Dirceu Ayres
Sempre disposto a não enfrentar o governo federal,
com ele colaborando diuturnamente como se isso lhe rendesse um mísero voto da
esquerda, Geraldo Alckmin vê seu capital político se esvair, comprometendo a
reeleição. A última de Alckmin foi não aumentar o bilhete do Metrô,
para ajudar Mantega a conter a inflação. Passou a dividir, publicamente, volta
da escalada de preços com o PT. Um desastre. Um tiro no pé. Não exigiu nada em
troca. Não fez um só pronunciamento político alertando e aconselhando o
governo. O que custaria ao governador fazer um pronunciamento informando que a
iniciativa era sua? Será que não viu o que Dilma fez com a conta de luz,
jogando a culpa nele e em Aécio de que a conta de luz não baixaria? Até quando
vamos ter que conviver com tamanha falta de disposição a fazer oposição? VOU
VOTAR NUM TUCANO POR QUÊ? Agora sai a pesquisa sobre segurança na cidade
de São Paulo, jogando o problema no colo do governador. A campanha do PT em
2014 apenas vai oferecer "um Rio de Janeiro em São Paulo". Vejam
abaixo: A onda de assassinatos nos últimos meses de 2012 causou forte impacto
na percepção sobre a segurança na cidade de São Paulo. Segundo a 4ª pesquisa
dos Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (IRBEM), divulgada
ontem pelo Ibope, 45% dos paulistanos se consideram "nada seguros",
contra 35% em 2011. É o maior percentual da série, que teve início em 2008. Outros
46% disseram se sentir "pouco seguros" na cidade - contra 54% em
2011. Apenas 9% afirmaram estar "seguros" - há dois anos, eram 10%,
mais 1% que se dizia "muito seguro", alternativa que não pontuou este
ano. A pesquisa foi feita com 1.512 moradores da capital paulista entre 24 de
novembro e 8 de dezembro de 2012. Na avaliação da diretora do Ibope, Márcia
Cavallari, é nítida sensação de insegurança, "visto que nove em cada 10
paulistanos afirmam que São Paulo é um lugar pouco ou nada seguro para se
viver". O problema na capital paulista pode trazer prejuízos para uma
provável candidatura à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que já
está desgastado com a onda de criminalidade que levou a troca do secretário de
Segurança Pública no fim do ano. A violência em geral foi o item mais citado
sobre o que as pessoas têm mais medo no dia a dia na cidade. Foi lembrada por
71% dos entrevistados, ante 67% das respostas em 2011. Em seguida, o que causa
mais medo nos paulistanos são os assaltos e roubos (63%), sair à noite (41%) e
o tráfico de drogas (40%). O aumento dos arrastões em bares e restaurantes
levou a população da capital paulista a temer mais o período noturno. Em 2011,
o número de entrevistados que diziam ter como maior preocupação sair à noite
era de 20%. No fim de 2012, quando foi feita a pesquisa mais recente, esse
percentual mais do que dobrou: foi a 41%. Para os paulistanos, a ação mais
importante para reduzir a criminalidade é combater a corrupção na polícia e nos
presídios - resposta de 42% dos entrevistados. Depois, aparece a criação de
oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda (31%), o aumento no número
de policiais nas ruas (28%), investimentos em educação de qualidade para jovens
de baixa renda (27%) e diminuir a desigualdade entre as regiões ricas e pobres
(25%). O entrevistado podia dar múltiplas respostas. A pesquisa, que pode ser
conferida no site da Rede Nossa São Paulo, associação que reúne mais de 100
entidades civis e que é parceria do Ibope no questionário, aponta também uma
piora na satisfação do paulistano com a cidade. Os moradores deram nota geral
de 4,7, de um máximo de 10, para os aspectos que geram o bem-estar no
município. Foi uma ligeira queda em relação a 2011, quando a pontuação foi de
4,8. Para o Ibope, a média seria 5,5. (Valor Econômico)
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