Dirceu Ayres
A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa
que quer ser séria, casmurra, fechada, profunda e visceral sempre. Puxa vida!
Essa vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um contrato ou
tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,
separações, perdas de entes queridos, doenças incuráveis, dores e afins. No
dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja um simples idiota! Ria dos próprios
defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe,
seu Pai, seu amigo, o compadre, o marido ou esposa, a filha mais velha e todo
tipo de “autoridade” que tenha de lhe dar alguma ordem. Pense assim: quem tem
que carregar aquela cara feia, truncada, casmurra, doentia, os problemas, os
entupimentos nas coronárias, são eles e isso todos os dias, Indiscutivelmente,
eles. Pobre deles. Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor,
dinheiro, sexo, sincronia, mas podemos acrescentar que foi muito mais pela
ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem
disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,
soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Alguém que sabe
resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as
horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É
bem comum gente que fica totalmente perdida quando se acabam os problemas. E
daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a
brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não. Tudo que
é mais difícil é mais gostoso, mas... A realidade já é dura; piora se for
densa. Dura, densa e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te
falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar
besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.
Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto
e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e
esse é o único "não" realmente aceitável. Teste essa teoria. Uma
semana, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que
realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar
de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso nos lábios, boca aberta e paz no
coração! Aliás, entregue os problemas nas mãos do Universo e que tal um cafezinho
gostoso agora? "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por
isso cante, faça amor, transe adoidado, chore, dance e viva intensamente antes
que a cortina se feche” aí será realmente o Fim.
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