terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

EU ODEIO



              

   Dirceu Ayres

Na revista Veja antiga de nº. 2004 tem um artigo de Stephen Kanitiz onde ele se refere ao atendimento das companhias de crédito e outras similares onde começa dizendo: “Eu odeio ter de ligar para o meu cartão de crédito, para o meu provedor de serviços telefônicos, para o meu provedor de celular e para a grande maioria das empresas que têm mais de 3.000 funcionários, mas não têm como contratar uma única telefonista”. Ora o que ele não lembrou foi que: São empresas que dizem prezar o “relacionamento” que tem atenção para com o cliente e começam com uma gravação que, sem um bom-dia sequer, vai logo ditando ordens e instruções. “Se você é cliente com conta atrasada, disque 1. Se você é empresa jurídica, disque 2. Se você é um novo cliente, disque 5. E, se não for nenhuma das alternativas acima, dane-se!” É sempre assim que as companhias tratam a todos nós, sempre tento ter paciência para ser bem atendido. Ledo engano, logo lhe transfere para um departamento chamado “Todos os nossos atendentes estão ocupados”. Durante a longa espera, uma gravação pede: “Favor digitar o número do seu cartão de crédito, o número do seu protocolo de reclamação, o seu CEP, CPF e RG, bem como o nome completo de solteira da sua mãe”. Só que a primeira voz humana que aparece pede para ser repetido tudo novamente. Pior é quando uma empresa telefônica pede para digitar o número de seu telefone e DDD. Se nem a sua própria empresa de telefonia sabe o seu número de telefone, você só pode pensar que está na Empresa errada. Não desperdice o valioso tempo do atendente reclamando desse tempo de espera perdida. Você só tem cinco segundos, lembre-se de que o tempo precioso é o DELE, e é melhor usar os segundos para fazer a reclamação que realmente precisa ser feita. Passou do tempo, a linha cai. Apesar de eles terem o seu número de telefone no cadastro, jamais telefonará de volta. Eles simplesmente não têm tempo para isso, o desocupado nessa história é você é você sim quem não tem o que fazer. Na sua nova ligação nem tente solicitar ser atendido pela mesma pessoa que já sabe o seu CPF e RG, porque não transferem. O tempo precioso, repito, é o deles, eles estão trabalhando e já estão atendendo outra ligação e estão muito ocupados não podem dar um tempo a desocupado como nós. Você está conversando com uma empresa especializada, terceirizada, que pesquisou anos a fio a melhor forma de tratar (ou irritar) você. É o melhor que eles conseguem. Você é tão insignificante que falar com você foi considerado um serviço não essencial, por isso você foi terceirizado para uma outra empresa. Lembre-se de que o atendente e seu supervisor já ouviram todo tipo de desaforo possível antes de você disparar os seus. Eles são totalmente imunes. Todos já ouviram coisas muito piores do que as que você jamais seria capaz de dizer, e você só estará aumentando a sua pressão arterial à toa. Que Diabo de organização é essa?, Você para comprar um telefone chega até a ser bem atendido, mas depois que você já e considerado cliente ou consumidor, sei lá, só sei que você perde completamente seu valor, não é nada. Conheço um caso de uma garota que foi trabalhar em uma dessas Companhias (era seu sonho) só para ser importante e poder desligar o telefone na cara dos clientes ou gente que ela achava importante, não sei se é verdade, mais sei que é realmente assim que funciona melhor esquecer.

PARADOXOS E PAU NOS BRASILEIROS


      


    Dirceu Ayres

Não sei a distância que separa o corredor conhecido como “túnel do tempo” até o plenário da Câmara e nem a extensão até chegar à sala da CPMI dos correios. Deve ser muito longo, quem sabe leva uma eternidade. Podemos supor que contem alguma substância BIO-ANTE- DEMOCRÁTICA que sempre apaga a memória dos senhores deputados da entrada até chegar à sala. Enquanto em outra sala, (plenário) se aprova um relatório que confirma a existência do MENSALÃO e o pagamento de deputados em troca de votos, noutro se inocentam os deputados, pois não houve Mensalão. Existem alguns participantes de um famigerado acordo na base do INOCENTA-LA-INOCENTA-CÁ e a cúpula do Executivo insiste em subverter o estado de Direito segundo os senhores Políticos e os entendidos. A sorte é que por mais que tentem subverter a ordem das coisas, a Democracia insiste em insistir. É a prática política que afunda no poço de lama onde chafurdam os praticantes desse toma-lá-dá-cá. Não falo só dos aparelhadores Petistas: a oposição, tanto ao preferir fazer Lula sangrar, como ao entrar em acordos de não-cassação mútua é tão porca e nojenta quanto à situação. Não há muito para que eu escreva, não sou comentarista Político. Minhas palavras refletem não só o meu rancor, mais a minha incompreensão também. Acredito até que o de todo Brasileiro de inteligência mediana normal. É a intolerância junto com incompreensão que assola a todos nesse grande País. Um país não se faz com delúbios e sílvios? Ou com paloccis, Caseiros, Cafetinas e outros “animais” desse tipo. Escolham, (políticos assim), sacaneiem ao máximo. Para mim, amigos, um país se faz com amor e civismo. Como vocês já devem ter notado (eu já notei), não ando com muito saco para comentar a política brasileira ultimamente. Mesmo porque de política nada se faz neste país desde a ascensão desta turma aproveitadora e sempre alcoolizada em Brasília. A grande novidade (pura sacanagem governamental) está sendo o tal Plano PAC. Lembra a história do Príncipe que queria casar com uma moça inocente. - Foi à luta; perguntou a primeira mocinha da Aldeia se ela sabia o que era aquilo, mostrando seu membro. A moça respondeu: “sei meu Príncipe, seu Pênis”. O Príncipe foi ao encontro da Branca de neve e fez a mesma pergunta, ela respondeu, “sei meu Príncipe é o seu belo Pênis”. Então desolado o Príncipe foi à gata Borralheira e fez a mesma pergunta e ela respondeu da mesma maneira que as outras já quase no desespero ele encontrou Chapeuzinho Vermelho e fez a mesma pergunta e ela disse “sei sim meu senhor, é uma minhoquinha”. Maravilhado com a resposta o Príncipe casou-se logo com ela e a noite na hora do banquete ele disse ao ouvido dela, o que você viu foi o meu Pênis minha querida, ao que ela retrucou...”Não meu Príncipe, é uma minhoquinha, Pênis é o do Lobo mau”. Deve ser um “Bicho” desse que o pessoal de Brasília quer colocar em nós. Bem é assim que está sendo visto e comentado por todas as classes sociais, o tal do PAC, pois ninguém acredita que isso não é mais do que uma jogada Política para uma nova eleição. Isso não mudará até que mudem esse tipo de governar e essa troca de toma lá e dá cá.

O SEXO COM ELA


        
     Dirceu Ayres

Hoje, posso dizer seguramente que não sabia o que era sexo antes de conhecer a Dani. Isso me remete há coisa de muitos anos atrás. O que nem é tanto tempo assim; muitos anos e poucos anos se confundem, se pensarmos em termos de história, mas que parece uma eternidade dada à insignificância dos envolvidos. Mas Dani não foi insignificante em muita coisa e até nas atitudes que eu deveria tomar. Menos no que mais importava: o sexo. Por isso, posso dividir minha vida sexual entre antes e depois de Dani. Não vou entrar em detalhes a respeito de sua compleição física isso não faz a menor diferença. Importa que o que a Dani me ensinou, macetes dos quais nunca mais abriria mão. E me fez entender uma lição, talvez a mais relevante que aprendi após sair da adolescência. A de que como tratar uma mulher na cama, seja ela quem for. Quase todas seguem um “modus operandi” que, desvendado, abre quase que literalmente as portas úmidas e quentes daquela gruta de amor que se usa para fluir a felicidade. Foi com a Dani que pela primeira vez notei que muitas dessas mulheres gostam de ser subjugadas durante o sexo. Ela foi a primeira que me pediu para sentar-lhe a mão nas ancas, dizer-lhe obscenidades no ouvido e chamar-lhe daquilo tudo que, em outra circunstância, as fariam registrar um boletim de ocorrência por calúnia e difamação. Sexo é uma questão de contexto, querido, sussurrava pelos poros, e pode anotar e grifar. Basicamente, eu acredito que não era atoa, Dani me entregava, sem qualquer ônus, um pacote de pequenas artimanhas que apenas uma devoradora de homens como ela poderia saber. Dani, gozava apenas quando comida de quatro. Posição essa que denota clara vontade de submissão e, por sinal, preferida por 9 entre 10 homens passivos ou ativos, segundo estou informado. Gostava e queria sempre ficar por baixo. Nada de dominar a parada, nada de se mostrar superior. Isso ela já fazia no seu cotidiano de mulher independente financeira e emocionalmente. Mas na hora de saciar seu desejo mais primitivo, gostava mesmo de ser dominada, domada e domesticada da maneira mais rude possível. Sexo com ela não era território para galanteios ou gentilezas, explicavam didaticamente seus gemidos gritados e empapados de suor e saliva. Ela era e continua sendo um animal, e assim deveria ser muito mal tratada. Com o tempo, notei que as dicas contidas no livro de regras da Dani valiam também para grande parte das mulheres com quem reparti uma cama, um banco de automóvel, uma pia de banheiro ou, se não me falha a memória etílica, uma sacada no 20º andar. Em todas as praças da Cidade e ruelas com várias meninas, até as amigas da própia Dani. Todas, de forma ou intensidade diferente, gostavam e pediam mais daquele preparado acre. Mas recém chegadas no meio dos entendidos nas transadas em geral. As garotas imaginavam-se, peladas e meladas, já pediam para serem enrabadas. É, isso me confundia às vezes. Porque quanto mais durona parecia a garota, mais submissa e indefesa ela se colocava ante um falus erectus.

NEM MACHO NEM BOIOLA




Dirceu Ayres

Os anos 60 foram marcados pela liberdade sexual, pela ideologia de igualdade, pelo exercício da paz e do amor e pela busca de igualdade entre os sexos. A mulher queria deixar de ser objeto e abrir mão da condição de mocinha subjugada. Era o começo da tentativa de acabar com o machismo e o macho dominante. Mas se as mulheres soubessem que isso ia dar em tanta boiolagem talvez nem tivessem começado o movimento. Nada a ver com gays. O que não dá é esse homem neo-boiola que não é nem homem e nem gay. É um enrustido do armário, escondido atrás de suas inseguranças. O tipo que faz strip tease pra si mesmo diante do espelho e ainda escolhe a música de fundo. Parece mulher. Não dá. É o tal que gasta metade do salário em cosméticos e a outra metade com tratamento de beleza. Esse tipo que só pensa em implante de silicone nas nádegas e no peitoral, que usa calcinha de lycra ou seda no lugar da cueca, que faz lipo todo mês e depila com cera quente. Tudo em nome da auto-estima e da saúde. Desde quando saúde tem a ver com tirar a sobrancelha e usar anel no dedão do pé? Esse ex-machão que virou casaca e fica contando calorias em todas as refeições e ainda pede gelatina diet de sobremesa gelatina diet é a coisa mais boiola do mundo. Pode ser machismo da minha parte, pode ser uma postura retrógrada, tanto faz. Mas a coisa está piorando a cada dia. Acabei de ouvir um comentário de amigos que está sendo contaminado pelo neo-boiolismo. No meio de uma transmissão esportiva o locutor deu receita de refeição light, dizendo que ele saiu para comprar uma pescadinha branca, que comeu com ervas e tomate com um pouquinho de azeite, enaltecendo as baixas calorias da refeição. Que é isso minha gente!? Falar de baixas calorias no meio de um clássico de futebol no Pacaembu pelo amor de Deus, Faça alguma coisa! Sei lá, coça o saco, cospe pro lado, limpa o nariz na mão e depois limpe a mão na calça, palita os dentes com a ponta de uma faca, joga uma sinuca no bar, faça qualquer coisa, mas tome uma atitude de macho! Macho à moda antiga, tipo analista de Bagé, pra ver se dá uma compensada! Cuida que ainda tá no começo E agradece a Deus por você ser totalmente careca porque se você tivesse cabelo ia ser sério candidato à escova definitiva de formol! Ou de chocolate! Esta é uma tirada com certo humor e não tem o intuito de ofender nenhum boiola, macho, machão, gay, lésbica, transexual, transgênere, gigante, anão, comentarista, blogueiro, leitor ou qualquer outro ser humano em geral. E, Não terá muita dificuldade de mostrar que ser macho não é tão difícil assim. Vire peão improvisado, monte nem que seja em um jumento (por cima lógico), vá a praia, aproveite para nadar um pouco, não precisa exibir sua musculatura com esses extraordinários bíceps, simplesmente tome banho de Mar e de Sol, uma caipirinha cai bem, tome seu transporte e GO HOME, vá descansar. Se nem é Macho nem Boiola, fica na tua bicho.