Segundo ele, quem teria ficado com a missão seria um amigo pessoal de Lula, que utilizou um banco não citado no mensalão. O depoimento de Valério à Procuradoria foi dado na tentativa de conseguir uma delação premiada, mecanismo jurídico no qual alguém que é investigado pode se beneficiar colaborando com a Justiça.Esse depoimento, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", foi dado no fim de setembro. Nele, Valério teria citado Lula e o ex-ministro Antonio Palocci. Segundo o jornal, o empresário mencionou outras remessas de recursos para o exterior, além das que foram feitas para o publicitário Duda Mendonça, que trabalhou na campanha de Lula em 2002 e foi absolvido pelo Supremo no processo do mensalão. A cúpula do PT procurou ontem desqualificar o novo depoimento que o empresário Marcos Valério teria prestado à Procuradoria-Geral da República sobre o esquema. Saindo em defesa de Lula, os petistas disseram que Valério está tentando se livrar da pena imposta pelo STF e por isso não merece credibilidade. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse duvidar que Valério tenha algo a acrescentar ao que já foi dito no julgamento do mensalão e ironizou o novo depoimento: "Se eu fosse condenado a 40 anos de prisão também estaria me mexendo". (coronel do blog)